Condoleezza fracassa na OEA em sua defesa da TV golpista

Contrapondo-se às pressões dos EUA, a OEA adotou projeto da Venezuela que conclama os Estados membros a fomentar democratização da mídia pelo “enfoque pluralista da informação” e pelo estímulo ao “exercício da liberdade de expressão”

A Assembléia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou na terça-feira, 5, a proposta venezuelana sobre “O direito à liberdade de pensamento e expressão, e a importância dos meios de comunicação social”, apresentada pelo embaixador no organismo, Jorge Valero.

Contrapondo-se às pressões exercidas pelos Estados Unidos para aprovar uma condenação ao governo de Hugo Chávez, a Assembléia Geral da OEA adotou na Cidade do Panamá, entre os dias 4 e 5 passados, a resolução que convoca os membros da Organização a “promover um enfoque plu-ralista da informação e múltiplos pontos de vista mediante o fomento do pleno exercício da liberdade de expressão e de pensamento”. Assinala também que, para conseguir este objetivo, “é fundamental o acesso aos meios de comunicação pelo conjunto da população; a diversidade de proprietários dos mesmos, assim como às fontes de informação, através de sistemas transparentes de concessão de licenças e regulamentos que impeçam a concentração indevida da propriedade dos meios de comunicação”.

O documento conclama os Estados membros a “adotar medidas para evitar violações ao direito à liberdade de pensamento e expressão, assegurando que a legislação nacional se ajuste às obrigações internacionais em matéria de direitos humanos e se aplique com eficácia”.

ISOLAMENTO

“Os Estados Unidos ficaram sós em sua agressão contra nossa Pátria, contra nosso presidente Hugo Chávez, contra nossa democracia, contra nosso povo. Ficaram absolutamente sós. Os tempos mudaram. Condoleezza Rice abandonou a Assembléia da OEA quando viu que não podia impor o seu critério. Saiu sozinha e derrotada em sua defesa à RCTV”, afirmou o ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Nicolás Maduro, referindo-se à participação da representante da Casa Branca na Assembléia.

Após uma réplica que lhe fora concedida, Rice saiu rapidamente do recinto do Centro de Convenções Atlapa, sem escutar a resposta do chanceler venezuelano. Nicolás não só se opôs ao pedido invasivo dos EUA para se meter nos assuntos internos do seu país, como também denunciou a violação da agenda da reunião com a questão da RCTV. O tema original do encontro, em torno do qual existia consenso prévio, era a energia para o desenvolvimento sustentado.

FUGA AO DEBATE

O ministro Maduro lembrou à funcionária de Bush sobre as numerosas invasões dos EUA contra países latino-americanos, e o atropelo cometido contra muitos outros direitos humanos. Quando ficou claro que nenhuma delegação do Continente acompanharia a tentativa de Washington de atacar e condenar a Venezuela pelo seu soberano direito de não renovar a concessão da Rádio Caracas de Televisão, e democratizar seu espaço radioelétrico, Rice saiu abruptamente no transcorrer do debate.

Em seu discurso, na segunda-feira, dia 4, a secretária de Estado pediu que fosse enviada uma delegação da OEA – organismo que antes servia como instrumento de ingerência da política norte-americana – para investigar a decisão do governo Chávez sobre a RCTV, sob o pretexto de que houvera ataque aos direitos humanos.

“Vejam como se liga perfeitamente a estratégia dessa oposição de direita venezuelana, articulada com a Embaixada dos Estados Unidos, com esse pedido à OEA. Eles estavam buscando sangue nas ruas de Caracas todos os dias, para pedir a intervenção internacional. Como não podem com a liderança do presidente Chávez, com a fortaleza de nosso povo, então pedem que venham de fora fazer o trabalho que eles são incapazes de fazer porque não têm a razão, liderança, nem verdade, nem projeto”, assinalou o chanceler Maduro.

GUANTÁNAMO

“Se os EUA pretendem se converter em paladinos dos direitos humanos, que abram os cárceres de Guantánamo, que permitam que a construção do muro na fronteira com o México possa ser supervisada pelo mundo, que se investiguem as centenas de casos de desaparições de homens e mulheres nessa fronteira”, respondeu Nicolás ao elogio de Condoleezza à “liberdade de expressão” que ela considera que é praticada pelas redes de televisão americanas.

“Se lá se pratica toda essa liberdade de imprensa, que permitam uma reportagem feita pela TVes, o novo canal da Venezuela, que inclua entrevistas com todas as pessoas presas lá, em Guantánamo”, sugeriu Nicolás Maduro.

Sobre a saída intempestiva de Condoleezza da sala, ainda agregou que “é o reconhecimento do isolamento em que está o governo dos EUA no hemisfério”. Continuando, Nicolás disse que “fugiu porque se sentem sozinhos. Quando eles não estavam sós, bombardeavam os povos; quando tinham submetidos a seus interesses muitos governos do nosso continente, invadiram a Guatemala e assassinaram mais de cem mil homens e mulheres, isso aconteceu em 1954; invadiram o Panamá em 1990 e assassinaram, só num bairro, 3000 homens e mulheres que estavam dormindo em suas casas; invadiram Granada, Cuba, Nicarágua, República Dominicana, Haiti; punham e tiravam governos; deram um golpe de Estado contra Salvador Allende e instauraram Pinochet. Eles faziam o que lhes dava na telha na América Latina”.

O ministro venezuelano acrescentou que os governos norte-americanos “somente utilizaram a OEA no passado para justificar invasões e destituição de governos legítimos; enfim, para justificar seus abusos na região. Hoje há uma nova situação no Continente. Não somos inferiores a eles e por isso exigimos relações de iguais, de você a você, de respeito à soberania, à igualdade. Vamos seguir avançando. Hoje demos um passo gigantesco que é falar com a verdade ao Império na sua cara, com respeito, com altura. Mas as verdades que falamos não as podem desmentir”.

Concluindo, o ministro afirmou: “temos denunciado um novo plano contra o presidente Chávez, financiado e dirigido pelo governo dos Estados Unidos. Hoje ficou claro perante o mundo quem está por trás desse plano e dizemos a esse governo, em nome da legitimidade da liderança do comandante Chávez, que esse plano também vai ser derrotado, com o povo da Venezuela e a solidariedade dos homens e mulheres deste Continente”.

SUSANA SANTOS
Hora do Povo
Rizzolo: Eu já comentei esse assunto, agora essa Condolezza tinha mais é que ir embora, aliás “Se os EUA pretendem se converter em paladinos dos direitos humanos, que abram os cárceres de Guantánamo, que permitam que a construção do muro na fronteira com o México possa ser supervisada pelo mundo, que se investiguem as centenas de casos de desaparições de homens e mulheres nessa fronteira”, como eu já comentei e já ” desci o sarrafo” nessa Condolezza paro por aqui.

Putin: “Plano antimíssil dos EUA é pretexto para ameaçar a Rússia”

Em entrevista publicada na revista Der Spiegel, o presidente russo destacou que sistema antimíssil dos EUA é para “defesa contra algo que não existe” e que, de fato, se trata de ameaça nuclear que agride a segurança russa e mundial

Vladimir Putin, em entrevista publicada na revista alemã Der Spiegel esclareceu que o sistema que os EUA estão implantando em torno da Rússia, “é claro que não é em si simplesmente um sistema de defesa contra mísseis. Quando estiver criado e instalado, funcionará no modo automático, conjugado a todo o potencial nuclear dos Estados Unidos. Haverá na Europa elementos do potencial nuclear dos Estados Unidos, o que modifica completamente toda a configuração da segurança internacional”.

Putin contestou os pretextos usados por Bush para instalar o sistema conectado a seus armamentos em países que circundam a Federação Russa: “Eles dizem que o sistema é necessário para a proteção contra os mísseis iranianos. Mas não existem tais mísseis. O Irã não possui mísseis com um alcance de 5.000 a 8.000 quilômetros. Estão nos dizendo que o sistema de defesa antimíssil está sendo instalado para a proteção contra algo que não existe. Assim sendo, acredito que não há motivos nem fundamentos para se montar um sistema antimísseis na Europa Oriental e é claro que teremos que responder a isso”.

Ele alertou ainda: “Não excluímos a possibilidade de os nossos parceiros norte-americanos reavaliarem a sua decisão. Creio que todo mundo possui bom senso. Mas caso isso não aconteça, ninguém poderá nos responsabilizar pelas nossas medidas recíprocas. Isso porque não fomos nós que iniciamos a corrida armamentista que está pendendo sobre a Europa”.

“Tampouco permitiremos que nos culpem caso neste momento aprimorarmos o nosso sistema de armas nucleares estratégicas. Esse sistema de defesa antimíssil cria a ilusão de que se está protegido, mas na verdade ele aumenta a possibilidade de que ocorra um conflito nuclear”.

