PIB da Venezuela cresceu 8,8% no primeiro trimestre

O aumento de 8,8% do Produto Interno Bruto (PIB) da Venezuela registrado no 1º trimestre de 2007 em relação ao mesmo período do ano anterior, consolida o processo de crescimento sustentado da economia que se observou por 14 trimestres consecutivos.

O Banco Central da Venezuela destaca que o dinamismo mostrado pela atividade econômica no primeiro trimestre do ano continuou sendo estimulado pelo aumento do investimento e do consumo, incentivados pelo maior acesso ao crédito, pelo nível do gasto público associado à extensão dos programas sociais do governo e pelo investimento em infra-estrutura pública, assim como pela maior renda real dos lares.

O auge da atividade não-petroleira, que cresceu em 10,6%, contribuiu de forma significativa ao crescimentoda atividade econômica no primeiro trimestre, enquanto o valor agregado bruto (VAB) da atividade petroleira diminuiu em – 5,6%.

“A queda registrada na atividade petroleira no 1° trimestre com respeito a similar período do ano anterior se deve, principalmente, à entrada em vigência do recorte petroleiro acordado no seio da OPEP, do qual correspondeu à Venezuela 138 mil barris diários”, ressaltou o BCV.

O mencionado crescimento de 10,6% observado na atividade não-petroleira obedece ao desempenho favorável que evidenciaram a indústria manufatureira (7,8%), o comércio (20,8%), os serviços de transporte (16,4%) e as comunicações (18,3%).

O Banco Central assinala que o resultado é estimulado pela maior demanda interna favorecida pela recuperação na renda familiar dos lares produto do maior emprego, a recuperação do poder aquisitivo do salário e a expansão nos programas sociais do governo.

A indústria manufa-tureira privada cresceu em 8,0%, com o que manteve o ritmo expansivo iniciado ano final de 2003 com aumentos significativos no valor agregado da maioria dos ramos.

Do mesmo modo, a atividade no setor da construção registrou um incremento de 26,5% no trimestre impulsionado pelo aumento das obras residenciais e não-residenciais demandadas pelo setor privado (34,6%) e pelo setor público (17,5%).

Com este comportamento se mantém a tendência favorável iniciada no ínicio de 2004 que impactou positivamente o nível de ocupação da economia.

A taxa de desemprego no mês de abril foi de 8,8%, o que representa uma redução de 1,4 pontos percentuais em comparação com o mesmo mês de 2006, quando o desemprego foi de 10,2%. O Instituto Nacional de Estatística (INE) indicou que é a taxa mais baixa correspondente a abril desde 1999, ano em que se iniciou a divulgação desse indicador.

O desemprego tinha atingido a taxa de 20,2% em 2003, em conseqüência do golpe fracassado e do locaute petroleiro realizado pelos setores ligados às multinacionais do setor, assinalou Elias Eljuri, presidente do INE.

Hora do Povo

Obs. Interessante esse dado do crescimento de 10,6% observado na atividade não-petroleira obedecendo ao desempenho favorável que evidenciaram a indústria manufatureira (7,8%), o comércio (20,8%), os serviços de transporte (16,4%) e as comunicações (18,3%), o que aconteceu na verdade foi uma recuperação do poder aquisitivo da população.

O papa do anátema

papabentoxvi.jpg

Quando o cardeal Ratzinger foi escolhido papa, todos se lembram, a fumaça que noticia o eleito não saiu tão branca. Saiu cinzenta e duvidosa. Foi necessária a intervenção da grossa materialidade de bronze, o badalar dos sinos do Vaticano, para que as dúvidas do Espírito Santo ficassem subsumidas na clareza do anúncio: o que era conhecido até então como um grande inquisidor assumiu o trono de Roma.

Entre as qualidades do novo papa, versado na doutrina, a de maior realce é a sua condição de intelectual sofisticado. Um Maquiavel na condição de príncipe. Como tal, ele não fala como profeta que anuncia a boa nova em meio aos clamores do mundo. As coisas e os problemas estão no mundo, mas ele nem a igreja precisam aprender. Navega com desenvoltura no mundo apartado da doutrina, considerada soberana e suficiente como plataforma a partir da qual se distribui normas e reprimendas. Não desperta entusiasmo, mas temor. Ao contrário do seu antecessor, que também era conservador, mas falava de um outro ponto de vista.

