De novo a Bolívia e de novo o Brasil fica a mercê do abastecimento de gás do país vizinho, de quem dependemos para abastecer de gás nossa indústria, termoelétricas e residências. Agora é uma disputa política entre duas províncias, Gran Chaco e O’Connnor, que querem ficar com os US$ 10 milhões de royalties e disputam uma região – Chinao – do departamento de Tarija.
Acaba sobrando para nós, que só resolveremos esse problema importando gás liquefeito e aumentando nossa produção, o que deverá acontecer com a entrada dos poços de Mexilhão. Mas isso levará, pelo menos, ainda um ano.
Então a saída é ajudar e apoiar Evo Morales para que avance nas reformas e consolide um Estado Nacional na Bolívia. Não adianta chorar sobre o leito derramado. Temos de administrar o contencioso que herdamos com os erros do governo FHC e os contratos que fizemos no passado, e reconhecer o que é de direito da Bolívia, como a nacionalização do petróleo e gás, e defender o interesse nacional, no caso das indenizações.
Precisamos entender que a Bolívia foi espoliada e explorada por séculos e décadas. Recentemente, o país foi levado ao localismo e, para manter o poder, as elites militares e econômicas, subordinadas a interesses externos, estimularam o localismo e o regionalismo, para dividir o povo trabalhador e os camponeses. Por isso, a explosão de reivindicações regionais e locais que Evo Morales tem de administrar, sempre num ambiente de violência, próprio da Bolívia, estimulado também pelas elites, que sempre recorreram a golpes, repressão e a violência.
Diálogo e negociação, para ajudar Evo Morales e seu governo, sem o que a Bolívia, aí sim, será um grande problema para o Brasil. Firmeza na defesa de nossos interesses nacionais, mas abertura para reconhecer os erros do passado, e uma política nacional, que já está em andamento, para sermos auto-suficientes, ou menos dependentes, do gás boliviano.
Não tem outra saída.
Concordo com Zé Dirceu !
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