“Não queremos uma confrontação, queremos cooperação”, enfatizou, “se estamos expressando a nossa oposição de maneira aberta e justa, isso não significa que estejamos procurando uma confrontação. A maior complexidade atual é o fato de alguns dos que participam do diálogo internacional acreditarem que as suas idéias são a verdade absoluta. Isso não facilita a criação de um clima de confiança”.

EUROPA

Putin destacou a trajetória de seu país em favor do desarmamento da Europa: “O que fizemos não foi apenas afirmar que estávamos preparados para acatar esse tratado – nós na realidade o implementa-mos. Transferimos todos os nossos armamentos pesados para além dos Montes Urais, reduzimos o nosso efetivo militar em 300 mil soldados e tomamos outras medidas”.

“Mas o que recebemos em troca? Estamos vendo a Europa Oriental ser abarrotada de novos equipamentos, com novas forças armadas, na Romênia e na Bulgária, assim como a instalação de radares na República Tcheca e sistemas de mísseis na Polônia”.

“O fato”, ressaltou, “é que existe o desarmamento unilateral da Rússia. E esperaríamos que houvesse disposição dos nossos parceiros na Europa para fazer o mesmo, mas em vez disso há uma injeção de novos sistemas bélicos na Europa Oriental”.

Na entrevista, Putin relembrou a posição russa contra a agressão ao Iraque puxada pelos EUA. “Algumas crises com as quais a comunidade internacional teve que se deparar não teriam sido possíveis em tal caso, e elas não teriam sido prejudiciais à situação política interna de alguns países. Até mesmo os acontecimentos no Iraque não teriam dado motivo para tamanha dor de cabeça para os Estados Unidos. Vocês se lembram que nós nos opusemos às ações militares no Iraque”.

O presidente russo também respondeu ao repórter da Der Spiegel sobre as medidas que foram tomadas com relação à petroleira Shell. “Você leu o contrato da Shell? Era um acordo colonial que não tinha nada a ver com os interesses da Federação Russa. Só posso lamentar que no início da década de 1990, autoridades russas tenham feito algo desse tipo, algo pelo qual essas pessoas deveriam ter sido mandadas para a prisão. A implementação desse acordo resultou na permissão para que outros países explorassem as nossas reservas naturais por um período prolongado sem que obtivéssemos nada como retorno”.

Além disso, esclareceu, “foi culpa deles ter violado a nossa legislação ambiental. Esse foi um fato confirmado por dados objetivos, e os nossos parceiros sequer negam isso”.

Sobre as tentativas de afastar o incômodo das posições russas através do seu afastamento do G8 ele destacou que, ao contrário, o fórum deve ser ampliado “isso é outra coisa sem sentido. A nossa importância econômica está crescendo e continuará crescendo. Temos as terceiras maiores reservas do mundo de moeda estrangeira e ouro. No ano passado nos tornamos o primeiro produtor de petróleo do mundo e há muito tempo somos o maior produtor de gás natural. Somos uma potência nuclear e um membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas”.

“Não dá para resolver os problemas da humanidade convertendo o G8 em um clube exclusivo. Ao contrário, houve uma certa reflexão no sentido de expandir o G8 para que o grupo incluísse, por exemplo, China, Índia, Brasil, México e África do Sul”.

DEMOCRACIA

Sobre os esforços do governo atual da Rússia em favor da democratização do país ele ressaltou: “Claro que sou um democrata absolutamente verdadeiro”. Já “os norte-americanos torturam em Guantánamo, e na Europa a polícia utiliza gás lacrimogêneo contra os manifestantes. Às vezes até manifestantes são mortos nas ruas. Por falar nisso, instituímos uma moratória da pena de morte, que é muitas vezes adotada em certos países do G8”.

“Não sejamos hipócritas no que diz respeito às liberdades e aos direitos humanos. Eu acabei de ler o último relatório da Anistia Internacional, no qual os Estados Unidos, a França, a Inglaterra e a Alemanha são também criticados. Mas não nos esqueçamos de que outros membros do G8 não passaram por transformações tão drásticas quanto as experimentadas pela Rússia”.

“Os historiadores serão os juízes daquilo que meu povo e eu realizamos em oito anos”, disse ainda em suas declarações aos jornalistas, “restabelecemos a integridade territorial da Rússia, fortalecemos o Estado, nos movemos na direção de um sistema multipartidário e recuperamos o potencial das nossas forças armadas”.