A recente visita ao Brasil, que produziu uma verdadeira overdose de exposição na mídia, serviu de vitrine para a feição, a fala e estilo puro e duro do pastor alemão feito pontífice. E ele não fez por menos: pontificou como teólogo radical na defesa da ortodoxia da doutrina. A agenda de temas levantados por Bento 16 nesta visita, no fundamental, foi negativa e conservadora.

Na questão dos costumes, ele pagou geral. Pílulas? Só as de frei Galvão. E “selinho” pode? Só os comemorativos da visita papal. Camisinha, nem pensar. Casais católicos praticantes que buscaram refazer seus lares em segundas núpcias? Uma praga. Enfim, desfiou um rosário de repreensões em absoluto descompasso com as práticas comuns até entre seus fiéis seguidores.

Mas não ficou nisto. Na política, sem falar nas questões nebulosas sobre uma eventual “concordata” entre o Vaticano e o Brasil, a agenda pública do papa operou na mesma clava. O estado laico, uma conquista republicana decisiva para a afirmação da liberdade, inclusive religiosa, foi objeto de condenação implícita. Ensino religioso obrigatório nas escolas, retrocesso histórico, foi defendido. Excomunhão para os parlamentares que tratarem o aborto como questão de saúde pública. Milhares de mulheres continuarão morrendo todo ano, mas está no Código.

Assim como o diálogo, o ecumenismo está em baixa. O encontro com as outras denominações religiosas – algumas nem foram convidadas – foi um espetáculo vazio de conteúdo. Afinal, são seitas que não resistirão ao fogo dos pregadores da nova evangelização. Até a história da colonização foi reescrita pela nova doutrina, que não faz fé nos fatos, nem respeita a alma dos dizimados. O frei Bartolomeu de Las Casas, heróico defensor dos índios contra os métodos brutais dos colonizadores, deve ter se retorcido na tumba.

Os conservadores dominam a burocracia do Vaticano e se ocupam em desmontar meticulosamente o legado de João 23. O Concílio Vaticano 2º, acompanhando os ventos democráticos que sopravam na década de 60 do século passado, patrocinou uma abertura da igreja para o mundo. Os ventos agora são outros. O diálogo, o ecumenismo e a liberdade são caminhos perigosos. O Mistério, o Milagre e a Autoridade é o que deve disciplinar o tropel dos rebanhos.

Otto Maria Carpeaux, no belo ensaio introdutório da edição brasileira dos “Irmãos Karamazov”, escreveu: “a filosofia do Grande Inquisidor – o direito absoluto da Igreja-Estado, representada por uma elite ideologicamente formada, sobre as consciências e os corpos – é a filosofia do totalitarismo”. Neoconservadorismo sem compaixão: Bush, Sarkozy, papa do anátema.

escrito por
Léo Lince é sociólogo.

Fonte Correio da Cidadania

Obs. Com todo respeito aos católicos, o discurso neoconservador da Igreja nos remete à idade média, acho perigoso, somos um país laico, temos uma diversidade religiosa muito sadia. Os pobres, os mais oprimidos não estavam na agenda, acho que é hora dos evangélicos começarem a conhecer e se aproximarem do conteúdo evangélico da Teologia da Libertação, não é possivel conceber cristianismo e judaísmo de costas viradas para os oprimidos e desvalidos, vale uma reflexão.

O FMI não quer o Banco do Sul. Nós queremos.

O FMI não quer o Banco do Sul. Nós queremos.

