Lula e Moura Neto enfatizam importância da conclusão do Programa Nuclear da Marinha

“Ao celebrarmos a nossa Data Magna, desejo afirmar que a Alta Administração Naval vem envidando os maiores esforços para garantir a operacionalidade da Força voltada para o cumprimento de sua missão. Com este intuito, atribuo prioridade máxima ao Programa de Reaparelhamento da Marinha, que nos permitirá substituir e/ou modernizar nossos navios, aeronaves e equipamentos do Corpo de Fuzileiros Navais, e à elevação do patamar orçamentário. “Enfatizo, também, a importância de concluir o Programa Nuclear da Marinha, que, desde 1979, representa um extraordinário progresso no campo da ciência e tecnologia, em prol da Nação”, destacou o comandante da Marinha, almirante-de-esquadra, Julio Soares de Moura Neto, na comemoração dos 142 anos da Batalha Naval do Riachuelo, dia 11 de junho.

“Constatou-se, naquela ocasião, que faltava ao Brasil um poderio militar capaz de dissuadir agressões. Não desejávamos confronto e nem estávamos preparados para o mesmo”, lembrou o almirante sobre “a luta que durou cinco longos anos”, com “árduos desafios de ordem logística e operacional” até ao triunfo final. “Encouraçados e monitores, incorporando novas tecnologias, tiveram de ser apressadamente adquiridos no exterior ou construídos no Arsenal da Marinha do Brasil”.

“Assim como no passado, o Brasil requer uma Marinha adequadamente dimensionada e equipada, apta a executar efetivamente o seu dever, como e quando for demandado pela vontade nacional. Para tal, é necessário alocar os recursos e meios indispensáveis para que possa atuar na vigilância e proteção de nossos interesses e soberania”, diz o almirante Moura Neto.

Em mensagem à Marinha, o presidente Lula reforçou a importância do reaparelhamento das FFAA e destacou o Programa Nuclear da Marinha “que apresenta considerável progresso, com a realização de dois projetos: o do ciclo do combustível, empregando ultracentrífugas projetadas no Brasil, o que já conseguiu. E também a conclusão da unidade de gaseificação de compostos de urânio, que está em andamento. E o desenvolvimento e a finalização, com tecnologia própria, de uma planta nuclear de geração de energia elétrica, incluindo o reator nuclear, o qual está bastante avançado, porém ainda não está pronto. A conclusão desse reator permitirá que ingressemos no seleto grupo de países com capacidade de desenvolver submarinos com propulsão nuclear”, afirmou o presidente.

A Batalha Naval do Riachuelo travou-se a 11 de Junho de 1865 às margens do rio Riachuelo, afluente do rio Paraguai, na província de Corrientes, na Argentina. A cada ano, a Marinha comemora a data prestando homenagem ao Almirante Francisco Manoel Barroso da Silva, comandante que conduziu a Armada Brasileira à vitória e que foi recentemente incluído pelo Congresso Nacional no livro dos heróis da Pátria.

Hora do Povo

Rizzolo: Como tenho dito reiteradamente, que as Forças Armadas precisam de uma reestruturação , ontem falei sobre a Imbel e hoje essa questão de concluir o Programa Nuclear da Marinha é de suma importância. Como muito bem colocou o comandante da Marinha, almirante-de-esquadra, Julio Soares de Moura Neto ” temos que dar prioridade máxima ao Programa de Reaparelhamento da Marinha, que nos permitirá substituir e/ou modernizar nossos navios, aeronaves e equipamentos do Corpo de Fuzileiros Navais, e à elevação do patamar orçamentário.”

Rendo aqui minhas humildes homenagens nesse Blog ao Almirante Francisco Manoel Barroso da Silva, comandante que conduziu a Armada Brasileira nessa batalha, e convido você a conhecer mais sobre a Batalha do Riachuelo

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Advogado: “Vavá é um homem simples, não fez lobby, apresentações e nem credenciais”

Em entrevista coletiva concedida no domingo, o advogado Nelson Passos Alfonso, que defende Genivaldo Inácio da Silva, o Vavá, afirmou que o seu “cliente é uma pessoa que tem pouca cultura, a compreensão dele é muito pequena. Ele não é uma pessoa que tem condição de fazer lobby”. Vavá é acusado pela Polícia Federal, com base em gravações telefônicas, de praticar tráfico de influência por ser irmão do presidente Lula.

