“Veja” defende a pureza ideológica do marxismo

Hoje, senhores leitores, começaremos por um teste. Pedimos que leiam o seguinte trecho: “Karl Marx foi um pensador profundo e complexo que tirou a filosofia das nuvens e a colocou no mundo real. (….) Reduzir Marx ao esquerdismo de botequim que se nota em alguns livros e apostilas é uma ofensa ao filósofo alemão e um desserviço à educação dos jovens brasileiros”. Quem acertar qual foi o comunista que escreveu isso, ganhará uma viagem turística ao Bronx, bucólico bairro de Nova Iorque onde a vida é um eterno dia de São Cosme e Damião – bala pra todo mundo, não precisa nem ir atrás.

Não conseguiu descobrir? Ainda bem, leitor. Você acabou de se livrar do Bronx e ainda ficamos sabendo que não é leitor da “Veja”. Como? Sim, minha senhora, o trecho é da “Veja”, esse bastião da pureza ideológica do marxismo, na qual ficamos sabendo que Marx foi um “rigoroso filósofo alemão”; que “criticar o capitalismo é saudável”; e que os “dogmas e simplificações” são características do “marxismo vulgar”.

CRÍTICA

Entre um e outro curso de formação marxista na CIA, o Bob Civita comoveu-se com o drama de uma “dona de casa” escandalizada com o que leu nas apostilas do colégio de sua filha. É verdade que levou 9 anos para isso, desde que a filha entrou nesse colégio. Por sinal, uma dona de casa que se intitula “marxista desiludida”, o que só significa que ela confundia suas ilusões com o marxismo. Pelo seu retrato, a “dona de casa” em questão corre o risco de temperar o feijão com Chanel Nº 5 ou preparar vinha-d’alho com Chateau Dufort-Vivens, safra 1885, vinho que custa uns 15 ou 20 mil reais a garrafa…

Indignado com a deturpação do marxismo, o Civita encomendou uma crítica ao perigoso revisionismo das apostilas feitas pelo grupo COC, de Ribeirão Preto, São Paulo. Há alguns meses, ele arranjou um historiador da Universidade do Texas para fazer considerações sobre o capitalismo da Grécia no ano V a.C. Agora, a autora da contribuição crítica ao revisionismo só pode ser uma discípula daquele imbecil. Também convocou o sr. Roberto Romano, com seu pedantismo asinino, para falar do “emburrecimento dos jovens”. Sem dúvida, ele só não é especialista no assunto porque é muito chato. Não há jovem que agüente…

Mas, se os trechos que “Veja” reproduz são representativos do material do COC, essas apostilas são muito boas. Portanto, pessoal do COC, parem com esse negócio de mudar as apostilas. Nada de puxar o saco da “Veja”, pois o que ela está querendo é que vocês mudem o que está certo, não o que está errado. É só ler algumas pérolas do marxismo ortodoxo de “Veja”:

1) “A escravidão no Brasil é justificada pela condição de inferioridade do negro, colocado como animal, pois era ‘desprovido de alma’ (…). Além da Igreja, que legitimou tal sandice, a quem mais interessava tamanha besteira?”. Comentário de “Veja”: a Igreja já era, então, contrária à escravidão. O papa Paulo III escreveu, em 1537: “Ninguém deve ser reduzido à escravidão”.

O comentário de “Veja” é de uma ignorância crassa nos fatos históricos mais elementares. A Igreja condenou oficialmente a escravização dos índios no século XVI. Mas somente em 1839 ela condenaria a escravidão dos negros, através de uma bula do papa Gregório XVI. Declarações de alguns papas (Pio II, Paulo III, Urbano VIII) contra a escravidão negra jamais mudaram, durante 4 séculos, a posição da Igreja, estabelecida nas bulas de Eugênio IV, Nicolau V, Calisto III, Sisto IV e Inocêncio VIII. Se no caso dos índios argumentava-se que eles só se converteriam ao catolicismo se não fossem escravos, no caso dos negros a argumentação é que a conversão somente seria possível se eles fossem escravos.

