EUA perderam a razão, a moral e a própria guerra no Iraque

O último fim de semana foi um dos mais sangrentos desde que as tropas agressoras estadunidenses invadiram o Iraque, em março de 2003. Mais de 250 vítimas fatais com as refregas entre os invasores e forças da resistência. O trimestre que passou (abril a junho) foi o mais trágico para o exército de ocupação que contabilizou mais 330 mortos, elevando a 3.606 o número de soldados estadunidenses que perderam suas vidas no solo banhado pelo Tigre e o Eufrates. Do lado iraquiano, dezenas de milhares foram assassinados, um genocídio, pelos bombardeios e as incursões do exército da superpotência imperialista.

Cada vez mais a guerra de ocupação norte-americana no país árabe deixa a descoberto duas inarredáveis evidências. A primeira é a de que em ação bélica de inaudita envergadura, desencadeada em nome de interesses estratégicos de natureza econômica e geopolítica, os Estados Unidos revelam-se como um império assassino, que pretende impor a tirania mundial. Caracteriza-se assim como o principal inimigo da humanidade, uma ameaça real às aspirações de liberdade, independência, progresso e justiça dos povos e nações de todo o mundo. A segunda evidência é a de que, apesar da monstruosa máquina de morte posta em movimento, apesar da inexcedível arrogância, do atropelo da legalidade internacional e da instrumentalização dos organismos multilaterais e de governos títeres, o imperialismo norte-americano está sofrendo uma estrondosa derrota. A ocupação do Iraque entrou definitivamente em crise.

A tal ponto que o secretário da Defesa, Robert Gates cancelou de última hora uma visita que faria a partir desta segunda-feira a quatro países latino-americanos – El Salvador, Colômbia, Peru e Chile – alegando a necessidade de se dedicar durante esta semana às discussões sobre questões envolvendo a ocupação do Iraque.

É que precisamente nesta semana o Senado dos Estados Unidos inicia o debate sobre o orçamento do Pentágono para 2008. A proposta de Bush é que se destine 141, 7 bilhões de dólares para continuar financiando as guerras de ocupação no Iraque e no Afeganistão (esta última com a cumplicidade da OTAN e de governos da União Européia). Encontra-se em gestação uma crise política, pois além da oposição do Partido Democrata, começam a se manifestar importantes dissidências mesmo entre os elefantes republicanos. Alguns foram a público para se opor aos planos de Bush. A mais importante voz dissidente até agora foi a do senador Richard Lugar, que não só discorda da aprovação da vultosa verba, como defende a retirada das tropas até meados do ano que vem. Outros dois senadores republicanos fizeram declarações no mesmo sentido.

Mas o fato mais importante com que se inicia a semana foi sem sobra de dúvidas o editorial deste domingo intitulado “O Caminho de Volta”, do insuspeito New York Times, que com inusuais radicalismo e imoderação, com estilo cortante e severo, defendeu: “É hora de os Estados Unidos deixarem o Iraque, sem mais prazos do que o Pentágono precisa para organizar a retirada”. O diário nova-iorquino opina, sem meias palavras, que o projeto de Bush no Iraque é uma “causa perdida”.

Alheio às evidências, Bush continua a considerar que a retirada é um “caminho errado e perigoso”. E, aferrada às posições de quintas colunas do exército de ocupação, as forças políticas que compõem o governo fantoche iraquiano reagiram prevendo o “caos e a guerra civil”, se os 157 mil soldados norte-americanos voltarem para casa. Mas o caos e a guerra civil foram instalados no Iraque desde o momento em que os EUA invadiram o país em março de 2003. Há muitas expectativas sobre o que ocorrerá nos próximos dias. Bush já anunciou que vetará, aliás como já fez anteriormente, qualquer decisão do Congresso que corte o financiamento da ocupação e aponte no sentido da retirada. Aposta num plano que, se levado a efeito, vai fragmentar o Iraque em três “bantustões” xiita, sunita e curdo, sob comando unificado das forças de ocupação e supervisão de uma força multinacional (sic!).

A admissão da derrota por setores dominantes importantes da sociedade estadunidense, a consciência de que a causa da ocupação está perdida, é um vigoroso sinal dos tempos. A política unilateral, exclusivista, antidemocrática e militarista de Bush levou os Estados Unidos a gravíssimo impasse, que por sua vez é resultante dos impasses estruturais do modelo econômico e do modo de vida parasitários desse país imperialista, espoliador e neocolonialista. O impasse de Bush consiste em que saindo ou ficando no Iraque, os Estados Unidos já perderam a razão, a moral e a própria guerra.

