Putin rechaça proliferação de armas por Bush e OTAN

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“A Rússia foi quem realmente implementou o tratado que limita armas convencionais e a resposta foi a instalação de mísseis em nossas fronteiras”, denunciou o presidente Vladimir Putin

O governo da Rússia decidiu, no sábado, dia 14, suspender sua participação no Tratado de Forças Armadas Convencionais na Europa, FACE, denunciando a sua violação pelos Estados Unidos que ameaçam instalar um “escudo antimísseis” – na realidade um sistema de mísseis e radares – na Europa Oriental, apontado para as fronteiras do país.

A iniciativa de Putin rechaça a corrida armamentista de Bush com a moratória do tratado que, segundo destacou o governo russo, terá vigência “enquanto os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte, OTAN, não ratifiquem o acordo de adaptação e não comecem a aplicar de boa fé esse documento”.

SEGURANÇA

O decreto foi assinado por Vladimir Putin com base “nas extraordinárias circunstancias que afetam a segurança da Federação Russa, que exigem adotar medidas inadiáveis”.

O presidente já havia advertido antes (pela primeira vez em abril passado) ao governo dos Estados Unidos, à União Européia, e à OTAN, sobre a irresponsabilidade da tentativa de implantar um sistema que ameaçaria a Rússia diretamente, alegando a suposta função de impedir ataques do Irã ou da República Popular Democrática da Coréia. “É obvio que nem o Irã, e muito menos a Coréia do Norte, tem condição, nem intenções de atingir esses alvos”, assinalou.

Na recente visita que fez aos EUA, Putin ampliou a proposta que já havia feito a Bush em junho, durante a reunião do G-8, no sentido de usar conjuntamente a base de Gabala, no Azerbaijão, como alternativa às bases de mísseis e radares que a Casa Branca pretende instalar na Polônia e na República Tcheca. Ele incluiu a possibilidade do uso conjunto da base de Amavir, localizada no sul da Rússia, para garantir a segurança da região. A Casa Branca não considerou qualquer possibilidade de acordo.

“A Rússia foi o único país que não só declarou que estava disposto a cumprir com o tratado FACE, como fizeram alguns. O implementou realmente: removemos todas nossas armas pesadas da parte européia da Rússia e as colocamos atrás dos montes Urais. Reduzimos nosso exército em 300.000 homens. Tomamos uma série de outros passos requeridos pelo FACE. E o que é que recebemos como resposta? A Europa Oriental recebeu novas armas, foram estabelecidas duas novas bases militares na Romênia e Bulgária, e há duas novas áreas de lançamento de mísseis – um radar na República Checa e sistemas de mísseis na Polônia”, afirmou o presidente russo. “O que está acontecendo? Que a Rússia se desarma unilateralmente. Se nos desarmamos unilateralmente, gostaríamos de ver que nossos sócios estão dispostos a fazer o mesmo na Europa. Mas, pelo contrário, a Europa está sendo entupida com novos sistemas de armas. Que deveríamos fazer nessas circunstâncias? É lógico que declaramos uma moratória do tratado”, advertiu.

Mostrando que os ocupantes da Casa Branca, escorada na OTAN, só visa defender os interesses do cartel armamentista norte- americano, Putin denunciou que “pela primeira vez na história – e quero sublinhar isso – há elementos da capacidade nuclear dos Estados Unidos no continente europeu. E isso simplesmente muda toda a configuração da segurança internacional. Como eles o justificam? Com a necessidade de se defender contra mísseis iranianos. Mas, esses mísseis não existem. O Irã não têm mísseis com um alcance de 5.000 a 8.000 quilômetros. Noutras palavras, querem nos convencer de que necessitam se defender de algo que não existe. Pensam que isso tem alguma graça? Mas só seria engraçado se não fosse formulado como o fazem. Não nos satisfazem as explicações que escutamos. Nossos peritos militares destacam com razão que esse sistema afeta o território da Federação Russa na frente dos Urais. E certamente, temos que reagir diante esse fato”.

A suspensão do tratado não é imediata por que se devem cumprir vários requisitos legais. Em principio, a moratória entrará em vigor só 150 dias depois de que a chancelaria russa comunique mediante nota diplomática a decisão aos Estados que firmaram o tratado. Só passará a valer em dezembro deste ano.