O vice diretor-geral do FMI, John Lipsky, diz que “não é muito realista a idéia” de se fazer um Banco do Sul e que essa idéia “não está muito clara”. É mais uma razão para se fazer, e rapidamente, o Banco do Sul, já que ultimamente o FMI não acerta uma. Na verdade, é uma instituição fracassada, que não faz mais falta. Como os países da Ásia, os países da América do Sul devem e podem não só criar o Banco do Sul, como transformá-lo em um banco de última instância, dentro de regras bancárias e normas internacionais, mas com uma política voltada para os nossos interesses. É simples.
enviada por Zé Dirceu
Obs.É evidente que o FMI está desmoralizado, temos que ter um banco que enxergue a America Latina de dentro para fora com uma política voltada para os nossos interesses, não há duvida. Ma é tudo o que eles( FMI ) nã querem, não é ?

Putin diz que não tira foto com Condoleezza nem amarrado

Na reunião com Condoleezza Putin não aceitou nem posar para a foto

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, não aceitou posar para foto ao lado de Condoleezza Rice ao final da reunião que manteve com a secretária de Estado de Bush na terça-feira, 15 em Moscou. A atitude de Putin mostra o grau de divergência entre as posições da enviada de Bush e os interesses da Rússia.

Na questão relativa aos mísseis que os EUA querem colocar em torno do país, Putin reafirmou a posição absolutamente contrária mantida pela Rússia. Acerca do desmembramento da Sérvia através da separação da província de Kosovo, pretensão alimentada pelo governo Bush, Putin também sustentou a oposição firme da Rússia.

Como não conseguiu nem uma mudança nas posições do governo russo, a representante da Casa Branca acabou admitindo que o escudo antimíssil “é um nervo exposto” e inventou uma demanda por “uma retórica” menos “exacerbada”, ao menos quando “em público”. Essa teria sido a única “questão”com a qual os dois lados teriam se colocado de acordo.

Na semana passada, por ocasião das solenidades do Dia da Vitória contra o nazismo, o presidente russo sugeriu que a política externa de Bush se compara à da Alemanha nazista. Condoleezza disse que isso era “perturbador para os norte-americanos” e recebeu a resposta de Serguei Lavrov, chanceler russo, de que tratou-se de uma “compreenssão errada”. Ela pareceu acreditar. Precisava, mesmo.

Hora do Povo

Publicado em Política. 1 Comment »

Chico Buarque e Vinícius de Moraes: Da arte de escolher e lapidar palavras

p8-chico.jpg
Para relaxar na Sexta Feira

Correspondência entre os dois poetas e compositores revela a sensibilidade e a labuta necessárias para que a canção atinja seu ponto de precisão

Obras como as de Chico Buarque e Vinícius de Moraes são algumas das maiores riquezas da cultura brasileira; os sentimentos mais profundos, os amores mais arrebatadores ou singelos, a alma do nosso povo, seu cotidiano, suas lutas, dores, alegrias e anseios estão nelas revelados com tanto requinte poético e melódico, e ao mesmo tempo tão acessíveis aos ouvidos comuns, que muitas vezes nos pegamos a nos perguntar sobre como nascem essas canções.

O texto que publicamos hoje, uma correspondência entre Chico Buarque e nosso grande poeta Vinícius de Moraes sobre “Valsinha”, música composta na década de 70 e que até hoje é um dos grandes sucessos da MPB (letra de Chico e música de Vinícius) é bastante revelador sobre o processo minucioso e sensível de escolher e lapidar palavras para que elas alcancem seu objetivo, que norteia a produção dos grandes autores.

As cartas trazem o tom carinhoso e descontraído dos dois amigos, mas é interessante observar, ao mesmo tempo em que defende firmemente seus pontos de vista, a reverência e respeito afetuoso de Chico Buarque ao poeta Vinícius de Moraes, que conheceu, menino ainda, quando o já consagrado poeta freqüentava sua casa em visitas constantes a seu pai, o historiador Sérgio Buarque de Hollanda. Os dois, grandes amigos, construíram ótimas parcerias em canções como “Olha Maria”, “Samba de Orly”, “Gente Humilde” e “Desalento”, entre outras.

De Vinícius de Moraes para Chico Buarque

Mar del Plata, 24 de janeiro de 1971

Chiquérrimo,

Dei uma apertada linda na sua letra, depois que você partiu, porque achei que valia a pena trabalhar mais um pouquinho sobre ela, sobre aqueles hiatos que havia, adicionando duas ou três idéias que tive. Mandei-a em carta a você, mas Toquinho, com a cara mais séria do mundo, me disse que Sérgio [Buarque de Hollanda] morava em Buri, 11, e lá se foi a carta para Buri, 11.

