Chávez denuncia manipulação de monopólio da mídia nos EUA

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“Um dia, mais cedo do que tarde, o povo norte-americano encontrará em sua alma a força para se livrar da tirania que o oprime”, afirmou Hugo Chávez no programa “Alô Presidente” do domingo

“O que a secretária de Estado de Washington, Condoleezza Rice, disse durante a Assembléia Geral da Organização de Estados Americanos, no Panamá, é falso. Ela falou que o povo dos Estados Unidos assiste todos os dias à CNN, à ABC, e que a independência e liberdade de imprensa lá garante um atento e minucioso exame das políticas do governo. Mas, como o povo assiste? O que é que esse povo vê? Os meios de comunicação dos EUA manipulam o povo”, afirmou o presidente venezuelano, Hugo Chávez, durante o programa “Alô Presidente”, em edição transmitida do estado de Apure no domingo, 10.

MENTIRAS DA CNN

Um dos inúmeros exemplos da manipulação perpetrada pelo monopólio dos meios de informação dos EUA a que o presidente se referiu ficou registrado. No início de maio, a CNN apresentou imagens de uma manifestação ocorrida em Acapulco, no México, como se fosse em Caracas, em apoio à RCTV. A falsificação pode ser vista em vídeo no seguinte endereço eletrônico: www.aporrea.org. Na véspera do último dia da concessão não renovada do canal Rádio Caracas de Televisão, fato que foi usado pela mídia norte-americana para atacar o governo venezuelano, o ministro de Comunicação e Informação, William Lara, entrou com um processo contra a CNN por falsificação de informações, baseado nesse programa.

Em seu pronunciamento no “Alô Presidente”, Chávez assinalou que seu governo não é contra a cultura norte-americana, e muito menos contra o povo norte-americano, mas argumentou sobre a necessidade de combater o imperialismo. “O imperialismo é a política de esmagar a independência e a soberania dos nossos países, de se apropriar das nossas riquezas. Não é possível construir um novo país, desenvolver a nossa economia, tomar conta de nosso petróleo, e deixar avançar para cima de nós os Estados Unidos”, ressaltou.

“Um dia, mais cedo do que tarde, o povo norte-americano encontrará na sua alma a força para se livrar da tirania que o oprime; com o esforço de vocês, com o intelecto, para o bem de vocês, do povo dos Estados Unidos e do mundo”, enfatizou, se dirigindo a quatro estudantes americanos de Nova Jersey, que participaram de todo o programa.

No programa, o chefe de Estado venezuelano destacou o papel dos jovens nas mudanças que o país vive. “A revolução é da juventude, e o futuro está brotando. Tem que expressar as idéias que cada um tem. Tomara que os jovens que defendem interesses da oligarquia o digam, mas não jogando pedras, nem se deixando usar”, sublinhou.

Hugo Chávez inaugurou três empresas de produção socialista, duas no estado de Apure e a terceira em Anzoátegui. Em visita à fábrica que processará 36 mil litros de leite diários, localizada na cidade de Elorza, Chávez propôs a criação de um fundo especial de financiamento para garantir a sustentação das empresas de produção socialista. “Deve ser uma ação planificada, não vamos repetir o modelo capitalista. Não será vendendo mercadorias que a produção socialista vai se financiar. Devemos ter a vontade e a firmeza necessária para não nos deixarmos arrastar pelo mais fácil, pela torrente capitalista”, destacou.

MANIFESTAÇÃO

Agitando bandeiras nacionais, do Partido Socialista Unido da Venezuela, PSUV, assim como estandartes de sindicatos e outras entidades, milhares de pessoas marcharam no domingo para repudiar o desrespeito aos símbolos pátrios, principalmente à bandeira nacional, perpetrado em manifestações da oposição. Nos últimos dias, bandeiras foram destruídas, viradas ao avesso, apresentadas com as cores trocadas, por grupos que defendiam a continuidade da licença da RCTV.

“É inaceitável que pessoas que se dizem venezuelanos desrespeitem os símbolos do nosso país”, disse Héctor Acosta, historiador e professor da Universidade Central de Venezuela, UCV. Os manifestantes se reuniram na Praça Miranda e caminharam até o Panteão Nacional onde se realizou o ato de desagravo à bandeira.

SUSANA SANTOS

Hora do Povo

Rizzolo: Realmente não há nada de errado no modo de vida americano, agora essa cultura republicana texana, retrógada é o que estraga, os intelectuais americanos já estão se mobilizando , hoje em muitos lares americanos , como também em outras estantes como a minha se proliferam livros de Noam Chomsky, não há duvida na afirmação que “Um dia, mais cedo do que tarde, o povo norte-americano encontrará na sua alma a força para se livrar da tirania que o oprime; com o esforço de vocês, com o intelecto, para o bem de vocês, do povo dos Estados Unidos e do mundo”.

Temos que combater o imperialismo que é a política de esmagar a independência e a soberania dos outros países, de se apropriar das riquezas dos mesmos, coisa de Texano, Republicano, extrema direita , fascismo, ou seja o passado, ninguem cresce esmagando o outro, e não tem nada de romântico nessa afirmação e sim de cientifico.

Os exploradores da direita americana não sobreviverão por muito tempo, isso me lembra o depoimento de um plantador de coca da Colombia quando o perguntaram porque plantava coca, dizia ele, ” enquanto a juventude americana não descobrir um sentido para a vida , temos que abastece-los de coca para nós não morrermos de fome e para que eles encontrem na vida um sentido através desse triste pó ” .