2) “A dissolução das comunidades neolíticas, como também da propriedade coletiva, deu lugar à propriedade privada e à formação das classes sociais, isto é, a propriedade privada deu origem às desigualdades sociais (…).” (Capítulo “A pré-história”, pág. 103 da apostila do COC). Comentário da “Veja”: o conceito de “classes sociais” não se aplica a uma sociedade organizada em clãs. As desigualdades subsistem desde que a humanidade vivia da caça, da pesca e da coleta.

O comentário de “Veja” é coisa de idiota, além do mais, pedante. A apostila não se refere a “uma sociedade organizada em clãs”, mas, exatamente, à dissolução dessa sociedade (“dissolução das comunidades neolíticas”), e à sociedade de classes que resultou dessa dissolução, após a substituição da propriedade coletiva pela propriedade privada dos meios de produção. É evidente que antes da existência de classes havia desigualdades. O homem e a mulher, por exemplo, já naquela época não tinham a mesma anatomia. Mas a apostila se refere a “desigualdades sociais”, ou seja, desigualdades de classe, que, naturalmente, só podiam existir depois do aparecimento das classes sociais. Que a empregada do Civita não entenda chongas de marxismo, vá lá. Mas seria bom que aprendesse a ler.

DESCONHECIDO

3) “O surgimento da propriedade privada dos meios de produção (…) provocou, na Grécia, a formação da sociedade de classes organizada sob a cidade-estado.” (Capítulo “O período arcaico”, pág. 128 da apostila do COC) Comentário de “Veja”: as classes na Grécia antiga eram determinadas pela ascendência dos cidadãos – e não por sua riqueza.

O filho do Rockefeller é tão burguês quanto o pai. O filho do Victor Civita, o Bob, é da mesma classe que o pai. Mas seria de um ridículo atroz dizer que no capitalismo as classes sociais são determinadas “pela ascendência”. É evidente que as classes são formadas por indivíduos e que estes indivíduos se reproduzem. As classes na Grécia eram determinadas pela propriedade (ou não) dos escravos, da terra e dos demais meios de produção. Puxar o saco do patrão, que herdou aquela fortuna toda “pela ascendência”, não faz parte do marxismo. E as classes também não são determinadas “por sua riqueza”, ainda que os proprietários dos meios de produção sejam mais ricos do que os não proprietários. É a classe a que se pertence que determina a riqueza (ou pobreza), e não a riqueza (ou pobreza) que determina a classe. Só um asno (ou uma asna) para trocar as bolas nessa questão. Além do que, é possível ser rico e ser um desclassificado: se as classes sociais fossem determinadas “por sua riqueza”, Al Capone seria um representante da burguesia norte-americana. No entanto, era apenas um marginal.

O que mais escandalizou a “dona de casa” e a “Veja” não foi um texto histórico nem marxista, mas um texto literário, “Como se conjuga um empresário”. O autor é Mino, descrito por “Veja” como um “desconhecido escritor cearense”. Pode ser desconhecido para as bestas que compõem a corte do Civita, que adoram colocar nas alturas qualquer mediocridade, contanto que seja americana. Mino foi colaborador do “Pasquim” e até fez umas vinhetas para a Globo. Trata-se de um talentoso pintor, chargista, cartunista, humorista e escritor da terra de José de Alencar e Clóvis Monteiro – avô do nosso editor-chefe. Não é a primeira vez que Mino é vítima da burrice. Deve ser o único escritor que perdeu o sobrenome devido à censura daquela ditadura da qual o pai do Bob era expoente. Os censores acharam que Mino Castelo Branco só podia ser gozação com o Castelo Branco que havia assumido o poder com o golpe de 64. Não houve jeito de convencê-los de que esse era mesmo o seu sobrenome. Nem com a carteira de identidade na mão…

CARLOS LOPES
Hora do Povo

Rizzolo: O mais engraçado, é o total desconhecimento da teoria marxista , o sujeito nem os livros básicos sobre marxismo leu, ou se leu ficou com medo que os outros lessem e se tornassem comunistas. É claro que exite um exagêro na matéria. Problema hein !

