Niemeyer inaugura teatro com as cores da Bandeira e protesta contra “horrível Bush”

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Durante a inauguração do seu mais recente projeto, o Teatro Popular da cidade, quinta-feira, em Niterói, o arquiteto Oscar Niemeyer criticou o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, que “há anos ofende o mundo”.

“Eu escolhi as cores da Bandeira para dentro do teatro porque queremos ver aqui dentro a vida brasileira, porque pensamos sempre no Brasil”, afirmou Niemeyer, aos 99 anos, no vídeo exibido durante a solenidade. “E temos de fazer isso porque estamos em um momento de ameaça internacional, quando temos aí o Bush, essa figura horrível, que mesmo desmoralizado ainda tem poder”, completou o arquiteto.

A inauguração do Teatro Popular faz parte das comemorações do centenário do nascimento do arquiteto, que acontecerá em 15 de dezembro. A cidade agora só perde para Brasília como a maior em número de trabalhos de Oscar Niemeyer.

O Teatro Popular da cidade tem capacidade para 350 pessoas na parte interna e 10 mil espectadores na área externa e possui as curvas em concreto que já constituem a assinatura de Niemeyer. Também foram construídos dois painéis gigantes de azulejos com linhas de figuras humanas em movimento.

Uma das inovações do arquiteto é uma parede de vidro que permite ao público ver a Baía de Guanabara do interior do teatro, que conta ainda com uma rampa e uma escada espiral, elementos freqüentes em suas obras.

O prefeito de Niterói, Godofredo Pinto (PT), anunciou a retomada das obras do Instituto de Arquitetura e Humanidades Oscar Niemeyer onde vai funcionar a Fundação com todo o acervo do arquiteto.

Participaram do evento, os ministros Walfrido Mares Guia (Relações Institucionais), Marta Suplicy (Turismo) e Gilberto Gil (Cultura) e o secretário Estadual de Cultura, Luiz Paulo Conde.

Comandante Moura Neto pede repasse de R$ 2,7 bilhões de royalties:

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“Com recursos do petróleo já podemos reaparelhar a frota”

Leis 7.990 e 9.478 destinam uma parcela dos royalties da produção de petróleo na plataforma continental à Marinha do Brasil

O comandante da Marinha, almirante Julio Soares de Moura Neto, declarou que as Forças Armadas estão confiantes em sua modernização e reaparelhamento, especialmente após a criação do Grupo de Trabalho Interministerial, por determinação do presidente Lula, para estudar as necessidades de cada Força. No caso da Marinha, o pontapé inicial pode ser dado com a liberação de R$ 2,7 bilhões provenientes de royalties de petróleo. “Com esse dinheiro, poderíamos dar início ao programa de reaparelhamento neste ano. Tudo poderia ser feito com o dinheiro do petróleo, um dinheiro que é nosso por lei”, disse o almirante.

De acordo com as leis 7.990/89 e 9.478/97, uma parcela dos royalties da produção de petróleo na plataforma continental deve ser destinada à Marinha “para atender aos encargos de fiscalização e proteção das áreas de produção”. Este ano a Marinha deverá fazer jus a R$ 850 milhões. Até o ano passado, o montante dos royalties da Marinha estava em R$ 2,7 bilhões.

Segundo o sítio InfoRel, o almirante Moura Neto lembrou que no Brasil a maioria dos poços de petróleo está localizada no mar territorial, cuja defesa está sob a responsabilidade da Marinha.

Relatando a situação da Marinha, o camandante sublinhou que “houve uma degradação das embarcações, dos aviões da Marinha e de outros equipamentos. Tivemos uma melhora em termos financeiros depois de 2004, mas isso não foi suficiente para reverter o processo de degradação, algo que é uma situação insustentável”.

O Grupo de Trabalho Interministerial, sob coordenação da Casa Civil, teve origem após encaminhamento ao governo do Programa de Reaparelhamento da Marinha. O Grupo já tem, inclusive, um trabalho conclusivo, com a previsão de investimentos de até R$ 16 bilhões para compra e modernização de equipamentos para a Marinha, Exército e Aeronáutica.

Na solenidade de apresentação dos novos oficiais-generais, na semana passada, Lula reafirmou o compromisso do governo com o reaparelhamento das Forças Armadas. Ou seja. “As fronteiras terrestres, as águas jurisdicionais e o espaço aéreo de um país com as dimensões deste nosso querido Brasil demandam Forças Armadas muito bem equipadas e adestradas para a defesa dos interesses nacionais”, frisou o presidente. Tal qual havia feito com a educação, o presidente anunciou um PAC para as Forças Armadas.

Ao assumir o Comando da Marinha, o almirante Moura Neto ressaltou que “o Brasil requer uma Marinha corretamente dimensionada e equipada, e apta a cumprir efetivamente o seu dever, como e quando for demandado pela vontade nacional. Para tal, é necessário alocar os recursos e meios indispensáveis para que possa atuar na vigilância e na proteção de nossos vastos interesses e soberania”.

PROGRAMA NUCLEAR

O Programa Nuclear foi destacado pelo comandante: “Merece menção o Programa Nuclear da Marinha iniciado em 1979, e que apresenta considerável progresso, mesmo restrito aos recursos da própria Força, com o desenvolvimento de dois projetos: o do ciclo do combustível, empregando ultracentrífugas projetadas no Brasil, o que já se conseguiu; e o desenvolvimento e a prontificação, com tecnologia própria, de uma planta nuclear de geração de energia elétrica, incluindo o reator nuclear, o que ainda não está pronto. Para a conclusão do Programa, são indispensáveis verbas orçamentárias adicionais. Uma vez finalizadas, com êxito, essas etapas, estarão criadas as condições para que, havendo uma decisão de governo, possamos iniciar a elaboração do projeto e a posterior construção de um submarino com propulsão nuclear”.