O capitalismo é a essência do individualismo, a morte do coletivo, o isolamento , que leva ao convívio da droga , da anestesia, do nada; para poder sim os poderosos exercer ainda mais o domínio da sua pátria, do seu solo, e do seu intelecto, com mais destreza e facilidade, pois assim enebriado voce entregará tudo docilmente ”

Submarino nuclear, blindados e caças são decisivos para Defesa

O ministro Waldir Pires considerou ainda a reativação da indústria nacional de defesa, como a Imbel, o desenvolvimento da família de mísseis e a aquisição de radares tridimensionais

O ministro da Defesa, Waldir Pires, anunciou as diretrizes que serão seguidas pelas Forças Armadas em seu programa de reaparelhamento. O anúncio foi feito em reunião do Conselho Militar de Defesa na semana passada. “É evidente que o Brasil precisa estar aparelhado, precisa estar capacitado, precisa estar em condições de dizer ao povo brasileiro que nós temos condições de termos uma nação que cumpra seus deveres com seu destino e com o futuro do seu povo”, afirmou o ministro.

O encontro reuniu os comandantes da Marinha, almirante Júlio Soares de Moura Neto; do Exército, general Enzo Martins Peri; da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, e o chefe do Estado-Maior de Defesa, Cleonilson Nicácio Silva. “A soberania não se delega, se exerce por meio de nossas instituições civis e militares”, disse Waldir Pires. O Conselho de Defesa foi criado no final da década de 90 para assessorar o presidente da República.

SUBMARINO NUCLEAR

No encontro, Waldir Pires destacou que o Programa de Reaparelhamento das três Forças deve levar em conta a importância crescente que o País assume na América do Sul e no cenário mundial. O ministro destacou como prioridade no programa a implantação do projeto do submarino de propulsão nuclear, submarinos convencionais, construção de navios-patrulha oceânicos e fluviais (estes últimos para o patrulhamento da Amazônia), e a compra de aviões de caça considerados de última geração, constante do projeto FX da Aeronáutica.

Além disso, a Defesa considerou prioridade o desenvolvimento nacional de famílias de mísseis, sejam antiaéreos, terra-ar ou mar-ar; a aquisição de radares tridimensionais de defesa aérea e ampliação da frota de helicópteros para transporte e defesa.

Segundo o Ministério, as diretrizes atendem à defesa da Amazônia – tida como prioridade estratégica para o país – assim como à proteção do Atlântico Sul “onde concentra-se grande atividade econômica brasileira, como a produção de 80% do petróleo produzido no país”. A partir deste encontro, o Conselho de Defesa estuda a possibilidade de criação de um Fundo de Reaparelhamento das Forças Armadas como forma de evitar a interrupção do fluxo financeiro das FFAA.

IMBEL

A reativação da indústria nacional de Defesa, como a Imbel (Indústria de Material Bélico), também foi abordada pelo ministro, uma vez que o Brasil pode estar capacitado para suprir as necessidades das FFAA além de fornecer materiais e equipamentos para países da América Latina e outras regiões do mundo. “O Brasil deve fortalecer suas Forças Armadas. Já adotamos uma política de paz e de multilateralismo, sustentada por um poder de dissuasão razoável. O Brasil não pode ser um mero comprador de materiais de defesa, precisamos fortalecer nossa indústria”, afirmou Pires.
Hora do Povo
Rizzolo: Precisamos dar prioridade não só no programa a implantação do projeto do submarino de propulsão nuclear, mas também aos submarinos convencionais, construção de navios-patrulha oceânicos e fluviais (estes últimos para o patrulhamento da Amazônia), e a compra de aviões de caça considerados de última geração, constante do projeto FX da Aeronáutica.

Alem disso, temos também que dar ênfase ao desenvolvimento nacional de famílias de mísseis, sejam antiaéreos, terra-ar ou mar-ar; a aquisição de radares tridimensionais de defesa aérea e ampliação da frota de helicópteros para transporte e defesa.

O Brasil não pode ser um mero comprador de materiais de defesa, precisamos fortalecer nossa indústria bélica, não basta sermos uma super poderosa força de combate de 45.000.000 (quarenta e cinco milhões) de homens, temos que ir além, na defesa de nossa soberania.

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Fiesp politiza questão comercial com Venezuela

Parece que a Federação das Indústrias de São Paulo foi envolvida, ou se envolveu, na disputa interna na Venezuela. Seu diretor de Comércio Exterior, Carlos Cavalcanti, publicou no site da entidade uma nota denunciando atraso nos pagamentos a exportadores brasileiros. A Câmara Venezuelana-Brasileira de Comércio (Camvenez) não gostou e protestou. Disse claramente que a entidade está politizando uma questão comercial – atrasos de US$ 100 milhões que envolvem 75 empresas. Quer dizer, a Fiesp tomou partido na disputa entre empresários de lá e o governo da Venezuela. Eles alegam que o governo atrasa de propósito para depois estatizá-los (sic). Isso ficou claro na nota do Presidente da Canvenvez, José Francisco Marcondes, que lembrou que o comércio entre os dois países aumentou 486% nos últimos três anos e 60,4%, em 2006, com predominância de produtos com alto valor agregado.

Pelo visto, o diretor da Fiesp pisou na bola. Veja matéria na Folha de hoje com o título “Exportador ataca Fiesp sobre dados da Venezuela” (só para assinantes). Aliás, título ruim, pois, na verdade, é o contrário. Foi o diretor da Fiesp que atacou o governo da Venezuela.

Coisas da nossa imprensa.
enviada por Zé Dirceu

Rizzolo: Isso me lembra aquele quadro daquele antigo programa de humorismo , onde o marido fazia de tudo para agradar o visitante e a mulher só falava besteira. ” Cala boca Ofélia” uma coisa assim o marido falava, pois bem , esse camarada diretor de Comércio Exterior, Carlos Cavalcanti, é o tal que estraga tudo, é impressionante, o Paulo Skaf fazendo uma força danada para avançar, a esquerda de certo modo prestigiando suas falas e derepente, não mais que derepente vem o cidadão falar em nome de empresários de lá , questão de lá , que nem verdadeira é, arrumando confusão.

