
Com uma carreira de serviços que inclui a fraude que elegeu Bush, o monopolista se lança à tomada do principal porta-voz do capital financeiro dos EUA, o “The Wall Street Journal” e da empresa que detém seu controle acionário, a Dow Jones, que publica os índices da bolsa
Após erguer, à base de escroqueria e serviços ao que há de mais sórdido no Império, um monopólio da mídia em três continentes, o magnata Rupert Murdoch lançou-se à tomada do principal porta-voz do capital financeiro dos EUA, o “The Wall Street Journal”, e da empresa que detém seu controle acionário, a Dow Jones, que comanda ainda a manipulação na maior Bolsa de Valores do mundo, a de Nova Iorque, por meio da publicação dos seus índices.
Às vésperas da agressão ao Iraque, Murdoch afirmou em entrevista publicada por um dos seus jornais: “Nós não podemos retroceder agora ou entregamos o Oriente Médio nas mãos de Sadam… Penso que Bush está agindo de forma muito moral e muito correta e ele vai em frente com isso”.
“Acho que Tony”, acrescentou, “está sendo extraordinariamente corajoso e forte. Mas ele está tendo muita coragem como fez em Kosovo e em vários problemas na velha Iugoslávia”.
Seus jornais não ficavam atrás. O New York Post publica, entre suas matérias e editoriais a favor da guerra, artigo de um ex-agente do serviço secreto do exército dos EUA, Ralph Peters, afirmando que o “impecável” Collin Powell estava fazendo um “trabalho soberbo” e “revelando fortes evidências” que justificavam a guerra contra o Iraque.
Aliás, para fazer passar esse projeto de agressão e pirataria, Murdoch já contri- buira quando participou da fraude na Flórida que levou Bush a usurpar a Casa Branca. Sua rede, a Fox News, anunciou que Bush “ganhou” na Flórida quando a contagem ainda estava no meio e a margem de Bush caía vertiginosamente. Foi a chamada para criar o clima e fazer passar a fraude e evitar a finalização da recontagem dos votos exigida por Al Gore.
OLIGARCAS
Quando o esganado novo-magnata, já com o pé na cova, Rupert Murdoch, fez a proposta e avançou para comprar o The Wall Street Journal, tradicionais oligarcas da mídia se ouriçaram.
“A briga pela propriedade de suas emissoras de TV mostra a confluência de forças de mídia, negócios e interesses políticos que é central na forma como Murdoch construiu o seu conglomerado global de informação”, diz a matéria de 25 de junho do New York Times.
“Em 2003 o Congresso estava no limiar de limitar qualquer companhia de possuir estações locais de TV que chegassem a mais de 35% das residências norte-americanas. As estações da Fox de Murdoch atingiam perto de 39%, significando que ele poderia vir a ter que vender algumas”, relata o NYT. “Uma força de ataque de lobistas de Murdoch se juntou a outras companhias de mídia para trabalhar na questão. A Casa Branca deu apoio ao conglomerado e líderes do Congresso concordaram em aumentar o limite até 39%”.
O presidente da Federal Communications Comminssion (FCC), na época, Michael Powell, propôs uma ampla flexibilização das regras de propriedade de mídia incluindo o aumento do limite de 35 para 45%. Agora os principais assessores de Powell, Susan Eid e Paul Jackson, trabalham para Murdoch.
“Um dos líderes do movimento no Congresso para limitar a propriedade era o senador Trent Lott, do Partido Republicano do Mississipi. Mas, ao final, ele também concordou com a ampliação que interessava a Murdoch. Antes da votação, a HarperCollins, editora de Murdoch, assinou um contrato de 250.000 dólares para a publicar as memórias de Lott”.
O senador Arlen Specter, republicano da Pensilvânia, recebeu US$ 24.506 pelo seu livro “Paixão pela verdade”. A senadora Kay Bailey, republicana do Texas, recebeu US$ 141.666 por seu livro “Heroínas Americanas”. Specter, Bayley e Lott tinham o assento nos comitês Judiciário e de Comércio, onde a questão do monopólio de mídia era debatida.
