Ocupação de Bush usa mais mercenários do que soldados no Iraque

O jornal “Los Angeles Times” revelou na sua edição do dia 4 de julho que o número de pessoas contratadas pela ocupação ianque no Iraque ultrapassa o de militares norte-americanos no país árabe.

Mais de 180 mil mercenários, entre iraquianos, norte-americanos e estrangeiros, estão trabalhando no Iraque sob contrato com os EUA, de acordo com documentos do Departamento de Defesa e de Estado obtidos pelo “LATimes”.

Incluindo o recente envio de tropas, o número oficial de militares norte-americanos no Iraque é de 160 mil.

Segundo o jornal os dados “colocam novas dúvidas a respeito da privatização da guerra e sobre a capacidade do governo para realizar suas campanhas militares e de reconstrução”.

O “Los Angeles Times” diz que o número de mercenários é inclusive maior, já que não inclui o total de contratados de segurança, que se encarregam de proteger funcionários governamentais e prédios.

O número de mercenários quintuplicou em quatro anos, pulando de 48 mil, em 2003, para quase 200 mil nos dias atuais, segundo dados da própria Oficina Geral de Contabilidade (GAO). A utilização destes grupos serve ainda para reduzir as estatísticas oficiais de baixas desde a invasão do país em março de 2003.

“Para o Exército e o governo dos EUA o negócio é muito vantajoso. Os mercenários são simples assalariados em busca de fortuna, quando morrem não engrossam a lista oficial de baixas na guerra, não estão envoltos em discussões legais e nem são alvo da pressão pública”, afirmou o jornalista Juan Carlos Guerrero, da agência Prensa Latina em artigo de maio deste ano.

Segundo o jornalista Sérgio Dávila, “estes assassinos profissionais agem totalmente sem regras”.

“Os ‘privados’ se encontram numa zona juridicamente cinzenta. Até 2007, eram regulados pela Ordem 17, assinada por Paul Bremer em junho de 2004, uma semana antes de deixar o comando provisório do Iraque. Pela disposição, nunca revogada, ‘os privados devem ser imunes ao processo legal iraquiano em relação às ações realizadas por eles enquanto a serviço de empresas’”.
Hora do Povo

Rizzolo:É a privatização da guerra, utlizando pessoas muitas das quais são vítimas do desemprego e da miséria implantada nos países de origem na maioria das vezes por políticas do próprio EUA e que no desespero se lançam nessa aventura por dinheiro e por falta de perspectiva na vida. E, é claro, os EUA aproveitam isso contabilizando a seu favor , vez que os mercenários não entram nas estatísticas, essa é a grande nação ” da liberdade ” onde o negro é segregado , a eleição fraudada, e a população manipulada pela mídia.

Publicado em Política. 1 Comment »

Governo pressiona e Abbott reduz 30% preço de remédio

Após quebrar a patente do Efavirenz, da Merck, Brasil obtém outra vitória na compra de medicamentos para a Aids, agora contra a norte-americana Abbott

Para não ter a patente quebrada, o laboratório norte-americano Abbott, fabricante do Kaletra, medicamento utilizado no tratamento contra a Aids, decidiu atender as reivindicações do governo brasileiro e anunciou uma redução de 29,5% no preço do produto. O acordo foi assinado na quarta (4), em Brasília, pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão. A previsão de redução de gastos, no primeiro ano do acordo, é de cerca de US$ 11,4 milhões. Segundo o ministro, após a pressão do governo brasileiro, “a Abbott apresentou um preço compatível aos genéricos indianos”.

Em 2005, o governo brasileiro declarou interesse público do Kaletra e ameaçou adotar o licenciamento compulsório, ou quebra de patente do medicamento, caso a empresa não reduzisse os preços que comprometiam o tratamento dos pacientes com Aids no Brasil. Depois de quatro meses de negociação, foi fechado o acordo que garantiu redução de 47% no preço do medicamento, que passou de US$ 1,17 para US$ 0,63, a cápsula.

Agora, além da redução do preço, a medida inclui outro benefício. O Lopinavir/ritonavir, nome comercial do anti-retroviral Kaletra, que compõe o coquetel anti-aids distribuído gratuitamente pelo Brasil aos portadores do vírus HIV, virá na forma de comprimidos. A versão anterior do remédio era em cápsulas. A nova apresentação permite ao paciente diminuir o número de doses diárias, substituindo a ingestão de seis cápsulas por dia, para quatro comprimidos. Outra vantagem é que a nova apresentação não precisa ser armazenada em geladeira.

Outra iniciativa importante do Brasil na luta contra o cartel do setor farmacêutico, foi a quebra da patente do medicamento Efavirenz, em maio deste ano. A medida foi decretada porque a Merck, norte-americana detentora da patente do Efavirenz, além de impor preços abusivos ao Brasil, um dos maiores compradores mundiais do medicamento, não aceitou a proposta de redução de preços feita pelo governo brasileiro, embora cobre valores inferiores pelo mesmo remédio em outros países.

A partir daí, o governo brasileiro passou a importar o medicamento de laboratórios indianos e chineses e, nesta semana, o país recebeu o primeiro lote do produto importado do laboratório indiano Aurobindo. A economia será de R$ 60 milhões.