O Ministério de Relações Exteriores precisou, em boletim de imprensa emitido no domingo, dia 15, que a suspensão “não significa que a Rússia feche as portas a um ulterior diálogo”, já que “no caso de que se solucionem os temas colocados pela Rússia poder-se-á garantir com rapidez o cumprimento coletivo dos postulados do tratado”.

FRONTEIRAS

Na prática, quando a moratória entrar em vigor, a Rússia “suspenderá provisoriamente o fornecimento de informação [aos outros Estados assinantes, sobre movimentação de tropas e grandes manobras] e as inspeções internacionais”, informou o Ministério das Relações Exteriores, acrescentando que também não se considerará obrigado a “limitar seu armamento convencional” em regiões de fronteira ou de maior instabilidade.

O Tratado de Forças Armadas Convencionais na Europa, assinado por um total de 22 Estados, em Paris, em 19 de novembro de 1990, representou um acordo entre os membros da OTAN e os países que pertenciam ao Pacto de Varsóvia, com o objetivo de estabelecer um equilíbrio na Europa mediante a redução da presença de armas nas forças armadas convencionais. O documento entrou em vigor em 9 de novembro de 1992.

O tratado recebeu emendas em 1999, que por sua vez foram ratificadas apenas por quatro países — Bielorússia, Ucrânia, Cazaquistão e Rússia, que antes estavam entre os integrantes do Pacto de Varsóvia.

SUSANA SANTOS
Hora do Povo

Rizzolo:Fica evidente que os EUA estão iniciando uma corrida armamentista, essa conversa de ” defender os aliados de foguetes iranianos e norte – coreanos ” é pretexto, ou como se diz na linguagem popular ” conversa pra boi dormir ” , e a Rússia quietinha não vai ficar, se depender do Putin , fica patente que a intenção dos EUA deter a Russia até porque já perceberam que não adianta armar a Europa e transformá-la numa base militar americana. A Russia com Putin se reerguerá do ponto de vista miliatar, ou os EUA acham que todos os presidentes eram lacaios do império como o bêbado Boris Yeltsin .

PAC cria 1 milhão de empregos formais no primeiro semestre

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Resultado recorde é 18,6% maior que no mesmo período do ano passado e as obras estão só começando, avalia ministro Lupi

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, creditou ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) a geração recorde de empregos com carteira assinada no primeiro semestre, em que ocorreu um aumento de 1.095.503 de novas contratações, 18,6% maior que no mesmo período do ano passado. “Este reflexo fica claro na agropecuária e na construção civil, setores onde o governo está investindo pesado. Esta semana o Conselho Curador do FGTS aprovou mais R$ 600 milhões para a compra da casa própria por famílias que ganham até cinco salários mínimos, e os números devem continuar crescendo”, disse.

Os números são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), que apontam que a expansão de postos de trabalho celetistas se deu em todas as regiões do país, principalmente no Sudeste. Os Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro também foram destacados por Lupi no resultado. Anteriormente, o maior número de empregos formais criados em um semestre havia sido em 2004, com uma ampliação de 1,034 milhão de postos.

Em números absolutos, os setores de serviços (327.563), indústria de transformação (299.509) e agropecuária (238.437) foram os que tiveram melhor desempenho na geração de empregos.

Segundo Lupi, com o avanço das obras do PAC – parte significativa, para este ano, ainda está em fase de contratação – a geração de emprego deve aumentar no segundo semestre, devendo fechar o ano com 1 milhão e 600 mil postos de trabalho com carteira assinada. Na avaliação do ministro do Trabalho, os números do semestre estão de acordo com a situação econômica que vive o país. “A geração do emprego formal, celetista, é uma comprovação disso, do acerto da política econômica do governo Lula, que precisa diminuir mais os juros, que estão em ritmo de diminuição, o crescimento é acentuado, as exportações crescendo, o Brasil tendo sua melhor reserva histórica cambial, o menor risco país. Todos esses fatores conjugados estão gerando esse crescimento dos empregos formais no Brasil”, frisou.