Jornal Hora do Povo

Tucanos não querem CPI da Nossa Caixa em São Paulo

A Folha de hoje noticia, em três matérias – “Tucano tenta barrar CPI da Nossa Caixa na Assembléia”, “Ações de banco caíram 33,96% desde janeiro” e “Recursos eram direcionados à base aliada” (só para assinantes) – que o PSDB está recorrendo contra a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo que determinou que o Presidente da Assembléia Legislativa instalasse a CPI da Nossa Caixa. Uma das dezenas de CPIs que foram arquivadas pelos tucanos e pefelistas, que agora atendem pelo nome de DEM.

Acabou de ser feita mais uma operação altamente suspeita e discutível na Caixa Econômica do Estado de São Paulo. O governo recebeu 2 bilhões de reais da Caixa para deixar lá suas contas. Ou seja, a folha de pagamento dos funcionários públicos estaduais.

Como vemos, o pedido de CPI do Apagão, na verdade da Infraero, pelos tucanos e seus sócios menores, o PPS e o DEM e alguns trânsfugas e oportunistas, não passa de pura hipocrisia e parte de sua estratégia de tentar paralisar o Congresso, para não votar o PAC, e desestabilizar o Governo. Bem ao estilo golpista de uma velha direita brasileira que, no passado, nos levou a 24 anos de Ditadura.

Finalmente, uma correção importante e oportuna: a matéria da Folha diz que a CPI da Nossa Caixa é uma resposta do PT à tentativa dos tucanos de instalarem no Congresso Nacional a CPI do Apagão. Isso não é verdade. A CPI da Nossa Caixa foi pedida em março de 2006. A mais de um ano.

enviada pelo Zé Dirceu

Um olhar sobre as lideranças

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O pensador Italiano Antonio Gramsci, que padeceu no cárcere de Mussolini, é um dos expoentes na revisão e adaptação das formulações marxistas ao século XX, é dele conceitos como “Estado Ampliado”, “Hegemonia e Contra-Hegemonia”, “Guerra de Posição” e muitos outros. Mas o presente texto, baseia-se no conceito gramsciano de “Intelectual”.

Existem dois tipos de Intelectuais: os “Tradicionais” e os “Orgânicos”. Os Tradicionais são aqueles que vivem em seus palácios acarpetados e arcondicionados, com um belo conhecimento teórico mas sem muita praticidade, preferem os discursos à ação. Já os Orgânicos, apesar de muitas vezes não deterem tanto conhecimento teórico, vivem no meio do povo, e muitas vezes surgem nos conflitos, faça chuva ou faça sol, estão ouvindo e organizando as massas em favor das suas reivindicações.

De uma forma simplista, podemos pegar emprestado tal conceito de Intelectuais e adaptarmos ao caso concreto, na questão de dirigentes/lideres. Em outras palavras, os Dirigentes Tradicionais são a elite, que ao tentar liderar a massa pensam mais ou menos assim: “Nós somos mais capacitados, mais inteligentes e estudados, logo, nós sabemos a melhor solução para os problemas que atingem a todos. Assim, vocês devem seguir incondicionalmente todas as nossa ordens, manifestando-se quando nós mandamos ou autorizamos, e da forma ordeira que queremos. Tal direito ao protesto serve apenas para pacificar vocês, enquanto nós continuamos a decidir o rumo que será melhor para todos”.

Já os Dirigentes Orgânicos pensam justamente o contrário, adoram um debate e uma reunião, querem que as massas sejam informadas de todos os pormenores da questão no intuído da tomada de conscientização e uma luta verdadeira e justa.

Os Orgânicos podem não saber exatamente as etapas do processo, e muitas vezes trocam os pés pelas mãos, mas sempre estão no meio do povo. Agora, olhe para as suas lideranças e veja em qual dos conceitos ela se enquadra. Reflita sobre a questão.

Quando a barbárie sai do gueto

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Esse é o título do excelente artigo de Paulo Sérgio Pinheiro, expert independente do secretário-geral da ONU para a violência contra a criança e ex-secretário dos Direitos Humanos, e de Marcelo Daher, especialista em direitos humanos do Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU, publicado na Folha de hoje (só para assinantes), onde eles analisam a ineficácia de propostas como a redução da maioridade penal como forma de combater a violência.

“No Carnaval das respostas fáceis, a escola da mão pesada ganha novos adeptos entre intelectuais que também babam sangue. Pregam penas de internação mais longas para crianças e adolescentes em conflito com a lei, condenando-os alegremente às sevícias e aos estupros que prevalecem nas instituições fechadas. Esquecem que o direito penal é a vertente mais discriminatória do direito, pois se abate quase que unicamente sobre os habitantes dos guetos. A pregação furiosa pelo endurecimento penal agrava a discriminação racial e social sem sequer arranhar a escalada da criminalidade”, diz o texto.

“Reduzir a idade da responsabilidade penal e garantir estadas mais prolongadas no sistema de detenção de crianças e adolescentes contribuirá para aprofundar ainda mais o ciclo de comprovada incompetência para proteger a população”, completa.

Não deixem de ler e fazer uma reflexão sobre até onde o ordenamento jurídico penal estaria a serviço da elite, nesse caso.