O Brasil vai importar 8 lotes do Efavirenz até janeiro do próximo ano. Depois, o anti-retroviral será produzido pelo Laboratório Farmacêutico de Pernambuco (Lafepe) e pelo Laboratório FarManguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz.

Temporão informou que no momento o governo está dando prioridade aos investimentos do parque tecnológico dos laboratórios oficiais para ampliar a oferta de produtos genéricos. Entretanto, ressaltou que está em estudo um incremento da indústria farmacêutica nacional e um novo marco regulatório para o setor. “Há uma política de compra do Ministério que precisa ser seguida, bem como uma política tarifária”, disse.

Para estimular a produção nacional, “a minha idéia é aliar o poder de compra do governo federal, a política industrial, as linhas de financiamento do BNDES”, diz o ministro. “Só para este ano, será destinado à indústria farmoquímica R$ 900 milhões e o presidente do BNDES me disse que poderia dobrar ou triplicar este valor, se tivesse demanda”, completa.

JOSI SOUSA
Hora do Povo

Rizzolo: Isso vem de encontro ao que sempre digo, temos que jogar duro com as multinacionais , só o fato da Abbott ter anunciado uma redução de 29,5% no preço do produto é uma vitória, tem que ser assim , ou reduz e pára de explorar a população doente brasileira, ou a quebra de patente, e mais, tem que ser o preço compatível com o genérico indiano

Pra você ver como o mercado brasileiro é bom , eles não largam, agora estão fazendo de tudo, pra não perder a ” boquinha”. Temos que dar prioridade aos investimentos do parque tecnológico dos laboratórios oficiais para ampliar a oferta de produtos genéricos, e não ficar na mão dessa gente.

Familiares de vítima fatal na Seara/Cargill denunciam abandono

cargill_marcos.jpg

Crime, descaso e preconceito. Familiares de vítima fatal de acidente de trabalho na Seara/Cargill, no interior do Mato Grosso do Sul, denunciam completo abandono da empresa.

Por Leonardo Wexell Severo, do Portal do Mundo do Trabalho

Com céu azul, sol forte e pó grosso grudado nas roupas, chegamos na aldeia Cachoeirinha para lá do meio dia do domingo, 1º de julho. Embora saindo cedo de Sidrolândia, nos perdemos pelo caminho e, não fosse por Edilson, irmão do falecido, que nos recepcionou na estrada e nos guiou até a casa, os crimes aqui relatados continuariam guardados com os índios Terena, na aldeia de quatro mil pessoas localizada no município de Miranda, no Mato Grosso do Sul, a 200 quilômetros da fronteira com a Bolívia.

A meu lado, Clodoaldo Alves, vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação (Sindaves) de Sidrolândia, auxiliar de inspeção geral da Seara/Cargill no frigorífico da cidade e que acompanha o caso desde o dia 28 de março, data da morte de Marcos Antonio Pedro, funcionário do setor de higienização e limpeza na mesma unidade.

Índio, 29 anos, pai de três filhos, Marcos morreu quando caiu dentro do tanque de resfriamento de frangos (chiller), ao escorregar enquanto fazia uma limpeza rotineira de resíduos. Como não havia proteção, e a higienização até então era feita com a máquina em movimento, o trabalhador foi sugado pela espiral (caracol) que puxa as aves para a água. “Quando os mecânicos chegaram, queriam cortar o tanque e tirá-lo por baixo, mas, ao invés disso, o controle de qualidade da empresa determinou que se invertesse o movimento de rotação das espirais. Não deu certo e ele foi praticamente cortado ao meio”, lembra o auxiliar de inspeção geral na Seara/Cargill. Conforme Clodoaldo, no momento em que as espirais puxaram o trabalhador para baixo, Marcos foi fatiado vivo, cortando nervos e a coluna: “Estive com a menina que presenciou tudo, ouviu os gritos de socorro, foi terrível, Marcos teve ainda a cabeça prensada”.

Neste tempo, a família já deveria ter recebido o dinheiro do seguro privado (cerca de R$ 20 mil), cujo prazo de demora é de um mês. Passaram-se mais de três. Além disso, a empresa já deveria ter sido intimada judicialmente e penalizada a indenizar monetariamente – com algumas centenas de milhares de reais – a família, já que houve um acidente fatal pelo qual tem responsabilidade inquestionável. Nada disso ocorreu e a mulher Edneuza Pereira, e as filhas Greice Kelly, de 4 anos, e Kellijane, de 3, foram completamente abandonadas pela Cargill. Sem recursos, voltaram para a aldeia, abrigadas pelos pais de Edneuza e um salário mínimo da Seguridade Social. Fogão, guarda-roupa, geladeira e sofá estão na casa de uma irmã na capital, Campo Grande, a 60 quilômetros de Sidrolândia, o mais próximo da aldeia que o minguado dinheiro da rescisão do contrato – ela própria trabalhadora da Cargill – conseguiu fazer chegar. O guarda-roupa mais novo, maior, ficou na casa de aluguel, não cabia no veículo.