Obs. Este artigo foi escrito antes de rever minhas poisções em relação ao governo Chavez !! Desconsidere os elogios !!

Equívocos e exageros do MST

Se verdadeira a notícia de que a dirigente do MST, Marina Santos, além de condenar a política econômica e as “reformas” do governo Lula, disse que vê a reforma agrária como “política compensatória”, estamos diante de uma fraude, que não resiste a um minuto de análise ou debate. Pode se criticar o governo Lula, e muito, com relação à reforma agrária, começando pela burocracia do Incra, falta de recursos, lentidão, mas é um governo que faz reforma agrária e tem uma política para a agricultura familiar. Ou seja, busca desenvolver a propriedade familiar em direção à agroindústria familiar ou às cooperativas. Quanto a crítica da política econômica e das reformas, volto a repetir: o MST caminha a passos lentos, mas caminha, para uma posição semelhante à do PSTU e PSOL, do Conlutas, central sindical ligada à esses partidos, de não reconhecer no governo Lula um aliado e um governo de mudanças, dentro das condições que Lula e o PT chegaram ao governo e dentro da realidade histórica brasileira.

Também se for verdade o que saiu publicado em alguns dos principais jornais do país, que o MST desconvidou ou não convidou o presidente Lula para a abertura de seu Congresso, o movimento está, na minha opinião, cometendo um equívoco grave.

Não há como contestar que o governo, apesar dos importantes avanços no financiamento da agricultura familiar e na infra-estrutura dos assentamentos, não se revelou capaz, até agora, de cumprir plenamente seus compromissos com a reforma agrária e transformá-la em um dos instrumentos fundamentais para um novo modelo de desenvolvimento. Os sem-terra estão cobertos de razão, por exemplo, quando reivindicam a mudança do índice de produtividade para classificação de terras sujeitas à desapropriação e reclamam que o presidente promete essa alteração desde o início do primeiro mandato.

Até aí, tudo bem. Outra coisa são gestos que, além de deselegantes, acabam sendo manipulados pela mídia conservadora e a oposição de direita para gerar cizânia e desconforto no campo popular. O argumento de que a presença do presidente retiraria o “caráter crítico” do congresso me parece pífio: nada mais salutar, entre aliados históricos, que um debate franco e transparente diante da massa de militantes. Ter receio da capacidade de comunicação do presidente juntos às próprias bases do MST apequena os dirigentes do movimento. Só teriam que comemorar, se as notícias forem correspondentes aos fatos, os latifundiários e usineiros, as forças conservadoras do campo e da cidade.

O presidente Lula governa em uma correlação de forças na qual ainda se mantém a hegemonia das oligarquias sobre as instituições e a sociedade. Há uma disputa pelos rumos de seu governo, inclusive em seu interior. Quando o presidente está disposto a compartilhar com o MST, participando de seu congresso, o que se deveria fazer é respaldá-lo e criar um clima de renovação dos compromissos com a reforma agrária, com críticas e propostas, para facilitar a interlocução e mesma a pressão sobre o governo. A descortesia anunciada, no caso, dá pretexto e espaço para que adversários comuns ampliem seus esforços para criar obstáculos entre o presidente e os movimentos sociais organizados.
enviada por Zé Dirceu

Rizzolo: Eu acho que cabe uma análise crítica sobre certas atuações do governo Lula, porem, temos que reconhecer os avanços, agora a questão prinicipal,é que o MST e os partidos que o envolvem no “mantro Trotskista”, acabam com as críticas e com as pontuações erradas fazendo o jogo tão sonhado da direita, do conservadorismo, e vão sim acabar isolados. Não precisa ser inteligente e basta sim diminuir um pouco a dose do ” Rivotril Trotskista” pra perceber que o Lula não tem por hora correlação de força na qual ainda se mantém a hegemonia das oligarquias sobre as instituições e a sociedade . É claro que ele até gostaria, de avançar mais, mas existe uma disputa , e agindo assim, isolando o Lula , vão acabar numa discussão ” morenista” que vai levar ao extase os fascistas que torcem para o retrocesso . Não é por aí, viu !

Estados Unidos: a irresistível chegada da recessão

Acaba de se tornar conhecida a cifra definitiva do crescimento da economia dos Estados Unidos durante o primeiro trimestre de 2007. A porcentagem inicial avaliada em 1,3% anualizados foi reduzida para 0,6%. Trata-se da taxa mais baixa dos últimos quatro anos, que confirma a tendência para a desaceleração já iniciada no último trimestre de 2006.

Quando em fevereiro deste ano Alan Greenspan, ex-presidente do Fed (o banco central norte-americano), anunciou a possibilidade de os Estados Unidos entrarem em recessão antes do final de 2007 (sua observação coincidiu com a derrocada bursátil desencadeada pela queda da bolsa de Shangai) choveram desmentidos de peritos e autoridade monetárias dos países centrais. Mas a realidade não pode ser exorcizada com manipulações midiáticas. A acumulação de déficits, a degradação do dólar e, sobretudo, o estouro da bolha imobiliária tornavam inevitável o desenlace.

A bolha imobiliária, peça mestra da estratégia econômica da administração Bush juntamente com a avalanche de despesas militares (com a loucura militarista que a acompanhou) e as reduções fiscais, conseguiu tirar a economia estadunidense do estancamento, inflando um consumo não apoiado pelo desenvolvimento produtivo local (a decadência do sistema industrial norte-americano já tem muitos anos). Somaram-se as dívidas internas e externas, os créditos fáceis – em especial os destinados às habitações, que cresceram de maneira desmesurada -, o déficit energético expandiu-se.

Ao final de 2006, a dívida total estadunidense (pública, empresarial e pessoal) chegou aos 48 trilhões de dólares: mais de três vezes o produto interno bruto norte-americano e superior ao produto bruto mundial. As dívidas com o exterior saltavam para 10 trilhões de dólares; a corda não podia ser esticada indefinidamente.