“Ele (Vavá) me disse que nunca esteve em um ministério. Não tem condições de se portar em frente a um ministro, não tem preparo para isso. Lobby, apresentações, credenciais, ele não fez”, disse o advogado, destacando que Vavá se alfabetizou pelo Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização). Questionado se ele poderia estar desqualificando seu cliente, o advogado respondeu que não. “De forma alguma. Ele é um homem simples. Não o estou desrespeitando”, disse.

Numa das gravações, Vavá conversa com Nilton Servo sobre “máquinas”. A PF acha que são caça-níqueis, mas o advogado de Vavá diz que são máquinas de “terraplanagem”. Numa outra conversa, Vavá pediu dinheiro para Servo: “Ô, arruma dois pau pra eu (sic)?”. O filho de Vavá, Edson Inácio, afirmou que o pai ganha pouco mais de R$ 2 mil por mês de aposentadoria e pediu dinheiro emprestado a Servo. “Com dificuldade financeira, pediu dinheiro por amizade e necessidade”, disse.

O advogado de Vavá também disse que o fato de ser irmão do presidente Lula pode atrair pessoas mal-intencionadas, achando que ele pode conseguir algo. “Por ser irmão do presidente, é possível dizer que as pessoas se aproximavam e faziam pedidos acreditando que ia haver avanço”, ressaltou Alfonso.
Hora do Povo

Rizzolo: Ah! Achar que o Vavá é lobista, é brincadeira, né, o sujeito que é articulado, até por uma questão de “osmose intelectual empresarial” , aprende que não é dizendo ” Ô arruma dois pau pra eu ” , que o empresário vai acreditar nele, não é por nada. mas não empresta confiabilidade, é obvio que não é o perfil, pra mim é um ingênuo, uma pessoa simples; passa muito por aquela pessoa humilde que é irmão do Presidente e no Bairro onde mora é tido como um rei. Agora, serviu muito pra dizer que nem o irmão do Lula é perdoado, isso aí sim. Tá bom vai, de qualquer forma, valeu !

Ministro do Desenvolvimento defende retomada de Angra 3

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, defendeu a retomada das obras da usina nuclear Angra 3. “Precisamos definir uma matriz energética para trabalhar no futuro. Hoje essa matriz ainda é baseada na energia hidrelétrica e no petróleo para carros”, declarou Jorge.

Segundo o ministro, os únicos obstáculos são financeiros, e não ambientais. “Hoje os critérios para a retomada de Angra 3 são mais financeiros do que qualquer outra coisa. Já está provado que a energia nuclear é muito segura. Vários países a adotam. Trata-se da mais limpa das energias e agora é apenas uma questão de como financiá-la” afirmou Miguel Jorge. O ministro acredita que a energia nuclear é “compatível” com o modelo de desenvolvimento do País.

Sobre o lixo radioativo, no caso da retomada de Angra 3, o ministro disse: “pelas explicações que vi apresentadas por técnicos, isso já está de acordo”.
Hora do Povo.

Rizzolo: Não sei não, acho que ainda existe o pessoal que com o pretexto ambiental quer dar uma ” segurada” no projeto de retomada de Angra 3, temos que avançar na Energia Nuclear, não temos tempo a perder, é o futuro do Brasil em jogo, não há desenvolvimento sem energia.

O Brasil se constitui na sexta maior reserva de urânio do mundo, com apenas 25% do seu território devidamente explorado o que garante ao país autonomia em relação à produção do combustível nuclear, é a nossa vocação energética.

Na véspera da votação, bancadas buscam “eixo” para a reforma política

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A possibilidade de a Câmara votar nesta quarta-feira a reforma política (Projeto de Lei 1210/07) levou os líderes a sondar as bancadas nesta terça-feira em busca de consenso. O saldo das consultas, ao final do dia, mostrou que os partidos não conseguiram fechar posição em torno dos pontos mais polêmicos (fidelidade partidária, lista fechada, financiamento público de campanha e fim das coligações em eleições proporcionais).