Mudanças na empresa

Após a tragédia, informa Clodoaldo, “tudo foi inteiramente modificado pela empresa na noite do acidente. Diminuíram a altura das plataformas próximas ao chiller, pois antes você batia a cabeça, tinha de andar curvado, ficando bem na borda do tanque, sem a mínima segurança. Esse desnível acentuado favoreceu a queda de Marcos. Também colocaram chapas de proteção de inox em volta do chiller, um item de segurança que nunca existiu. Além disso, agora a higienização está sendo feita com a máquina desligada, colocaram sensores, baixaram a tubulação para ler os hidrômetros que ficavam lá em cima perto das bordas do pré-chiller e o local ficou completamente isolado”.

De acordo com Sérgio Bolzan, da executiva da Federação dos Trabalhadores da Alimentação do Mato Grosso do Sul e presidente do Sindaves, “houve uma adulteração da cena do crime, pois quando os fiscais do Ministério do Trabalho chegaram para inspecionar já haviam sido feitas as modificações de segurança na plataforma e na máquina”.

Soma-se ao abuso, a tentativa de transformarem a vítima em culpado. Apostando no preconceito contra os indígenas, um boato veiculado afirmava que Marcos teria se suicidado. O fato é que os casos de suicídio de índios ocorrem na região de Dourados, junto aos Kaiowá Guarani, e Marcos era um Terena, em cuja populosa aldeia nunca se soube de um único caso. Sem falar na forma estúpida com que o jovem pai teria decidido se sacrificar no altar do lucro fácil erguido pela multinacional.

Mãe Rosalina

Encontramos a mãe de Marcos, Rosalina, na chegada do cemitério da aldeia, após uma exaustiva caminhada de seis quilômetros que ela, apesar da idade, faz todo final de semana para depositar flores no túmulo do filho. “Todo mês ele me chamava e eu ia lá em Sidrolândia. No sábado antes de morrer Marcos me convidou para a apresentação da dança do bate-pau, que ele preparou para apresentar no Dia do Índio (19 de abril). Marcos estava animado, com saúde. Me disse: Mamãe, vai ficar bonito isso aqui. Na quarta-feira me avisaram”.

Diretor da Escola Municipal Indígena Nicolau Horta Barbosa, o irmão de Marcos Antonio, professor Edílson, lembra do amor do irmão pelo futebol, que jogava todos os finais de semana com os índios amigos em Sidrolândia, onde há uma aldeia dentro da cidade. “Era torcedor do São Paulo e gostava de jogar de centroavante. Ele vivia alegre com a esposa e as duas filhas. Tinha ido para a cidade pois planejava um bom futuro para as crianças. Isso de falarem em suicídio é absurdo, muito cruel”, relatou Edílson. O irmão lembra com orgulho que, assim que foram informados do acidente, todos os índios saíram da linha de produção em solidariedade.

Durante a curta estada, fomos ao cemitério, rodeado pelo verde estonteante da mata, onde a mãe de Edneuza chorou pelo genro como quem pranteia um filho. Em meio ao cântico Terena aos mortos, mexia as mãos e clamava aos céus para que Deus ajudasse a acelerar a justiça do homem branco. Assistimos a tudo com esperança que o clamor fosse atendido.

Nos despedimos com Edílson ao lado de dona Rosalina, segurando o laudo do exame de corpo de delito como se ainda ali não estivesse tudo. Para completar o escárnio, o corpo havia sido violado: “Foi minha irmã quem se atentou para o fato. O Marcos era grande demais para aquele caixão. Nos entregaram ele com os dois pés do lado das pernas, foram cortados para que ele coubesse”.

Exame necroscópico

Conforme o laudo de exame de corpo de delito – exame necroscópico nº 007/2007, do inquérito policial nº 043/2007, realizado pela perícia do Instituto Médico Legal de Sidrolândia, o ajudante de produção da Seara morreu às 9 horas do dia 28 de março, tendo o corpo dado entrada no Instituto apenas às 10h45.

“No exame externo observamos: 1. Ferimento corto contundente em região lombar, atingindo (sexoneido) da coluna vertebral a nível da L4, medindo 30 centimetros de comprimento; 1.2 – Ferimento cortante na região occipital medindo 3 centímetros; 1.3 – Ferimento corto contundente na região frontal direita, medindo 7 centímetros; 2 – Escoriações múltiplas na região torácica posterior com hematomas subjacentes, medindo 20/20 centímetros, atingindo a coluna vertebral; 3 – Fratura de osso frontal e orbital superior; 3.2 – Fratura de nariz; 3.3 – Fratura de arcos costais esquerdo a nível da linha axilar média; 4 – Escoriações múltiplas no tórax anterior esquerdo e abdômen e quadril esquerdo; 5 – Esmagamento de tórax. Exame interno: a) cabeça: Não realizado. Parágrafo único do artigo 162 do Código de Processo Penal. Pescoço e tronco: Procedemos a abertura através de uma incisão biacrômio/manúbrio/púbica e afastados os retalhos cutâneos, retirados o plastrão condro/esternal: Observamos: 5 – Fratura de arcos costais esquerdos, fratura de coluna torácica, fratura de coluna vertebral a nível de L3 e L4. 6 – Hemorragia e lesão de pulmão esquerdo e perfuração de lobo médio do pulmão esquerdo. 7 – Hematoma em corpo venal esquerdo. 7.1 – Hematórax de 300 ml de sangue à esquerda. Ante ao observado e ao que acima foi exposto, podemos concluir que examinamos um corpo em estado de morte real, cuja causa mortis foi politraumatismo por esmagamento torácico”. Qual a causa da morte? “Choque hipovolêmico por hemorragia aguda interna”. Qual o instrumento, agente ou meio que a produziu? “Ação contundente”