Mas, como você me disse no telefone que não tinha recebido, estou mandando outra para ver se você concorda com as modificações feitas.

Claro que a letra é sua, e eu nada mais fiz que dar uma aparafusada geral. Às vezes o cara de fora vê melhor essas coisas. Enfim, porra, aí vai ela. Dei-lhe o nome de “Valsa hippie”, porque parece-me que tua letra tem esse elemento hippie que dá um encanto todo moderno à valsa, brasileira e antigona. Que é que você acha? O pessoal aqui, no princípio, estranhou um pouco, mas depois se amarrou na idéia.

Escreva logo, dizendo o que você achou.

“Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar/ Olhou-a dum jeito mais quente do que comumente costumava olhar/ E não falou mal da poesia como mania sua de falar/ E nem deixou-a só num canto; pra seu grande espanto disse: vamos nos amar…/ Aí ela se recordou do tempo em que saíam para namorar/ E pôs seu vestido dourado cheirando a guardado de tanto esperar/ Depois os dois deram-se os braços como a gente antiga costumava dar/ E cheios de ternura e graça foram para a praça e começaram a bailar…/ E logo toda a vizinhança ao som daquela dança foi e despertou/ E veio para a praça escura, e muita gente jura que se iluminou/ E foram tantos beijos loucos, tantos gritos roucos como não se ouviam mais/ Que o mundo compreendeu/ E o dia amanheceu em paz”.

De Chico Buarque para Vinícius de Moraes

Caro poeta,

Recebi as duas cartas e fiquei meio embananado. É que eu já estava cantando aquela letra, com hiato e tudo, gostando e me acostumando a ela.

Também porque, como você já sabe, o público tem recebido a valsinha com o maior entusiasmo, pedindo bis e tudo. Sem exagero, ela é o ponto alto do show, junto com o “Apesar de você”. Então dá um certo medo de mudar demais.

Enfim, a música é sua e a discussão continua aberta. Vou tentar defender, por pontos, a minha opinião. Estude o meu caso, exponha-o a Toquinho e Gesse, e se não gostar foda-se, ou fodo-me eu.

“Valsa hippie” é um título forte. É bonito, mas pode parecer forçação de barra, com tudo que há de hippie por aí. “Valsa hippie” ligado à filosofia hippie como você a ligou, é um título perfeito. Mas hippie, para o grande público, já deixou de ser filosofia para ser a moda pra frente de se usar roupa e cabelo. Aí já não tem nada a ver.

Pela mesma razão eu prefiro que o nosso personagem xingue ou, mais delicado, maldiga a vida, em vez de falar mal da poesia. A sua solução é mais bonita e completa, mas eu acho que ela diminui o efeito do que se segue. Esse homem da primeira estrofe é o anti-hippy. Acho mesmo que ele nunca soube o que é poesia. É bancário e está com o saco cheio e está sempre mandando sua mulher à merda. Quer dizer, neste dia ele chegou diferente, não maldisse (ou “xingou” mesmo) a vida tanto e convidou-a pra rodar.

“Convidou-a pra rodar” eu gosto muito, poeta, deixa ficar. Rodar que é dar um passeio e é dançar. Depois eu acho que, se ele já for convidando a coitada para amar, perde-se o suspense do vestido no armário e a tesão da trepada final. “Pra seu grande espanto”, você tem razão, é melhor que “para seu espanto”. Só que eu esqueci que ia por itens. Vamos lá:

* Apesar do Orestes (vestido de dourado é lindo), eu gosto muito do som do vestido decotado. É gostoso de cantar vestido decotado. E para ficar dourado, o vestido fica com o acento tendendo para a primeira sílaba. Não chega a ser um acento, mas é quase. Esse verso é, aliás, o que mais agrada, em geral. E eu também gosto do decotado ligado ao “ousar” que ela não queria por causa do marido chato e quadrado.