“A nossa economia cresceu 7,7% no primeiro trimestre deste ano. Quando me tornei presidente, 30% dos russos viviam abaixo da linha de pobreza. Atualmente esse número caiu para 15%. Quitamos a nossa dívida externa, que era muito elevada. Durante um longo tempo tivemos fugas de capital da ordem de US$ 15 bilhões e US$ 20 bilhões ao ano. No ano passado, pela primeira vez, houve maior entrada do que saída de capital na Rússia – um total de US$ 41 bilhões”.

“Isso nos permite enfrentar problemas sociais existentes e reduzir a desigualdade econômica entre os muito ricos e os muito pobres”.

Questionado sobre a possibilidade de extraditar para a Inglaterra Andrei Lugovoy, suspeito pela morte de Litvinenko, Putin disse que isso demandaria mudanças na Constituição que proíbe extradição de cidadãos russos e “para isso seriam necessários embasamentos muito importantes” e “tal justificativa não foi apresentada pelo lado britânico”. Ele concluiu que “as autoridades britânicas permitiram que muitos ladrões e terroristas vivessem no Reino Unido, e é precisamente este o real perigo para os cidadãos ingleses”.

Hora do Povo
Rizzolo: Será que os EUA acham a Russia é um país de idiotas, será que não percebem que os russos já ” sacaram” a intenção subliminar americana de instalar mísseis visando a Russia. Os páises imperialistas se portam e se posam como ” bonzinhos” e acham que a tudo tem direito, mas cuidado, poucos acreditam e são manipulados , exceto alguns países da America Latina que agora estão despertando graças não a mídia golpista, mas a capacidade interpretativa da intelectualidade das reais notícias que acabam chegando de forma não convencional como a Internet.

PIB cresce 4,8% no 1º trimestre, revela consultoria

As atividades vinculadas ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), anunciadas pelo presidente Lula em janeiro, já começam a surtir efeito. Segundo a consultoria Tendências, o PIB registrou um crescimento forte no primeiro trimestre deste ano. O número que o IBGE deve divulgar no próximo dia 13, mostrará um crescimento de 4,8% em relação ao mesmo período do ano passado e de 1% em comparação aos três meses imediatamente anteriores.

De acordo com a consultoria, a agropecuária cresceu 10% no primeiro trimestre deste ano, a indústria 4,2%, e os serviços, 4,4%. A Tendências também projeta um forte crescimento do investimento, de 9,3% nos primeiros três meses do ano em relação a 2006. Esse crescimento do primeiro trimestre ocorre depois de um elevado período de expansão dos últimos três meses do ano passado, quando se iniciou o processo de recuperação mais forte. Até então, a economia estava acomodada.

Por outro lado, a demanda interna voltou a ser o motor de dinamismo, após três anos de liderança das exportações. O consumo das famílias, segundo dados da CNI, vem crescendo há quatro trimestres consecutivos e acumula expansão de 4% ao ano. O crescimento do consumo está associado ao aumento da renda das famílias e à expansão do crédito
Hora do Povo

Rizzolo: Na realidade o aumento da renda propicia o consumo , só o fato da agropecuaria ter crescido 10% no primeiro trimestre é dado importante muito embora isso se dado ao agronegocio, e isso nos remete a necesidade cada vez maior de uma ampla reforma agrária.

Redução de 0,5 ponto leva juro a seu menor nível histórico

A inflação sob controle e a valorização do real frente ao dólar fizeram o Banco Central acelerar o ritmo de corte da taxa básica de juros. O Copom (Comitê de Política Monetária) anunciou a redução da Selic de 12,5% para 12% ao ano. Nas três reuniões anteriores, o corte foi menor, de 0,25 ponto percentual.

Ao chegar a 12%, a taxa fica em seu menor nível histórico. Os juros reais (descontada a inflação), porém, ainda estão entre os mais altos do mundo. Apesar de a maioria dos integrantes do Copom ter votado pela redução de meio ponto percentual na reunião de hoje, a decisão não foi unânime.

”Avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, neste momento, reduzir a taxa Selic para 12% ao ano, sem viés, por cinco votos a favor e dois votos pela redução da taxa Selic em 0,25 ponto percentual”, diz a nota do comitê divulgada ao final da reunião.

Embora a aposta por um corte de meio ponto não fosse unânime –parte dos analistas esperava uma redução de 0,25 ponto percentual–, ela era esperada como uma resposta à valorização do real frente ao dólar. Isso porque parte da apreciação é causada pelos dólares que entram no país por meio dos investidores que buscam rentabilidade maior para suas aplicações. Esse fluxo de moeda estrangeira colabora para a queda da cotação do dólar, assim como a entrada de recursos via exportações.