Para as forças revolucionárias e progressistas do mundo, para os amantes da paz, os que se batem pela independência nacional e o progresso social, a derrota estadunidense no Iraque é um fator de alento. São cada vez mais numerosas as pessoas que compreendem que o imperialismo não é invencível, havendo pois espaço político e terreno fértil para organizar em todo o mundo a luta antiimperialista.

Por José Reinaldo Carvalho, Secretário de Relações Internacionais do PCdoB, diretor do Cebrapaz e membro do Brussel´s Tribunal contra os crimes de guerra no Iraque.
Site do PC do B

Rizzolo: Como já disse em alguns comentários, nos meu livros de cabeçeira sempre estão presentes os livros de Noam Chomsky Professor de Linguistica do Massachusetts Institute of Tecnology e ativista político americano, Chomsky é um crítico da Administração Bush e contrário à guerra no Iraque. Segundo Chomsky “as atrocidades terroristas do 11 de setembro criaram o pretexto para que os Estados Unidos tomem controle dos recursos petrolíferos do Iraque. O Estado mais poderoso da história do mundo proclamou em alto e bom som que pretende dominar o mundo pela força. A guerra no Iraque vai ensinar algumas lições sobre o que o futuro reserva quando o império resolver lançar uma nova guerra”. e vai mais longe ” “Querem controlar o Oriente Médio como a região petrolífera mais importante do mundo, mas querem dominar regiões mais estáveis, como a América Latina e a África”, que podem ser futuros alvos de ataques, segundo o linguista, se rejeitarem determinações dos EUA.

Com certeza o Senado dos Estados Unidos não aprovará o orçamento do Pentágono para 2008. Não é possível que se destine 141, 7 bilhões de dólares para continuar financiando as guerras de ocupação no Iraque e no Afeganistão através de mercenários pagos, numa guerra suja , política e de apenas dominação. Uma vergonha !

Um dado assustador

A matéria da Folha de hoje – “Por hora, 7 jovens entram nas prisões do país” (só para assinantes), que é também a manchete da edição de hoje do jornal paulista, revela dados do Ministério da Justiça, incluídos na versão final do Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania), mostrando que, a cada hora, pelo menos sete jovens entre 18 e 29 anos ingressam no sistema prisional brasileiro. O ritmo de entrada de jovens na prisão (68,4 mil/ano) é 58% superior ao de saída (43,2 mil jovens/ano). Isso significa que 187 jovens entram a cada dia em unidades prisionais, contra 118 que deixam o sistema.

Relativos aos últimos 12 meses, os números inéditos do Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça integram uma versão do Pronasci, conhecido informalmente como “PAC da Segurança”, que será apresentada hoje pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, ao presidente Lula. O lançamento oficial está marcado para 1º de agosto.

O objetivo do programa é integrar ações de segurança com políticas sociais. As cerca de 40 ações do programa terão um custo extra ao governo federal de R$ 1 bilhão ao ano.

O foco inicial de atuação será em 11 regiões metropolitanas e, em cada uma delas, a meta é construir um presídio específico para jovens. Dos 240 mil jovens presos no país, 65% (160 mil) estão nessas 11 capitais e entornos (Alagoas, Minas Gerais, Espírito Santo, Pernambuco, Bahia, Pará, Paraná, Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul), escolhidos pelo governo federal com base na quantidade de vítimas de homicídios.
enviada por Zé Dirceu

Rizzolo: O problema principal dessa questão é a falta de oportunidade que impera no Brasil paraíso da especulção financeira, o Brasil precisa criar 4 milhões de emprego por ano, e não cria, hoje o modelo brasileiro privilegia o capital especulativo internacional, deixando de gerar empregos para a massa de jovem de ingressa no mercado de trabalho. O desespero para fazer superávit primário , as ainda tímidas medidas sociais, fazem com que os jovens nessa faixa etária se envolvam com drogas e com o ilícito. A dificuldade com o primeiro emprego, a falta de perspectiva, o abandono cultural fazem com que esses dados nos assuste. O governo Lula tem se esforçado para avançar no social, como o Pronasci, mas ainda é pouco em face à demanda de emprego ,temos que implementar principalmente uma política voltada ao primeiro emprego. De nada adianta integrar ações de segurança só no aspecto social não há investimento, e para ter dinheiro para investimento, há necessidade de envolver aspectos econômicos de geração de emprego que esbarram no Banco Central dominado pela elite de banqueiros que insistem nas altas taxas de juros. Coitado do jovem brasileiro ! Não existe pior decepção ao jovem do que descobrir que seu país não lhe oferece nem o primeiro emprego, e quando o consegue, é o inicio de uma longa jornada de exploração.

Mais pedágios e lucros para as empreiteiras

Mais pedágios e lucros para as empreiteiras
por peruano — PRIVATIZAÇÃO Governo federal anuncia que vai leiloar sete trechos de rodovias federais; para secretário de transportes do Paraná, empreiteiras lucram com o patrimônio público

Renato Godoy de Toledo
da Redação

EM JANEIRO, o governo federal anunciou que iria repensar a questão das privatizações das estradas. A decisão foi um “susto” para os empreiteiros, mas não passou disso, um susto. O Diário Oficial da União de 21 de maio publicou a notícia que os empreiteiros aguardavam: a concessão de sete trechos de rodovias federais (BRs), equivalentes a 2,6 mil quilômetros, foi aprovada pelo Conselho Nacional de Desestatização. Nesses trechos, novos pedágios devem ser construídos, com tarifas entre R$ 2,60 e R$ 4,00. O leilão deve acontecer em outubro.
As concessões são na BR- 153, entre as divisas de Minas Gerais e São Paulo e São Paulo e Paraná; na BR-116, de São Paulo a Curitiba e desta até a divisa entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul; na BR-393, da divisa entre Minas Gerais e Rio de Janeiro até a entrada da rodovia Presidente Dutra; na BR-101, da divisa do Espírito Santo até a Ponte Rio-Niterói; na BR- 381 (Fernão Dias), entre Belo Horizonte e São Paulo; e nas BRs 376 e 101, entre Curitiba e Florianópolis.
No seu primeiro mandato, o presidente Luís Inácio Lula da Silva viu a sua intenção de privatizar rodovias ser frustrada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que pediu maior clareza acerca de qual seria o modelo da concessão. O Governo do Estado do Paraná, cuja malha viária será afetada por duas concessões (das BRs 116 e 376), tem uma posição contrária à medida do governo federal. Inclusive, em janeiro, quando a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, anunciou a interrupção do processo de concessão das rodovias, ela o fez após uma conversa com o governador Roberto Requião (PMDB).
“Rechaçamos a medida politicamente. Vamos tentar barrá-la politicamente e na Justiça”, garante o secretário dos Transportes do Paraná, Rogério Tizzot. Para ele, a concessão representa a transferência de um patrimônio público para a exploração da iniciativa privada. Tizzot acredita que, se a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) fosse aplicada para o seu devido fi m – o transporte -, as estradas federais estariam em condições muito melhores. A Cide incide sobre o combustível, ou seja, é paga pelos motoristas quando estes abastecem seus veículos.
Desde que foi criada em 2003, o governo arrecadou R$ 39 bilhões via Cide, mas apenas R$ 5,5 bilhões foram investidos em conservação das rodovias. Boa parte desse desvio (80%) foi feito para realizar o superavit primário. O secretário assegura que toda a parcela da contribuição repassada ao Paraná é aplicada na melhoria das estradas.

Modelo “peculiar”
O sistema de concessão de estradas no Brasil beneficia as empresas de uma maneira que não é vista em nenhum outro lugar do mundo, segundo Tizzot. “Em outros países, as concessionárias têm que utilizar dinheiro de seus caixas para construir novas rodovias alternativas e garantir a conservação. Aqui no Brasil não, elas ganham a concessão de estradas construídas com dinheiro público e lucram com o pedágio pago pelos usuários”, analisa.
Segundo o secretário, as empresas que ganharam concessões de estradas no Paraná, durante o governo Jaime Lerner (DEM, 1995-2002), obtiveram R$ 740 milhões de receita via pedágio somente em 2006, enquanto a conservação das estradas representa um gasto de R$ 100 milhões.
O secretário também afirma que os contratos com as empresas em seu Estado foram feitos de forma viciada e benevolente para os concessionários.
“Inicialmente, para cumprir o contrato do edital de licitação, as empreiteiras tiveram que realizar algumas obras e 70% dos gastos com essa obras vieram de recursos do BNDES. Agora, elas utilizam-se da verba que vem do pedágio. Porém, não têm a obrigação de construir novos trechos, duplicar estradas etc. Além disso, algumas obras estão previstas para o fi m do período de concessão [que é de 24 anos]. Há obras previstas para 2021”, observa.
O Fórum contra os Pedágios promete criar um projeto de lei de iniciativa popular para regulamentar a questão dos pedágios e barrar a sua proliferação. “A criação de pedágios é como se uma pessoa comprasse uma mansão e não tivesse dinheiro para pagar a conta de água e luz. Nenhum partido político tocou na questão dos pedágios na última eleição”, afirma Acir Mezzadri, da coordenação nacional do Fórum, para quem as novas concessões devem criar cerca de 38 novos pedágios.