Tudo vai mal

A estratégia do governo Bush pode ser sintetizada como a combinação de duas operações que, apoiando-se mutuamente, deveriam ter relançado e consolidado o poderio imperial dos Estados Unidos: a expansão rápida de uma bolha consumista-financeira para produzir um forte arranque econômico associada a uma ofensiva militar sobre a Eurásia que lhe daria a hegemonia energética global e daí a primazia financeira, encurralando as outras potências (China, União Européia e Rússia).

A partir de 2001, apostou numa contundente vitória das suas forças armadas, que lhe permitiria controlar militarmente a faixa territorial que vai desde os Balcãs no Mediterrâneo Oriental até o Paquistão, atravessando a Turquia, a Síria, o Iraque, o Irã, as ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central, a Bacia do Mar Cáspio e o Afeganistão, atapetando-a de implantações militares que vigiariam um complexo leque de protetorados.

Os preparativos da ofensiva haviam-se desenvolvido ao longo dos anos 1990 sob governos republicanos e democratas: a primeira Guerra do Golfo, os intermináveis bombardeios sobre o Iraque ao longo de toda a década, a guerra do Kosovo. Tratou-se de uma “política de Estado” que incluiu os dois partidos governantes e o conjunto do sistema de poder. Eles sabiam que a bolha econômica, lançada paralelamente à ofensiva militar, não podia sustentar-se muito tempo: os desajustamentos financeiros iriam acumular e a bolha de créditos estimulando a especulação imobiliária acabaria por desinchar; os anos de 2005 e 2006 apareciam como uma barreira temporal intransponível.

Mas nesse momento, apostavam os falcões, a vitória militar do Império permitiria redefinir as regras do jogo econômicas do planeta. Os cowboys do Pentágono chegariam just-in-time para auxiliar os magos das finanças. Mas tudo saiu errado; os cowboys atolaram-se no Iraque e a ofensiva fulminante sobre a Eurásia fracassou na primeira batalha importante enquanto o globo especulativo entrou em crise e já nenhum punho de ferro pode salvá-lo.

Sinal de alarme, desaceleração, interrogações

A partir de 2005, peritos de orientações ideológicas muito diversas começaram a alertar acerca do próximo esvaziamento da bolha imobiliária. Em agosto desse ano, a revista The Economist assinalava as conseqüências mundiais da inevitável contração do globo especulativo (1). Mas nos Estados Unidos, onde o fosso entre os empréstimos imobiliários e os rendimentos pessoais crescia sem cessar, a festa financeira continuou imperturbável aos alertas, ditando o ritmo das outras potências econômicas. O contágio chegou a regiões muito remotas da periferia.

Finalmente, em 2006, os preços das habitações começaram a descer e a bolha estadunidense contraía-se inexoravelmente. A partir desse momento, seu impacto negativo sobre a procura e a seguir sobre o conjunto do Produto Interno Bruto era só uma questão de tempo.

Ao final de 2006 apareceram os primeiros sintomas de desaceleração econômica, que se tornaram dramáticos durante o primeiro trimestre de 2007. Em fevereiro, produziu-se um abalo nas bolsas internacionais, afetando em primeiro lugar a China, país extremamente dependente da capacidade de compra do mercado norte-americano.

Agora, em meados de 2007, independentemente de altos e baixos e recuperações efêmeras, a interrogação central é como e a que ritmo o arrefecimento se propagará ao conjunto da economia mundial. Por exemplo: como afetará os preços das matérias-primas, em primeiro lugar o do petróleo, empurrado para cima pelo processo de redução de reservas (a aproximação do Pico Petrolífero global) e pressionado para baixo pela desaceleração dos grandes sistemas industriais?

Enfrentaremos logo uma recessão com queda geral de preços ou antes uma combinação de recessão e inflação semelhante à estagflação dos anos 1970? Assistiremos a grandes contrações de negócios financeiros ou a sua combinação com novos surtos especulativos (por exemplo, euforias nos mercados de metais preciosos)?

Por fim, quais serão as conseqüências políticas, militares e ideológicas desta grande perturbação do capitalismo mundial? De algo devemos estar certos: esta crise não se parece com nenhuma das anteriores, pois este nível de hipertrofia financeira nunca fora atingido. Também é inédito o grau de interdependência entre todas as grandes economias e, além disso, misturam-se perigosamente aspectos característicos de uma crise de sobreprodução com outros próprios de uma situação de subprodução de produtos decisivos para a sobrevivência do sistema. Este último exprime-se por agora só no tema energético, mas ao mesmo tempo está impulsionando outras penúrias – por exemplo, a de alimentos devido à utilização de terras cultiváveis na produção de biocombustíveis.

Para além das conspirações

Seria ingênuo atribuir a crise à aplicação de uma estratégia errônea por parte da Casa Branca. Devemos inserir a referida estratégia no contexto mais amplo da decadência da sociedade norte-americana e a mesma como parte (decisiva) de um processo de crise global. Se focalizarmos o médio prazo, desde princípios dos anos 1990 (fim da guerra fria) observaremos como a economia estadunidense foi se convertendo num sistema baseado na especulação financeira e no déficit comercial, ao qual se acrescentaram o déficit fiscal e as dívidas de todo tipo num processo geral de concentração de rendimentos.

Em suma, uma dinâmica elitista e parasitária, cuja primeira etapa teve uma certa aparência produtivista em torno das chamadas indústrias de alta tecnologia. Seu centro motor foi a euforia nas bolsas e as célebres “ações tecnológicas” expressas no índice Nasdaq, que crescia vertiginosamente.

