Arquivos

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” Elio Gaspari, na sua coluna do Globo de hoje, ao anunciar que o livro “A verdade sufocada”, do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, comandante do DOI-CODI de São Paulo, entre 1970 e 1974, está perto de chegar aos dez mil exemplares vendidos, diz que o coronel é hoje um defensor da completa abertura dos arquivos da ditadura.

Não é isso que se vê no livro, onde ele não faz nenhuma revelação importante sobre os inúmeros casos de tortura aos presos políticos que passaram pelo DOI-CODI durante o seu comando, muito menos sobre as verdadeiras circunstâncias das mortes de vários desses presos, como Luiz Eduardo da Rocha Merlino, Edgar Aquino Duarte, Carlos Nicolau Danielli, Alexandre Vanucchi Leme, entre tantos outros.

Se Ustra defende mesmo a abertura dos arquivos da ditadura, como diz Gaspari, poderia começar abrindo os seus próprios arquivos e contando a verdade sobre tudo que se passou no temido prédio da Rua Thomaz Carvalhal, em São Paulo, um dos principais e mais ferozes centros da repressão política em nosso país, durante a ditadura militar.”

O comentário acima é de Zé Dirceu e concordo em genero, número, e grau, Ustra poderia começar abrindo seus próprios arquivos !

É importante garantir os direitos constitucionais

A Folha publica hoje duas matérias sobre uma questão que parece secundária, mas não é. Uma com o título “STF pode frear combate a crime organizado”, outra intitulada “Vara é “tribunal de exceção”, diz advogado”, elas tratam de uma questão constitucional: o Conselho Federal de Justiça pode criar varas especializadas para julgar crimes contra o sistema financeiro e a lavagem de dinheiro?

Na Constituição, e esse é o argumento do advogado do denunciado que recorreu à Suprema Corte, está expresso que a “organização da justiça será feita por lei”. Logo, o Conselho Federal de Justiça não poderia ter criado varas especializadas. Ou seja, o CFJ não pode subtrair de nenhum cidadão o direito ao juiz natural, preestabelecido.

Já a Folha e vários juízes e ex-juízes destacam que todos os processos iniciados nessas varas serão anulados e reiniciados, o que prejudicaria o combate aos crimes financeiros e estimularia a impunidade.

Trata-se de uma questão complexa e relevante. Não se pode, a pretexto de combater a corrupção, os crimes financeiros, a violência, o terrorismo, ou o que seja, violar a lei e a Constituição. Sob pena de instalarmos a barbárie.

Nos últimos tempos, parte de nossa mídia e de nossos jornalistas optaram por essa linha, esquecendo-se que também a liberdade de imprensa, o sigilo da fonte e outros direitos democráticos estão garantidos pela Constituição. E como nos ensina a experiência histórica, depois que se começa a violar direitos e garantias individuais e coletivos, ninguém está livre do arbítrio e da violência que acompanha essa violação.

Qualquer que seja a decisão do STF, não podemos jamais aceitar, sob nenhum pretexto, a violação da Constituição. Que a experiência do golpe militar de 64, que fez 43 anos ontem, nos sirva para sempre de lição. Um dos motivos alegados para o golpe foi o combate à corrupção, e nunca o país viu tanta corrupção, impune, fora do alcance da justiça e do parlamento, como nos 24 anos que durou o regime militar.

Parque Burle Marx

Hoje, Domingo, eu e a Tatá, fomos ao Parque Burle Marx, pela manhã, esse Parque para quem não conhece fica no Bairro do Morumbi, o parque é composto de vegetação da mata Atlântica secundária, e outras espécies. É um lugar muito bom pra meditar, respirar um ar puro e caminhar, tirando aqueles que insistem em correr ” no meio da mata ” ( jogging ) e falando alto, o resto vale a pena.
Bicicleta não entra. Patins e skates, da mesma forma, ficam do lado de fora. Animais domésticos? Nem na coleira. Praticar esportes, exceto o jogging, infelizmente também é proibido. Não desanime. Embora seja restritivo em inúmeros aspectos, o Parque Burle Marx reserva, sim, ótimos motivos para uma visita. Criado em 1995, no bairro do Morumbi, possui cerca de 138 metros quadrados de muito verde – como já disse,composta boa parte de mata nativa e outra de espécies introduzidas pelo paisagista Roberto Burle Marx (1909-1994), artista eclético que, além transformar em obra de arte seus jardins, também pintava, esculpia e até desenhava jóias. Em seu projeto, preservou a área de Mata Atlântica do lugar e incluiu palmeiras imperiais, figueiras e outras espécies, todas devidamente identificadas com os nomes científico e popular e a origem. Uma verdadeira aula de botânica para os visitantes. Possui ainda três trilhas para caminhada, com subidas e escadas nos trechos mais íngremes.

Recomendo.
Parque Burle Marx
Endereço: R. Dona Helena Pereira de Morais, 200
Telefone: 3746-7631