Brasil de Fato

Rizzolo: Olha, eu pessoalmente não sou contra as privatizações. Quer privatizar, é simples, vai buscar recurso lá fora, assuma o risco do empreendimento, construa com dinheiro próprio ou financiamento particular, e depois sim pode explorar, agora tomar patrimônio público, construido com dinheiro público do povo brasileiro e adquiri-lo a preço de ” banana ” como na Vale do Rio Doce, ou colocar guarita em estradas construidas com suor e recursos do povo brasileiro, e ganhar dinheiro, como foi feito aos montes na gestão FHC aí não, mas é isso que eles querem. Como diz o secretário dos Transportes do Paraná Rogério Tizzot. “Em outros países, as concessionárias têm que utilizar dinheiro de seus caixas para construir novas rodovias alternativas e garantir a conservação. Aqui no Brasil não, elas ganham a concessão de estradas construídas com dinheiro público e lucram com o pedágio pago pelos usuários”. Puxa que feio, hein !

Lula defende etanol e critica “cartel dos poderosos”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira (9), em seu programa de rádio Café com o Presidente, que o país precisa estar preparado contra os adversários dos biocombustíveis. Segundo ele, o Brasil não pode abrir mão da defesa do etanol e do biodiesel, uma “matriz energética revolucionária já comprovada há 30 anos”.

Jornais europeus afirmaram na semana passada que a União Européia não quer o “etanol sujo” vindo do Brasil e que a plantação de cana-de-açúcar poderia invadir o território da Amazônia. “Temos adversários que vão levantar todo e qualquer tipo de calúnia contra a qualidade do etanol, contra a qualidade do biodiesel”, disse Lula.

Segundo o presidente, a tecnologia brasileira de biocombustíveis também significa distribuição de renda para países mais pobres. “Esse é um debate que o Brasil não tem de ter medo. Nós não vamos aceitar outra vez o cartel dos poderosos do mundo tentando impedir que o Brasil se desenvolva, tentando impedir que o Brasil se transforme numa grande nação.”

Confira abaixo a íntegra do programa desta segunda:

Olá, você, em todo o Brasil. Começa agora o programa de rádio do presidente Lula. Tudo bem, presidente?Tudo bem, Luiz.

Presidente, semana passada o senhor esteve em Portugal e na Bélgica, falou com a União Européia e deu o recado do Brasil na conferência internacional sobre biocombustíveis. Que resultado o senhor espera desse encontro?
Luiz, essa viagem foi muito importante para o Brasil, sobretudo porque o Brasil mudou de patamar na sua relação com a União Européia e o interesse é a questão dos biocombustíveis. Estamos apresentando ao mundo uma alternativa para combater a emissão de gases que causam o efeito estufa no planeta. Ou seja, nós estamos apresentando um produto que diminui a emissão de CO2.

Presidente, alguns jornais europeus dizem que o biodiesel é um combustível sujo, que a plantação pode invadir território da Amazônia, estragar a floresta. O que tem por trás dessa história?Olha, primeiro nós precisamos tomar muito cuidado. O Brasil não pode abrir mão, em hipótese alguma, de defender a sua matriz energética revolucionária já comprovada há 30 anos, que é o etanol e agora o biodiesel. Lógico que temos de ter consciência que temos adversários. Temos adversários que vão levantar todo e qualquer tipo de calúnia contra a qualidade do etanol, contra a qualidade do biodiesel. Olha, até agora nenhum país apresentou isso, é o Brasil que está apresentando. O que nós estamos querendo mostrar para o mundo é o seguinte: a nossa tecnologia é importante por quê? Porque não é apenas a produção de um novo combustível, é a geração de empregos, é a distribuição de renda, sobretudo nos países mais pobres do planeta. Esse é o desafio que está colocado para a União Européia, para os Estados Unidos e para o Japão. E nesse assunto nós queremos discutir. É bem possível que os nossos adversários continuem levantando coisas contra o Brasil e nós temos de estar preparados.

O senhor cobrou uma posição mais clara desses países em relação às taxas altas de importação de biocombustível brasileiro também. O senhor falou sobre isso?É engraçado porque eles cobram impostos do nosso álcool, cobram do nosso biodiesel, mas não cobram do petróleo. O que estamos querendo provar é o seguinte: primeiro, eu disse no encontro que era importante olhar a política dos biocombustíveis sem olhar o mapa da Europa. É preciso olhar o mapa do mundo, olhar África, olhar América Latina, para que eles percebam que tem países com potencial de produzir de forma extraordinária para atender aos interesses do mundo. Ou seja, hoje nós temos 20 países que produzem petróleo por 200 países. Com o biodiesel nós vamos poder ter mais de 100 países, ou seja, nós vamos democratizar a produção de combustível no mundo. Aí levantam o argumento de que vai ter problema no alimento. Ora, é preciso imaginar que o ser humano seria irracional. A primeira energia que o ser humano precisa é a sua própria. Ou seja, é se alimentar para poder ter força, para poder produzir a outra energia. Acho uma coisa totalmente descabida. A segunda coisa que eu acho que eles fazem de grave na discussão é dizer que nós vamos invadir a terra da Amazônia. Eu lembrei a eles que Portugal chegou aqui em 1500, há 470 anos introduziu a cana no Brasil e a cana não chegou na Amazônia por uma razão simples. Mesmo quando não se tinha uma visão de preservação que a humanidade tem agora, os portugueses descobriram há muito tempo que na Amazônia não é lugar de plantar cana porque a temperatura não é propícia para isso. Esse é um debate que o Brasil não tem de ter medo. Nós não vamos aceitar, não vamos aceitar outra vez o cartel dos poderosos do mundo tentando impedir que o Brasil se desenvolva, tentando impedir que o Brasil se transforme numa grande nação.

Presidente, por falar nisso, como estão as negociações em torno do comércio de produtos agrícolas na Organização Mundial do Comércio. Há chance de retomada da Rodada de Doha?
Há chances. Para isso é importante que o povo brasileiro entenda o seguinte: nós queremos que os americanos reduzam o subsídio que eles dão para os seus agricultores. Eles, nos últimos três anos, deram US$ 15 bilhões de subsídios. Estamos pedindo que eles dêem apenas 12. Eles estão propondo 17. Ou seja, estão querendo aumentar, inclusive, a média dos últimos três anos. Nós não podemos aceitar. A União Européia, além de não mexer nada nos coeficientes da agricultura, ela quer que nós baixemos o coeficiente dos produtos industriais. E o que eles querem? Que a gente abra nossa indústria para eles e eles não abrem a agricultura para os países do terceiro mundo. Também não dá! Não é uma questão de orgulho não, é uma questão de justiça. Nesse acordo de Doha, os países pobres precisam sair ganhando alguma coisa. Os ricos já ganharam demais no século 20.

Presidente, mudando um pouquinho de assunto, vamos falar da campanha do Cristo Redentor, que foi eleito uma das sete maravilhas do mundo. O senhor inclusive chegou a pedir votos. Essa eleição é um combustível para o turismo brasileiro?
Acho que mais do que um combustível para o turismo brasileiro. Acho que é justiça que se faz, porque quem tem a oportunidade de conhecer não apenas a imagem do Cristo Redentor, mas a gente vê toda a imagem do que cerca aquela beleza do Rio de Janeiro, eu acho que tem poucos lugares do mundo mais bonitos do que aquele.

Obrigado, presidente. Até semana que vem com mais um Café com Presidente.
Até semana que vem, Luiz.

