Rosanne D’Agostino
Risco às vidas de passageiros, tripulantes e moradores do entorno do aeroporto, em virtude de constantes derrapagens, causadas por um sistema de drenagem ineficiente da pista.
Esse foi o motivo de uma ação civil pública ajuizada, em janeiro deste ano, pelo Ministério Público Federal em São Paulo, para que a Justiça Federal determinasse a imediata interdição da pista principal do Aeroporto Internacional de Congonhas, na zona sul da capital.
A ação foi protocolada seis meses antes do acidente ocorrido nesta terça-feira (17/7) com o Airbus A-320 da TAM, que caiu com 176 passageiros e pegou fogo após bater em um prédio da TAM Express em frente ao aeroporto de Congonhas.
O acidente aconteceu com o vôo 3054, que partiu de Porto Alegre (RS) com destino a São Paulo. A aeronave teria derrapado na pista principal quando tentava pousar e atravessado a avenida Washington Luís. De acordo com governador de São Paulo, José Serra, a chance de haver sobreviventes do vôo é quase nula.
A ação
Segundo os promotores autores da ação, a Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aero Portuária) e a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) tinham ciência dos problemas na pista de Congonhas.
Para eles, controlar a segurança do aeroporto caso a caso e quando há chuva, em um momento de pressão sobre o sistema de aviação civil no país, apenas aumenta os riscos de falha humana ou técnica e não seria a melhor medida de segurança a ser tomada.
Um incidente na pista principal paralisou as atividades, no dia 17 de janeiro, quando um Boeing da Varig derrapou na pista. De acordo com a Anac, até aquele momento, havia sido o terceiro problema apresentado pela mesma aeronave em pouco mais de 30 dias.
Nesta segunda-feira (16/7), um avião da empresa Pantanal derrapou às 12h43 na pista recém-reformada. Chovia no momento e, devido à derrapagem, a pista principal ficou interditada até as 13h02.
A Infraero anunciou que a pista passaria por obras nas duas pistas, de pouso e decolagem (principal e auxiliar), no primeiro semestre, com o objetivo de melhorar as condições operacionais, aumentando o coeficiente de atrito da pista e garantindo maior segurança de pousos e decolagens.
Em fevereiro, Sérgio Monteiro Medeiros, procurador regional da República na 3ª Região (São Paulo), afirmou que a Anac e a Infraero não conseguiam evitar acidentes em Congonhas interditando a pista em dias de chuva.
Ele criticou as autoridades do setor por supostamente cederem às pressões das companhias aéreas, por causa da crise aérea, mantendo o funcionamento normal do aeroporto.
Pouco antes, saíra a decisão sobre a ação civil pública do MPF. O juiz Ronald de Carvalho Filho proibiu a circulação, a partir do dia 8 de fevereiro, dos modelos de aviões Fokker 100 dos Boeings 737 (versões 700 e 800), na pista principal do aeroporto.
No dia 26 de fevereiro, o juiz da 22ª Vara Cível Federal pediu que a Anac e a Infraero fornecessem informações sobre a pista dentro de 72h para decidir se concederia na íntegra o pedido do Ministério Público.
Como as informações foram fornecidas, a pista não chegou a ser interditada. Depois de passar por reformas, ela foi liberada no dia 30 de junho para pousos e decolagens. No entanto, não foi feito o grooving (termo técnico para as ranhuras feitas na pista com o objetivo de auxiliar no escoamento da água e dar mais aderência aos pneus dos aviões).
Ultimainstância

Luto
Rizzolo:Me solidarizo com os familiares dessa tragédia anunciada. Como tudo no Brasil da especulação e do lucro , as vantagens financeiras falam mais alto do que a segurança de vidas humanas, Ora, se o Digníssimo membro representante do Ministério Público Federal na pessoa do Dr. Sérgio Monteiro Medeiros, procurador regional da República na 3ª Região (São Paulo), afirmou que a Anac e a Infraero não conseguiam evitar acidentes em Congonhas interditando a pista em dias de chuva, muito embora decisão judicial não se contesta, entendo que isso deveria ser melhor analisado.
