Como o “Google” faz campanha contra filme de Michael Moore

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SiCKO, o novo documentário de Michael Moore, já sofreu da ofensiva do governo dos Estados Unidos, que acusou o diretor de ter violado o embargo a Cuba. Agora é a vez do Google iniciar uma campanha para “reduzir os impactos negativos contra a indústria de Saúde” que o filme estaria gerando.

A porta-voz do coro anti-Moore é Lauren Turner, funcionária responsável pelos anúncios do Google sobre saúde. Em nota para um blog de seu setor, Laura critica SiCKO, tachando-o de “sensacionalista”. Segundo ela, o longa-metragem não retrata os “inúmeros programas de caridade e esforços filantrópicos” da indústria de saúde dos Estados Unidos.

Na trilha de George W. Bush, a Google.Inc oferece seus serviços às indústrias das áreas farmacêuticas e médicas. É mais que uma oferta: Lauren Turner apela a essas indústrias para tornarem públicas suas iniciativas em “páginas de busca pagas”.

A conduta do Google provocou inúmeros protestos na blogosfera – até porque a empresa já recusou várias vezes hospedar sites que criticam as grandes empresas farmacêuticas. Perante a polêmica, Lauren Turner postou uma segunda nota, em defesa da publicidade como “uma forma muito democrática e efetiva de participar num diálogo público”.

O novo filme de Michael Moore descreve o fiasco do sistema de saúde dos Estados Unidos – “a última nação industrializada sem um sistema universal de saúde”. Segundo SiCKO, no país a saúde é essencialmente um negócio entregue às grandes indústrias.

O caso Covance

No final de seu longa-metragem, Moore, leva para Cuba 911 trabalhadores de equipas de salvamento do 11 de Setembro, cujos cuidados médicos lhes foram negados nos Estados Unidos. É sobretudo por essa viagem que o governo de Bush quer acuar o cineasta e censurar o filme – com o apoio do Google.

Alguns blogs consideram que Google se prepara para destacar essa publicidade no momento em que os utilizadores pesquisem a palavra “SiCKO”. A opinião contraria a política que o site tem defendido em relação a essas matérias.

Um blogueiro, indignado, revela que em 2004 criou um site que criticava a maior empresa de testes médicos, a Covance. O autor da página chegou a se oferecer para pagar ao Google uma quantia em troca de publicidade no site, quando o termo “Covance” fosse pesquisado.

O Google negou essa pretensão, afirmando que “a sua política não permite anúncios a websites que contenham linguagem contra indivíduos, grupos ou organizações”. Por que o Google mudou de princípios?

Da Redação, com Esquerda.Net
Site do PC do B
Rizzolo: Michael Moore, juntamente com Noam Chomsky são críticos da política americana de exploração , nesse caso , a mídia golpista Google mais uma vez está a serviço do capital boicotando Michael Moore em seu documentário, uma vergonha, na bela democracia 45 milhões não tem assistência médica, que beleza não ?, e os papagaios aqui acham os EUA uma maravilha, e se ” inspiram” nessa democracia de ” araque ” onde quem manda são os meios de comunicação e o capital que apenas 4% da elite americana detem nas mãos , o suficiente para forjar uma eleição pra presidente.

Determinei o afastamento dos sargentos controladores porque eles se recusaram a trabalhar, disse o comandante Junito Saito

“Os sistemas e equipamentos empregados no controle do espaço aéreo brasileiro atendem plenamente aos quesitos de segurança e eficiência, permitindo que nosso espaço aéreo figure entre os melhores do mundo”, afirmou o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, ao avaliar os problemas relacionados ao tráfego aéreo.

“Logo após o acidente, os controladores de tráfego aéreo que estavam trabalhando no turno em que ocorreu o acidente com o vôo 1907 foram afastados para avaliação médica e psicológica, conforme preconiza a legislação referente ao assunto. Além disso, outros controladores também deixaram de trabalhar por questões psicológicas. Houve, portanto, falta de efetivo para continuar efetuando o controle de tráfego aéreo dentro da normalidade. Esses militares, cerca de 30, desfalcaram as equipes e, para manter os níveis de segurança de vôo, houve necessidade de se realizar o controle de fluxo, aumentando os espaçamentos, o que provocou atrasos”, disse o comandante. “Em um primeiro momento, houve falta de pessoal. Depois, tivemos problemas em equipamentos, ocasionados por quedas de raios, falha de operação e panes. Esses fatores, associados aos problemas de uma empresa aérea comercial no fim do ano passado e, principalmente, com a restrição de uso de uma pista em Congonhas, foram determinantes para a crise que se instalou”.

Sobre o afastamento de 14 controladores de vôo, o comandante declarou que “um pequeno grupo de sargentos controladores de tráfego aéreo do Cindacta-1 passou a recusar o trabalho em equipamentos disponibilizados para a atividade de controle, mesmo com parecer favorável da área técnica. Isso aconteceu sempre em horários de pico no tráfego aéreo, o que resultou na redução do número de aviões controlados por eles e provocando muitos atrasos. Assim, determinei o afastamento imediato dessas lideranças negativas, que, além de tudo, prejudicavam a instrução dos controladores mais novatos, uma vez que alguns deles ocupavam função de instrutor”.