Os números apresentados pelo ministro do Trabalho demonstram, mais uma vez, que a geração de empregos está associada a investimentos. Não por coincidência, no mesmo semestre em que foi batido o recorde na expansão dos postos de trabalho os investimentos públicos federais somaram R$ 17,609 bilhões, o que representa um aumento de 33,2% ante o primeiro semestre de 2006. Daí a correta posição do presidente Lula ao vetar a emenda 3 – que visa retirar direitos como férias, 13º, FGTS, vale-refeição, licença-maternidade, licença-paternidade e até a aposentadoria –, apresentada no Congresso nacional sob o falso argumento de aumentar a oferta de emprego. Aliás, nem agora, nem em tempo algum, os direitos consagrados na CLT nunca foram empecilhos para o crescimento. É o contrário. Ao contribuir para fortalecimento do mercado interno, somam. O que onera o país, as empresas, não são os direitos dos trabalhadores, mas os juros. Por isso, como bem localizou o ministro Carlos Lupi, para o Brasil crescer e aumentar o nível de emprego o caminho é o PAC.

Hora do Povo

Rizzolo: Esse resultado recorde de 18,6% maior que no mesmo período do ano passado se deve não há dúvida ao PAC , observe que só na Construção Civil o efeito será maior ainda até porque o Conselho Curador do FGTS aprovou mais R$ 600 milhões para a compra da casa própria por famílias que ganham até cinco salários mínimos; o mais importante é o fato de que esses empregos não são informais , são empregos que dispõe de carater de garantias trabalhistas que é o que o trabalhador pecisa , remuneração com cidadania.

Isso é que os que defendem a emenda safada 3 deveriam cerrar fileira e promover,não ficar tergiversando matéria que visa retirar direitos como férias, 13º, FGTS, vale-refeição, licença-maternidade, licença-paternidade e até a aposentadoria. Defendendo interesses de uma elite que visa se benefiar a custa da única coisa que o trabalhador tem : dignidade. Uma vergonha.

Maia paga o apoio de Lula ao Pan forjando vaia para conseguir dois minutos de fama

Corifeu do factóide arma claque contra presidente da República

César Maia não explicou os ônibus lotados da prefeitura, os uniformizados com camisas do Pan que regiam vaias e o sumiço de ingressos

Ninguém fez mais pelo Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro que o presidente Lula. Não é um elogio. É um fato. Nesse caso, um fato mais do que sabido, pois a mídia reacionária se encarregou de propagandeá-lo durante mais de um ano, atacando o presidente por “gastar muito” com o Pan. Naturalmente, queriam que ele entregasse esse dinheiro aos bancos.

O presidente estava certo, como mostrou a abertura do Pan e os dias subseqüentes, onde as magníficas instalações esportivas construídas – ou reconstruídas, como o Maracanã e o Maracanãzinho – proporcionaram aos atletas as melhores condições para a sua performance.

O Rio, como se sabe, tem a tradição de ser, como dizem os cariocas, a capital cultural do Brasil. Alguns certamente discordam, mas os 79% de votos válidos que Lula conquistou no segundo turno em 2002 e os 70% em 2006 parecem dar razão aos cariocas. Só um povo muito civilizado daria tal votação contra a barbárie. É verdade que em todo o Brasil foi igual. Mas isso não deslustra o Rio. Apenas mostra que somos um povo muito civilizado, do Oiapoque ao Chuí. Precisamos somente mandar alguns vândalos passear e nosso país vai ser um paraíso.

Mas, como observou Paulo Henrique Amorim, os votos somados de Serra (em 2002) e Alckmin (em 2006) no Rio de Janeiro não chegam a alcançar a menor votação que Lula obteve em uma única eleição. Só para refrescar a memória: Serra obteve 1.682.472 em 2002; Alckmin, 2.406.487 em 2006. Somados, tiveram 4.088.959 votos. Somente na eleição de 2006, Lula obteve 5.532.284 votos. Se somarmos os 6.318.104 que obteve no segundo turno de 2002, aí então é um massacre: Lula teve 11.850.388 votos contra os 4.088.959 votos de Serra e Alckmin.

Por essas, e por mais algumas milhares de razões, a vaia da abertura do Pan seria uma anomalia digna de estudos metafísicos e parapsicológicos, se tivesse algo de espontâneo. Porém, difícil é haver algo de espontâneo quando quem organiza o negócio é uma prefeitura que tem como titular o notório César Maia. Trata-se do ideólogo do factóide, da falsa notícia, do falso fato, em suma, da farsa e da mentira como política. Que o cidadão tenha a cara de pau de teorizar abertamente essa porcaria, já diz tudo sobre ele.

