“Mas nós precisamos produzir mais. A energia nuclear é uma energia limpa, não emite CO2, portanto, não vai causar o efeito estufa no planeta Terra e a tecnologia do Brasil é perfeita”, afirmou o presidente na inauguração da P-52
“Para crescer acima de 5%, nós vamos ter que dizer aos investidores que não vai faltar energia neste País a partir de 2012”, afirmou o presidente Lula, ao anunciar, na quinta-feira, em Angra do Reis-RJ, a retomada da construção da usina nuclear de “Angra 3”. O anúncio foi feito durante a cerimônia de batismo da plataforma de prospecção P-52, da Petrobrás.
“Até 2012 está garantido, mas nós precisamos produzir mais”, disse Lula. “A energia nuclear é uma energia limpa, não polui, não emite CO2, portanto, não vai causar o efeito estufa no planeta Terra”, argumentou o presidente. “Se for termelétrica de carvão, sim, se for termelétrica de óleo diesel, sim, mas essa é nuclear e a tecnologia do Brasil é perfeita”, salientou. “Posso dizer para vocês que nunca acontecerá no Brasil o que aconteceu em Chernobil”.
Emocionado ao lançar a plataforma da Petrobrás, Lula lembrou que a indústria naval brasileira foi praticamente destruída nos últimos anos. “Eu, que passei metade da minha vida dentro de uma fábrica, comecei a matutar como era possível um país que já tinha tido, na década de 70, a segunda indústria naval do mundo, ter deixado desaparecer, como podiam simplesmente ter desmontado um setor da economia brasileira, com potencial tão extraordinário?”, indagou. Com capacidade para produzir 180 mil barris por dia, a plataforma P-52, lançada pelo presidente, é a primeira a ser construída no Brasil e será instalada no campo de Roncador, na Bacia de Campos, na primeira quinzena de setembro.
“E a gente simplesmente tinha desmontado, jogado milhares de trabalhadores ao léu, nós tínhamos levado trabalhadores ao desespero. A gente estava comprando tudo. Tudo o que a gente precisava fazer, tinha que comprar em Singapura ou na Noruega ou na Espanha ou comprava não sei onde”, denunciou Lula. “Nada contra esses países, nós queremos ser os melhores parceiros deles, mas, eu, antes de pensar em qualquer coisa, tenho que pensar que uma nação só é nação se as pessoas estiverem trabalhando, comendo e estudando, senão isso não é nação”.
“Pois bem, nós fizemos esse desafio. Alguns acreditavam, outros não acreditavam, e hoje eu estou aqui na frente desta extraordinária plataforma. E vocês vão ver a produção de vocês sair para alto mar e, daqui a alguns dias, começar a tirar petróleo lá de perto do Japão”, acrescentou o presidente.
CONTEÚDO NACIONAL
Lula aproveitou para elogiar o trabalho da Petrobrás. “É uma empresa privilegiada neste País, porque a qualidade dos seus profissionais é invejada em qualquer outra empresa de petróleo”, disse.
“Tem uma história engraçada”, acrescentou Lula. “Quando eu fui indicar o José Sérgio Gabrielli, para ser o diretor financeiro da Petrobrás, me disseram o seguinte: ‘Não coloque, que o mercado não vai aceitar’. É verdade. Eu, primeiro, nunca tinha conversado com esse tal de mercado, ou seja, certamente esse tal de mercado não votou em mim”, brincou.“Esse companheiro foi quem atingiu a auto-suficiência”, completou.
Lula defendeu que todas as plataformas sejam construídas no Brasil. “O que nós queremos é que a Petrobrás negocie com as empresas com a seriedade que sempre negociou, mas tendo um rumo: nós precisamos, mais do que queremos, não é que nós queremos, nós precisamos, que a P-56 seja feita aqui”, argumentou.
“E tem a reforma da P-53. Logo, logo, a Petrobrás vai pensar nas 57, 58, 59, 60, 61. Logo, logo, vocês vão estar produzindo essa coisa tão extraordinária, que outros países do mundo vão falar: ‘Bom, vamos comprar plataforma, vamos encomendar do Brasil’. Aí, a gente vai começar a mandar para fora”, disse Lula.
MARINHA MERCANTE
Ele anunciou ainda que “depois de recuperar a indústria naval brasileira, nós vamos recuperar a Marinha Mercante brasileira”. “Não tem explicação um País do tamanho do Brasil, que exporta 150, 160 bilhões de dólares por ano, não ter uma Marinha Mercante poderosa”, defendeu. “Nós vamos ter que fazer parcerias outra vez e nós vamos fazer a indústria naval voltar a produzir os navios que nós precisamos”, acrescentou.
O presidente cumprimentou o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, presente ao ato, e agradeceu por ele ter assumido o compromisso de cumprir a sua meta de produção de navios no Brasil, anunciada em sua campanha. “Já encomendamos 26 navios, 19 já estão contratados, quatro vão ser contratados nos próximos dias e três serão contratados para o Porto de Itajaí”, lembrou. “Esses navios, logo, logo, estarão sendo construídos em estaleiros do Rio de Janeiro, estaleiros do Rio Grande, no Rio Grande do Sul, estaleiros no Porto de Suape, em Pernambuco, e a maioria aqui no Rio de Janeiro”, anunciou.
Lula terminou seu discurso assinalando o bom momento por que passa a economia brasileira. “Nós estamos vivendo um momento no Brasil que eu acho que em 100 anos de República nós não vivemos”, disse. “As coisas andando, tudo certinho no Brasil. A economia está crescendo. O PIB cresceu, no segundo bimestre, 4,3%”, acrescentou. “Obviamente que eu estou sempre querendo mais, mas há uma tendência de que vai crescer mais no terceiro trimestre, depois vai crescer mais no quarto trimestre, depois vai continuar crescendo no primeiro trimestre de 2008, no segundo, no terceiro, por quê? Porque o País está preparado para ter uma caminhada longa de crescimento”, completou o presidente.
SÉRGIO CRUZ
Hora do Povo
Rizzolo: Não há dúvida que temos que desenvolver nossa indútria naval, não é possivel conceber um Brasil sem uma indútria naval e uma marinha mercante forte. Quanto a energia temos que optar de uma vez por todas pela energia nuclear como disse Lula ” A energia nuclear é uma energia limpa, não emite CO2, portanto, não vai causar o efeito estufa no planeta Terra e a tecnologia do Brasil é perfeita”, quanto aos ambientalistas e aqueles que desconfiam da segurança da Usina, deviam estar mais preocupados com a Segurança Nacional e o desenlvimento do Brasil, não há desenvolvimento sem Energia suficiente.