Para o controle do tráfego aéreo, navegação e comunicações, há atualmente no país cerca de 6 mil equipamentos, segundo informou o brigadeiro. “Nos níveis da aviação comercial, todo o espaço aéreo é coberto por radares e por comunicações. Os Cindactas de Brasília e Manaus encontram-se com seus equipamentos modernizados. O Cindacta de Curitiba está em fase de modernização, devendo ser concluído em setembro/outubro deste ano e o de Recife será o próximo nesse processo. Entre os anos de 2001 e 2006, foram substituídos 40 radares secundários e modernizados 39 radares primários. Neste ano, teve início a modernização de outros 26 radares primários”.

Hora do Povo

Rizzolo: Dessa vez falo pouco porque já disse muito, é simples, são miltares não são ? Se sujeitaram a uma carreira militar,quando escolheram, não é verdade ? Resolveram então se amotinar, desobedeceram o comando , tentaram conspirar e tumultuar a população, muito simples: até bem “stalinista”, cadeia neles, que repondam nos termos da Justiça Militar .

Uma verdade histórica

A abertura dos documentos da CIA sobre o Golpe Militar de 64 só agrava sua avaliação histórica. Foi mais do que um golpe militar. Foi uma operação organizada e financiada pelos Estados Unidos que previam sua participação direta numa provável guerra civil. As ordens são claras, precisas e diretas. Até uma intervenção militar americana estava prevista, fora todo apoio financeiro e logístico, em armas e munições. Uma vergonha nacional, uma mancha em nossa história. O golpe foi organizado e financiado pelos Estados Unidos, essa é a verdade nua e crua.

Os Estados Unidos há muito tempo vinham interferindo em nossos assuntos internos, seja nas crises de 54, com o suicídio de Getulio, de 55, na tentativa de impedir a posse de Juscelino, em 61, com a imposição do parlamentarismo, e, por fim, em 64, na derrubada de Jango Goulart.

Os documentos destroem todas as justificativas de nossa direita e acrescentam mais uma ilegitimidade ao golpe militar de 64.

Que o bom exemplo dos Estados Unidos, com a publicação dos documentos antes secretos, sirva de exemplo também para nosso país. Que se publiquem todos os documentos e informações sobre o golpe militar de 64, especialmente sobre as operações militares contra as organizações de esquerda, inclusive o paradeiro de nossos mortos e desaparecidos.
enviada por Zé Dirceu

Rizzolo: Concordo com o Zé, que coisa feia hein ! Agora essa questão da abertura desses arquivos nesse momento da história americana me parece algo meio elaborado para subliminarmente acharmos que isso é uma coisa do passado, ou seja, hoje, os EUA, não são mais assim; isso é uma grande mentira da canalha direitisma americana, os EUA hope sob os auspícios dos Republicanos, é igual ou pior que antes, basta ver o Iraque , e o que se faz em Israel onde o povo judeu é usado como ” massa de manobra ” , e não vem dizer ou insinuar que é antisemitismo porque digo como judeu.

A diferença hoje em dia é que o golpe e a conspiração são elaborados através da mídia vassala, que sabe muito bem que na democracia os meios de comunicação manipulam os eleitores, por isso os tentáculos do império enviam e articulam os movimentos entre os donos de emissora , para que derrubem ou instiguem governos como Chavez, Evo Morales, e até Lula que de socialista nada tem, mas incomoda , haja vista a visita do ex dono da RCTV o golpista Marcel Granier, que foi recebido aqui com toda pompa e circunstância pelos amantes da conspiração internacional, ou não é ?

Paulo Nogueira: promissor para o Brasil é fortalecer o Mercosul

Na avaliação do economista Paulo Nogueira Batista Jr., diretor-executivo no FMI, “o campo mais promissor para o Brasil parece ser o das negociações Sul-Sul. Trata-se, primeiramente, de fortalecer e ampliar o Mercosul, além de implementar os acordos assinados pelo bloco com outros países”.

“Nada ganharemos com a retomada das velhas negociações de livre comércio com a União Européia ou com os Estados Unidos. A comissária de Agricultura da UE, Mariann Fischer Boel, já avisou: ‘A Europa nunca será capaz de oferecer bilateralmente o que estava preparada para oferecer nas negociações multilaterais’. Os norte-americanos também descartam acordo com o Brasil ou o Mercosul”, afirmou no artigo “Novo colapso da Rodada de Doha”, no jornal Folha de S.Paulo.