Agência Brasil
Site do Pcd o B

Rizzolo; É realmente interessante, e às vezes acho até simplório o raciocínio do Presidente na sua análise sobre a questão do etanol e do biodíesel, não há dúvida que de todo conteúdo e do teor da entrevista as colocações estão extermamente corretas: as críticas aos EUA no aspécto tarifário, as críticas ao fato do subsídio, as interferências dos páises europeus que de uma forma indireta ” duvidam” da nossa capacidade de preservção da Amazônia, que no meu ponto de vista é puro pretexto e recado para nos dizer que somos incompetentes, e temos que ser tutelados, enfim tudo isso eu concordo. Contudo o Presidente Lula não se deu conta que jamais os EUA vão reduzir os subsídios aos agricultores americanos ou como diz os Presidente ” nós queremos que os americanos reduzam o subsídio que eles dão para os seus agricultores”; não adianta ” nós querermos”, isso é uma piada, outra questão, os EUA vão continuar cobrando impostos sobre o alcool, também não adianta ,vão continuar tarifando o alcool. Por que tudo isso? Porque a Europa como os EUA não estão interessados que o Brasil como país desenvolva e adentre no mercado deles, o que eles querem, é dominar a comercialização e parte do processamento do etanol e do biodiesel através de empresas americanas, e européias, e, só quando efetivamente tiverem o controle total da produção do etanol no Brasil sob essa ótica, a discussão poderá um dia evoluir.

Isso me lembra aquela história comum do ” micho” que vai numa festa de milionários, e que depois de alguns drinques ( não é o caso do Presidente ), começa a dar uma de grã fino, achando que pode conversar de igual para igual com os outros, e logo, loguinho, o pessoal coloca-o no seu lugar. Não dá pra conversar de igual pra igual com esses países, porque para eles o que interessa são os interesses deles aqui, não os nossos lá, deu pra entender ? Isso vem encontro com a idéia de que só uma América Latina forte, coesa, com interesses próprios num Bloco só pode-se evoluir, mas, como temos observado esses mesmos Blocos que querem nos dasqualificar ” trabalham” através da mídia golpista para que a América Latina vá pro ” vinagre” jogando a Venezuela contra o Brasil, apostando na discória do Mercosul, fomentando uma intriga entre países vizinhos.

Em suma, o Brasil vai ter que sair da festa dos milionários e vir aqui pra América Latina com os países irmãos e se olhar de dentro pra fora . O futuro do Brasil está na união dos países da América Latina, vivendo em harmonia com uma política de avanço conjunto. Agora, não adianta esnobar a América Latina, e ” dar de ombros pro Chavez “, e ir bater na porta dos EUA e Europa porque já deu pra perceber que o ” Cartel do Poderosos ” não quer nada, e ainda aproveita para nos desqualificar como se não soubessemos cuidar da nossa Amazônia, fique com o ” Cartel dos Michos “, ou ” venha pra festa de inauguração da laje “, como se diz na periferia, que avançaremos muito mais em direção à defesa dos nossos interesses em Bloco, e à nossa soberania, chega de ingenuidade , chega de dar ouvidos às viúvas da Alca, e à mídia reacionária que quer a desunião na América Latina.

Só um observação, os EUA não tarifam o petroleo que compram de Chavez, ou seja, do ponto de vista de prestígio com os EUA acho que eles estão melhores do que nós, não é ? Vamos pra inauguração da laje, vai ! ( risos…)

EUA: Nível escolar continua a diminuir

“Quando o Sputnik cruzava os céus majestosamente em outubro de 1957, muitos americanos ficaram incomodados. Começaram a fazer perguntas sobre os fracassos do sistema educacional americano, considerando que a ciência e tecnologia russa estavam já superiores”. Lisa Karpova, para o Pravda.ru

“Na mesma altura, Arther Trace Jr., na sua obra What Ivan Knows That Johnny Doesn’t (O que Ivan sabe e que John não sabe), comparou os textos russos de alta categoria com a nulidade dos livros de leitura “Dick and Jane” nas escolas americanas. Na altura do 4º grau, escreveu Trace, o vocabulário das crianças russas era quase 10.000 palavras, enquanto seus iguais em escolas americanas tinham sido expostos a um vocabulário cuidadosamente controlado de menos que 1.800 palavras.

Notas na Provas de Aptidão caíram todos os anos desde 1963. Como conseqüência da queda constante em habilidades literárias, os textos escolares estão sendo revistos e reescritos, a um nível cada vez mais baixo, de modo que os estudantes possam entendê-los. A maioria de jornais e revistas são escritos no nível do sexto grau escolar, que é agora o nível de leitura do americano médio. É uma situação vergonhosa.