Escuta, ô poeta, não leva a mal a minha impertinência, mas você precisava estar aqui para ver como a turma gosta, e o jeito dela gostar dessa valsa, assim à primeira vista. É por isso que estou puxando a sardinha mais para o lado da minha letra, que é mais simplória, do que pelas suas modificações que, enriquecendo os versos, talvez dificultem um pouco a compreensão imediata. E essa valsinha tem um apelo popular que nós não suspeitávamos.

* Ainda baseado no argumento acima, prefiro o “abraçar” ao “bailar”. Em suma, eu não mexeria na segunda estrofe.

* A terceira é a que mais me preocupa. Você está certo quanto ao “o mundo” em vez de “a gente”. Ah, voltando à estrofe anterior, gostei do último verso onde você diz “e cheios de ternura e graça” em vez de “e foram-se cheios de graça”. Agora, estou pensando em retomar uma idéia anterior, quando eu pensava em colocá-los em estado de graça. Aproveitando a sua ternura, poderíamos fazer “Em estado de ternura e graça foram para a praça e começaram a se abraçar”. Só tem o probleminha da junção “em-estado”, o “em-e” numa sílaba só. Que é o mesmo problema do ”começaram-a”. Mas você mesmo disse que o probleminha desaparece dependendo da maneira de se cantar. E eu tenho cantado “começaram a se abraçar” sem maiores danos. Enfim, veja aí o que você acha de tudo isso, desculpe a encheção de saco e responda urgente.

* Há um outro problema: o pessoal do MPB-4 está querendo gravar essa valsa na marra. Eu disse que depende de sua autorização e eles estão aqui esperando. Eu também gostaria de gravar, se o senhor me permitisse, por que deu bolo com o “Apesar de você”, tenho sido perturbado e o disco deixou de ser prensado. Mas deu para tirar um sarro. É claro que não vendeu tanto quanto a “Tonga”, mas a “Banda” vendeu mais que o disco do Toquinho solando “Primavera”.

Dê um abraço na Gesse, um beijo no Toquinho e peça à Silvana para mandar notícias sobre shows etc. Vou escrever a letra como me parece melhor. Veja aí e, se for o caso, enfie-a no ralo da banheira ou noutro buraco que você tiver à mão.

“Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar/ Olhou-a dum jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar/ E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar/ E nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto convidou-a pra rodar/ Então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar/ Com seu vestido decotado cheirando a guardado de tanto esperar/ Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar/ E cheios de ternura e graça foram para a praça e começaram a se abraçar/ E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou/ E foi tanta felicidade que toda a cidade enfim se iluminou/ E foram tantos beijos loucos/ Tantos gritos roucos como não se ouvia mais/ Que o mundo compreendeu/ E o dia amanheceu/ Em paz.”

Fonte Hora do Povo

Obs. Receita pra Sabado e Domingo ouvir Chico, fazer uma reflexão nas letras com um whiskinho, pode ser nacional mesmo, pessoalmente eu prefiro outra marca ( risos…..) .

Publicado em Política. 2 Comments »

“A riqueza da Bolívia é da Bolívia”

Na entrevista coletiva de terça-feira, o presidente Lula advertiu que com a consolidação do etanol como alternativa energética, “precisamos tomar cuidado para não permitir que gente de outros países do mundo comece a comprar toda a terra brasileira para produzir cana. São coisas que temos de cuidar daqui para a frente, ao mesmo tempo em que vamos cuidar da humanização das relações de trabalho no setor canavieiro”.

Lula classificou o presidente venezuelano Hugo Chávez como “um parceiro inestimável do Brasil, sob todos os aspectos”. Referindo-se à integração sul-americana, relembrou que “quando chegamos à Presidência da República e, logo em seguida, foi eleito o Kirchner, foi eleito o Nicanor [Duarte – presidente do Paraguai], e foram eleitos outros presidentes da América do Sul, estabelecemos entre nós a idéia de que era preciso construir uma outra dimensão da política de integração para a América do Sul. Gostaríamos de construir uma parceria e não uma hegemonia, mas também não poderíamos esquecer os problemas que temos”.