TESTEMUNHOS

Nos primeiros instantes, o relambório prefeito deu entrevistas achando a vaia muito normal. Aliás, até elogiou-a, o que fez com que seu rebento, o presidente do ex-PFL, menos malandro do que o pai, exagerasse nos incensamentos aos apupos. Agora, Maia resolveu negar que tivesse algo com a vaia, apesar dos testemunhos do governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima (v. matéria nesta página), membro do PSDB, do ministro dos Esportes e de um sem número de pessoas presentes ao Maracanã.

O jornalista Alceu Nader fez a pergunta pertinente: “por que o prefeito foi aplaudido e o presidente foi vaiado?”. Por que o presidente mais popular desde Getúlio e Juscelino foi vaiado, enquanto um prefeito que ronda a mediocridade até nas pesquisas da reação (na última, em março, do Datafolha, 68% dos consultados reprovaram a sua administração) foi aplaudido? Ora, porque os aplausos, tanto quanto as vaias, haviam sido armados por ele. Aliás, esses aplausos só serviram para que, como disse o governador da Paraíba, o gato ficasse com o rabo de fora.

Até agora o prefeito não explicou o sumiço dos 20 mil ingressos de R$ 20,00. Ninguém conseguiu comprá-los. Só estavam à disposição os de R$ 100,00, R$ 150,00 e R$ 250,00, numa solenidade marcada para as 17 horas de um dia útil, o que transformou a freqüência do Maracanã num monopólio da alta classe média e daquela ralé que o neoliberalismo pariu, mais conhecida pela profunda cultura que adquiriu em Miami e pelos valores morais transmitidos aos filhos que saem espancando empregadas indefesas, do que por sua afinidade com qualquer coisa que tenha vestígio de Brasil, quanto mais, de povo.

ENSAIO

Os ingressos mais baratos, segundo vários depoimentos, foram distribuídos pela prefeitura – certamente, de acordo com os critérios do prefeito… Maia também não explicou – mas não desmentiu – os ônibus que saíram lotados da prefeitura em direção ao Maracanã. E também não explicou quem eram os “animadores” uniformizados com camisas do Pan que regiam as vaias.

A vaia havia sido, inclusive, ensaiada. No dia anterior à abertura do Pan, quinta-feira, dia 12, foi postado no site YouTube um vídeo com o ensaio para a cerimônia do dia seguinte. O que aparece lá é, precisamente, uma vaia ensaiada para o momento em que fosse anunciada a presença do presidente da República, exatamente como aconteceu no dia seguinte.

Há ainda uma longa lista de indícios colhida pelo jornalista Mauro Carrara, que resumimos: “havia mais de um mês, já se falava numa ‘recepção’ diferenciada a Lula na festa de abertura do Pan. O assunto era comentado com freqüência no prédio da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer do Rio de Janeiro. Na Secretaria Especial de Comunicação, gerou-se uma turbulência. Era preciso recrutar gente para um serviço especial. Estranho é que, em todo canto, o assunto ‘recepção a Lula’ era ouvido. Há três semanas, esse mesmo assunto foi suposto tema de uma reunião do Relações Públicas Roberto Falcão com um grupo de publicitários paulistas, capitaneados por um certo Fabra e um incerto ‘Catchola’, que apresentou uma série de desenhos do estádio, com destaque para as arquibancadas. O tal Fabra parece ser o mesmo homem por trás do site e-indignação, destinado a espicaçar o atual governo. No mesmo dia, o tal Fabra esteve por horas com o Sr. Ali Kamel, diretor-executivo de jornalismo da Rede Globo e colunista de O Globo. Oficialmente, segundo a agenda do bam-bam-bam global, o assunto foi o Pan do Rio. Há quinze dias, o tal Fabra teria novamente aparecido na sede do COB. Outro participante da reunião, segundo fontes confiáveis, foi um tal de Saulo Romay. Vem a calhar que o sujeito é algo como representante da juventude do PSDB no Rio de Janeiro.

“Dia 2 de Julho: informalmente, é criado – sabe-se lá por quem – um grupo de 70 voluntários, para serviços especiais. Dia 12: preparação para a solenidade. Do nada, um grupo começa a treinar uma vaia. Isso ocorre por três vezes durante o ato preparatório. Aparentemente, os tais 70 são estrategicamente distribuídos pelo Maracanã. Alguém protesta, antes da cerimônia. Há confusão. No portão 18, cerca de 100 voluntários são barrados. Segundo a organização, seus lugares foram provisoriamente tomadas pelo pessoal da ‘coordenação estratégica’. Dia 13 de Julho, quase meia-noite: o estudante Rogério, de 18 anos, morador em Duque de Caxias, conversa com este repórter. Reproduzo fielmente o que me foi dito: – Era mesmo para vaiar o Lula, do jeito que disseram. Uns das coordenações, do grupo, puxaram mesmo e o pessoal foi atrás. Se dois, três começam, vai todo mundo no arrastão. Tinha gente lá ontem que nem tinha participado de nada. Foi lá só para agitar mesmo. E o pessoal foi no embalo. Eu não vaiei. Fiquei quieto. Mas teve uma agitação. Se alguém filmou direito, vai ver quem é que botou fogo na galera”.