O DEM foi a única legenda que anunciou apoio ao projeto. “Fechamos 100%”, disse o líder, deputado Onyx Lorenzoni (RS). A maioria dos partidos, porém, deixou a decisão para esta quarta. Até às 19 horas desta terça, o PL 1210/07 havia recebido 144 emendas.

O PMDB, partido com maior representação na Casa, optou por fazer uma consulta formal à bancada. Até esta quarta-feira, os deputados vão votar se concordam ou não com a lista fechada e com o financiamento público, os dois pontos que devem iniciar a votação da reforma. Antes, o partido havia decidido liberar a bancada, mas com a pressão dos vice-líderes, que pediram uma posição oficial, o líder, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), decidiu consultar os deputados do PMDB. Nos demais pontos da reforma, será mantida a liberação da base.

Novas reuniões

O PT também optou por uma consulta formal à bancada. Segundo o líder do partido, deputado Luiz Sérgio (RJ), a maioria dos deputados votou a favor da fidelidade partidária, das listas fechadas, do fim das coligações, do financiamento público e da cláusula de barreira. A decisão final, no entanto, será sacramentada pela Executiva Nacional do partido, em reunião a ser realizada nesta quarta-feira pela manhã.

Os tucanos também deixaram para esta quarta a decisão do partido, já que nesta terça não houve consenso. Segundo o líder do PSDB, deputado Antonio Carlos Pannunzio (SP), o objetivo é fechar posição sobre cada um dos pontos da reforma.

O PCdoB fechou questão a favor do que considera serem os dois pilares da reforma: o financiamento público e a lista fechada. (Leia mais aqui)

No caso do PDT e do PPS, os parlamentares deliberaram por apoiar pontos específicos. O PDT decidiu que vai votar contra a lista fechada e o financiamento público. Para os demais pontos, o partido está aberto à negociação. No PPS, o líder, deputado Fernando Coruja (SC), afirmou que não foi possível chegar a um consenso sobre a lista fechada. Durante a votação desse dispositivo, ele vai orientar a bancada para votar a favor. No entanto, a legenda respeitará, segundo ele, quem optar por um caminho diferente. “Se aprovarmos esse artigo, o restante passará fácil”, avaliou Coruja.

O Psol vai votar a favor do financiamento público e da lista, mas apresentou uma emenda para torná-la flexível. Ou seja, o eleitor poderá mudar a ordem dos candidatos.

Consenso difícil

Para o líder dos tucanos, essa diversidade de situações mostra como não há consenso na Casa sobre a reforma política. “Está mais fácil manter as conversas com os líderes do que com as bancadas”, afirmou Pannunzio, ressaltando um sentimento muito citado hoje entre os deputados. “A votação será imprevisível”, salientou, por sua vez, o líder do PT, Luiz Sérgio.

Mesmo reconhecendo a divisão entre os deputados, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, disse que é preciso votar de vez a reforma. “Esse tema não pode ficar circulando indefinidamente na sociedade “, afirmou, após a reunião do colégio de líderes que decidiu começar nesta quarta-feira a votação do PL 1210/07.

Com informações da Agência Câmara
site do PC do B

Rizzolo: A reforma política é de extrema importância, especialmente sobre o financiamento público de campanhas e o voto em lista fechada, sem os quais não se acaba com o caixa dois e a corrupção eleitoral”, alem disso com a lista partidária as campanhas eleitorais ficarão pelo menos 70% mais baratas e o financiamento público será possível.

Com o fim das coligações proporcionais e a fidelidade partidária estaremos fortalecendo o sistema partidário e democrático brasileiro, afastando o crescente poder econômico que a cada eleição decide, na prática, quem se elege e quem não se elege. O mandato tem que ser do partido, como já decidiu o próprio TSE, e espero que o STF confirme, os mandatos são dos partidos e ponto final.