Depois de frisar que o governo do presidente Chávez “é comprador de etanol do Brasil, como outros países serão compradores de etanol de outros países do mundo”, Lula abordou as relações do Brasil com a Bolívia: “temos que levar em conta a existência de algo que supere as nossas divergências do século XIX, para que a gente possa construir as convergências do século XXI. Isso está claro. Agora, o fato de isso estar claro no nosso discurso não me faz cego diante da necessidade histórica da Bolívia ser dona do seu gás”.

“É importante lembrar”, afirmou, “que não foi decisão do Evo Morales. Antes do Evo tomar posse, um plebiscito na Bolívia, com mais de 90%, decidiu que o gás seria nacionalizado. Na hora em que o Evo achou que era importante comprar as refinarias da Petrobrás, a Petrobrás resolveu vender e fizeram um acordo. Para mim está tranqüilo. Eu acho que a riqueza mineral da Bolívia é da Bolívia, ele a vende para nós se quiser vender. O que eu quero é que quando estabelecermos um contrato, esse contrato seja respeitado”.

Abordando ainda a questão energética, Lula disse que “quando eu penso no biodiesel e no etanol, fico olhando o Nordeste brasileiro, fico olhando o Vale do Jequitinhonha, fico olhando os países da América Central, que serão os beneficiários de uma nova matriz energética. Mas a minha cabeça fica voltada para o continente africano, porque é a grande chance de o continente africano se desenvolver, na hora em que o mundo desenvolvido resolver introduzir 10% ou 15% de álcool na gasolina, ou introduzir, nos seus caminhões e nos seus carros, o óleo diesel produzido de oleaginosa, já que somente nós temos terra, sol e gente para trabalhar. Isso é quase um milagre, e eu acho que o mundo vai se curvar diante disso”.
Hora do Povo

Obs. Interessante, os que não gostam do Evo Morales nem do Chavez detestam o plebiscito, a consulta popular, ou se aceitam acham que deve passar pelo crivo do legislativo, provavelmente para manipularem e ” darem uma filtrada” e ainda se alçam democratas, liberais, podem observar.

Skaf: “Câmbio valorizado é realmente nocivo ao país”

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, denunciou que o câmbio sobrevalorizado trará resultados negativos para o crescimento do país. Skaf afirmou que alguns poucos setores podem até se beneficiar com o dólar baixo, mas que o conjunto do país sai perdendo: “Pode ficar mais barato importar máquinas, mas fica mais barato também importar camisas, meias, bicicletas, pneus. Fica mais barato importar tudo”.

Segundo ele, “esse nível, abaixo de R$ 2 ou mesmo em torno de R$ 2, rouba competitividade dos produtos brasileiros. Nós teremos prejuízo na hora de competir com produtos importados no mercado interno e na hora de competir com outros países, nossos concorrentes no exterior. Por isso, é realmente nocivo ao país”.

O presidente da Federação da Indústria do Estado do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures, afirmou que “o câmbio valorizado continuará exterminando empregos no Brasil e criando postos de trabalho no resto do mundo”. Loures destacou que a sobrevalorização do câmbio resultará no processo de desindustrialização do Brasil. “Nossa produção industrial está sendo substituída por produtos importados e, com isso, agrava-se o quadro de desemprego e queda da renda da população”, afirmou.

Para o diretor do Departamento de Comércio Exterior do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Ricardo Martins, o problema cambial é um fator destrutivo para a indústria. “Não é à toa que estamos assistindo à redução do número de empresas que exportam, o que tende a agravar ainda mais e, em contrapartida, o aumento daquelas que importam”, assinalou.

Com a mesma opinião de que a indústria deixará de exportar para importar, o presidente da Abinee (associação que representa a indústria eletroeletrônica), Humberto Barbato, afirmou que “estamos atingindo um limite na capacidade que a indústria tem de promover alterações em sua forma de produzir para melhorar sua produtividade”.
Hora do Povo
Obs. O assunto é sério, precisamos gerar emprego, e estamos sucateando a indútria nacional prestando vassalagem aos agiotas internacionais.