Entrevistamos Lucimari Galhardo, técnica em enfermagem do Hospital Beneficente Elmira Silvério Barbosa, que recebeu o corpo. “Pediram a ambulância, mas quando estávamos nos preparando para ir eles chegaram com o Marcos no carro da empresa. O corpo chegou em óbito com bastante hematomas no tórax, muitas escoriações, aparentemente fratura no nariz, e com orifício na região occipital, na testa, grande e profundo. Ele tinha sinais de esmagamento, como se tivesse sido retorcido, todo cheio de hematomas e sinais de esquimose, que é aquele sangue bem coagulado. Nós fomos retirar a roupa, toda molhada, e ao virarmos o corpo vimos um sangramento. Então verificamos que ele tinha um outro orifício na coluna vertebral. O orifício era bem grande, o espaçamento dava para colocar duas mãos juntas, uma em cima da outra. Ele usava uma capa de plástico para não molhar o uniforme, estava de botas, de meia. A capa não estava rasgada, só nas costas mesmo. O corte foi na região frontal e nas costas. A roupa não estava amassada, estava esmagada. O laudo está bem completo e certinho”.

Moendo carne humana

O pré-chiller é um tanque de dez metros de comprimento, onde o frango percorre pelo caracol, que empurra a ave para ser submersa a uma temperatura de 16 graus, recebendo o primeiro choque térmico para fechar os poros e não entrar água. Há uma espiral, um caracol, que vai do fundo do tanque até a aba, com cerca de dois metros de altura. O caracol realiza um trabalho contínuo e lento, fazendo o giro completo em torno do próprio eixo em dois ou três minutos. “Foi neste início do caracol que Marcos deve ter sido pego pelas costas, quando estava abaixado, limpando provavelmente o ladrão, pois ali você tem que ficar sobre as bordas do tanque, para fazer a higienização manual. Aí ele deve ter sido puxado”, explica Clodoaldo.

Na verdade esta plataforma móvel era usada para fazer a higienização com o chiller ligado – hoje isso não é feito mais. A plataforma também era usada para fazer a leitura do hidrômetro, para ver a quantidade de litros de água que são consumidos por frango. Estes hidrômetros antes estavam na borda do pré-chiller, agora foram removidos e estão na altura de um metro e meio do piso.

Rosana fazia a checagem da higienização depois de terminado o abate, nos intervalos de janta ou almoço, quando é feita nova inspeção para conferir se o trabalho estava bem feito. Do contrário, a limpeza deve ser refeita e segurado o abate. Naquele momento tudo quase havia sido concluído. Deu um oi para Marcos no início do pré-chiller e foi para o final fazer uma pré-verificação. Foi neste momento que ouviu o grito e o pedido de socorro.

Conta Clodoaldo: “Aí veio a movimentação do pessoal, onde o caracol já havia sido parado. O Marcos já estava em baixo do caracol, ali, entre o caracol e a parede do pré-chiller. Na verdade, se tiver algum atrito entre o disco e a parede, o caracol desarma. A força deste caracol para empurrar os frangos é de 8 a 15 mil quilos. Ele desarmou com o Marcos embaixo, submerso na água, e percorrendo um trajeto de um metro e meio até chegar no fundo, sendo esprimido. Foi tudo de imediato. Um dos mecânicos pediu que fosse aberto, cortado o tanque por baixo para o Marcos ser retirado. Aí chegou o responsável pelos mecânicos e disse não, não vamos fazer isso porque vai demorar depois para reiniciar o abate. Resolveram reverter o caracol e aí todo mundo sabe o que aconteceu…”

Bolzan ressalta que “nada vindo da Seara/Cargill surpreende, pois se a empresa demite por justa causa trabalhadores que ela própria inutilizou e manda embora funcionários às vésperas de se operarem, insistindo na subnotificação de acidentes de trabalho para não ter de pagar por lesões e mutilações, o que dizer num caso como esse, onde terá de pagar uma enorme indenização à família?”.

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação (Contac/CUT) e coordenador do Instituto Nacional de Saúde no Trabalho (INST), Siderlei de Oliveira, defende que “é hora das autoridades se mobilizarem e darem um basta, pois a Cargill já foi longe demais. A família necessita ser indenizada e a empresa punida de forma exemplar”. Para Siderlei, “diante de tantas e tão fartas demonstrações de barbárie, são necessárias ações e fiscalizações mais rigorosas, envolvendo os Ministérios do Trabalho, da Saúde e da Previdência numa verdadeira força-tarefa para pôr fim aos desmandos desta multinacional que tem espalhado, por meio da superexploração e da intensidade do ritmo de trabalho, lesões e mutilações em todo o país”.