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“Acusação a Renan é procedimento perverso”

Ao apresentar oralmente a defesa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), no Conselho de Ética, o advogado Eduardo Ferrão afirmou que a acusação de Veja contra o senador era infundada e foi pinçada de uma questão particular “com astúcia, astúcia de répteis”. Além de demonstrar a inocência do senador, expondo as provas que desmontavam todas as mentiras, Ferrão mostrou aos senadores que as constantes manipulações da mídia golpista têm o objetivo de submeter as autoridades públicas e o conjunto da sociedade aos seus interesses. “Estamos vivendo um dos momentos mais difíceis da História do Brasil”, disse.

Ele classificou as matérias dessa mídia, principalmente de Veja, como “sórdidas”, “levianas”, “irresponsáveis”, “cretinas”, recheadas com “mau-caratismo” e “com sarcasmo”, lançadas de forma “farisaica, pretensiosa e auto-suficiente”.

Após citar episódios recentes e acusações contra diversas personalidades que ocupam cargos públicos, o advogado disse que “a Nação fica acuada (pela mídia). É o presidente do Senado, é o presidente do Congresso, é o presidente da República, é a Câmara dos Deputados, é o vice-presidente do Supremo, ou seja, as instituições passaram a ser questionadas, os homens públicos passaram a não ter respeito, a não ter valor. Só o que vale, o que é? É a mídia”, disse Ferrão, destacando que “o que importa (para não ser atacado) é estar bem com eles (com a mídia). Estando bem com eles, está tudo certo. Eles não admitem que alguém se oponha”.

“Se lança uma calúnia de capa. Por que não se pesquisou antes de acusar o presidente do Congresso de sonegador, de uma forma tão leviana, tão irresponsável, tão fácil, digo eu pessoalmente, tão cretina?”, indagou Ferrão, alertando os presentes: “Quem vai ser o próximo, senhores senadores?”.

O advogado de Renan citou também as acusações contra o irmão do presidente Lula, Vavá, condenando o vazamento de informações sigilosas e disse que “isso é criminoso”.

Ele reiterou que não tinha nenhum sentido dar prosseguimento ao processo contra o senador. “Eu quero chamar a atenção de vossas excelências para a perversidade desse procedimento, pois é a chancela a um gesto ignominioso, de uma indignidade com um senador da República, por alguém que quer vê-lo sangrar, lentamente”, alertou.

Hora do Povo
Rizzolo: É o que eu sempre digo, só ainda não tinha me dado conta dessa “astúcia de réptil ” da revista Veja , o que eu entendo é que no tocante aos animais vertebrado tetrápodes ou répteis que são encontrados em todos os Continentes não fazem mal a ninguem, no entanto os répteis da Veja são encontrados em qualquer banca de jornal, e querem sim transformar os leitores da elite em rastejantes às suas opiniões. Mas isso tá mudando, ruim pra Editora 1º de Abril !

Fair: Mídia nos EUA travestiu os golpistas da RCTV em ‘mártires’

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O grupo norte-americano Fair (Correção e Precisão em Reportagem), que há 20 anos atua em defesa da “diversidade de pontos de vista na imprensa”, faz levantamento de distorções repetidas pelos principais meios da imprensa norte-americana, sempre abafando a atividade golpista da RCTV

O grupo Fair tem atuação nacional nos EUA desde 1986 desenvolvendo um trabalho crítico sobre a atuação da mídia. Edita a premiada revista EXTRA! (foto ao lado) e mantém um programa de rádio semanal, através dos quais defende a necessidade de uma reforma que quebre “os conglomerados de mídia dominante” e “o estabelecimento de um sistema público de emissoras”. A seguir, publicamos os principais trechos de um texto da entidade divulgado na internet.

“Co-conspiradores do golpe como mártires da liberdade de expressão – Distorcendo a história da mídia venezuelana”

A história é armada na mídia norte-americana como um simples caso de censura: a proeminente estação de TV venezuelana RCTV está sendo silenciada pelo governo autoritário do Presidente Hugo Chávez, que está punindo a estação pelas suas críticas ao governo.