O problema não é o fato da pista ser a culpada ou não, o cerne da questão é o lugar inadequado para operar um aeroporto. Sei que a direita pode jogar a culpa exclusivamente na pista, mas o problema não é ideológico é sim o conceito geográfico do aeroporto. Porque ainda não fecharam esse aeroporto? Resposta: Interesses, Interesess, Interesses.Agora a mídia golpista como sempre, vai jogar tudo em cima do Lula, quer apostar ? Agora uma outra pergunta: Como é que entregaram essa pista para uso sem o ” grooving ” ou seja as ranhuras para segurar o avião? resposta: Intereses, ou “acabar logo essa pista pra faturar “, né ! A Polícia Federal a pedido de Lula já está investigando isso . E deveria investigar muitas outras coisas que tem ” nexo causal” com o acidente, viu !
DEPOIMENTO: RELATÓRIO DE PERIGO
O experiente piloto Eugênio Schitine declarou que o colega com quem conversou disse que a pista principal de Congonhas estava sem as ranhuras para a água escoar (grooving): “No relatório de perigo que enviou à Infraero, ele pediu a suspensão das operações por insegurança. Em seguida, o avião da Pantanal derrapou”.
Com base nestas informações, Schitine disse que o que se pode mesmo imaginar que ocorreu com o Boeing da TAM é que o piloto derrapou, tentou arremeter, mas não conseguiu: “A pista ali é complicada. Se o avião está pesado e a pista, molhada, fica difícil. Um Airbus A-320 com 170 passageiros está lotado. Portanto, pesado”.
Schitine afirmou que, quando têm que arremeter, os pilotos fazem a manobra até atingir uma altura de 300 metros para se livrar dos prédios e depois começam a fazer a curva: “Se o piloto da TAM fez a curva antes, pode ter tido um problema operacional. O que pode ter acontecido é que ele estivesse numa velocidade muito baixa para arremeter”.
O comandante Schitine disse que ainda não pousou na pista principal de Congonhas depois da reforma: “Eles vão fazendo o grooving aos poucos, porque alegam que não pode ser feito assim que o asfalto é colocado, que tem que dar um tempo”.
Ele diz que o maior problema de Congonhas é o tráfego aéreo: “Trabalhamos muito acima do limite. A gente cansa de dizer que vai cair avião aqui. Mas, nesse País, só se conserta a fechadura depois da porta arrombada.”
Schitine não crê em pane no avião da TAM: “O piloto iria para Guarulhos”.
É claro que a Anac e a Infraero deveriam estar sofrendo ” pressões” daqueles que visam o lucro, o dinheiro, e a ” rentabilidade de suas empresas “; isso ninguem me tira da cabeça, viu ! e o Judiciário não tem culpa, julga mediante apresentação de documentos. Fica patente que quem ganhou esse ” braço de ferro” foi o capital, e as vítimas, resta os familiares chorar. Infelizmente nesse país o interesse financeiro sempre fala mais alto. Esse aeroporto deveria já ter sido fechado há muito tempo, sem ” lenga lenga”.
Não adianta os golpistas agora misturarem questões totalmente diversas como a dos controladores, com pista molhada, e apagão aéreo, esse golpe não funciona, a questão principal é o que eles não abordam , ou seja, o interesse das Companhias aéreas em insistir na diabólica condição geográfica desse aeroporto, não é problema de gestão como dizem, e sim um problema de “gestão financeira” das Companhias Aereas, esse que é a verdade. Agora querer misturar problemas é manobra diversionista. Uma vergonha descabida !
De tão indigando com isso lancei uma Comunidade no Orkut chamada ” Fechar Congonhas Já ”
fiz na hora do resgaste dos corpos. Uma tristeza !
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=36075391