Mostrando seu incômodo com Murdoch, que começou com um jornal na Austrália, enriqueceu montando ta- blóides marrons na Inglaterra, e pelo mesmo caminho marginal adquiriu sua rede nos EUA, o NYT – que na hora de apoiar a invasão do Iraque colocou colunistas como Judith Miller para apoiar a agressão baseada em mentiras propaladas por Bush – segue: “Trinta anos depois que o australiano Murdoch chegou e transformou o New York Post num tablóide inflamado e direitista, sua holding, a News Corporation, ofereceu US$ 5 bilhões para comprar um pilar do establishment dos negócios, a Dow Jones, que detém o The Wall Street Journal”.
“Ele deu garantias de manter a linha editorial do jornal aos membros da família Bancroft (os oligarcas que hoje são os donos do WSJ). Ao adquirir o The Times of London em 1981 deu garantias similares, mas os ex-editores denunciaram que ele envolveu o Times em suas operações de mídia de qualquer forma”, diz o jornal de Nova Iorque.
Para passar por cima das leis que limitam a posse por estrangeiros ele se tornou cidadão americano e das leis que impedem a propriedade de estações de TV e jornais nas mesmas regiões, ele se comprometeu a vender alguns jornais, mas imediatamente começou a procurar formas de superar essa lei.
Em 1985, Murdoch pagou US$ 2 bilhões para comprar estações de televisão com as maiores audiências. Então, Ted Kennedy, cuja linha política tinha feito dele um dos principais alvos da de Murdoch, particularmente o The Boston Herald, que sempre se referia ao senador como “Fat Boy” (“Rapaz Gordo”), com sua atuação legislativa contra a expansão dos monopólios de mídia quase forçou Murdoch a vender o New York Post.
Já na Inglaterra, Blair garantiu que seu governo permitiria a ele manter intacto suas holdings inglesas, muitos no Partido Trabalhista eram favoráveis a limites para propriedade de mídia. Mas como disse o seu porta-voz de 1998-2001, Lance Price, Blair “silenciosamente saiu fora dessa política”. O ex-editor dos The Sunday Times (o mais conhecido dos tablóides ingleses de Murdoch), Andrew Neil, declarou: “A atitude de Blair foi muito clara. Desde que a imprensa de Murdoch fosse benévola ao governo Blair ela seria deixada intacta”.
Para mudar leis a seu favor teve apoio de Bush e do presidente da Câmara dos Deputados, o republicano Newt Gingrich. A HarperCollins deu também a Gingrich um contrato para publicação de seu livro no valor de US$ 4,5 milhões quando o congresso se preparava para mudar as leis de mídia.
Antes disso, quando o presidente da Federal Communications Comission (FCC) do governo Clinton, Read E. Hundt, abriu investigação para verificar se sua holding, a News Corporation, havia violado regras da comissão ao formar a Fox Network, foi entre os republicanos que encontrou apoio. “De acordo com 2 ex-funcionários da FCC, o principal lobista de Murdoch na época, Preston Padden, se encontrou com o chefe de equipe de Hundt numa cafeteria e disse a ele que ele não conseguiria ‘emprego nem para cuidar de cachorro’, se a FCC fizesse a News Corporation perder uma única licença de TV”, informa o NYT.
No final, a FCC concluiu que o negócio havia violado regras, porém Hundt negou-se a tirar licenças de Murdoch dizendo que essa quebra não tinha efeito retroativo.
NATHANIEL BRAIA
Hora do Povo
Rizzolo: A tajetória desse escroque é impressionante, com essa última investida na compra do principal porta-voz do capital financeiro dos EUA, o “The Wall Street Journal”, e da empresa que detém seu controle acionário, a Dow Jones, que comanda ainda a manipulação na maior Bolsa de Valores do mundo, a de Nova Iorque, completa-se o que podemos chamar de ” império da manipulação” , nada o detem, conflitos mundiais, religião, cidadania, país, governos, nada, tudo pela manipulação sem contar seus tentáculos por aí. Mais uma vez, bela democracia americana !! Discipúlo de Rockfeller..