De acordo com o repórter da CNN, T.J. Holmes (21/05/07), a questão é fácil de se entender: “está sendo fechada, está indo para fora do ar, porque o presidente Hugo Chávez não é um grande fã dela”. Ao silenciar a RCTV “uma voz da livre opinião”, Holmes prossegue, “Chávez, em um movimento que enfurece muitos grupos de liberdade de expressão, está se recusando a renovar a licença dessa estação de televisão, que tem sido crítica de seu governo”.

Na mesma linha, uma notícia da Associated Press (20/05/07) mantém o a questão como uma recusa de licença baseada em simples diferenças políticas, com a repórter Elizabeth Munoz descrevendo a RCTV como uma “rede que tem sido crítica de Chávez”.

Em sua coluna de 14 de maio, o ex-editor do Washington Post, Jackson Diehl, classificou a medida como uma tentativa de silenciar oponentes e mais uma “prova” de que Chávez é um “ditador”. Escreveu Diehl que “Chávez deixou claro que seu problema com [dono da RCTV, Marcel] Granier e RCTV é político”.

Mantendo o script da mídia de que o cara mau Chávez brutalmente silenciou os caras legais da oposição democrática, todos esses artigos esconderam a história da RCTV e as explicações para a recusa na renovação da licença e o processo que os levou a isso.

ABRIL DE 2002

A RCTV e outras estações privadas foram fundamentais no golpe de abril de 2002, que brevemente expulsou o governo democraticamente eleito. Durante a breve insurreição, os líderes do golpe ocuparam as ondas de televisão para agradecer às redes: “Preciso agradecer à Venevisión e RCTV”, declarou um dos marcados líderes que foram gravados pelo documentário irlandês A Revolução Não Será Televisionada. O filme documenta a participação das redes no breve golpe, quando as estações se colocaram com o serviço de boletins para o golpe – recebendo os líderes do golpe, silenciando as vozes do governo e convocando a oposição a marchar ao palácio presidencial, parte do plano estratégico dos golpistas.

Em 11 de abril de 2002, dia do golpe, quando líderes militares e civis da oposição realizavam conferências de imprensa exigindo a saída de Chávez, a RCTV exibiu um dos líderes da conspiração, Carlos Ortega, que insuflou manifestantes a marchar ao palácio presidencial. No mesmo dia, depois que o golpe antidemocrático teve aparentemente sucesso, outro líder golpista, o vice-Almirante Victor Ramírez Pérez, disse a Venevisión (11/04/02): “Temos uma arma mortal: a mídia. E agora que tenho a oportunidade, deixe me parabenizá-los”.

A participação das redes de televisão privada no golpe, incluindo a RCTV, não está em questão; mesmo a mídia dominante reconhece. Como o repórter Juan Forero, colega de Jackson Diehl no Washington Post, declara (18/01/07), “a RCTV, assim como as três outras grandes estações privadas, encorajaram os protestos”, que resultaram no golpe, “e, uma vez Chávez fora, comemoraram sua saída”. O conservador jornal inglês Financial Times escreveu em (21/05/07) , “a Venezuela argumenta com alguma justificativa já que a RCTV apoiou ativamente a tentativa de golpe contra o Sr. Chávez em 2002”.

Como argumentamos na edição de novembro da revista EXTRA!, “se evento similar ocorresse nos EUA, e os jornalistas e executivos da TV fossem pegos conspirando com planos golpistas, é duvidoso que eles ficariam fora da cadeia, e que fosse permitido a eles continuar a transmitir, como ocorreu na Venezuela”.

INTERESSE PÚBLICO

Quando Chávez retornou ao poder, as TVs privadas se recusaram a cobrir as notícias, transmitindo ao invés programas de entretenimento – no caso da RCTV, o filme norte-americano Pretty Woman. Recusando-se a transmitir uma notável história, as estações abandonaram o interesse público e violaram a confiança pública que é vista na Venezuela (e nos EUA) como uma exigência para operar ondas públicas de transmissão. Lembrando a negativa da RCTV em cobrir o retorno de Chávez ao poder, o professor da Universidade Columbia e ex-editor da Radio Pública Nacional (NPR, sigla em inglês) John Dinges disse ao centro de mídia Marketplace (08/05/07):

“O que a RCTV fez simplesmente não pode ser justificado sob nenhum ângulo do princípio jornalístico… Quando um canal de televisão simplesmente se recusa a informar, simplemente fica fora do ar durante um período de crise nacional, não porque foram forçados, mas simplesmente porque não concordam com o que estava acontecendo, você perde a competência de defender o que você faz nos princípios jornalísticos”.

LIBERDADE DE OPINIÃO

O governo venezuelano está baseando sua recusa em renovar a licença da RCTV pelo envolvimento no golpe de 2002, e não pelas críticas da estação ou à sua oposição política ao governo. Há intelectuais norte-americanos e algumas vozes de direitos humanos que se confundiram sobre o assunto, reivindicando que a ação é baseada meramente em diferenças políticas, falhando em perceber que a mídia venezuelana, incluindo estações de rádio, ainda está fazendo parte da mais vigorosa dissidência do planeta.

Rizzolo: Donde se conclui que nenhuma mídia é confiável nos EUA, até porque o “sistema demoscrático americano ” se estabiliza e se apoia na mídia como formadora de opinião, deixando o cidadão americano alienado as pressões pelo sistema violento de informações que convém ao império. Noam Chomsky , escritor americano , ou como muitos americanos reacionários o classificam ” um judeu da filadélfia metido a esquerdista” , já havia demosntrado essa manipulação midiática nos EUA, em muitos de seus livros.

Agora, no dia em que Chavez retornou ao poder, numa atitude de desprezo essa RCTV, passar o filme norte-americano Pretty Woman, é demais, instigou o golpe, viu que não deu certo , e depois passa Pretty Woman, camarada Chavez ficou revoltado,e com razão é pra humilhar mesmo. Agora não pensam que se ele não estivesse retornado ao poder nesse dia a programação da RCTV ia ser melhor não, a programação iria ser de Pretty Woman para baixo. ( risos..)

Charge de Bira para A Charge Online

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do site do PCdo B

Rizzolo: É , o importante é fazer tudo pra desmoralizar, é a imprensa golpista, de engraçado não tem nada, viu, é triste !

Polêmica sobre lista partidára adia votação da reforma política

A Câmara dos Deputados adiou para semana que vem a votação do projeto que determina a lista fechada para eleições legislativas. Sem acordo e com um número alto de emendas (cerca de 300), os deputados desistiram de apreciar a proposta nesta quarta-feira (13). ”Vamos adiar por prudência”, disse o presidente da Casa, Arlindo Chinaglia. ”Retomaremos na semana que vem”, ressaltou.

Surpreendido pela resistência do plenário à proposta do voto em lista fechada para deputados e vereadores, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), adiou para a próxima terça-feira a votação do projeto de reforma política que estava prevista para a noite dessa quarta-feira.

A posição contrária do PSDB, definida no início da tarde, e uma forte dissidência no PT desequilibraram as forças no plenário, que estava praticamente dividido ao meio quanto à polêmica proposta.

”O acordo foi para o vinagre (…) em nome da prudência vou encerrar a sessão”, disse Chinaglia a jornalistas, ao anunciar que não havia mais unanimidade entre os líderes para manter a votação nesta quarta-feira.

Pela proposta original, o voto nas eleições para deputado federal, estadual e vereador seria dado diretamente aos partidos, não mais aos candidatos. As vagas obtidas por cada legenda serão distribuídas de acordo com uma lista (chapa) organizada internamente antes do pleito.

O texto da reforma política também propõe a adoção do financiamento público de campanhas, a mudança nas regras da cláusula de barreira e a criação de federações partidárias.

Um requerimento do deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) foi aprovado adiando a votação da reforma para a próxima terça-feira, o que abre tempo para negociação. O líder do Democratas, Onyx Lorenzoni (RS), disse que vai propor uma nova modalidade de lista, mais flexível, mas o PSDB já anunciou que não pretende ceder neste ponto.

O impasse foi criado depois da votação de um requerimento para encerramento da discussão e início da votação da proposta. A votação mostrou que as bancadas contrárias à lista fechada (de PSDB, PDT, PR, PTB, PP e PSB) eram maioria dentro do plenário. O requerimento havia sido apresentado pelos partidos pró-lista (PT, PMDB, Democratas, PPS e PCdoB). O objetivo era começar imediatamente a votação. Na votação do requerimento, vitória dos contrários à lista fechada: 245 a 194 e quatro abstenções.