CARLOS LOPES
Hora do Povo

Rizzolo: Não há dúvida, o texto do companheiro Carlos Lopes é muito bom e digamos elucidativo , agora como gosto de fazer fiz algumas pontuações do texto interessantes que expressam exatamente o contexto maldoso dessa vaia como a afirmação de que ” a vaia da abertura do Pan seria uma anomalia digna de estudos metafísicos e parapsicológicos, se tivesse algo de espontâneo ” Metafísico não dúvida sob a mediunidade de Cesar Maia isso ocorre sob efeito, diria das ” vibrações em transe coletivo” provovadas como já disse pela mediunidade de Cesar Maia. Outra questão aí já na esfera Junguiana, dos arquétipos seria a seguinte ” Por que o presidente mais popular desde Getúlio e Juscelino foi vaiado, enquanto um prefeito que ronda a mediocridade até nas pesquisas da reação (na última, em março, do Datafolha, 68% dos consultados reprovaram a sua administração) foi aplaudido? ” Seria o inconsciente coletivo mais uma vez influênciado pela mente de Cesar Maia ? Ou uma reação edipaniana já na esfera Freudiana dos que vaiaram sendo a figura de Cesar Maia instrumento de catarse para isso ?

Olha , só rindo viu !

As vaias continuam ecoando na mídia

Não é preciso dizer mais nada. O Globo de hoje traz nove matérias e a principal manchete de capa – “Vaias a Lula abrem guerra entre governo e oposição” – sobre as vaias ao presidente Lula no Maracanã.

Um evidente exagero. Querem, primeiro, convencer a opinião pública que Lula não aceitou as vaias, não aceita a oposição e é anti-democrático. Quando a reação dele foi exatamente de aceitação. E, segundo, querem tranformar a vaia no fato politico mais importante do pais. É o jogo anti-democrático do poder de uma mídia que não tem limites e, de fato, na prática, é anti-democrática.

Como vemos, nada foi orquestrado. Tudo foi espontâneo, inclusive a repercussão na mídia global.

Não deixe de ler o texto “Jornais em xeque: governador do Rio aponta o que eles fingiram não ver”, do jornalista Alceu Nader no blog Contrapauta, analisando o comportamento da imprensa nesse episódio e mostrando, jornal por jornal, que a denúncia do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, de que houve uma “armadilha”, repercutiu de maneira desigual nos jornalões. “De novo, omissões e soberba escondem o essencial”, conclui o texto.

do Site do Zé Dirceu

Rizzolo: Como eu sempre digo e procuro demonstrar o caráter golpista dessa mídia, é triste e impressionante o desejo de desestabilização do governo Lula, é a revolta da elite ao um governo popular eleito com 58 milhões de votos, ora, está na cara que foi tudo armado em ” grande estilo ” , o texto do jornalista Alceu Nader é muito interessante porque pauta jornal por jornal. A sequência dos fatos não nos deixa dúvidas que hoje a mídia pertence à exterma direita , que tem um só objetivo: desqualificar o governo Lula, agora, cá entre nós , já disse isso uma vez , acho que está faltando firmeza do governo, a esquerda já está ficando cansada, já há dissidências no PT, não adianta agradar todo mundo , isso é fazer o jogo deles, hein !

Mídia venezuelana: golpista e cínica

por Altamiro Borges*

No final de junho, o presidente da RCTV, Marcel Granier, esteve em São Paulo para participar de um ato “em defesa da liberdade de expressão”, promovido pelos magnatas da mídia do Brasil. A cena foi de um cinismo depravado. Num suntuoso salão do Hotel Meliá, o empresário teve a caradura de afirmar que não houve golpe na Venezuela em abril de 2002, “mas apenas um vazio de poder”.

