O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou neste domingo (15) que começará a nacionalizar as ferrovias do país, atualmente sob o controle de investidores chilenos e americanos. O anúncio foi feito na localidade de Guaqui, às margens do lago Titicaca.
O chefe de Estado foi ao local de trem desde a cidade pré-colombiana de Tiahuanaco. Durante seu discurso para inaugurar o circuito turístico entre as duas localidades, Evo questionou a privatização parcial da Empresa Nacional de Ferrovias (Enfe) realizada em 1996, segundo a Agência Boliviana de Informação.
“O povo que nos falava de capitalização que nos diga agora onde estão os frutos desse processo. Nunca houve capitalização, mas descapitalização do povo boliviano e de nossas empresas”, disse Evo. “Por isso, agora vamos iniciar a nacionalização da Enfe.”
A estatal foi privatizada parcialmente — processo que na Bolívia se conhece como capitalização. Os investidores do Chile ficaram com o controle da rede ferroviária andina, enquanto os dos Estados Unidos com as rotas orientais.
A Empresa Ferroviária Andina tem como principal sócia a companhia Inversores Bolivian Railways SA, que possui um pacote acionário de 50%, composto por capitais chilenos. A sócia da Empresa Ferroviária Oriental é a firma Trens Continentais, filial da americana Genesee Wyoming, que também tem participação de 50%.
Em ambos os casos, outros 49% pertencem teoricamente à população boliviana, que delegou sua administração a duas empresas que gerenciam previdência privada — uma do grupo Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA) e outra do suíço Grupo Zurique Financial Service.
Da redação, com agências
Site do PC do B
Rizzolo: A capitalização que é um nome mais bonito do que privatização faz parte da onda neoliberal, na Bolívia a pilhagem foi feita entre o capital “nacional” chileno ” nacional de araque” e internacional, ou seja, tudo entregue ao capital internacional que no mínimo explora até hoje o pobre povo boliviano que nada tem a não ser suas riquezas naturais. A decisão de nacionalizar as ferrovias que na realidade vem a ser o resgate do patrimônio boliviano pilhado, é essencial. O Brasil precisa olhar mais para os interesses do povo brasileiro , como assim faz a Bolívia, prestigiando a indústria nacional tendo como coluna vertebral o Estado regulador e investidor, que pauta os investimentos privados. Chega de entreguismo.!