Com isso, os líderes dos partidos que querem a lista preferiram adiar a votação. ”Vamos nos reagrupar e buscar alternativas. Vamos analisar com mais calma. Mas faremos a reforma política”, disse o líder do Democratas.

A sessão de votação foi longa. Começou na manhã desta quarta e se prolongou durante o dia. Dos partidos políticos, PT, PPS, PMDB, DEM e PCdoB assumiram posição a favor da proposta de lista fechada.

Sendo que o PT tomou a decisão com quase 30 dos 83 deputados da bancada contrários, e o PMDB com 26 dos 90 avisando que votarão pela rejeição do projeto. Decidiram votar contra os deputados de PSDB, PR, PDT, PTB, PSB e PP.

Este é o primeiro item da reforma política que o Congresso promete votar ainda este ano. Entre os temas que devem ser votados nas próximas semanas estão a fidelidade partidária e o financiamento público de campanha.

Opiniões diversas

Durante os debates, parlamentares de todas as legendas apresentaram seus argumentos contra e a favor da adoção da lista preordenada.

O ”bombardeio” discursivo contra a proposta de lista fechada partiu principalmente de parlamentares de base regional e personalistas que, desvinculados das direções de suas legendas, temem ser preteridos nas listas partidárias.

“O engraçado é que, no início da manhã, a lista fechada venceria majoritariamente. Mas as opiniões foram se contaminando e os deputados se assustaram em trocar um modelo conhecido por um desconhecido”, disse o líder do governo, José Múcio Monteiro (PTB-PE).

O PSDB, que segue orientação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso por uma reforma política restritiva, escalou seus principais oradores para torpedear a proposta de lista fechada e defender a adoção do voto distrital.

“Foi uma puxada de tapete do PSDB. A retirada de apoio alterou, sem dúvida nenhuma o resultado. A posição do PSDB surpreendeu e compromete. Não podemos esconder isso. É como estar a 100 quilômetros por hora e encontrar um quebra molas”, admitiu o relator da reforma, deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO).

O problema do discurso contrário à lista fechada é que, sem ela, dificilmente haverá possibilidade de se adotar o financiamento público de campanha pois, somente com a lista partidária permite que o recurso seja usado na campanha da legenda e não em campanhas individuais.

O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) afirmou que é favorável à mudança e acredita que as listas fechadas vão devolver a dignidade ao mandato parlamentar. Ele citou como exemplo das distorções da atual legislação eleitoral – o financiamento das campanhas que obriga o candidato a adotar estratégias humilhantes para arrecadar recursos.

Ele afirmou que, pessoalmente, decidiu não pedir mais dinheiro para suas campanhas. ”Não quero mais ter que viver a angústia de telefonar, marcar encontro com alguém que não conheço para pedir dinheiro para campanha. É um sentimento próximo da humilhação”, comparou. O parlamentar reconheceu que existem outras mazelas relacionadas ao assunto, como o problema do partido oligárquico e da influência do governo, mas ressaltou que ”pedir dinheiro não dá mais”.

O vice-líder do PTB Arnaldo Faria de Sá (SP) manifestou-se contra a reforma política, principalmente, o voto em lista fechada. Segundo ele, a reforma precisa ser feita, ”mas quem serão as cobaias são os vereadores, pois a próxima eleição é municipal”. Faria de Sá destacou que se as medidas não derem certo, será feita uma nova reforma para a próxima eleição para o Congresso.

Para ele, com a adoção da lista fechada, ”o eleitor votará no escuro”. Ele ressaltou ainda que o que está por trás da adoção da lista é o desejo por financiamento exclusivamente público das campanhas.

Na mesma linha, o deputado Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) classificou o projeto de reforma política em análise (PL 1210/07) conservador e oligárquico. ”Como a população vai saber em quem votar com as listas feitas por burocracias partidárias?”, questionou. Além disso, para ele, de nada adianta o financiamento exclusivamente público, se não for modificada a forma como são feitas as campanhas eleitorais. ”Reduzir gastos com campanhas eleitorais precisa ser uma prioridade.”

A deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), por outro lado, disse que seu partido resolveu apoiar o voto em lista fechada. Para ela, há uma necessidade urgente de fortalecer os partidos políticos. Ela rebateu a crítica de que com a adoção de listas seriam eleitos ”deputados biônicos”, sem ligação com o eleitorado. ”Faremos a campanha do partido, a campanha das idéias, do programa, mas com os nomes que compõem a lista”, explicou. Ela ressaltou que atualmente candidatos que tiveram mais votos nem sempre alcançam o Parlamento porque existe o coeficiente eleitoral.

Por fim, a deputada defendeu o financiamento exclusivamente público como forma de libertar as campanhas do poder econômico. ”Ou tornamos todo o Congresso Nacional num lobby em favor dos setores que financiaram as campanhas”, alertou.

Outra parlamentar do PCdoB, a deputada Manuela D´Ávila (RS), afirmou que o sistema partidário brasileiro não está em sintonia com a sociedade. Em sua avaliação, em um momento caracterizado por sucessivas denúncias de corrupção, o debate mais importante deveria ser sobre financiamento público de campanha, ”poderoso instrumento para combater a corrupção”, afirmou.

Manuela considera que a lista fechada, tema que ocupou os deputados durante todo o dia, ”não é o ponto mais importante da reforma política”. Entretanto, a deputada rebateu o argumento de que a lista é antidemocrática. A seu ver, a lista preordenada fortalecerá os partidos e reduzirá a personalização do mandato.

O deputado Leonardo Vilela (PSDB-GO) afirmou que a Câmara tem 513 deputados e 513 propostas de reforma política. ”É como escalação da seleção brasileira. Cada um tem a sua formação ideal”, comparou. Ele lembrou que as divergências sobre a reforma existem dentro dos partidos. No PSDB, segundo ele, foram oito reuniões de bancada para fechar uma posição. ”E essa posição, definida hoje, foi contrária à lista fechada. Vou obedecer essa posição, mas acredito que com a lista preordenada teríamos a chance de fazer evoluir o nosso sistema político.”

Vilela acredita que o sistema proporcional atual é rudimentar, elegendo deputado com 2 mil, 3 mil votos, o que, segundo ele, não fortalece os partidos. ”Esse sistema está doente”. Segundo o deputado, dentro de um sistema ruim, ultrapassado, a reforma política em debate seria a melhor escolha possível.

Da redação,
com agências
Site do Pc do B

Rizzolo; Infelizmente, a decisão da bancada tucana na Câmara Federal foi contra o voto em lista e o financiamento público das campanhas eleitorais, tudo a mando de seu mentor Fernando Henrique Cardoso que almeja uma reforma política restritiva, corrupta , é claro querem continuar sendo financiados pelo poder econômico, e a ” mesada da direita e dos fascistas como é que fica ” ? E pior ainda, tiveram a coragem de dizer que são sim a favor do financiamento privado, parafraseando a clássica frase do Soros que ” não sabia que é feio ser especulador no Brasil ” , bela democracia tucana, querem o dinheiro do empresariado para espezinhar e subjulgar o povo brasileiro ao bel prazer de seus interesses muitos dos quais internacionais, querem insistir num sistema comprovadamente corrupto. Até os ” democratas ” acompanhando o PT fecharam questão a favor do voto em lista, para você ver como o PSDB vive do dinheiro da elite, pouco estão se lichando com o povo brasileiro, e o coitadinho do eleitor incauto ainda vota em alguns deles.

Planos de Saúde têm reajuste de 5,76%

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) autorizou o aumento de até 5,76% nos planos de saúde, o mais baixo dos últimos seis anos. Apesar da tendência de queda nos percentuais de aumento (11,69% em 2005, 8,89% em 2006) ressaltada pela Agência, o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) denunciou que o reajuste ainda está acima da inflação do período.