Os peritos-comunicadores da época assinalavam que se havia posto em andamento um círculo virtuoso que empurrava a economia norte-americana para uma espécie de prosperidade infinita. Segundo eles, a expansão do consumo alentava novos desenvolvimentos tecnológicos que impulsionavam a produtividade e, em conseqüência, os rendimentos e, portanto, o consumo, etc. Na realidade, o que estava a ocorrer era uma euforia nas bolsas que proporcionava rendimentos financeiros presentes e futuros a empresas e indivíduos, incitando-os a gastar mais e mais.

A festa acabou no início da década atual e a economia estancou-se. A nova administração republicana não encontrou outro caminho de saída senão uma nova bolha muito maior que a anterior, desta vez baseada numa avalanche de créditos imobiliários.

Junto ao delírio financeiro, desenvolveram-se outros fenômenos como a criminalidade e a criminalização estatal das classes baixas, em especial de algumas minorias como a dos latino-americanos e afro-norteamericanos pobres ou a degradação do sistema político (corrupção, submissão aos grupos de negócios ascendentes).

Em especial, criou-se uma convergência de interesses que foi reconfigurando o tradicional “complexo militar industrial” para transformá-lo numa extensa rede de grupos financeiros, petroleiros, industriais, políticos, militares e paramilitares mafiosos. Em princípios da presente década verificou-se um salto qualitativo, representado pela chegada de George W. Bush e seus falcões.

Num enfoque a mais longo prazo, desde o fim do padrão dólar-ouro em 1971 e da crise planetária que o seguiu, observamos uma crise de sobreprodução que foi adiada, emplastrada, na base da expansão dos negócios financeiros e do superconsumo norte-americano inscrito numa corrente mundial de concentração de rendimentos.

A aventura militar-financeira não foi uma descarga súbita ou um desvio neofascista do sistema de poder norte-americano e sim um arranque estratégico lógico (fortemente impregnado de componentes fascistas) do núcleo central de poder dos Estados Unidos que desse modo prolongava e acentuava as tendências econômicas, ideológicas e políticas dominantes – que foram crescendo até se tornarem hegemônicas a partir da presidência Reagan, passando por Bush pai e Clinton até chegar aos auto-atentados do 11 de Setembro de 2001 e à invasão do Iraque.

O fim das ilusões

A prosperidade fictícia do Império forjou, sobretudo nos anos 1990, a ilusão de um poder mundial avassalador perante o qual só era possível adaptar-se. Surgiu uma direita global triunfalista que cobriu com um discurso neoliberal a orgia financeira, mas também um progressismo cortesão que na base da submissão ao capitalismo pretendia adorná-lo com matizes humanistas.

Tanto para uns como para outros a vitória do universo burguês era definitiva ou pelo menos de muito longa duração. Mas quando, ao iniciar-se a presente década, começaram a despontar as primeiras fissuras do sistema, optaram em geral por negar fanaticamente a realidade: o declínio do dólar ou o superendividamento norte-americano eram apresentados como expressões de uma recomposição positiva na marcha do capitalismo global, a desordem financeira como o ocaso da especulação superado por uma próxima reconversão produtivista da economia de mercado, enfim, cada amostra de fracasso era transformada em demonstração de rejuvenescimento.

É possível que isso ainda continue por mais algum tempo. Inclusive, o declínio dos Estados Unidos e de outras potências arrastadas pelo gigante pode dar lugar a ilusões passageiras acerca da ascensão de capitalismos nacionais ou regionais autônomos na periferia ou em reconversões milagrosas de algumas economias centrais. O truque de substituir a realidade pelos desejos ilusórios costuma dar bons resultados a curto prazo. O problema é que as grandes tendências da história acabam por impor-se.

(1) “The global housing boom. In come the waves”, The Economist, 16/06/2005.

Jorge Beinstein é economista argentino.

Fonte: http://www.resumenlatinoamericano.org

Correio da Cidadania

Rizzolo: O Beinstein faz uma análise muito boa da perspectiva de desenvolvimento americano e logicamente do capitalismo, o cenário mundial, as tensões, alem disso, com o passar dos anos a economia estadunidense foi se convertendo num sistema baseado na especulação financeira e no déficit comercial, ao qual se acrescentaram o déficit fiscal e as dívidas de todo tipo num processo geral de concentração de rendimentos, é claro que a direita global triunfalista que cobriu com um discurso neoliberal está se afundando, basta ver os 47 milhões de americanos sem direito a assistência médica. Bela liberdade !

W. Bush e seu plano armamentista são rechaçados nas ruas de Praga

Uma multidão de pessoas saiu às ruas da capital da República Tcheca, Praga, para repudiar a vista do presidente norte-americano George W. Bush, que fez uma escala no país antes de seguir para a reunião do G8 na Alemanha, na terça-feira, 5.

O principal motivo dos protestos foi a intenção de Bush de instalar o sistema denominado de “defesa antimíssil”, com bases ianques na República Tcheca, Polônia, Romênia e Bulgária, através do qual ameaça a segurança da Rússia (como denuncia o presidente Putin em matéria nesta página). Os manifestantes também repudiaram a invasão ao Iraque e do Afeganistão. A visita de Bush à República Tcheca teve como objetivo pressionar o presidente do país a aceitar a instalação da base militar ianque.

“NÃO ÀS BASES”

As duas principais manifestações ocorreram ao redor da sede da presidência tcheca: a primeira foi organizada pela União das Juventudes Comunistas e a segunda pelo movimento “Não às Bases”. Outras manifestações ocorreram em vários pontos da capital.

No dia seguinte, ao chegar na sede da reunião do G8, em Heiligendamm, norte da Alemanha, Bush foi recebido por uma gigantesca manifestação de 80 mil pessoas, que furaram o bloqueio organizado pela polícia para afastar os manifestantes, e expressaram sua rejeição à ocupação assassina no Iraque. “Parem o terrorista”e “Terrorista número 1” era lido nos cartazes com a foto do usurpador da Casa Branca.