A violência escolar é também uma tendência alarmante. Em 1940, as ofensas principais em escolas públicas eram mastigar chicletes, conversar na aula, não fazer o trabalho para casa e correr nos corredores. Hoje, as ofensas são drogas, embriaguez, assalto, assassinato e estupro. A maioria dos opinion-makers na área da educação reconhece que há problemas com escolas públicas americanas. A maioria das soluções sugeridas envolvem o gasto de muito mais dinheiro.

No entanto, nas últimas décadas, o sistema público de educação aumentou seus gastos drasticamente. Apesar de todo este gasto, níveis escolares continuaram a diminuir.

Quantias imensas de dinheiro foram despejadas em construir novas escolas. Mas quase sempre, são usados sub-empreiteiros de péssima qualidade, mas pagos a preço de ouro. Também não é raro reparar que novos tetos em edifícios velhos começam vazando água com as primeiras chuvas pesadas.

Mais recentemente, foi diagnosticado que uma em cada cinco crianças americanas tem uma desordem de aprendizagem e para a maioria, é receitado Ritalin ou medicamentos semelhantes. Enquanto DHDA (distúrbio de hiperatividade / déficit de atenção) pode ser diagnosticado excessivamente, não há dúvida de que tantas crianças sofrem de várias doenças. Muitas crianças chegam na escola com fome. Muitas crianças crescem em lares pobres, a maioria destes constituídos por mães solteiras com crianças. Muitos pais notam que as notas das suas crianças sobem de C ou D para A (máximo) depois de alguns meses de um programa de equilíbrio nutricional.

O colapso da família, cuidados de saúde deficientes, falta de seguro básico de saúde e novas realidades económicas apresentam desafios ao sistema educacional americano. Cerce de 45 milhões de americanos não têm seguro de saúde. É evidente que são precisas alterações. Algumas são simples, como manter as escolas abertas até 18h para a conveniência de pais trabalhadores. Outras mudanças são muito mais difíceis porque desafiam a maneira de fazer as coisas há muito tempo aceite.

O poder de pagar uma licenciatura universitária continua a diminuir para a maioria dos estudantes americanos e as suas famílias. Na maioria dos casos, ensino superior continua a ser um luxo para aqueles que têm recursos para tal. Ajuda financeira para estudantes que não têm recursos para a faculdade não mantém passo com os aumentos do preço da matrícula. Os americanos ficam atrás dos jovens de outras nações em termos de frequência universitária e taxas de sucesso.

A probabilidade de um estudante do 9º ano matricular-se na faculdade quatro anos mais tarde é menos de 40%; e essa probabilidade diminuiu de 44% a 32% no Havaí; de 46% a 35% em Vermont; e de 45% a 37% em Nova Iorque. As lacunas entre grupos étnicos em índices de matrícula de faculdade persistem. Por exemplo, o índice de matrícula para brancos na faixa etária de 18 a 24 anos no Colorado é 40% e 17% para não-brancos; em Nova Jersey, 47% para brancos e 27% para não-brancos; na Pensilvânia, 39% para brancos e 21% para não-brancos.

Os EUA fizeram pouco ou nenhum progresso nas áreas de acesso à faculdade e o sucesso escolar. Várias nações ultrapassaram os EUA em acesso à faculdade e outros estão perto de os ultrapassar. Em índices de conclusão de faculdade, os EUA se classificam na metade inferior, nas comparações internacionais recentemente publicadas.

Deve ser o direito de cada indivíduo ter uma educação de faculdade sem ter que se preocupar como ter recursos para tal. É evidente que as escolas americanas poderiam retirar benefícios, estudando outros modelos mais bem-sucedidos.

Site do PC do B

Rizzolo: O povo americano sente na pele o descaso social do governo republicano, hoje temos nos EUA 45 milhões de americanos sem seguro saúde, a discriminação inter-racial aumenta, e o nível cultural diminui a cada dia. A mídia manipulada pelos capitalistas e exploradores, o voto não obrigatório que induz à alienação, até porque se quiser votar , e é na segunda semana de outubro, é descontado o dia de trabalho, alem disso, vota-se num colegiado, tudo isso para fazer do povo americano uma alienado, desmotivado, e sem perspectiva.

As drogas, a violência entre jovens, o alcolismo, e a desesperança, fazem com que crianças comecem a tomar Fluoxetina ( Prozac) com 1 ano de idade. Tudo isso já é denunciado pelos Socialistas americanos que apoiam os democratas.