Fonte, Portal do Mundo do Trabalho: http://www.cut.org.br

Site do PC do B

Rizzolo: Ora, mas será que num caso desse não deveria a Cargil ser a primeira a prestar toda assistência ? A acusação de adulteração da cena do fato é extremamente grave. A verdade é que o trabalhador brasileiro é sim explorado por empresas que visam apenas o lucro, não oferecendo segurança suficiente, isso porque é no Brasil , não respeitam o povo brasileiro, mas o que mais salta aos olhos é a indiferença o descaso o preconceito como diz o artigo ” a família já deveria ter recebido o dinheiro do seguro privado (cerca de R$ 20 mil), cujo prazo de demora é de um mês. Passaram-se mais de três. Além disso, a empresa já deveria ter sido intimada judicialmente e penalizada a indenizar monetariamente – com algumas centenas de milhares de reais – a família, já que houve um acidente fatal pelo qual tem responsabilidade inquestionável. Nada disso ocorreu ” .

Tenho pena do povo brasileiro, sempre subserviente a essas empresas multinacionais que alem de sangrar o país olham sempre um com componente preconceiutuoso, agora insinuando que o coitadinho do índio se matou. Agora a pergunta : Se elencarmos 500 empresas multinacionais instaladas no Brasil, sangrando o país, fazendo remessas intermináveis de lucro aos paíse de origem, não respeitando normas de segurança, dessas 500 empresas , quais delas a indústria nacional não teria capacitação tecnológica para substitui-las por empresas genuinamente nacionais ? Em primeiro lugar, as multinacionais vêm para o país atraídas pelos baixos salários pagos aos trabalhadores e pela crescente precarização do trabalho. O lucro obtido por essas empresas não fica no Brasil, vai, em forma de remessas, para as matrizes localizadas nos grandes centros capitalistas. De acordo com o Banco Central, somente até agosto deste ano, US$ 6,79 bilhões de lucros e dividendos das multinacionais foram enviados para fora do país. Tenho absoluta certeza que o empresariado brasileiro patriota é capaz de fazer tudo e muito mais do ponto de vista tecnológico, de produção, e até humano.

Ah! Mas isso não pode, isso não é democrático, não é , ( dizem os representantes do império ) democrático é isso aí em cima que você leu é a ” liberdade ” de fazerem o que querem e levarem todo o lucro para onde querem , só eles sabem fazer lucro e gerarem emprego, agora o coitadinho do empresário nacional, não aguenta , vez que a carga tributária proporcionalmente é maior para o pequeno empresário , aí sucumbe, desiste, quebra.

Se não querem mudar as relações de produção ( socialismo ) de uma vez, que então prestigiem a indústria nacional, não existe nada que nós não sabemos fazer ou que na pior das hipótese não podemos comprar em termos de tecnolgia como assim faz a China. Manda esse pessoal embora ! E mais o nosso Presidente Lula não deveria aguentar esse malcriado comissário europeu de comércio, Peter Mandelson, o camarada se acha no direito de humilhar o governo brasileiro com suas declarações que no fundo são preconceituosas; é o fim , como dizia Euclides da Cunha ” O nordestino é antes de tudo é um forte” !

E não venham os reacionários mandar email dizendo que escrevi isso bêbado, porque hoje eu começo só às 6:30 ( risos…)

O que querem os diretores do Banco Central?

O que querem os diretores do Banco Central?

Encontros secretos, rasteiras, queixas. Esse é o tom da matéria “Meirelles desmarca reunião “secreta” com mercado em SP”, da Folha de hoje (só para assinantes), onde se relata o estado de espírito de certos diretores do BC e de seu próprio presidente, porque o CMN, ou seja o governo, ou seja o Presidente, não aceitou a proposta de redução da meta de inflação para 4% em 2009, mantendo a meta atual de 4,5%.

Diretores do BC que têm queixas do presidente deveriam pedir demissão, a não ser que seja verdade que as reuniões do CNM são para inglês ver. E o que vale é a posição do BC ou de sua diretoria ou dos membros que respondem ao “mercado”.

Mais grave é a noticia, se verdadeira, de que o presidente do BC ia fazer uma reunião “secreta”, isso mesmo, secreta ou reservada, com o “mercado”. Como a notícia vazou, a reunião foi suspensa, o que agravou as relações do BC com o Ministério da Fazenda. O objetivo da reunião, ainda segundo a matéria da Folha, seria acalmar os mercados sobre a política monetária do BC. Ou sobre os ganhos financeiros dos bancos e dos rentistas?

O superávit do quadrimestre foi 4,29%, acima da meta 3,8%, a inflação está abaixo da meta de 4,5% e o risco Brasil é de 150 pontos. Com alto superávit comercial e nas contas correntes, reservas de mais de 150 bilhões de dólares, crescimento do PIB no ano projetado de quase 5%, fora o aumento do emprego e da renda, não dá para entender o que querem esses diretores do BC. Uma ditadura financeira? Ou apenas Ou apenas ganhar dinheiro quando deixarem o Banco Central?
enviada por Zé Dirceu

Rizzolo: Aliás não é a primeira vez que fazem ” convescote ” às escondidas, é uma vergonha, num país pobre como o nosso , onde impera a maior taxa de juro do planeta, o paraíso dos especuladores internacionais, onde o capital ao invés de ser revertido na produção é agraciado com taxas de juros nas alturas, ainda acontece essas coisas. Tudo, mas tudo é com intuito de manter essa política monetária perversa, essa reunião secreta e que não houve porque ” vazou” no meu ponto de vista é de articulação financeira visando interesses que com certeza não são os do Brasil, até porque se fossem seria aberta com ampla discussão com a sociedade e os setores envolvidos, uma vergonha descabida. É não é a primeira vez que isso acontece, hein !

Senadores do ex-PFL advogam a privatização do setor aéreo

Na apresentação do seu segundo relatório parcial da CPI sobre o setor aéreo no Senado, o senador Demóstenes Torres (DEM-PFL/GO) advogou, na última quarta-feira, a privatização dos aeroportos de Congonhas, Guarulhos, Brasília, Galeão, Salvador, Recife, Santos-Dumont, Porto Alegre, Curitiba, Confins e Fortaleza, os mais lucrativos do sistema aeroportuário brasileiro.

Como se não bastasse, o sagaz senador se alçou a dar palpites nas áreas que cabem à Aeronáutica administrar, arrolando uma montanha de itens supostamente para resolver problemas no espaço aéreo brasileiro e a bagunça nos aeroportos.

Segundo o senador, por apresentarem viabilidade comercial, já que contam com movimentação anual superior a três milhões de passageiros, os 11 terminais deveriam ser entregues a grandes grupos econômicos privados “embora não haja uma lei específica sobre concessões aeroportuárias” no país.

O relator propõe “uma auditoria internacional no sistema de controle de tráfego aéreo brasileiro”. Demóstenes defendeu ainda a cobrança diferenciada de tarifas aeroportuárias, supostamente para diminuir o congestionamento nos principais aeroportos. Ele justificou a medida alegando que uma elevação das taxas pagas pelas companhias aéreas – que fatalmente seriam repassadas aos passageiros – pelo uso de aeroportos mais movimentados, direcionaria a demanda para os ociosos, diminuindo o grau de saturação dos primeiros.

E seguiu deitando regras como se fosse mais autoridade no assunto do que a FAB, falando de “elevação da qualidade dos equipamentos de controle de vôo responsáveis pela aproximação, pouso e decolagem dos principais aeroportos; revisão, modernização e reforço da manutenção dos equipamentos de rádio, radar e de software usados para o controle de vôo; adequação transitória das condições de trabalho dos controladores de tráfego aéreo militares; e aumento do efetivo de controladores de tráfego aéreo civis do grupo DACTA”. Propôs também a desmilitarização do controle do espaço aéreo “quando da implantação do sistema CNS/ATM”.

O líder dos dem-pefelistas no Senado, José Agripino (RN), também pregou que a saída para os problemas no setor aéreo seria a privatização da Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária), ou a concessão dos aeroportos controlados pela estatal a grupos privados. “O processo de privatização (na gestão de Fernando Henrique) foi altamente benéfico para o Brasil”, disse em discurso da tribuna, na segunda-feira passada, propalando os altos lucros amealhados pelos controladores privados da Companhia Vale do Rio Doce e as “vantagens” trazidas aos consumidores da telefonia. Como “vantagens” ele deve estar se referindo às altas tarifas que os usuários têm que pagar para as empresas de telefonia.

O ex-presidente do ex-PFL, ex-senador Jorge Bornhausen, foi outro que defendeu semanas atrás a entrega dos aeroportos a particulares como modelo de gestão do sistema de transporte aéreo para o Brasil. Bornhausen é apontado por sua relação com o dono de uma empresa (a Brasif, da qual ele foi vice-presidente de 91 a 92) que explora free shops em quase todos os aeroportos do país que operam vôos internacionais. Na CPI sobre o setor aéreo da Câmara dos Deputados, o deputado Miro Teixeira (PDT/RJ) defendeu que fosse investigada a obscura venda da Brasif para uma empresa suiça.
Hora do Povo

Rizzolo:É impressionante como os ” privateiros” estão se alçãndo agora em consultores aéreos, estão se considerando maiores que os militares da FAB em termos de aeronáutica, e mais estão dando um recado que a FAB é incompetente para gerenciar o espaço aéreo. Puxa como privatizar é bom, não é ? Olha, eu pessoalmente não sou contra as privatizações. Quer privatizar, é simples, vai buscar recurso lá fora, assuma o risco do empreendimento, construa com dinheiro próprio ou financiamento particular, e depois sim pode explorar, agora tomar patrimônio público, construido com dinheiro público do povo brasileiro e adquiri-lo a preço de ” banana ” como na Vale do Rio Doce, ou colocar guarita em estradas construidas com suor e recursos do povo brasileiro, e ganhar dinheiro, como foi feito aos montes na gestão FHC aí não, mas é isso que eles querem. Puxa que feio, hein !

Publicado em Política. 1 Comment »

Lula: “Fui eu que propus a entrada do companheiro Chávez no Mercosul”

“Nos dedicamos, eu e Chávez, a este projeto de integração da América do Sul”

“Nós queremos não apenas a Venezuela, nós queremos o Equador, queremos a Bolívia, queremos a Colômbia, queremos o Peru, queremos todo mundo no Mercosul”, afirmou o presidente Lula, em entrevista coletiva, no encerramento da sessão plenária da “Cimeira União Européia – Brasil”, realizada nesta quarta-feira, em Lisboa.

O presidente insistiu na importância política e econômica da ampliação do Mercosul e afirmou que “é vantajoso para todos esses países participarem do Mercosul”. “Acabou o tempo em que nós ganhávamos alguma coisa ficando de costas uns para os outros”, argumentou. “Olhando para nós mesmos nós temos uma chance extraordinária”, acrescentou.

REFINARIA E GASODUTO

Respondendo a uma pergunta de um repórter da Globo, presente à entrevista, Lula negou que houvesse qualquer restrição de sua parte à entrada da Venezuela no colegiado sul-americano. Ao contrário, o presidente lembrou que foi ele mesmo que propôs a entrada da Venezuela no Mercosul. “Fui eu, em Mar Del Plata, que propus a entrada do companheiro Chávez no Mercosul”, ressaltou Lula.

“O Brasil tem uma relação extraordinária com a Venezuela”, prosseguiu. “Dentro dessa relação teremos um gasoduto que atravessará praticamente toda a América do Sul. Um gasoduto que atravessará o Brasil inteiro para chegar ao Uruguai, Paraguai, Argentina e Chile”, explicou Lula. “Estamos nos dedicando à construção deste projeto. E estamos também construindo junto com a Petrobrás e a PDVSA, uma refinaria na Venezuela e uma refinaria no Brasil. É por tudo isso que a relação do Brasil com a Venezuela é muito importante. E é por isso também que queremos ampliar o Mercosul”, acrescentou o presidente.

Diante da insistência do funcionário da Globo, afirmando que o presidente Chávez teria “ofendido” o Brasil, Lula desfez a intriga respondendo que “é muito temeroso fazer política internacional tendo que interpretar coisas que as pessoas teriam dito, em função do momento ou em resposta a uma pergunta”.

GRANDES AMIGOS

“Uma relação entre dois Estados se dá com muita conversa”, salientou o presidente. “Eu imaginava que ia conversar com o Chávez agora no Paraguai, mas ele não foi à reunião por motivo de compromisso no exterior. Mas não vai faltar oportunidade para conversarmos”, completou. “Além do mais, como eu e o Chávez, além de chefes de Estado, somos grandes amigos, pode ficar certo que não faltará oportunidade para uma prosa boa”, apontou o presidente.

UNIÃO EUROPÉIA

Na Sessão Plenária da Cimeira Empresarial Brasil-União Européia, Lula enfatizou a importância da abertura da nova relação estratégica entre Brasil e União Européia e afirmou que ela deverá se estender também para todos os países do Mercosul. “Penso também que a nossa parceria deve contribuir para que as negociações do acordo de associação entre o Mercosul e a União Européia cheguem a bom termo”, disse o presidente Lula. “Estou convencido de que temos muito a ganhar com essa associação, desde que se levem em conta as necessidades e peculiaridades de ambos os blocos. Estou certo, também, de que a união destes dois blocos contribuirá para a construção de um mundo multipolar”, completou o presidente.

SÉRGIO CRUZ
Hora do Povo

Rizzolo: Acho que o presidente Lula deve ter um discurso único, ainda acredito na mudança dessa postura, não há como agradar a todos, ou é , ou não é, ou enfrenta o embate com os reacionários daqui, ou abaixa a cabeça pra eles. Como bem diz um artigo no site do PC do B ” A direita brasileira, servil aliada dos EUA, nunca criticou a censura imposta pelo presidente George Bush à imprensa daquele país, através da Patriot Act, ou os campos de tortura de Guantanamo e de Abu Ghraib, ou o fim de dezenas de concessões públicas de televisões nos EUA e na Europa – mas resolveu cutucar o presidente da Venezuela, numa provocação rasteira. A manobra era evidente: ela nunca concordou com os esforços do governo Lula e de outros governantes progressistas da construção de um bloco regional capaz de se contrapor aos desígnios do império. O seu sonho, acalentado por FHC, era o da vigência do tratado neocolonial da Alca, da implantação da base militar em Alcântara e das “relações carnais” com os EUA.”

Acordo deve adiar reforma política para o próximo semestre

Foi sepuldada definitivamente qualquer chance da reforma política em debate no Congresso Nacional vigorar já nas eleições de 2008. Se alguma reforma ainda vier a ser aprovada, só terá validade para as eleições de 2010. Este é o resultado do acordo firmado esta semana entre lideranças partidárias. A avaliação geral dos defensores da reforma é de que os setores mais conservadores e reacionários do parlamento conseguiram fazer prevalecer seu discurso de que mudanças nas regras eleitorais representam um perigo para a manutenção do status quo.