Sobre as negociações do G4 (Brasil, EUA, Índia e União Européia) em Potsdam, Alemanha, suspensas por iniciativa de Brasil e Índia, Paulo Nogueira considerou que “o Brasil atuou bem. Fez o que pôde. Não podia aceitar cortes acentuados nas tarifas sobre importações de bens industriais. Com poucas exceções, as nossas tarifas já são baixas. Foram substancialmente reduzidas em décadas recentes. Elas funcionam hoje como compensação parcial para as desvantagens estruturais ou sistêmicas com que se defrontam as empresas brasileiras (deficiências de infra-estrutura, custo tributário, custo do crédito doméstico, entre outras). Na situação atual em que a moeda brasileira registra substancial e persistente apreciação, uma redução expressiva de tarifas de importação poderia colocar em risco diversos segmentos do nosso parque industrial”.
Hora do Povo

Rizzolo: A América Latina precisa aprender a “pensar de dentro para fora”, esta bem claro que os EUA e a União Européia estão interessados em manter seu mercado e insistir no alto subsídio. Nesse esteio, o Banco do Sul é uma oportunidade de enlaçarmos a dinâmica dos paises da América Latina e termos o respaldo de um Fundo próprio da região. Os representantes do capital internacional que rezam a cartilha do FMI não gostam. A própria Asia já estuda um Fundo Monetário Asiático. Ou seja, nos só podemos contar com os parceiros que efetivamente dão reciprocidade, agora não adianta ensistir nos EUA, acho que já deu pra perceber, não é . Vamos tirar uma lição, com isso, vamos aprender com eles ( EUA) a defender nossos interesses, isso eles sabem fazer muito bem, como são competentes.

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Cabral: ausência de Estado deixou comunidades nas mãos do tráfico

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“É fundamental que tenham o que todo morador de qualquer lugar do país deseja: segurança pública e, ao mesmo tempo, escolas, ruas pavimentadas, iluminação, saneamento básico, enfim, tratamento digno”, completou o governador

“Nossa ação tem que ser contundente e continuará sendo. Tenho certeza de que a população dessas comunidades, que viveu anos a fio dominada pelo tráfico, quer uma solução para este problema. Ninguém agüenta mais isso, principalmente os favelados. Temos uma bifurcação que eu enxergo clara: ou é o caminho civilizatório ou o da selvageria”, afirmou o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, sobre as ações do Estado na luta contra os traficantes.

Na quarta-feira, dia 27, uma força tarefa composta por cerca de 1.400 homens – das polícias civil e militar do Rio e da Força Nacional de Segurança – ocupou o Complexo do Alemão, na zona Norte da cidade. Na operação, a polícia conseguiu entrar em pontos do Complexo do Alemão que estavam inacessíveis pelos traficantes há cerca de dez anos, nas localidades conhecidas como Areal, Matinha e Chuveirinho. Os locais eram usados como QG do tráfico e para armazenar armamentos e drogas. Foram nesses locais onde ocorreram a maior parte das mortes nos confrontos com os criminosos.

No confronto com a polícia, 19 foram mortos. Um policial foi ferido. Na operação foram apreendidos 113 quilos de maconha, 30 quilos de cocaína, três quilos de crack, mais de mil projéteis de calibres variados, grande quantidade de pólvora e espoleta para fabricar munição; alem de pistolas, revólveres, submetralhadoras, morteiros e duas metralhadoras antiaéreas calibre 30, de uso exclusivo das Forças Armadas, capazes de derrubar helicópteros.

De acordo com Cabral, as ações contra o crime organizado vão continuar. “Vamos entrar em outras. Nosso objetivo é que a polícia transite nas favelas como transita em qualquer bairro da cidade. Temos que oferecer as moradores dessas áreas tranqüilidade”, disse o governador, lembrando que “infelizmente, ao longo das duas últimas décadas, houve o fortalecimento do crime organizado no Rio. O crime ganhou musculatura, maior presença nas comunidades”.

Sérgio Cabral apontou a ausência do Estado nas áreas mais carentes como uma das principais causas do avanço do crime organizado. “Os moradores dessas comunidades há anos não recebem investimentos públicos na intensidade que merecem. É fundamental que tenham o que todo morador de qualquer lugar do país deseja, ou seja, segurança pública e, ao mesmo tempo, escolas, ruas pavimentadas, saneamento básico, iluminação, enfim, tratamento digno”, disse o governador.

“Atingimos locais que não eram acessíveis para a polícia há bastante tempo. Agora, vamos intensificar nossa presença. O Estado tem que se fazer presente e libertar os moradores que vivem sob as leis do tráfico”, afirmou o secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame. Segundo ele, todos os 19 mortos entraram em confronto direto com a polícia.

O Complexo do Alemão é composto por 13 favelas, com cerca de 150 mil moradores. Em todo o complexo existem apenas seis escolas municipais e nenhuma unidade de saúde, somente cinco pontos do Programa de Saúde da Família, do governo federal.

Hora do Povo

Rizzolo: Vou transcrever um comentário que já fiz sobre essa questão a título ilustrativo: ” Acho que a polícia agiu muito bem, na pessoa do secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame. Fica patente a ousadia de um grupo que pretende desafiar o Estado, é claro, que se existe narcotráfico , é porque não existe a presença do Estado e é produto da miséria e da falta de oportunidade, contudo o Poder Público não pode ficar sendo disputado por grupos armados comandados por marginais, que podem muito bem amanhã ter conteúdo ideológico estranhos à democracia. Temos que combater com veemência essa tentativa de domínio por parte desses bandidos, é impossível imaginar, que existam áreas consideradas inacessíveis há quase dez anos, como as localidades conhecidas como Areal, Matinha e Chuveirinho, trechos esses que eram usados como quartéis-generais do tráfico e serviam para o armazenamento de armas e drogas. Isso me lembra a China antes de Mao Tse Tung; é claro que depois dessa fase, é preciso levar depois recursos econômicos suficientes pra não deixar voltar o que era antes, senão esse sacrifício de agora não terá valido nada, terá sido absolutamente em vão

