Agora o fato foi consumado: o PSDB paulista patrocinou o enterro das investigações sobre as denúncias de irregularidades na Nossa Caixa Nosso Banco e, de quebra, empurrou com a barriga as suspeitas de superfaturamento de obras que pesam contra a CDHU e apontam para o envolvimento do deputado estadual Mauro Bragato.
O velório da CPI da Nossa Caixa foi a última sessão antes do recesso parlamentar, imediato após a votação da LDO. O presidente da Alesp, deputado Vaz de Lima, deu fim a todos os pedidos de CPI referentes à legislatura anterior, como quem pede para esquecer o que ”ficou para trás”.
Escandalizados moralistas em Brasília, os tucanos usam pesos e medidas diferentes em São Paulo. ”O PSDB de SP adota o famoso ditado ”faça o que eu digo, não faça o que eu faço”. Em Brasília eles posam de campeões da ética e da moralidade, mas aqui, há quase 13 anos eles sistematicamente impedem a apuração de qualquer tipo de irregularidade. São dezenas de pedidos de CPIS que, por manobras regimentais não foram instaladas, mesmo com evidências graves de irregularidades e ilegalidades”, analisa Nivaldo Santana, vice-presidente do PCdoB/SP e ex-deputado estadual.
CPI da CDHU empurrada com a barriga
No caso da CDHU, a manobra foi mais sutil: o deputado se comprometeu a instalar as CPIs em ordem cronológica. Como a base aliada de José Serra entupiu a fila com CPIs água com açúcar, a investigação fica, na melhor das hipóteses, para o segundo semestre de 2008. Podem funcionar, no máximo, cinco Comissões Parlamentares ao mesmo tempo e por um período de 90 dias, prorrogáveis pelo mesmo tempo. A investigação da CDHU é a 15ª da fila.
”A última medida, no apagar das luzes antes do recesso, se caracteriza como manobra política de instalar cinco CPIs que o foco não é o governo do estado, impedindo que a Alesp exerça seu papel de fiscalizar o executivo”, alega Nivaldo Santana.
Promotoria vai investigar tucano
O promotor Antônio Celso Faria pediu ao deputado Mauro Bragato, ex-secretário de habitação, a entrega dos dados bancários e fiscais. O Ministério Público paulista investiga se Bragato cometeu improbidade administrativa quando à frente da secretaria de habitação estadual. O tucano havia se comprometido, em discurso na na Assembléia Legislativa, a abrir seus sigilos bancário e fiscal caso solicitado.
A denúncia é que o tucano recebeu propina da FT Construções, que seria a principal envolvida no esquema fraudes a obras da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU). Bragato nega o envolvimento.
O Partido dos Trabalhadores promete recorrer ao Supremo Tribunal Federal contra o critério apresentado por vaz de Lima, que na prática exclui manda às calendas a CPI da CDHU.
Fernando Borgonovi, pelo Vermelho-SP, com agências
Site do Pc do B
Rizzolo: Não é possível que num contexto ” apurativo” e ” depurativo” do governo Lula onde tudo é devidamente apurado ” doa a quem doer “, o PSDB, que representa a elite paulistana, na figura do governador Serra, se porte dessa forma usando de expedientes e manobras ardilosas, no sentido de orientar os parlamentares tucanos na Assembléia Legislativa de São Paulo a barrarem qualquer tentativa de investigação, principalmente a instalação de uma CPI. Em matéria de impedir instalação de CPIs, o PSDB já tem doutorado, haja vista que 70 CPIs não foram instaladas na gestão de Geraldo Alckmin e 10 mofam no governo José Serra.
Somente na quarta-feira foram instaladas 5 CPIs secundárias para evitar a que visa investigar Bragato e a máfia da CDHU. Saindo em socorro de Bragato, Serra diz que é preciso obedecer a ordem cronológica das CPIs e que o Ministério Público é o órgão competente para investigar o tucano. É uma vergonha , e depois se alçam como moralistas, defensores da ética, promovem aulas de cidadania nos ” Jardins”, é , mas a mascara parece que cai mais e mais a cada dia. Cabe à elite tucana fazer uma reflexão.