Patah: “UGT nasce para ser voz forte e de luta pelo Brasil”

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Presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Ricardo Patah afirma que Congresso de fundação da União Geral dos Trabalhadores – que unificará CGT, CAT e SDS – é marco de unidade pelo desenvolvimento e direitos sociais

“A União Geral dos Trabalhadores nascerá sob o signo da esperança, da inclusão social, do combate à precarização das relações de trabalho , para ser uma voz forte e de luta pelo desenvolvimento do Brasil, por direitos e geração de emprego e renda”, afirmou o presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Ricardo Patah, candidato à presidência da UGT. A nova central unificará a Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), Social Democracia Sindical (SDS) e Central Autônoma dos Trabalhadores (CAT). O Congresso de fundação iniciou quinta-feira e vai até sábado, no Anhembi, na capital paulista.

“Nosso compromisso é com o desenvolvimento, com a garantia de direitos, contra essa globalização sem limite e danosa ao mercado de trabalho. Defendemos a solidariedade e a unidade, pois é assim que os trabalhadores vão avançar. O divisionismo e o desmembramento apenas enfraquecem a luta. É somando forças que vamos ampliar a mobilização por um Brasil soberano e livre da especulação”, acrescentou.

Conforme Patah, a UGT quer “quebrar paradigmas” e influenciar na formulação de políticas públicas, dando prioridade à inclusão, “buscando desenvolver as estruturas do Estado para fortalecer a educação e a qualificação dos trabalhadores, ampliando os investimentos com medidas como a desoneração da folha de pagamento”. Na avaliação do sindicalista, “é inadmissível uma sociedade em que a quantidade dos excluídos ultrapassa a de incluídos, em que somente 130 mil pessoas detém a metade do Produto Interno Bruto, numa brutal concentração de renda, que precisa urgentemente ser melhor distribuída”.

O Sindicato comandado por Ricardo Patah foi o primeiro no Brasil a conquistar a inclusão social de negros e pessoas com deficiência, assegurando cotas na Convenção Coletiva de Trabalho, o que tem contribuído para combater a discriminação racial no comércio.
Hora do Povo

Rizzolo: Ricardo Patah é um grandes expoentes do sindicalismo moderno brasileiro, sua preocupação com social é a base de sua visão de sindicalista no comando da União Geral do Trabalhadores, como diz Patah :a “UGT nasce para ser voz forte e de luta pelo Brasil”, a UGT, unificará CGT, CAT e SDS .

“Globo” manipula a tragédia em SP para insuflar “crise aérea” e jogar culpa em Lula

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Rede Globo desrespeita dor de pais, mães, irmãos e esposas

Na terça-feira, ela já sabia de tudo, sem pareceres técnicos e nem investigações. Para ela, culpa da tragédia foi da reforma da pista e de Lula

Na página 6 desta edição, o leitor terá a cobertura dos fatos relacionados ao desastre com o Airbus da TAM, ao tentar aterrissar no aeroporto de Congonhas.

Aqui, cabe apontar o seguinte: já se sabe porque a Globo transbordou de raiva e ódio quando o governo Chávez, de acordo com as leis da Venezuela, não renovou a concessão pública que estava sendo usada – e abusada – pela RCTV. Acontece que não há muita diferença entre as duas. Talvez não haja diferença alguma, exceto, segundo alguns gaiatos, a língua: a da RCTV parece mais próxima do português.

MANIPULAÇÃO

Mas a pornografia é a mesma. Diante de um desastre, de uma tragédia como a do Airbus da TAM, diante de um acontecimento que deixou as pessoas perplexas, sem entender como ele foi possível, a única coisa que a Globo teve para dizer – e prontamente, como num reflexo – foi que a culpa é do governo. Mais especificamente, que a culpa é do presidente Lula. Certamente, não foi desse jeito franco, aberto e leal que eles disseram isso. Mas não houve ninguém que manifestasse dúvida sobre o conteúdo dos panfletos televisivos que a Globo quis passar como reportagem. Como o leitor sabe, todo mundo os entendeu exatamente do jeito que acabamos de expressar.

Nenhum respeito pela dor humana, pelos pais, mães, esposas, irmãos, demais parentes e amigos que sofriam uma perda que parecia inacreditável. Nenhum respeito pelos que morreram. Nenhum respeito pela verdade. