Não deixe de ler o comentário de Kennedy Alencar – “Sem querer, Lula quebra tabu militar”, na Folha Online de hoje, sobre a decisão do presidente Lula de negociar com os controladores de vôo na noite da sexta-feira.
O comentário de Kennedy, apesar de criticar a postura do governo em vários momentos dessa crise do setor aéreo, elogia a atitude do presidente Lula durante a greve de sexta-feira e desfaz o exagero de alguns outros jornalistas – como Eliane Cantanhêde, que hoje na Folha em seu comentário “Nunca antes neste país?” (só para assinantes), insiste na tese de crise militar.
Vejam o que diz Kennedy Alencar: “Apesar da série de atitudes equivocadas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao longo da crônica crise da aviação civil, foi acertada a decisão de negociar com os controladores de vôos militares que se amotinaram na sexta-feira (30/03)”…
…”Entre preservar uma hierarquia militar que já estava mais do que quebrada e colocar fim o mais rápido possível ao caos, Lula não hesitou. Refém dos controladores aéreos devido à sua própria ineficiência nos últimos meses para sanar a crise e se precaver contra chantagens, o presidente não tinha outro caminho”…
…”Houvesse uma alternativa concreta, faria sentido a discussão sobre quebra de hierarquia e crise militar.Existe até um lado positivo na desautorização do comandante da Aeronáutica. Ainda que não tenha tido esse objetivo, a decisão de Lula quebrou de vez o tabu do fantasma militar numa hora simbólica: véspera do aniversário de 43 anos do golpe que instaurou a ditadura de 1964. Obviamente, não há o menor clima para golpe militar ou crise que leve à contestação da autoridade civil”…
…”Agir rapidamente era mais importante do que a autoridade da cúpula da Aeronáutica, que tem lidado mal com os controladores…Uma paralisação de dias para preservar uma hierarquia militar que já não existia não era o preço certo a ser pago. Foi ruim, mas poderia ter sido pior…”
Não deixe de ler.
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