Hora do Povo
Rizzolo: Ele ( Bush) quer pressionar de qualquer jeito os paises para a instalação do sistema denominado ” antimissil” que é uma babozeira, uma balela , ele quer sim direcionar para a Russia porque já percebeu que como diz o caipira ” naquele galinheiro ele não vai mandar ” e o Putin não vai com a cara do Bush mesmo, nem se submete a ele, e não se submeter ao império significa problema. E quer minha opinião; é bom os EUA irem com calma , eu não sei se é mais por medo dos Russos ou por vontade de domínio, eu acho que é mais por medo, os Russo tem mobilização militar rápida, mesmo sem estarem sob o comando de Stalin . ( risos..)

Sociólogo Francês vê “sinais do futuro” na Venezuela

Trinta dos 82 anos de François Houtart foram dedicados ao estudo das mudanças políticas nos países do Sul do planeta. Desde 1976, o sociólogo belga dirige o Centro Tricontinental, núcleo de estudos da Universidade de Louvain. O trabalho permitiu que o ex-padre acompanhasse de perto a maioria das guerras de independência da África, as guerrilhas da América Latina e os governos nacionalistas da Ásia.

Neste momento, Houtart está mais interessado pelos novos governos da América Latina. Vê nos governos de Hugo Chávez, na Venezuela, e Evo Morales, na Bolívia, iniciativas “únicas no mundo atual” por fazerem acordos comerciais que não visam somente o lucro, mas também a solidariedade. Segundo ele, “sinais do futuro sem capitalismo”.

Houtart vê diferenças entre esses e outros governos da América Latina. No caso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o sociólogo acredita que sua política mantém o incentivo às grandes transnacionais do agronegócio, exploradoras da principal riqueza brasileira: o solo. E se diz preocupado com os custos sociais do aumento da produção de etanol e com a visão do governo de que o biocombustível é a solução para as mudanças climáticas.

O sociólogo francês está no Brasil para participar do 5º Congresso Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que começa nesta segunda-feira (11), em Brasília. No final de semana, ele concedeu a seguinte entrevista à agência Brasil:

O senhor acaba de chegar de uma visita a Venezuela e Bolívia. Como vê a situação desses países?
François Houtart: Eu penso que é um fato não só realmente novo para América Latina, como único no mundo atual. Estamos passando da resistência à ofensiva contra o neoliberalismo. As iniciativas que estão surgindo nesses países vão no sentido do fim do neoliberalismo. Veja bem que, evidentemente não significa terminar com o capitalismo, mas são passos que vão numa direção muito diferente do neoliberalismo.

Obviamente, em cada país, os processos são muito diferentes. Mas, em alguns lugares, como Venezuela, Bolívia, Equador e Cuba, há tempo, vão num sentido anti-imperialista. E até um certo ponto, isso ocorre também em Brasil e Argentina. Isso ficou claro na rejeição à Alca (Área de Livre Comércio das Américas).

E para nós, sociólogos, é muito interessante investigar porque esse processo está acontecendo agora na América Latina, e não na Ásia, Oriente Médio ou África. Para mim, isso se deve pelo fato da América Latina ter sido mais prejudicada pelo neoliberalismo e as privatizações da década de 1990. E conviver mais de perto com o império norte-americano.

Muitos analistas apontam diferenças um grupo que seria formado por Venezuela e Bolívia e outro, encabeçado por Brasil e Argentina. Essa análise é feita tanto para criticar um como outro. O senhor acredita que há essa diferença?
Houtart: Há uma diferença importante. Bolívia e Venezuela têm reservas naturais, de petróleo e gás, que estavam totalmente entregues a empresas estrangeiras. E o movimento para recuperar o controle sobre esses bens é um ato nacionalista forte.

Mas, além das situações serem diferentes de país a país, também a leitura que os governos fazem dessa realidade é diferente. O Brasil não tem o mesmo problema da Venezuela ou Bolívia, em recuperar suas reservas naturais. Mas aqui, o problema central, que é a expropriação do território agrícola para exportação, não está sendo enfrentado pelo governo. Ao contrário, o Brasil está em uma dinâmica de entregar ao exterior cada vez mais o seu principal recurso natural: o solo.

Em Bolívia e Venezuela, há um projeto político fruto do desejo de sair do neoliberalismo. Esse não é o caso do Brasil. A visão que tenho do exterior é que a política de Lula é fazer o país crescer dentro dos parâmetros neoliberais. Com juros altos, gastando a maior parte de seus recursos públicos com a dívida pública. E a contrapartida disso são políticas mais assistenciais que estruturais, como o Bolsa Família.

Mas mesmo com políticas relativamente diferentes, acredito que sejam possíveis alguns acordos entre esses países.

Além da rejeição à Alca, que tipos de acordos esses países podem fazer?
Houtart: A base dessa aliança sul-americana tem de ser o anti-imperialismo, ou seja, a submissão aos Estados Unidos. Por isso, foi essencial a rejeição à Alca. Mas é preciso avançar nessa integração sem a tutela da Casa Branca. Um dos pontos seria o Banco do Sul, que tiraria a América do Sul da influência do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI), que hoje indicam as políticas econômicas que esses países devem seguir já que controlam suas dívidas.

Outro ponto é a Alba (Alternativa Bolivariana das Américas), que é um conjunto de acordos assinados entre Cuba, Venezuela e Bolívia, para trocas solidárias. Nisso, a Venezuela cede petróleo em troca de serviços médicos cubanos, por exemplo.

São trocas que superam a lógica capitalista, de aumentar o lucro. São feitas sobre a base da solidariedade e da complementação dos países. Isso são sinais de um futuro possível com mais igualdade.