Os usuários atingidos pelo aumento, que representam 15% dos contratantes de planos de saúde, são aqueles que assinaram seus contratos a partir da entrada em vigor da Lei de Planos de Saúde (janeiro de 1999) e que não têm intermediário na contratação (empresa, sindicato ou associação).

Segundo o Ministério da Saúde, o reajuste foi abaixo do que reivindicavam as prestadoras de saúde.

A nota do Idec adverte que a inflação dos últimos 12 meses, medida pelo IPCA, foi de 2,48% e que, “se considerarmos apenas os anos em que a Agência (ANS) adotou a prática de aplicar aos contratos índices acima do IPCA – a partir de 2004: o acumulado do IPCA é de 22%, enquanto o acumulado de reajustes de planos de saúde é de 43,7%”.

Hora do Povo
Rizzolo: Conseguir negociar bem com Planos de Saúde não é mérito nem deve ser prestigiado, temos sim que fazer a opção de uma vez por todas de um modelo de saude pública nos moldes europeus onde o Estado sim assume essa responsabilidade, e não adianta dizer que não funciona, que é ruim, porque na Inglaterra, na França, na Itália a saúde é problema do Poder Público, agora aqui, a nossa tradição de saude pública é americanizada, é fazer da mesma ” bem de comércio”, fazer lucro em cima da população que não pode contar com o Estado por que foi sucateado de propósito, nos restando ficar refem e prestar reverência a esses planos de saúde que na realidade estão aí pra ganhar dinheiro.

A argumentação dos exploradores é a seguinte; Mas nos EUA é tudo privado !, Nos EUA , o país que está sempre na pauta da revista Veja , a medicina não é papel do Estado ! Os papagaios adoram essa argumentação.

Minha resposta é a seguinte, EUA não é exemplo de nada muito menos em termos de saude pública onde constam 47 milhões de pessoas pobres desamparadas do ponto de vista médico, são imigrantes, negros, latinos, desempregados.

Vamos investir no Estado, na Saúde Pública de boa qualidade para todos. Não tem dinheiro ? Negociem a dívida externa como a Argentina fez, ou parem de fazer superávit primário. Ganhar dinheiro com Saúde Pública é imoral, mirem-se no exemplo da Europa, já que Cuba os reacionários não gostam, não é ?

Lula: Bush quer que os ricos continuem a poluírem e “que os pobres façam sacrifícios”

Em entrevista realizada na Alemanha o presidente Lula criticou o acordo fechado entre os países ricos do G8 em Heiligendamm, Alemanha, e garantiu que o Brasil não aceitará a pressão para que os países emergentes estabeleçam metas de redução de emissão de gás carbônico, posição que foi apoiada pela China.

“Não aceitamos que os países pobres tenham que fazer os sacrifícios”, afirmou Lula, após a reunião do G5 (Brasil, Índia, China, México e África do Sul), na Alemanha. “Os países ricos precisam assumir a responsabilidade em despoluir o planeta que eles poluíram”, acrescentou. Lula é contra a proposta de Bush de insistir em que o tema da poluição seja tratado fora das Nações Unidas.

A proposta de Bush é reunir cerca de 15 países, que produzem a maior parte de gases causadores do efeito estufa, para discutir uma meta de longo prazo sobre a redução da poluição. Nesse grupo estariam os integrantes do G8 e países com economias em crescimento rápido, como China e Índia. Lula disse que essa posição é “voluntarista”.

“O que Bush quer é um clube de amigos”, acrescentou Lula. “O dado concreto é que não existe perspectiva da proposta do presidente Bush ter qualquer prevalência sobre as decisões da ONU e outras decisões multilaterais, porque a proposta dele é: quem quer faz, quem não quer não faz”, acrescentou. “Se um país não é capaz de cumprir o resultado de uma convenção internacional que determinou orientações e diretrizes, não vai ser de forma voluntária que irá implementá-las”, denunciou Lula.
Hora do Povo
Rizzolo: A critica de Lula procede, não podemos discutir essa questão fora das Nações Unidas, o que os EUA querem é dar um jeito de manipular essa questão de forma a não produzir danos na sua economia que pouco está se importando com emissão de gás carbônico, e insiste que países emergentes façam a parte que deveria ser sua, é lógico, né ?