Animado com a recepção, ele extrapolou: “Nunca ninguém ouviu uma única frase minha em defesa de um golpe de estado”. Granier só não explicou porque a sua residência serviu de quartel-general dos golpistas, porque sua TV convocou abertamente o golpe e porque omitiu a noticia da revolta popular que garantiu o retorno de Hugo Chávez.

Fora do hotel, proibidos “democraticamente” de entrar, lutadores sociais criticaram a visita desta persona non grata. “Com nariz de palhaço e vendas na boca, eles empunharam cartazes que diziam: ‘concessão é pública’, ‘liberdade de imprensa é diferente de liberdade de empresa’, ‘liberdade de expressão para todos’ e ‘Globo e RCTV: tudo a ver’”, relatou Bia Barbosa, na Carta Maior. Num manifesto assinado pela CUT, UNE, MST e outras entidades, a verdade foi restabelecida, lembrando que Granier promove uma cruzada de “mentiras, calúnias e ódio contra o legítimo e democrático governo de Hugo Chávez”. O texto também repudiou a posição “do Senado brasileiro, que cometeu enorme equívoco ao dar guarida a este golpista”.

Um livro indispensável

Essa lamentável visita confirma a importância e atualidade do livro “Midiático poder: o caso Venezuela e a guerrilha informativa”, do jornalista Renato Rovai, editor da Revista Fórum. A obra surge na hora mais oportuna e ajuda a desmascarar de vez a ação golpista dos meios de comunicação venezuelanos, sempre acobertada pela mídia brasileira. Ela dá detalhes impressionantes dos golpes orquestrados pelos jornais e emissoras de televisão do radicalizado país vizinho. A sua leitura comprova, com fatos, análises e fotos, que o senhor Granier é um mentiroso contumaz e um fascistinha convicto – uma persona non grata para todos que prezam a democracia e não se iludem com a “liberdade de imprensa” dos magnatas da mídia.

Na sua minuciosa pesquisa de mestrado, que serviu de base para o livro, o autor sustenta que não houve apenas um golpe, “midiático-militar”, na Venezuela. “Alguns estudiosos só consideram como tentativa de golpe a ocorrida em 11 de abril de 2002, ocasião em que o presidente Hugo Chávez chegou a ser deposto e encarcerado. Divirjo deles. Entendo e defendo que, nos meses de dezembro de 2002 e janeiro de 2003, teve lugar uma outra investida golpista, mais complexa, mas nem por isso menos totalitária. Com a mídia capitaneando o processo, realizou-se por dois meses uma ação de desabastecimento de bens essenciais de consumo, principalmente para a população mais pobre… Tratou-se um golpe midiático-econômico”.

Foto do neném pelado

O rigoroso levantamento sobre a atuação da mídia venezuelana – expressão radicalizada da conduta deste oligopólio no mundo inteiro – é impressionante e, até, assustador. Rovai mostra como os meios privados assumiram a postura de “partidos da direita” em substituição aos partidos tradicionais e corruptos (AD e Copei), rechaçados na eleição presidencial do final de 1998. Clodovaldo Hernandes, na época editorialista do jornal reacionário El Universal, lembra: “Desde que Hugo Chávez despontou nas pesquisas de opinião, articulou-se uma reação da mídia para impedir o seu crescimento. Quando os meios perceberam que a eleição dele era inevitável, tentaram uma aproximação. Como não conseguiram, voltaram a atacá-los”.

Uma das peças publicitárias usadas pelas televisões na véspera deste pleito mostrava uma cabeça humana sendo cortada e jogada na frigideira com óleo quente. Ao fundo, uma voz anunciava: “Se Chávez ganhar, muita gente vai perder a cabeça”. Apesar da violenta manipulação, 56,24% dos venezuelanos votaram no militar rebelde. Derrotada, a mídia ainda tentou mudar de tática, procurando seduzi-lo. “Recordo-me que fiquei num programa de televisão durante quatro horas ao vivo no dia em que ganhei. Até músicos tocaram harpas. Mostraram uma foto de quando era neném e estava pelado brincando. Nem eu sabia da foto. Fizeram de tudo para me agradar e depois enviaram mensageiros para tentar se aproximar. Mas, quando comecei a escolher o ministério, passaram a me chamar de golpista”, relata o próprio Chávez.