“Chávez é um companheiro e eu confio nele”, afirmou Lula

Ele defendeu a não renovação da concessão da RCTV e declarou que a política externa dos EUA provocou “golpes militares na AL”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a decisão de Hugo Chávez de não renovar a concessão da RCTV, emissora de televisão venezuelana que, entre outras irregularidades, participou ativamente do golpe de Estado de abril de 2002. “O fato dele não renovar a concessão é tão democrático quanto dar (a concessão)”, disse Lula. “Não sei porque a diferença entre dois atos democráticos”, questionou, em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo”, realizada durante a viagem presidencial à Alemanha.

Para Lula, está havendo má-fé nas críticas à decisão tomada pelo governo venezuelano no caso da RCTV. “Eu acho que não dá para ideologizar essa questão da televisão”, assinalou. “O mesmo Estado que dá uma concessão é o Estado que pode não dar a concessão”, disse. “O dado concreto é que Chávez utilizou a legislação que vigora no país e tomou a decisão”, prosseguiu. “Por que eu, presidente do Brasil, vou ficar dizendo se ele fez certo ou errado? Quem tem que julgar isso é o povo da Venezuela, não eu”.

PETRÓLEO

“No Brasil vencem concessões sempre, e que passam pelo Senado para que haja renovação. Nos Estados Unidos há concessões. Algumas são renovadas. Vai da visão que cada presidente tem da situação”, argumentou Lula. “A diferença com o Brasil é que conseguimos colocar na Constituição que isso passa pelo Congresso. Não é uma decisão unilateral do presidente. Lá é. Faz parte da democracia deles”, acrescentou. Lula ressaltou que o presidente Chávez “esperou vencer a concessão”. “O Chávez teria praticado uma violência se tivesse, após o fracasso do golpe (em 2002), feito a intervenção na televisão. Não fez”, disse.

Em entrevista dada ao jornalista David Frost da emissora “Al Jazira”, no final da semana passada, Lula voltou a falar sobre a Venezuela e creditou os conflitos dos Estados Unidos com a Venezuela aos problemas com o petróleo. “Os Estados Unidos precisam do petróleo da Venezuela e a Venezuela precisa vender petróleo aos Estados Unidos”. Por isso, para Lula, esta é uma crise “difícil de entender”. “Um dos motivos pode ser que durante muitos anos a política venezuelana esteve muito subordinada à dos Estados Unidos, sobretudo em relação ao petróleo”, avaliou.

“Contra isso se rebelou Chávez, a quem consta que foram os norte-americanos que tentaram derrubá-lo”, acrescentou Lula. Para o presidente brasileiro, a solução do problema da relação entre os dois países poderá vir com a mudança na direção da Casa Branca. “Acredito que com outro presidente poderiam ser recuperadas as relações entre Estados Unidos e Venezuela, que são para o Brasil dois países amigos que queremos que vivam em paz, e sobretudo também com o Brasil”, afirmou.

Lula lembrou que sua relação com Chávez “não é apenas uma relação de chefes de Estado, mas de amizade, de companheirismo”. “Chávez é um companheiro que tem uma relação excelente comigo, pessoalmente, e também com o Brasil”, acrescentou. “O Brasil tem interesse na Venezuela e eles no Brasil. Temos projetos conjuntos. Estamos construindo, por exemplo, uma refinaria. Há muitos investimentos brasileiros na Venezuela e acredito que essa cooperação entre os dois países vai continuar”, disse Lula.

No sentido oposto ao de certos políticos precipitados, entre eles, o deputado Ricardo Berzoini, presidente do PT, que saiu atacando Chávez, pela crítica deste ao Senado, após a insólita nota condenando a não renovação da concessão à RCTV, Lula apoiou publicamente a decisão soberana da Venezuela. “A decisão é deles. Ninguém tem que se meter nesse assunto”, disse. “Eu tenho confiança no presidente Chávez e estou seguro que ele também tem confiança em mim. Quando temos alguma diferença, falamos abertamente sem que haja segredos entre nós”, prosseguiu o presidente. O Partido dos Trabalhadores também divulgou nota apoiando a decisão de Chávez.

