A Folha de hoje volta a publicar várias matérias sobre as graves irregularidades cometidas na Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) pelos governos tucanos. Na principal delas – “Promotoria aponta desvio de R$ 1,1 bi na CDHU sob tucanos” (só para assinantes), o jornal informa que o Ministério Público do Estado de São Paulo pede na Justiça a devolução de pelo menos R$ 1,1 bilhão aos cofres públicos por supostos contratos irregulares firmados entre prefeituras, empreiteiras e a CDHU. O valor representa os 102 processos abertos, desde 1998, a pedido da Promotoria da Cidadania, contra agentes públicos e empresários suspeitos de terem cometido má gestão (improbidade administrativa), o que inclui eventual superfaturamento e desvio de verba durante a construção das moradias populares.
Outra matéria – “Ministério Público estende apuração a outras construtoras” (só para assinantes) noticia que uma força-tarefa criada pelo Ministério Público para apurar irregularidades em obras financiadas pela CDHU no interior de São Paulo investiga possíveis ramificações do esquema. As investigações até agora estavam focadas na FT Construções, onde promotores apreenderam uma planilha que indica, segundo eles, pagamentos de propina a Mauro Bragato, líder do PSDB na Assembléia Legislativa e ex-secretário de Habitação do governo Alckmin. Em depoimento à polícia, um ex-mestre-de-obras da FT disse que levava envelopes contendo de R$ 1.500 a R$ 4.000 ao escritório do então secretário em Presidente Prudente. Além da FT, ganhadora da maioria das licitações para construção de casas populares na região de Presidente Prudente, passam a ser alvo da apuração duas construtoras com atuação também no oeste do Estado, onde contratos com 21 prefeituras estão sob suspeita. Uma das empresas é a Vesato Construtora, com escritório em Dracena. Uma terceira empresa ainda tem o nome mantido em sigilo por promotores envolvidos na investigação, feita em parceria com a Polícia Civil e o Gaerco (Grupo de Atuação Especial Regional para Prevenção e Repressão ao Crime Organizado). Segundo o Ministério Público, a Vesato tem entre seus sócios Vagner Pedro Stelato, filho do prefeito de Dracena, Elzio Stelato Junior (PSDB).
Apesar de todas essas evidências e essas denúncias, o governador José Serra continua orientando os parlamentares tucanos na Assembléia Legislativa de São Paulo a barrarem qualquer tentativa de investigação, principalmente a instalação de uma CPI. Nem mesmo os pareceres do Tribunal de Contas do Estado sobre contratos com supostas irregularidades conseguem ser votados pela Assembléia, por causa de manobras regimentais, como mostra outra matéria da Folha de hoje – “Deputado afirma que regime interno da Assembléia atrasa votação de contratos” (só para assinantes). Essas manobras visam impedir a proposição de ações de improbidade administrativa, que prevê a perda da função pública e a impossibilidade de contratar com o poder público, e que só pode ser proposta em até cinco anos depois do fim da gestão administrativa responsável pelos contratos.
É assim que agem os tucanos paulistas. Em Brasília, vivem defendendo a ética, a moralidade, a instalação de CPIs a torto e a direito, a renúncia e a cassação de quem quer que seja. Em São Paulo, usam e abusam de todos os artifícios e pressões para impedir qualquer investigação, por menor que seja, sobre as várias denúncias de irregularidades cometidas nos últimos doze anos em que governaram o Estado.
É muita hipocrisia!
CPI da CDHU Já!
enviada por Zé Dirceu
Rizzolo: Concordo com Zé Dirceu, isso é uma condição que barra as raias da imoralidade, não é possível que num contexto ” apurativo” e ” depurativo” do governo Lula onde tudo é devidamente apurado ” doa a quem doer “, o PSDB, que representa a elite paulistana, na figura do governador Serra, se porte dessa forma usando de expedientes e manobras ardilosas, no sentido de orientar os parlamentares tucanos na Assembléia Legislativa de São Paulo a barrarem qualquer tentativa de investigação, principalmente a instalação de uma CPI. É uma vergonha , e depois se alçam como moralistas, defensores da ética, promovem aulas de cidadania nos ” Jardins”, é , mas a mascara parece que cai mais e mais a cada dia. Cabe à elite tucana fazer uma reflexão, não é ?