“Una solo voz” golpista

Como não conseguiu seduzir e enquadrar o jovem presidente, a mídia passou a investir freneticamente na preparação do primeiro golpe, “midiático-militar”. Ela inclusive unificou o seu conteúdo jornalístico, num consórcio conhecido como “una sola voz”. “Um repórter faz o trabalho para todos os veículos e o tom editorial é formatado verticalmente. A reportagem é divulgada pelas emissoras com o mesmo enfoque, o que impede contradições… Os talk shows e programas de debate escolhiam a dedo os entrevistados… O direcionamento do conteúdo, por absurdo que possa parecer, chegava até os programas humorísticos, que exploravam as mesmas piadas e preconceitos caricaturais para tratar do presidente”, explica Rovai.

Nas semanas que antecederam ao golpe de 11 de abril de 2002, as emissoras de televisão, jornais e rádios criaram um verdadeiro clima de terror no país. Patrocinaram um locaute patronal e estimularam violentos confrontos em Caracas, que resultaram em várias mortes. As passeatas convocadas para derrubar Chávez “eram acompanhadas por um pool de TVs que trocaram imagens da cobertura. A vinheta utilizada nas emissoras para anunciá-las não deixava dúvida a respeito do tom editorial: ‘ni un paso atrás’. Na marcha do dia 11, a estratégica midiática é ainda mais agressiva. As emissoras RCTV, Venevisión e Globovisión transmitem a marcha ao vivo”, durante quatro horas, suprimindo até as chamadas comerciais.

Confissão do crime ao vivo

O golpe já estava todo planejado. As mortes seriam a senha para a invasão do Palácio Miraflores e para a deposição de Chávez. Um militar golpista, mais empolgado, acabou confessando o plano numa entrevista ao repórter da CNN, Otto Neustald. Diante das câmeras, o almirante Héctor Ramírez afirmou: “O senhor Hugo Chávez Frias traiu o povo e o está massacrando com franco-atiradores. Neste momento já se podem contar seis mortos e dezenas de feridas”. A gravação aconteceu duas horas antes dos conflitos. “Naquele momento, não existiam mortos ou feridos. Nem confronto armado. Tampouco era possível saber da existência de franco-atiradores. Héctor Ramirez e seus colegas golpistas de farda, porém, sabiam de tudo que ia acontecer. Os meios de informação, que esperavam para autorizar-lhe a entrada ao vivo, também”.

O primeiro golpe, entretanto, foi derrotado pelo povo dos morros de Caracas, que não se deixou ludibriar pela ação nefasta da mídia. Rádios comunitárias que sobreviveram à perseguição dos golpistas, celulares, motoboys e internet serviram como instrumentos para convocar a reação popular. Diante da derrota, os veículos privados caíram totalmente no ridículo. “Quando ficou claro que não havia mais como resistir ao contragolpe, o poder midiático dá o espetáculo final. As emissoras de rádio e TV da Venezuela tiram seus sinais do ar e provocam o maior apagão informativo da história da mídia latino-americana até então. Nenhum dos meios comerciais realizou a cobertura da volta de Hugo Chávez ao Palácio Miraflores”.

“Tríplice aliança do mal”

Já no segundo golpe, “midiático-econômico”, os veículos privados apostaram no desabastecimento para desestabilizar o país. O locaute petroleiro, patrocinado pela gerência mafiosa da PDVSA, visou jogar a povo contra o governo. Citando pesquisa da advogada venezuelana-estadunidense Eva Golinger, Rovai lembra que as quatro principais emissoras de TV suspenderam a programação habitual nos 64 dias desta greve patronal, inclusive tirando do ar comerciais, telenovelas e desenhos animados para inserir 17.600 anúncios contra o governo e de convocação da ação de sabotagem da economia. O momento do golpe também foi previamente planejado e teve até um ingrediente internacional, latino-americano.

“Alguns analistas políticos em programas de debates nas televisões diziam, sem meio tom, que se Lula viesse a ser eleito haveria uma aliança entre ele, Hugo Chávez e Fidel Castro. Denominavam o acordo de ‘tríplice aliança do mal’, o que tornaria, na versão desses analistas, impossível a paz na Venezuela e no continente… ‘A oposição começou a trabalhar com esse dado para construir um novo calendário golpista’, comenta o cientista político Elio Fernandes”. Diante do risco desta virada “esquerdizante” na região, “o slogan midiático do novo calendário golpista passa a ser ‘Natal sem Chávez’”. É com este objetivo que a oposição patronal e sua mídia convoca nova “greve geral” contra Chávez para 2 de dezembro de 2002.