Segundo declaração do líder do PT na Câmara, deputado Luiz Sérgio (RJ), a reforma só deve ser votada no próximo semestre, fora do prazo mínimo de um ano estabelecido para que tenha validade em 2008. Segundo Luiz Sérgio, é difícil uma reforma ampla, com temas importantes ser votada antes do recesso parlamentar de julho. Segundo ele, se for retomado no segundo semestre, o debate sobre a reforma política irá começar da estaca zero.”E iniciar tudo da estaca zero é reiniciar um debate para votar só Deus sabe lá quando”, disse.

Ontem, depois de mais de seis horas de discussão na Câmara, a votação da reforma política foi mais uma vez adiada. Antes, porém, os deputados rejeitaram simbolicamente o substitutivo ao projeto de lei apresentado na semana passada pelo relator da matéria, deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO).

“Os defensores da reforma política defendiam uma reforma política que fosse uma Mercedes. No final, já estavam admitindo um fusquinha. Acabamos com uma bicicleta velha com pneu furado”, comparou Luiz Sérgio. “Ou seja, não será possível nenhuma reforma política nesse semestre. Estão se projetando iniciar esse debate no segundo semestre, mas se iniciar da estaca zero. Isso significa que se distanciou muito o espaço compreendido entre o nosso sonho de fazer a reforma política e a realidade das forças reais que temos representadas aqui na Câmara dos Deputados”, comentou.

O relator da reforma, deputado Ronaldo Caiado, rebateu o comentário de Luiz Sérgio. “Não desenharia como um Boeing nem conmo uma bicleta velha. São mudanças importantes para as regras eleitorais de 2008”. De acordo com o deputado o adiamaneto da votação não tem nada de propositovo. “Eles querem enterrar a reforma. Essa é uma chicana própria dos que querem manter o atual sistema”.

Luiz Sérgio explicou que o projeto sobre a fidelidade partidária, de autoria do deputado Luciano Castro (PR-RR), pode ser votado ainda antes do recesso parlamentar. “Esse projeto foi criado a partir da consulta que alguns partidos fizeram ao Supremo sobre se o mandato pertencia ao deputado ou ao partido. É muito mais para se resolver uma questão pontual do que propriamente um ponto da chamada reforma política”, ressaltou.

Chinaglia discorda

O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP) afirmou que manterá a proposta de reforma política na pauta do plenário na próxima semana, mesmo depois da decisão do Conselho Político, integrado por partidos da base aliada, de adiar a votação para agosto. Chinaglia disse que o acordo de votação do projeto de reforma agora em julho foi feito em reunião de líderes da base e da oposição, argumentou que a votação já iniciou e que se o grupo de líderes quiser enterrar a reforma, que diga isso no plenário.

“Se prevalecer a idéia de que não tem mais nada para fazer, isso terá de ser dito no plenário. Se a base aliada decidir que não vai votar, vai ter que apresentar requerimento na sessão”, disse Chinaglia. Ele anunciou que vai reunir os líderes novamente na próxima terça-feira para tratar da reforma política. O presidente da Câmara disse que cabe a ele elaborar a pauta de votações e que ele tem o dever de manter o projeto de reforma política na pauta.
Da redação,
com agências

Site do PC do B

Rizzolo: É claro que os conservadores, aqueles que vivem do financiamento privado de sua campanhas, os reacionários que recebem dinheiro aos montes da iniciativa privada para resguardar os interesses internacionais e do agronegócio não querem. A reforma já foi votada na íntegra no Senado , que é muito mais conservador. Precisamos implementar com urgência , vez que a Câmara dos Deputados não é capaz de votar uma reforma política que mereça esse nome, um plebiscito ou a convocação de uma Constituinte; que obviamente faria, além da reforma política, ampla reforma do Estado, administrativa, política e judicial, para aumentar os controles públicos sobre o orçamento dos três entes Federados, acabar com as nomeações em cargos de confiança, transformar os orçamentos em impositivos e criar mecanismos para o julgamento rápido de casos de corrupção. O povo não pode mais ficar nas mãos da Camara dos Deputados, temos sim para esses casos e outros partir para um plebiscito ou uma Constituinte, exatamente como ocorre na Venezuela, onde muita coisa é resolvida com o maior interessado o povo através dos mecanismos legais. Ah! mas isso é democracia demais, os ” chamados guardiões da liberdade ” não gostam, eles gostam é disso, uma Câmara dos Deputados que esteja interessada neles mesmos, não no que é bom para o povo brasileiro, até porque eles sabem que o povo em pesquisa aprova e quer as reformas políticas. É lógico que impera a preferência pela manutenção das relações promíscuas entre postulantes a cargos eletivos e empresas prestadoras de serviço a instituições públicas. Certamente os que não tiram proveito pessoal disso conviveriam muito bem com o financiamento público de campanha (ao qual logicamente estaria acoplado o sistema de votação em lista), até porque a disputa se tornaria menos desigual. Uma pena. Pura falta de patriotismo.