É “coisa de fascismo” a ação de parte da mídia, aponta Renan
Presidente do Senado reuniu-se com Lula e afirmou que não vai “permitir calúnias, maledicências”. “Isso não pode continuar”
Na quarta-feira, o presidente Lula, mobilizado pelos acontecimentos no Senado, onde alguns senadores da oposição – mais precisamente, a bancada do ex-PFL – resolveram despir-se da dignidade senatorial para rebaixar-se a cortesãos da mídia golpista, pedindo o afastamento do presidente da Casa, solicitou ao senador Renan Calheiros que fosse ao Planalto.
Horas depois de conversar com o presidente do Senado, Lula convocou a liderança do PT naquela instituição – a senadora Ideli Salvati e o senador Tião Viana. O presidente discutiu a questão, perfilando sua posição de que o PT não deve se intimidar diante da campanha contra Renan. Segundo uma fonte citada pelo jornalista Tales Farias, referindo-se aos problemas no Conselho de Ética, Lula teria comentado: “vocês foram loucos de colocar o Suplicy no Conselho!”. Não sabemos se ele disse exatamente isso. Mas, se disse, estamos mais uma vez pasmados com a clarividência do nosso presidente…
GUARDIÃO
Como guardião constitucional das instituições republicanas, Lula, provavelmente, percebeu que nada há de mais desmoralizante para uma câmara legislativa – e, no caso, trata-se daquela que alguns chamam de “Câmara Alta” – do que afastar seu presidente meramente porque há uma campanha orquestrada contra ele. Quando a verdade não importa mais, a própria instituição passa a ser inútil para a Nação, pois deixa de ser um órgão do país para transformar-se em instrumento subserviente de uma oligarquia, de uma plutocracia, ou de um bando – o que é mais ou menos a mesma coisa.
Não é esse o caso do Senado brasileiro. Ele tem dado, nos últimos dias, apesar de alguns percalços no seu Conselho de Ética, demonstrações de que não aceita esse papel. O apoio da maioria dos senadores ao seu presidente, contra uma cruzada das mais barulhentas, deverá ficar na História como um momento de brilho e independência.
Mas que haja dentro do Senado, ainda que seja uma pequena minoria, quem se proponha a compor o coro de uma infâmia, é algo bastante grave. Pois, até agora, embora pareça incrível a alguns, nada há contra o senador Calheiros. É risível que haja quem repita como se fosse verdade o que a mídia diz – e apresente como prova da verdade o fato de que é a mídia que o diz.
Não estamos nos referindo ao povo. Este, depois da campanha presidencial passada, está, na maior parte, se lixando para o que a mídia golpista fala e berra. Prefere formar sua opinião tomando como referência o presidente Lula, o que, sem dúvida, é mil vezes mais confiável. Há dias, tentaram crucificar o irmão mais velho de Lula. Mas quando este garantiu que se tratava de um bom sujeito, acabou o charivari – e o presidente, como mostrou o Ministério Público ao excluir Vavá do processo judicial em que queriam envolvê-lo, estava com a razão. O que foi mais um motivo para reforçar a confiança do povo em seu presidente.
Como disse, também na quarta-feira, o senador Calheiros, “estamos vivendo no Brasil uma coisa de fascismo, que acredita que quanto maior a mentira maior a capacidade das pessoas de acreditarem nela. Isso não pode continuar”.
Um desavisado perguntou a Renan sobre quem estava agindo de forma fascista. A resposta: “não é o Conselho de Ética, não é o Senado, não é a imprensa, é parte da imprensa”.
Realmente, é a parte golpista da mídia. Porém, é a própria atitude de Renan que está fazendo fracassar o golpismo. Na sua avaliação, “as injustiças vão parar porque essas coisas estão cansando e não há nenhuma prova contra mim. Fizemos a prova contrária. O que for necessário fazer eu faço para que a verdade prepondere, o meu limite é esse. Não vou permitir ser assassinado moralmente sem provas. Não vou permitir calúnias, maledicências, vou mostrar ao Brasil que não tenho nada a ver com isso”.
São tristes os tempos onde se acusa sem provas e o acusado é obrigado a mostrar provas de que é inocente. Mas isso está no fim. A vitória de Lula contra essa canalha golpista foi, provavelmente, o marco da virada nesse sentido. O caso do senador Renan Calheiros está se tornando a consolidação dessa virada. Naturalmente, já apareceram os juristas do “julgamento político”, que entendem essa expressão como igual à condenação sem provas. Porém, o próprio Renan expôs essa indigência, ao citar Ruy Barbosa, repelindo um julgamento em que se emite a sentença e depois vai-se arrolar supostas provas que a justifiquem.
Segundo informou Renan, em sua conversa de 40 minutos com Lula, expôs a situação, o fato de que os documentos já entregues mostrarem sua inocência, manifestando ao presidente da República que “a verdade prevalecerá”. Algumas fontes relataram que o presidente teria dito: “se querem transformar isso numa guerra entre governo e oposição, pior para eles”. Ao presidente do Senado, Lula frisou que entendia os ataques ao aliado como uma tentativa de desestabilizar o governo: “os radicais deles ficam sempre muito irritados quando saem pesquisas colocando a minha popularidade em alta”.
CONFUSÃO
Lula considerou que “o pessoal do nosso lado bobeou na escalação dos membros do Conselho de Ética”, o que é a mais pura verdade. Se dependesse da maioria esmagadora dos senadores, essa confusão já teria acabado. A acusação era, e é, absurda. Os acusadores nada provaram – tanto assim que passaram a levantar uma carrada de ilações e suspeitas que nada têm a ver com o que se está julgando, na tentativa de mascarar a falta de provas.
Não é possível a quem pretende alguma justiça para o mundo – ou, se não para o mundo, para si próprio, que seja, conviver com uma injustiça tão clamorosa. Mas é evidente que não é apenas Renan que querem atingir com essa campanha, mas o próprio governo Lula. Não há outra explicação para a reincidência diária num caso tão escasso de substância.
C.L.
Hora do Povo
Rizzolo: Concordo com o senador Calheiros, “estamos vivendo no Brasil uma coisa de fascismo, que acredita que quanto maior a mentira maior a capacidade das pessoas de acreditarem nela. Isso não pode continuar”. Essa mídia golpista não descansa enquanto não conseguir desqualificar o governo Lula, e aqueles que com ele fizeram a coalizão, é impressionante, nada comprovaram, tudo no campo das ilações desviadoras, sem provas , do falar por falar, apenas para desqualificar, uma vergonha, mas tanto no campo aéreo como no caso desses amotinados controladores, quanto no caso da mídia golpista sobre Renan, Lula foi rápido , e agiu bem, na velocidade do golpe.
15/09/2007 às 4:49 PM
A permanencia do presidente do senado, Excelentissimmo Senhor, Renan Calheiros, irá denegrir se precedente a imagem do Senado federal,visto que o senado é a casa do povo onde os componentes desta casa tem por dever e o direito de cumprir suas atribuições Alferida pelo povo,de modo ético e transparente,quando o homem publico que ocupa uma cadeira no senado para representar o povo e trabalhar para o povo deixa de cumprir estes deveres de modo digno e honesto não pode continuar a exercer suas funções nesta dignissima casa. Posto issos sejamos prudentes e sabios,retirando-o tais homens do poder para não macular a imagem do Senado junto ao Povo Brasileiro que tanto esperam desta digna Instituição. Pr.Luiz Carneiro