O papel da mídia alternativa

Mas, como demonstra Rovai, o líder bolivariano apreendeu com a primeira tentativa de golpe. Percebeu nitidamente que ela havia sido bancada pela mídia hegemônica e não alimentou mais qualquer ilusão e nem vacilou diante deste poder nefasto. O governo venezuelano passou a investir nos meios alternativos de comunicação, estimulando rádios e TVs comunitárias, redistribuindo as verbas publicitárias do estado e investindo pesado nas emissoras estatais e públicas. “Quando a economia foi estrangulada e começou a faltar de tudo no país, desde farinha a gasolina, passando por Coca-Cola e cerveja, essas emissoras divulgaram reportagens e entrevistas que mostravam uma outra versão do que estava acontecendo”.

No segundo golpe, a mídia privada já não dispôs da exclusividade da informação/manipulação. “Chávez tinha onde falar. Diferentemente do golpe midiático-militar, o governo contava tanto com a resistência dos meios de informação alternativa, que se fortaleceram e se multiplicaram após abril de 2002, quanto com o fortalecimento da mídia estatal, que proporcionava nova correlação de forças na disputa midiática”. O poder destes veículos alternativos também foi decisivo no referendo de agosto de 2004, quando a mídia privada voltou a se unir numa campanha sórdida para revogar o mandato de Hugo Chávez. Novamente derrotada, ela acabou se dividindo. A Venevisión, do bilionário Gustavo Cisneros, optou por conter a sua fúria golpista. A RCTV manteve a mesma linha – e agora pagou o preço com o fim da concessão pública.

Marimbondos e rinoceronte

Além de denunciar este nefasto poder, que atua impunemente no mundo inteiro, o livro de Renato Rovai tem como objetivo “chamar a atenção para o debate sobre democratização da mídia e a responsabilidade social dos veículos de informação”. Para o autor, ativo militante dos meios alternativos de comunicação, as novas tecnologias e o avanço da internet têm permitido a construção de redes contra-hegemônicas de informação, identificadas com o movimento altermundista. “Essa nova rede informal pode vir a ser o que costumo definir, utilizando-se de uma metáfora do escritor uruguaio Eduardo Galeano, como um bando de marimbondos que, atuando conjuntamente, poder derrotar um rinoceronte”.

Ao final do livro, Rovai apresenta um mapa detalhado da mídia venezuelana e uma extensa lista de sítios na internet que realizam a “guerrilha informativa” contra a mídia hegemônica. Desta forma, ele conjuga a denúncia implacável com as alternativas e disponibiliza uma obra de valor inestimável para a atualidade. Como afirma Maurício Ayer no prefácio, o livro não é apenas um estudo de caso que denuncia as tramas no país vizinho. “Não só as forças golpistas são globalizadas e se estendem muito além das fronteiras da Venezuela, como também seus ‘métodos de trabalho’ são semelhantes aos utilizados em diferentes partes do mundo”. A nefasta atuação da mídia hegemônica no Brasil confirma esta sábia conclusão!

*Altamiro Borges, Miro é jornalista, Secretário de Comunicação do Comitê Central do PCdoB, editor da revista Debate Sindical e autor do livro “As encruzilhadas do sindicalismo” (Editora Anita Garibaldi, 2ª edição)
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Rizzolo: Não há dúvida que o golpe foi de caráter midiático econômico, é impressionante como as concessões por se acharem intocáveis e no caso do Brasil quase todas foram agraciadas no regime militar, acabam tornando-se representantes exclusivas da direita; no caso Venezuelano tornaram-se ponto de convergência da direita reacionária e golpista , seria como se a concessão fosse o instrumento de golpe e pertencente a uma frente de direita golpista financiada é claro pelo interesses internacionais.

A Recepção de Granier no Brasil, só serviu para dificultar o entendimento entre a Venezuela e o Brasil e fomentar a discódia na América Latina, ora, isso ocorreu na Venezuela era uma oportunidade para a mídia no Brasil fazer a diferença, demonstrar imparcialidade, mas não, os tentáculos chegaram aqui, e não há dúvida tudo que ocorre lá está ocorrendo aqui, num sincronismo nefasto que nos leva a uma reflexão de que só um Estado forte com um governo forte e com co relação de forças poderá deter essa onda de se fazer das TVs palanque da direita golpista, uma tremenda falta de amor ao Brasil e uma tremenda vontade de ganhar dinheiro a custa de um instrumento do povo.

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