“Arrocho e desvalorização são marcas tucanas na educação em São Paulo”

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Presidente da Afuse (Sindicato dos Funcionários e Servidores da Educação) no Estado de São Paulo denuncia “as precárias condições de trabalho, a falta de pessoal e o desmanche do ensino público”, caos imposto à rede estadual nos 12 anos de PSDB, de Covas a Serra

“Nesses 12 anos de sucessivos governos do PSDB no Estado de São Paulo, foi promovido um verdadeiro desmonte na educação pública. Além da demissão em massa de 31 mil funcionários, os que ficaram estão sentindo na carne uma desvalorização profunda, um arrocho salarial jamais visto em nossa história, além das precárias condições de trabalho”, afirmou Antonio Marcos D´Assumpção, presidente do Sindicato dos Funcionários e Servidores da Educação (Afuse).

Comandando a entidade estadual, Marcos alerta para a gravidade dos impactos do desmanche. “Desde o momento em que Mário Covas virou governador, em 1995, o nosso piso vem sendo achatado: era de 2,83 salários mínimos quando ele assumiu e, 12 anos depois, estamos ganhando somente 1,31 salário mínimo. Além do desrespeito e do desmantelamento da área administrativa nas escolas, não temos mais concurso público, o último foi em 1991. No início do governo Covas, tínhamos 66 mil funcionários, hoje, somos cerca de 35 mil. Milhares de trabalhadores e trabalhadoras foram simplesmente jogados na rua: administrativos, seguranças, inspetores de aulas, da limpeza, entre outros. O problema é tão grave que, para superar a demanda na educação, é necessária a contratação em caráter de emergência de 40 mil novos funcionários”.

“Aliado ao sucateamento, veio a terceirização desenfreada e as cooperativas instaladas no serviço público, com pessoas contratadas temporariamente sem o mínimo de capacitação. São trabalhadores a quem não é oferecida nenhuma segurança no emprego, com contratos de tempo determinado e sem perspectiva de evolução educacional”, alertou Marcos, apontando que “para os servidores efetivos, a política do PSDB é de terra arrasada, com a gratificação não sendo incorporada às aposentadorias e sem a recomposição das perdas causadas pela inflação”.

DATA-BASE

De acordo com Marcos, desde o ano passado, até mesmo as gratificações deixaram de ser repassadas pelo governo estadual ao funcionalismo: “Conseguimos aprovar na Assembléia Legislativa um projeto de Lei que garante a data-base da categoria em 1º de março, mas, para a nossa surpresa, já estamos em maio e o governador José Serra sequer deu qualquer parecer. E mais, nem iniciou o processo de negociação salarial deste ano”. “Assim, estão também os professores: com os salários aviltados, salas superlotadas, e plano de cargos e carreira que não existe. Foi tudo para a lata do lixo. Com uma carga horária desumana, os funcionários ainda se obrigam a trabalhar com vários tipos de doença profissional para não perderem as bonificações. A verdade é que não temos as mínimas condições de estar suprindo a demanda que a população precisa”, desabafou.

Ao avaliar os primeiros 100 dias do governo Serra, o presidente da Afuse lembrou que “o resultado prático que tivemos neste período foi a assinatura de vários decretos anti-funcionalismo, entre os quais a proibição de qualquer tipo de contratação ou concurso público na esfera do Estado, além do projeto de lei de desmonte da Previdência Social (São Paulo Previdência – SPPrev) que ele enviou ao legislativo”.

Segundo Marcos, “com este processo de dilapidação das escolas públicas, feito pelos tucanos, a violência chega primeiro nos funcionários, porque os poucos que existem são os que têm os primeiros contatos físicos, são eles que atendem o portão, o pátio, a secretaria da escola e a limpeza”. Com todo esse drama, acrescentou, “o sistema educacional adotado pelos sucessivos governos tucanos desvirtuaram e retrocederam a forma dos educadores educarem. Os alunos estão sendo empurrados a passar de ano sem aprender de fato, a ler e escrever. Essa política é um afronta à sociedade e, em especial, às pessoas carentes da periferia”.

EVOLUÇÃO

“O que queremos é a evolução progressiva e profissional, que seja restabelecido o antigo sistema de segurança, o retorno do concurso público e a retomada do poder aquisitivo, com a recomposição das perdas deste desastroso arrocho nos salários da categoria”, frisou.

Para o presidente do Sindicato dos Funcionários e Servidores da Educação do Estado de São Paulo, a unidade e a mobilização da categoria cumprirão um papel fundamental para a reversão do quadro caótico atual, somando na luta por melhores condições de trabalho e ensino, professores, estudantes e pais.

REPRESENTATIVIDADE

“Mesmo com a demissão em massa, a nossa entidade representa 35 mil funcionários, entre eles, 24 mil são filiados ao Sindicato. Temos 78 subsedes e mais 26 escritórios regionais totalmente equipados, uma colônia de férias no litoral Norte, com 80 apartamentos, advogados e departamentos médicos para atender aos servidores. É uma estrutura que está colocada para servir a categoria e contribuir para reverter o arrocho e o abandono atual, e construir um novo futuro”.

Hora do povo

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