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, João Tancredo, baseado em relatos de moradores, disse que a polícia cometeu “um massacre de civis” durante a operação, precisamos ser cautelosos nessa questão, sou membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SP , e pessoalmente parece que a polícia agiu com cuidado de praxe e costume, de qualquer forma tudo tem que ser apurado nas formas da Lei e com rigor, a população pobre não pode ser vitima da violência policial, o que me preocupa, é que a operação está sendo realizada bem às vésperas da abertura dos Jogos Panamericanos, o que pode dar a impressão de estar fazendo uma “higienização” no município em função do grande evento esportivo. Isto pode ser o ponto de partida para uma militarização conjuntural da cidade nos mesmos moldes instituídos durante a Rio-92.”

Entendo que há uma necessidade imperiosa daqui pra frente da presença maciça do Estado, senão a teoria da “higienização” no município em função do Jovos Pan americanos, ganha força hein !

Suprema Corte traz segregação de volta às escolas dos EUA

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Suprema Corte dos EUA veta projetos de integração racial

Decisão adotada pela Suprema Corte por 5 a 4 proíbe nas escolas o sistema de cotas e outros mecanismos para integração racial e superação, pelas crianças negras, da herança perversa da escravidão e dos 80 anos de segregação no país

Por 5-4 a Suprema Corte dos EUA trouxe de volta a segregação às escolas dos EUA declarando “inconstitucional”, nos termos da “Gangue dos Cinco”, o sistema de cotas e outros mecanismos para integração racial e superação, pelas crianças negras, da herança perversa da escravidão e depois da segregação legal no país. A assim chamada “Gangue” é integrada pelos juízes nomeados por Bush pai e Bush filho, mais um remanescente de Reagan, e é encabeçada pelo atual presidente da corte, John Roberts. De acordo com os racistas, os programas de dessegregação é que são “racistas” e “violam os direitos constitucionais”. Em sua longa defesa dos programas de dessegregação, o juiz Stephen Breyer denunciou a traição à histórica sentença da Suprema Corte, de 1954, o caso “Brown v Secretaria de Educação (do Kansas), que tornou ilegal a segregação racial nas escolas dos EUA. “A lição da história não é que os esforços para continuar com a segregação racial são constitucionalmente indistinguíveis dos esforços para atingir a integração racial”, afirmou Breyer. “Sem dúvida, é uma cruel distorção da história comparar Topeka, Kansas, nos anos 1950, com Louisville e Seattle nos dias modernos”. Votaram junto com Breyer os juízes David Souter, Ruth Ginsburg e o decano da corte, John Paul Stevens, de 87 anos.

CRUEL IRONIA

“É minha firme convicção que nenhum membro da corte à qual me uni em 1975 teria concordado com a decisão de hoje”, afirmou Stevens, após repelir a “cruel ironia” do atual presidente citar o princípio básico da decisão de 1954 como suporte para sua tese de promover o fim dos programas de dessegregação. Uma desfaçatez: “o modo de dar fim à discriminação com base na raça é dar fim a discriminar com base na raça”, encenou Roberts, o jurista de W. Bush, para se contrapor às cotas. Os brancos é que estariam sendo “discriminados”…. A deliberação pôs fim, em Louisville, no Kentucky, aos 25 anos de programas de dessegregação, que foram supervisionados por tribunais federais. Kentu-cky é, segundo estudo da Universidade de Harvard, o estado dos EUA com maior índice de escolas integradas. O mesmo estudo revelou que em 2005 a proporção de estudantes negros na maioria das escolas ‘brancas’ “estava no nível mais baixo desde 1968”. As escolas “têm se tornado cada vez mais segregadas”, principalmente devido à segregação étnica no país inteiro, com os brancos dominando os subúrbios ricos e os negros e latinos se amontoando nos centros urbanos degradados. Cada vez que Bush corta impostos dos mais ricos, e sangra programas sociais destinados aos mais pobres, isto é, especialmente negros, mais forte por essa via vai se reconformando a segregação – de fato, embora não na lei. Atualmente, os estados de mais forte segregação são Nova Iorque, Michigan e Califórnia.

Foi preciso uma verdadeira sublevação da população negra, nos anos 60, para que a decisão da Suprema Corte de 1954 se tornasse efetiva e para que até 1968 fossem abolidas as “Leis Jim Crow”, a legislação da segregação no sul, que ela própria havia legalizado no julgamento do caso “Plessy v Fergus-son”´, de 1896. Até hoje as marcas dessa escravidão e segregação estão presentes entre a população negra dos EUA. De acordo com estatísticas de 2001, 30% dos negros, que são 12% da população norte-americana, viviam abaixo da linha da pobreza. A situação das crianças era ainda pior: 46%. Isso, meio século após o início da legislação anti-segregação. Também é muito maior o índice de desemprego entre a população negra, comparada com a taxa geral, assim como a proporção de negros norte-americanos na prisão. Até 1962, por exemplo, apenas 2% dos empréstimos subsidiados para a compra de moradias tinha sido destinado à população negra ou latina.