Como havia feito na Inglaterra, Lula voltou a criticar a política dos Estados Unidos para a América Latina. “Nunca observei uma política dos EUA para contribuir com o desenvolvimento dos países mais pobres da América Latina. Por isso, a região latino-americana tem uma visão antagônica em relação ao governo dos EUA”, lembrou. “Os golpes militares que aconteceram em toda a América Latina: Chile, Argentina, Uruguai e Brasil, apenas para dar alguns exemplos, contaram com uma grande participação da política externa dos Estados Unidos”, disse Lula. “Além disso”, prosseguiu, “a imagem dos EUA, por exemplo, na guerra do Vietnam, na guerra do Iraque; Baía dos Porcos, em Cuba, representam intervenções que têm levado a confrontos até entre os próprios americanos”.

CHÁVEZ

No último domingo, o presidente Chávez agradeceu, em seu programa de televisão, “Alô, Presidente”, as declarações de Lula em apoio às suas medidas. “Quero publicamente agradecer a Lula pelas suas declarações que representam a verdade”, disse Chávez. “Queriam que Lula opinasse contra a decisão que tomamos de não renovar a concessão a uma emissora de televisão. Não conseguiram. O que conseguiram foi o contrário”, afirmou. “Eu e Lula somos grande amigos e companheiros e estamos empenhados na união da América do Sul”, completou o presidente Hugo Chávez.

SÉRGIO CRUZ

Rizzolo: E agora com que cara esses “bobos a serviço do império”, ” “vassalos do reino da pilhagem” ficam, parece aquela briga de marido e mulher que voce toma partido para defender um se indispondo com o outro e daqui a pouco os dois estão juntos falando mal de voce. Papel feio hein ! E esse Ricardo Berzoini ” o precipitado” , aquele que quiz fazer bonito prestando vassalagem ao coral dos midiáticos do Senado, e acabou sozinho. Feio, hein ! Bem feito ! (risos..)

Racismo e hipocrisia

Somente na semana passada, “Veja” descobriu que não existem raças na espécie humana. A revista dos Civita, além de reacionária, é retardada – coisa que já desconfiávamos. Há décadas se sabe que as diferenças biológicas entre os indivíduos de uma determinada etnia são maiores do que aquelas existentes entre indivíduos de etnias diferentes. De Franz Boas, no final do século XIX, até Stephen Jay Gould, falecido em 2002, passando por outros cientistas, esta se tornou uma verdade corriqueira.

Porém, só agora “Veja” a descobriu. Tal retardo intelectual não é por acaso, assim como não é acaso que o Civita tenha arrumado como financiador, quer dizer, “sócio”, o grupo sul-africano Naspers, mídia do Partido Nacional, o partido do apartheid na África do Sul.

Há quase 100 anos que somente os racistas têm sustentado – ou, melhor, expectorado – a existência de raças na espécie humana, e, claro, a superioridade da “sua raça” sobre “outras raças”. Os colonialistas do século XIX, Hitler, os racistas da África do Sul e os sionistas mais histéricos, todos estribaram sua exploração e genocídio sobre determinados grupos humanos em uma suposta inferioridade racial desses grupos. A demonstração científica de que o racismo é uma sandice, um preconceito estúpido e tresloucado, não os comoveu. Que o digam os negros, judeus, eslavos e árabes.

Mas era esperar demais que “Veja” reconhecesse seu atraso na matéria e se penitenciasse de seu passado racista. Segundo a revista, o fato de não existir raças prova que o racismo não existe. Ou, mais precisamente, prova que o racismo real não existe, pois “Veja” também descobriu que racista mesmo é quem acha que o racismo existe. Como poderia existir o racismo, se as raças não existem? Só racistas, certamente, poderiam denunciar racistas por racismo.

Se o leitor sentiu uma pequena sensação de tontura com esse contorcionismo, não se preocupe. É normal. O velho Einstein tinha razão: além do universo, só a estupidez de certos elementos é infinita. Do fato biológico de que não existem raças na espécie humana, não se depreende que não haja o fato social (ou anti-social) do racismo. Confundir uma coisa com a outra só é possível a patifes, canalhas, e, de forma geral, a débeis mentais. Pelo contrário, exatamente por não existirem raças, é mais escandaloso o caráter anti-humano do racismo e seu papel de instrumento bestial dos imperialistas, colonialistas, nazistas e outros gangsters. É um acaso que só exista hoje um país no mundo onde o conceito de “raça” ainda é levado oficialmente a sério, e este país seja, exatamente, os EUA?