Hoje, essa valorização do real sobre a divisa norte-americana é combatida apenas com as compras de dólares no mercado por parte do Banco Central.

O corte maior chegou a ser ameaçado pela declaração do presidente do Fed (o BC dos EUA), Ben Bernanke, sobre preocupação do BC local com a inflação. Ela foi interpretada por investidores como uma indicação de que a taxa de juros norte-americana não será reduzida na próxima reunião. Quando os juros lá ficam menores, os investidores procuram aplicações mais rentáveis em outros países.

Em relação à economia brasileira, não há sinais de que a meta de inflação, de 4,5% do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), não seja alcançada. No ano passado, os preços subiram 3,14%. Em 12 meses, está em 3% e a previsão dos analistas é que ela termine o ano em 3,5%.

Na ata da última reunião, realizada em abril, o Copom admite que os bens importados darão uma contribuição para a estabilidade de preços maior do que a imaginada anteriormente. Foi essa razão que gerou a divergência no colegiado e que levou três diretores a votarem por um corte de 0,5 ponto, mas que foram vencidos pelo voto dos outros quatro integrantes do Copom.

A atividade econômica, mesmo com o crescimento de 4,5% esperado pelo governo dentro do PAC (Programa para Aceleração do Crescimento), não deverá gerar pressão inflacionária. O crescimento da taxa de investimentos e da importação de bens de capital indicam que a indústria terá capacidade de aumentar a capacidade de produção para atender a um possível aumento da demanda. Sem essa disponibilidade de produzir mais, a aceleração da atividade econômica poderia gerar pressão sobre os preços. Em setembro de 2004, esse temor fez com que o Copom aumentasse os juros.

O Copom divulga na quinta-feira da próxima semana a ata da reunião ocorrida ontem e hoje.

Repercussão

O corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica anual de juros, como sempre, dividiu opiniões entre empresários e sindicalistas. A decisão agradou à Confederação Nacional da Indústria (CNI), não causou surpresa à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e deixou frustrada a Força Sindical.

Em nota, a CNI afirma ver com otimismo a redução, por acreditar que favorecerá o crescimento do país. “A aceleração no ritmo de abrandamento do rigor monetário era necessária e, portanto, bem-vinda. Com certeza irá gerar condições para a continuidade e intensificação do atual ciclo de crescimento da economia brasileira”, destaca.

A entidade diz ainda, na nota, que reconhece o papel da política monetária na construção do atual ambiente de estabilidade e confiança. Mas entende que era “necessária e inadiável” uma reavaliação do ritmo de queda dos juros, de modo a “aproveitar a excepcional janela de oportunidade e adequar a política monetária ao novo ambiente e às exigências do crescimento, da produção e do emprego”.

Já a Fiesp, em nota assinada por seu presidente, Paulo Skaf, afirma que a redução na taxa, “embora signifique um avanço”, é insuficiente para influenciar o câmbio, “cuja sobrevalorização prejudica vários segmentos industriais. Segundo Skaf, a decisão do Copom não foi surpresa, pois desde a última reunião (em abril) já havia uma sinalização de corte de meio ponto. “Os juros básicos de 12% ao ano não terão influência sobre a valorização cambial, nociva a vários segmentos industriais exportadores”, sublinha.

E o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, divulgou nota em que considera “modesta” a queda de meio ponto percentual. “Infelizmente, os tecnocratas do Banco Central continuam com uma visão distorcida da economia do país”, afirma a nota, acrescentando que a taxa básica de juros ainda está alta, “privilegiando apenas os especuladores”.

Segundo o sindicalista, ao optar pelo corte “ínfimo” o governo frustra os trabalhadores, que esperavam mais ousadia: “Defendemos mudanças urgentes nos rumos da economia como forma de promover um crescimento robusto da economia, com geração de novos postos de trabalho e mais renda para os trabalhadores. Com a inflação sob controle, o Brasil perde mais uma chance de apostar no setor produtivo, devido ao excesso de gradualismo e conservadorismo de quem dirige a economia no país”.

Até o fechamento desta edição, a CUT ainda não havia se pronunciado sobre a decisão do Copom.

Com agências
site do PC do B

Rizzolo: Na verdade, a redução na taxa, “embora signifique um avanço”, é insuficiente para influenciar o câmbio, “cuja sobrevalorização prejudica vários segmentos industriais, é sim uma queda modesta que ainda vem de encontro com ideal dos especuladores, em detrimento ao crescimento da economia, ora, se inflação esta sob controle perdemos mais uma chance de avançarmos no crescimento perde, mais uma vez o pobre do trabalhador.