Mas o acordo do Brasil com os Estados Unidos sobre o etanol, vai justamente no sentido oposto. A exportação de etanol para os norte-americanos vai aumentar ainda mais o poder das empresas de agronegócio estrangeiras no Brasil. Além da produção de etanol .

Mas não se formou uma visão dividida dessa questão? Por um lado, há os riscos ambientais e sociais da expansão do etanol, mas é uma possibilidade interessante para países sem reservas de petróleo, como Cuba, que criticou o acordo do Brasil com Estados Unidos.
Houtart: Óbvio que, para a Venezuela, por exemplo, num futuro sem petróleo, o etanol será importante. Mas precisamos ver o custo ambiental e social disso.

Temos de saber que ainda que nós colocássemos os 2/3 da superfície terrestre a produzir etanol, não vamos suprir o consumo de petróleo que existe hoje. Então o etanol e o biodiesel são apenas uma parte da solução, não são “a” solução. Precisamos discutir a quantidade de energia que o mundo consome hoje. E isso tem a ver com o modo de vida capitalista da sociedade atual, centrado na cultura do carro e dos altos padrões de consumo. E para mudar isso, é preciso mudar todo o modelo de desenvolvimento dos países.

Eu estive recentemente nos Estados Unidos e a discussão sobre o etanol não passa pela melhora do clima. O que eles dizem é: “isso vai nos permitir ser menos dependentes do Oriente Médio e da Venezuela”.

Lá, eu li no jornal norte-americano mais popular, o USA Today, um anúncio publicitário: “Como o aquecimento global pode deixá-lo rico”. Então, se é para estender o poder das grandes empresas de agronegócio, não é bom. Pois não muda a lógica de aumentar o lucro cada vez mais, independente dos efeitos colaterais.

Além de Venezuela e Bolívia, o MST também rompe essa lógica?
Houtart: Sim, em outro âmbito, que não é de governo, é o caso do MST. O uso do solo com o fim de garantir, primeiro, a alimentação das famílias e, depois, da sociedade, está nesse espírito. A produção de alimentos sem agrotóxicos, sem visar somente o lucro na produção, também.

Fonte: Agência Brasil

Rizzolo: Acho que a análise é boa e essa questão do fato da América Latina ter sido mais prejudicada pelo neoliberalismo e as privatizações da década de 1990. E conviver mais de perto com o império norte-americano fez com que a América Latina se volte para uma política não neoliberal que também não é socialista, existe sim um direcionamento socialista , contudo , com muita propriedade salientou a expansão do agronegócio no Brasil e a entrega do solo brasileiro, tenho alertado e discordo dessa ” estratégia canavieira “, precisamos ir com cuidado, cautela, as Usinas de Alcool já estão sendo vendidas e muitas já estão nas mãos de especuladores internacionais, o próprio Soros veio aqui pra isso, temos que ter cuidado com o nosso solo, nossas riquezas, chegaremos num momento que não teremos mais controle, isso é uma forma de conquista territorial.

Deve haver muitos militares, cidadãos comuns, empresários progressistas, nesse Brasil que pensam como eu, eu será que sou um Advogado que delira nas madrugadas diante de seu Blog ?

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MST reunirá 17 mil trabalhadores em Brasília em seu maior congresso

O 5o Congresso do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), que será aberto na noite desta segunda-feira (11), em Brasília, pretende ser o maior congresso da história do movimento, com participação de 17.500 representantes de acampados e assentados de todo o País. Além da grande participação e das comemorações pelas conquistas dos trabalhadores Sem-Terra nos últimos 23 anos, o coordenador João Pedro Stédile e demais lideranças do Movimento querem conseguir uma audiência como Presidente Lula até sexta-feira para entregar o documento final do encontro.

“Reforma Agrária: por Justiça Social e Soberania Popular” é o tema do evento que, durante cinco dias, manterá trabalhadores e trabalhadoras rurais acampados em torno do ginásio, onde acontecem os debates sobre o atual estágio da questão agrária, o papel do estado sob a presidência de Lula e a conjuntura política internacional.

Segundo o integrante da coordenação nacional do MST, Gilmar Mauro, o lema do Congresso surgiu da compreensão do Movimento de que o combate às desigualdades e a garantia da efetiva participação política da população dependem da mudança da estrutura fundiária no país.

“A luta por Reforma Agrária está casada com a busca por Justiça Social e Soberania Popular, dentro de um conjunto de lutas da classe trabalhadora para alterar as condições de trabalho, o modelo econômico e agrícola para caminharmos na perspectiva de discutir com a sociedade brasileira um novo projeto para o Brasil”, conclui.

Contra o agronegócio

O MST avalia que o país apresenta uma nova conjuntura da questão agrária, que passou por mudanças na década de 90, quando o mundo passou por um processo de globalização capitalista, que impôs aos países periféricos no meio rural o chamado agronegócio.

O modelo agroexportador é caracterizado pela produção em grandes extensões de terra de monocultura para exportação, de forma mecanizada e com a expulsão de mão-de-obra do campo. O avanço do agronegócio e das empresas transnacionais, sob a hegemonia do capital financeiro, mudou a questão agrária no país.

Por outro lado, a pobreza, superexploração do trabalho dos camponeses e a concentração de terra continuam sem solução. Mais de 230 mil famílias estão acampadas pelo país, das quais 140 mil integram o MST.

Programa agrário

Para se contrapor a esta situação, o MST vai apresentar à sociedade a sua proposta para o campo brasileiro, intitulada “A Reforma Agrária necessária: Por um projeto popular para a agricultura brasileira”.

O programa agrário apresenta objetivos e propostas concretas para a resolução da questão agrária, com a garantia de boa qualidade de vida e trabalho aos Sem Terra e a superação da brutal desigualdade social no campo.

Também propõe o modelo da soberania alimentar, com a produção de alimentos a toda a população, e a preservação da natureza.