COTAS

As assim chamadas “ações afirmativas”, nas quais se incluem as cotas, foram iniciadas no governo de Lyndon Johnson, que não era nenhum portento em matéria de espírito progressista, quando seu secretário de Justiça era Ramsey Clark. Eram – e são – atitudes muito modestas diante do que foi tirado. E da dívida contraída, entre outros, pela própria Suprema Corte, com seu aval à escravidão, que abriu caminho à guerra civil no chamado “caso Dred Scott”, em 1864, e depois, derrotados os escravocratas, com a legalização da segregação durante 80 anos. Também governos, como o de Wilson, que em 1913 instaurou a segregação no serviço público federal.

Assim, nem é nenhum favorecimento indevido às vítimas do racismo. A verdadeira igualdade não está em tratar igualmente o filho de um magnata, que nasceu em berço de ouro, e o neto da escravidão, que foi privado de tudo, até de sua identidade, mas em tratá-los desigualmente, para que o mínimo de igualdade prevaleça e aquele que tem sobre seus ombros décadas de segregação, possa se erguer e avançar. O presidente da maior entidade de direitos civis dos EUA, a Associação Nacional pelo Progresso das Pessoas de Cor (NAACP, na sigla em inglês), Julian Bond, afirmou que, “meio século após a decisão de Brown” – referindo-se à histórica sentença que acabou com a segregação nas escolas – a atual corte “condenou as crianças da minoria [negra] ao assento de trás na corrida pelas oportunidades da vida”. Foi a NAACP que nos anos 50 foi à Suprema Corte contra a a segregação e seu cínico mote: “separados mas iguais”.

DESAFIO

Michael Casserly, diretor executivo do Conselho das Escolas das Grandes Cidades, entidade que reúne as maiores escolas públicas dos EUA, denunciou que a decisão poderia levar muitos distritos escolares “a desistir”. Bond convocou as direções das escolas por todo os Estados Unidos, “especialmente aquelas que já haviam assumido sua responsabilidade de assegurar uma educação igual para todas as crianças”, para enfrentar o desafio de “encontrar formas de fazer a promessa de Brown uma realidade nos dias presentes”. Outro dirigente da NAACP, Dennis Courtland Hayes, conclamou “as unidades da NAACP no país inteiro” a continuarem exercendo “as ferramentas da integração”.
Hora do Povo

Rizzolo: A observação da involução dos EUA no campo social e dos direito humanos salta aos olhos, a política e as diretrizes fascistas do governo Bush, impõe a humilhação e desta feita retroage à aniquilação dos direitos básicos do negros, nos EUA como no Brasil a ideologia escravagista predomina impregnado na elite branca, quanto mais se olha para a periferia, para as favelas, percebe-se que a maioria das pessoas é negra. Por outro lado, os negros, mesmo os que não estão em condições empobrecidas, são discriminados por serem negros. Temos que resagatar esse atraso em termos de oportunidade que foi imposto ao negro , isso é uma dívida social humana, todos nós bem sabemos a educação é uma fonte para a melhoria da qualidade de vida. Não é a única, mas é uma fonte, uma ponte muito importante. Então termos mais jovens, homens e mulheres, indígenas, negros, pobres nas universidades é sinal de que a política pública brasileira está se dinamizando e se democratizando cada vez mais.

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Bernardo Kucinski: “Sob o domínio dos bancos”

Fiquei abismado ao descobrir que os bancos abocanham uma porcentagem de todas as transações que antes se faziam com dinheiro e hoje se fazem com cartões. Está aí um dos nexos importantes entre a revolução da microeletrônica e a financeirização da sociedade.

por Bernardo Kucinski

Dias atrás, ao comprar um agasalho perto de casa, surpreendi-me com a revelação de que o banco ficaria com 5% do pagamento com cartão. Disse à dona da pequena malharia que, nesse caso, pagaria com cartão de débito. Tanto faz, disse ela, se é de crédito ou débito. Os bancos ficam com 5%. Só as grandes empresas ou as cadeias de lojas conseguem negociar um pagamento menor, de uns 2%.

Fiquei abismado. Então os bancos abocanham uma porcentagem de todas as transações que antes se faziam com dinheiro e hoje se fazem com o plástico? Estava aí um dos nexos importantes entre a revolução da microeletrônica e a financeirização da sociedade. Imaginem ficar com 5% de todas as transações, ou que sejam 3%, sem fazer nada, sem nenhum risco, sem ter que emprestar dinheiro. Só porque a transação passa pelos computadores dos bancos. (nota 1)

Estava explicado porque os bancos ultimamente vêm nos bombardeando com cartões, violando a lei que proíbe o envio não solicitado de cartões, e nos oferecendo brindes e descontos para usar o seu cartão, e não o do outro banco. Ficou explicado o genial truque de colocar no velho cartão magnético de acesso ao caixa eletrônico também a bandeira de um cartão de crédito e a função débito direto em conta corrente.

Devido a esses truques, explodiram as transações com cartões magnéticos no Brasil, somando R$ 23,9 bilhões em maio, um crescimento de 16% em um ano, puxado pelo cartão de débito. Já há nas mãos dos brasileiros 396 milhões de cartões magnéticos que substituem o dinheiro. (nota 2)

Foi pensando nisso tudo que li o importante artigo do Financial Times, traduzido pelo jornal Valor Econômico do último dia 28, em que Martin Wolf proclama o surgimento de um “novo capitalismo financeiro”. Uma nova etapa do capitalismo em que se dá o “triunfo do mundial sobre o nacional, do especulador sobre o administrador, do financista sobre o produtor”.

Martin Wolf argumenta que o volume de recursos financeiros no mundo explodiu de uma proporção de 50% do PIB agregado mundial em 1970 para 330% em 2004. Um estoque em escala astronômica de US$ 140 trilhões. Somente no ano passado os fundos de investimentos captaram US$ 432 bilhões.

O artigo é muito bom, mas deve ser lido com cuidado crítico. Martin Wolf não disfarça sua admiração pela capacidade do capitalismo se transformar. E, ao descrever os mecanismos da globalização financeira, seu raciocínio de repente vira tautológico, atribuindo a explosão no volume de recursos às novas formas que ela toma, tais como novos atores e novas modalidades de aplicação financeira.

Martin Wolf naturaliza os processos econômicos. Isso numa era em que até mesmo mudanças climáticas já são estudadas como resultado da ação humana. E mistura causas com conseqüências. Por exemplo: dá com uma das causas da globalização financeira a desregulamentação dos mercados financeiros. Ora, a desregulamentação, assim como a privatização dos bancos estatais na maioria dos países periféricos, já é o resultado da pressão expansionista do capital financeiro, e não a causa dessa expansão. A primeira etapa da atual globalização financeira deu-se em resposta à limitação dos juros sobre os depósitos nos Estados Unidos, um reforço na regulamentação, e não sua desregulamentação. Assim surgiu o Eurodólar, que o próprio Martin Wolf menciona, sem perceber a contradição do seu argumento. O dólar gerado pela multiplicação de pagamentos intracompanhias, a maioria delas multinacionais norte-americanas, fugiu dos Estados Unidos criando seu próprio mercado extraterritorial e a primeira globalização do pós-guerra.

Também não é rigorosamente verdade que só hoje existe a globalização financeira. A Libra Esterlina era meio de pagamento, de reserva e unidade de valor em escala mundial, quando o Império Britânico dominava meio mundo. O problema é que Martin Wolf não trabalha com o conceito de imperialismo. Não digo a palavra “imperialismo”, fora de moda, mas o conjunto de fenômenos ligados às necessidades de realização de lucros de uma economia em expansão, fora dela mesma. O mais perto que ele chega disso é vincular prosaicamente a globalização financeira à disseminação da língua inglesa pelo mundo (assim Hong Kong, de língua inglesa, e não Tóquio, seria o principal centro financeiro do Oriente).

Mesmo reconhecendo que as maiores fortunas deste processo se formam dentro dos Estados Unidos, Martin Wolf não vincula a globalização financeira à expansão do império americano. Ao contrário, sua tese é a do “triunfo do mundial sobre o nacional”. Um supranacional metafísico e que pressupõe a perda de funções do Estado Nacional numa era em que vemos a ação agressiva de Estados Nacionais tentando elevar sua alavancagem através da estratégia dos blocos econômicos, e não sendo substituídos pelos blocos econômicos. É isso que está na base do fracasso de Doha. Martin Wolf ignora a expansão imperial dos Estados Unidos nos quatro cantos do Planeta, secundada pela Europa.

Daí ignorar o uso do dólar pelos Estados Unidos, como instrumento de expansão imperial, a partir dos empréstimos de guerra, na Segunda Guerra Mundial. Ignora o modo como o governo americano tentou dar sobrevida ao dólar quando sua moeda entrou em crise depois da guerra do Vietnã. Ignora as decisões unilaterais do Federal Reserve, até o extremo da denúncia unilateral do Tratado de Bretton Woods, resultando no colapso de toda a arquitetura do Sistema Monetário Internacional.

Com o fim do padrão dólar-ouro, da necessidade das moedas terem lastro, e da paridade estável entre moedas, estava criada a desordem monetária internacional, necessária à sobrevida de um dólar sem lastro e, ao mesmo tempo, propícia à especulação.

Do rígido padrão ouro, dos tempos do Império Britânico, no qual a moeda circulante valia seu próprio conteúdo em ouro, e a moeda papel tinha lastro de 100% em ouro, caímos no extremo oposto, em que não é preciso ter lastro nenhum, e o câmbio flutua o tempo todo como giram sem parar as roletas dos cassinos. Os principais mercados financeiros de hoje são exatamente os que apostam em variações de taxas de câmbio. Vislumbrando esse potencial, a Reuters e a Dow Jones inventaram nos anos 80 a ferramenta de informática que permitiu ao assinante de serviços de informação financeira fechar uma aplicação no mesmo ato de consulta da cotação. Assim nasceu a roleta do cassino. E o meio de informação sobre virou o próprio mercado.