Tudo isso vem a propósito do sistema de cotas para o ingresso nas universidades públicas. Segundo a revista, dois gêmeos idênticos reivindicaram sua inclusão nas cotas da UnB, mas somente um conseguiu que sua solicitação fosse deferida, apesar do patrimônio genético idêntico. Na linguagem porno-nazista de “Veja”, um foi considerado negro e o outro branco. Mas o que tem esse erro – aliás, logo corrigido pela universidade – com a justeza ou não do sistema de cotas? Rigorosamente nada, assim como o erro de um mesário em dia de eleição não invalida o sistema democrático.

Sem dúvida, as cotas não são a panacéia universal. Mas qualquer um sabe que os negros, depois de séculos de escravidão, ao conquistar sua liberdade, foram marginalizados: a própria indústria existente no país entre 1888 e 1930, preferia trabalhadores imigrantes a trabalhadores oriundos da Abolição e seus descendentes, como Celso Furtado ressaltou em seu clássico “Formação Econômica do Brasil”.

Com a Revolução de 30, muito se fez para remediar essa situação, a começar pela lei que determinava que dois terços dos trabalhadores nas empresas fossem brasileiros. Com isso, Getúlio incorporou os negros ao processo produtivo moderno. Também legalizou o ensino da capoeira e promoveu o samba como expressão musical do país.

No entanto, apesar desses avanços, é evidente que os negros ainda são discriminados no país, é evidente que a parcela deles com formação universitária é inferior a de outros segmentos da população, e é evidente que o Estado necessita combater essa desigualdade, promovendo os descendentes daqueles que, segundo Nabuco, construíram a Nação. Não há nada mais injusto do que tratar realidades desiguais como se fossem iguais. Tal farisaísmo somente serve para perpetuar a injustiça – e requentar o caldo de cultura dos racistas que atribuem inferioridade biológica àqueles que são apenas discriminados socialmente.

É exatamente aí que “Veja” quer chegar – e chega – com sua suposta descoberta de que não há raças na espécie humana. Se não é necessária nenhuma política para compensar os séculos de discriminação e marginalização, se os que estão em desigualdade, isto é, as camadas menos favorecidas, não precisam de atenção alguma para que superem a sua situação atual, então só há uma explicação para sua posição inferior na sociedade: elas estão em situação social inferior porque são inferiores. A afirmação de que não existem raças humanas, para esse tipo de hipócrita, de cretino a la Civita, é, portanto, mera presepada.

Se dúvida pudesse haver, bastaria lembrar a promoção feita por “Veja” quando dois racistas de Harvard publicaram “A Curva do Sino”, charlatanice que propugnava a menor inteligência dos negros. A prova, além de alguns testes de Q.I. já desmascarados por Gould (cf. seu brilhante “A Falsa Medida do Homem”), era a própria situação social dos negros. Ou seja, a discriminação social era travestida de inferioridade biológica.

“Veja” continua a mesma. Mas, talvez, isso não seja acurado: está mais cínica – e mais racista. Até o pessoal do apartheid virou seu proprietário.

Hora do Povo

Rizzolo: Existe no bojo da matéria da ” Veja”, no meu ponto de vista, uma insinuação que é a seguinte: Porque dar oportunidade a negros se raça não existe , logo, negros não existem, logo, não precisam de ajuda, porque são iguais a todos, logo não vamos dar oportunidade porque no fundo , mas bem no fundo mesmo negros são inferiores.

Agora ignorar que os negros depois de séculos de escravidão, ao conquistar sua liberdade, foram marginalizados chega a ser uma maldade ” Sul africana”, a própria indústria existente no país entre 1888 e 1930, preferia trabalhadores imigrantes a trabalhadores oriundos da Abolição e seus descendentes.

Basta ir aos Tribunais, nos ambulatórios médicos, ver os professores universitários, quantos são negros ? Quantos ? Mas isso para os defensores do separatismo etnico, isso, não vale nada, dizem eles ” se existem poucos é porque não batalharam não é, não mereçem ” Colher de chá “. O velho Einstein tinha mesmo razão: além do universo, só a estupidez de certos elementos é infinita.