“Esse projeto vem sendo construído nas nossas bases há dois anos e o congresso vai receber as propostas”, explica uma das coordenadoras nacionais do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Marina dos Santos.

O documento servirá, segundo ela, de base para as negociações com o governo federal e também será divulgado na sociedade como plataforma de alternativas do movimento. “Vai ter uma avaliação de como está o campo hoje e as propostas nossas de reforma agrária”.

Medida paliativa

Marina considera que o governo faz reforma agrária “apenas como uma medida paliativa de distribuição de terras”.

O documento do MST, segundo ela, vai propor “um amplo programa de distribuição de terras e com financiamento que melhora realmente a vida da população do campo. O programa propõe “fortalecer a agricultora camponesa e ter recursos de fato destinados para os moradores do campo na área da saúde, educação, lazer e geração de renda”.

“Que seja um projeto que, realmente, esteja baseado na produção de alimentos sem o uso de adubos químicos e sem agrotóxicos, respeitando as pessoas e nossa biodiversidade”, afirmou a coordenadora do MST.

Comemorações

O evento será também uma grande festa para comemorar as conquistas dos trabalhadores Sem Terra nos últimos 23 anos, demonstrando a unidade dos integrantes do movimento e apoio da sociedade à luta pela Reforma Agrária. “É um momento de fortalecimento e consolidação do Movimento, trabalhando a mística e os nossos valores”, afirma.

“O Congresso é um espaço de confraternização interna, onde temos a possibilidade de encontrar toda a companheirada que faz a luta de norte a sul do país. É um momento impar onde podemos fazer as discussões, estudos e estabelecer as táticas”, define.

Site do PC do B
Rizzolo: A Reforma Agrária passa a ser emblemática no avanço das conquistas sociais e soberania popular, não há como avançar num regime capitalista se não for através da luta e da suporposição de conquistas para leva-las à uma negociação. Um projeto de um novo Brasil com justiça social não se faz de forma contemplativa, e sim alterando as relações de trabalho ampliando a Justiça Social, o MST assim como o MTST são movimentos essenciais de avanço para abrir a negociação e tentar mediar medindo estratégias para novas relações de produção a serem implementadas no Brasil. Trocando em miudos, ” não é ficando bonzinho, e esperando que os parlamentares avançem descompassados que a Justiça Social será implementada, é sim na luta com movimentos como MST e MTST e conscientizado o eleitor e reprimindo a mídia golpista, que caminharemos em direção ao socialismo, um socialismo maduro, onde haverá uma equidade entre as relações de produção e as forças produtivas.”

CGTB: usineiros descumprem lei que obriga custeio da assistência médica aos trabalhadores rurais

Secretaria Nacional dos Trabalhadores Rurais da CGTB quer rigor na fiscalização

Recém criada, a Secretaria Nacional dos Trabalhadores Rurais da CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil) defende maior rigor da fiscalização para garantir o cumprimento da Lei 4.870, que obriga os usineiros a recolher 1% e 2% sobre o comércio de álcool e açúcar, respectivamente, para custear despesas com assistência médica e social dos empregados do setor. Somente entre 1999 e 2004, mais de R$ 1 bilhão deixaram de ser repassados para melhorar as condições de trabalho dos cortadores, que ainda sofrem com a pesada sobrecarga de trabalho e enfrentam condições que estão levando muitos à morte por exaustão.

Entre os objetivos da nova secretaria da CGTB, lembra seu coordenador, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Quatá, Antônio Cerqueira de Souza (Toti), que aglutina cerca de 50 entidades sindicais do interior paulista, está o fortalecimento da organização e a mobilização da categoria por melhores condições de trabalho, de salários e o respeito à Lei 4.870, que vem sendo solenemente ignorada pelos usineiros.

“Queremos mostrar a realidade em que vivem os trabalhadores rurais, que têm muitos dos seus direitos descumpridos devido à falta de organização de alguns sindicatos. Com a força da Central, nós poderemos participar de órgãos governamentais que formulam medidas para melhorar as condições de trabalho e as suas remunerações. Acredito que a CGTB abriu o caminho e vamos trabalhar juntos para avançar cada vez mais”, destacou.

Integram a nova secretaria da CGTB o presidente do sindicato dos Trabalhadores Rurais de Tapiratiba, José Gonçalvez; de Leme, Sandoval Britto; de Tupã, Paulo Oimada; de Flórida Paulista, Valdir Fernades; e Elizeu Araújo, representante da HS Assessoria, que presta apoio aos sindicatos.

Toti lembrou ainda da questão previdenciária que está sendo debatida, onde a direita ataca os direitos dos trabalhadores rurais e propõe o aumento da idade mínima para a aposentadoria. “Isso é um absurdo, pois os usineiros não levam em consideração as condições de trabalho dos agricultores e se esquecem que muitos deles, como é o caso dos cortadores de cana, contribuem para a Previdência sobre salários de até R$ 1.000,00 e acabam recebendo apenas o mínimo na aposentadoria. Primeiro é preciso reduzir a jornada de trabalho no campo, equiparar as condições de trabalho com os da cidade e melhorar as condições de vida destes trabalhadores. Nós temos que ampliar os direitos e não cortá-los. Não se pode comparar a vida de um trabalhador rural que começa a trabalhar com 18 anos no corte de cana com um urbano. Aos 60 anos ele já está um bagaço”, ressaltou.
Hora do Povo
Rizzolo: Melhorar a condição do trbalhador rural é primordial, a Lei 4.870, que obriga os usineiros a recolher 1% e 2% sobre o comércio de álcool e açúcar, respectivamente, para custear despesas com assistência médica e social dos empregados deve ser cumprida, agora temos que dar condição de aprimoramento e profissionalização aos cortadores de cana, até para que possa ser mecanizada a lavoura, evitando queimadas. Comparar trabalhador urbano com cortador de cana é um absurdo.