Martin Wolf não usa a palavra cassino. Mas é como se usasse, ao descrever a forma como “especuladores financeiros ganham bilhões de dólares, não durante uma vida inteira, mas num único ano”. Sua descrição da especulação financeira, que em todo o mundo fez com as rendas migrassem do trabalho para o capital, é excelente. Pena que ele não tenha conseguido explicar de modo mais consistente os nexos entre a acumulação do capital financeiro em escala mundial e o processo simultâneo de expansão imperial dos Estados Unidos.

Notas

(1) É pior que os ganhos de “seignorage”, auferidos pelo Rei e senhores feudais, quando cunhavam moedas para que os súditos realizassem suas transações. A seignorage se dava uma vez só, quando os súditos recebiam as moedas, em troca de bens materiais, como galinhas, cereais, tonéis de vinho e o que seja. O mesmo se dá quando o Federal Reserve americano fornece dólares para algum país se dolarizar (como o Equador) em troca de bens materiais. No caso dos cartões de débito, a seignorage vira uma taxa de serviços se incide em cada transação, eternamente.
(2) Seg. Agência Folha de 28/06/07.

Bernardo Kucinski, jornalista e professor da Universidade de São Paulo, é colaborador da Carta Maior e autor, entre outros, de “A síndrome da antena parabólica: ética no jornalismo brasileiro” (1996) e “As Cartas Ácidas da campanha de Lula de 1998” (2000).
Site do PC do B

Rizzolo: Não resta a menor dúvida que a financeirização da economia se deve à desordem monetária que facilita a relação de especulação. O fato de que as relações de produção estã cada vez mais subordinadas ao campo financeiro especulativo leva à degradação dos princípios da ordem econômica subjulgando os meios de produção ao volumoso capital volátil. Cabe aos Estados da forma mais aproximada planificar sua economia e criar mecanismos intervenientes em casos de crise como ocorreu na Ásia. A livre disposição do capital à mercê das especulações leva ao que Bernardo Kucinski chamou de truques especulativos, diz ele, ” esses truques, explodiram as transações com cartões magnéticos no Brasil, somando R$ 23,9 bilhões em maio, um crescimento de 16% em um ano, puxado pelo cartão de débito. Já há nas mãos dos brasileiros 396 milhões de cartões magnéticos que substituem o dinheiro, isso é um absurdo e na verdade uma sangria na economia onde o ” pedagio financeiro” se torna um tipo de “EStado Tributário” de cunho particular e no mínimo perverso.

Depois de Aznar e Berlusconi, chegou a hora do lulu Blair

O ex-primeiro-poodle Tony Blair entregou na quarta-feira dia 27, os cargos de chefe de governo inglês e de presidente do Partido Trabalhista, que não via a hora de vê-lo longe.

No ano passado, uma rebelião no partido havia forçado Blair, a contragosto, a anunciar que iria se retirar e não teve espaço para voltar atrás. Assim, Blair se junta a Aznar, da Espanha, e a Berlusconi, da Itália, que foram para o vinagre por causa de Bush.

Eleito com a vigarice da “terceira via” – para se livrar de Margareth Thatcher e do pupilo Major os ingleses estavam dispostos a votar até num poste – Blair, depois de flertar com Clinton, acabou mesmo é se amasiando com W.Bush e suas guerras. Contra as maiores manifestações da história recente da Inglaterra, Blair – ou terá sido a Shell e a British Petroleum ? – resolveu ser o principal cúmplice de Bush na invasão do Iraque.

Blair não apenas mandou suas tropas, como ajudou a montar a rede de mentiras que serviram de pretexto para a invasão e para passar ao largo do Conselho de Segurança da ONU. Divulgou, para justificar a invasão, que o Iraque estava pronto para usar as armas químicas “em 45 minutos”. Antes, Blair já havia levado a Inglaterra a integrar a agressão dos EUA à Iugoslávia (1999) e ocupação de Kosovo. Também foi com Bush para o atoleiro no Afeganistão (2001).
Hora do Povo

Rizzolo: Mas só tinha que ir ” pro vinagre ” mesmo, no ano passado depois de uma rebelião no partido “convenceram esse inconveniente puxa- saco”, a anunciar que iria se retirar e não teve espaço para voltar atrás. Aquela conversa mole de “terceira via” que o elegeu fez dele um atraso ideológico à Inglaterra, vez que se alçava como ” quase um namorado de Bush ” sempre se afinando com a ” canalha direitista americana ” .Ainda bem que isso tudo parece que está mudando.

Para alunos de Alckmin, “o culpado é o povo”

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O jornal Valor Econômico foi talvez o único a cobrir o curso em três noites que o ex-presidenciável tucano em 2006, Geraldo Alckmin, ministrou na semana passada para 70 pessoas, nos Jardins, a área nobre de São Paulo, com matrícula a R$ 300. “A sensação compartilhada ali era de que se havia um culpado por sua eleição, era o povo”, conta o jornalista Caio Junqueira.

Ele cita o advogado Germano Parenti, 73, “ferrenho alckmista” e aluno de Alckmin. “Não culpo o Lula pela vitória, culpo os eleitores do Lula. Dar preferência a ele foi um descalabro”, afirma, para, em seguida, atacar. “Lula não está a nível do cargo. Até o Vicentinho (Paulo da Silva) e o (Luiz Antônio) Medeiros fizeram curso. O Lula não fez nem de corte e costura e decoração de bolo.”

Lula, “o monstro”

O artigo, Inconformismo domina platéia alckmista em escola de elite, toma como ponto de partida uma pergunta da dona-de-casa Maria Aparecida Ribeiro, 69 anos, que chama de “monstro” ao presidente eleito. “Se todo o diagnóstico está aí, qual o monstro que impede o país de sair do buraco? Por que os políticos sempre têm o diagnóstico para tudo e não conseguem solucionar nada?”, indagou a indignada senhora a Alckmin, sem obter resposta “além de um constrangido rubor na face do questionado” e “risos na platéia”.

“Todos sentimos o odor desse monstro. É a veia da máquina pública aliada aos políticos. O diagnóstico todo mundo sabe, mas será que interessa a eles combater?”, diz ainda a aluna. “A rejeição ao presidente é o traço forte e comum que une os colegas dessa senhora, tanto quanto o rechaço ao eleitorado do presidente”, conta o jornalista.

“O presidente não fala nossa língua”

“Se o povo tem sensibilidade, por que não houve coragem de dizer certas verdades nas eleições? O povo não tem coragem para entender uma mensagem verdadeira?”, questiona outro inscrito no curso. Alckmin acabara de dizer que acredita “no julgamento popular e num povo que erra menos do que as elites”. Os seus alunos do curso parecem não partilhar dessa crença.

“Sou inconformada por ele (Alckmin) ter perdido a eleição e o país ser governado pelo Lula. Entendo pouco de política, mas sinto que não tenho voz, não tenho corpo no país. Temos um presidente que não fala nossa língua. Há uma minoria ética no país que não sabe como fazer para realizar as mudanças. Como fazer mudanças estruturais, se o povo não entende o que são essas mudanças estruturais?”, afirma a médica Roberta Grabert, 42 anos. Sente-se no relato toda a indignação da seleta platéia.

Para a prefeitura, Serra é obstáculo

O curso de três noites (terça, quarta e quinta-feira) foi na Casa do Saber, instituição privada com sede no Jardim Paulistano, uma das áreas mais ricas da capital paulista. O tema foi Eleição e gestão pública: na primeira noite, política, na segunda, economia e na terceira a cena internacional; nos intervelos, serviu-se vinho chileno. A Casa do Saber tem em seu Conselho Diretor o ex-secretário de Educação de Alckmin no governo paulista, Gabriel Chalita, também autor de prodigiosos 39 livros em 38 anos de vida, com ênfase na auto-ajuda.

Desde que voltou de uma estadia de seis meses nos Estados Unidos, Alckmin movimenta-se fotra dos holofotes, em atividades como o curso da semana passada, sobretudo em São Paulo. Esquiva-se das indagações sobre a possibilidade de se candidatar à prefeitura de São Paulo no ano que vem – pretensão que esbarra no empenho do governador José Serra, em fazer do atual prefeito, Gilberto Kassab, do DEM, o candidato dos tucanos. Diz que se prepara apenas para contribuir para que o PSDB possa ter bons candidatos nos cerca de 5.600 municípios do país.

Com informações do Valor Econômico
Site do PC do B

Rizzolo: Pelas declarações ” dos alunos ” podemos inferir que existe algo de raivoso e de ódio na elite paulistana, algo que passa pela incompreensão de serem governados por um nordestino, operário, sem curso superior; ainda me lembro numa reunião em casa onde alguns membros dessa elite paulistana estavam presentes, talvez até pra me agradar inacutos que eram começaram a insultar o Lula, de pronto, saí em defesa da identidade progressista de Lula, do respeito que temos que ter pelos 58 milhões de votos em Lula , pelo caráter desenvolvimentista do seu governo, nem falei socialista por que não é, o silêncio foi total, achavam que eu estava bêbado…, como podia alguem que mora no Morumbi gostar do Lula ? Foi um bate boca horrível , mas respeitaram o anfitrião ( risos..), afinal o vinho estava bom.

Isso, denota que a elite raivosa, que não é toda a elite, é bom que se deixe claro, tem um desprezo e insiste em dividir o Brasil em dois o dos ricos e o dos miseráveis, mas parece que o Alkmin instiga essa coisa, ele vai justamente ” dar aula nos Jardins “, nessa platéia reacionária que “não fala a lingua do Lula”, e entendem que para ser presidente da República tem que ter curso superior, ser letrado, o que nunca foi verdade vez que ser presidente passa muito mais por sensibilidade social, falar o dialeto do povo, do que por cultura didática, isso sim é uma ignorância descabida.

Na verdade existe sim nessa elite uma tremenda saudade da ditadura, do regime de exceção, do autoritarismo, porque nesses regimes sim, segundo eles ” nordestino e operário não tem vez”,
eles não falam isso mas pensam, com certeza.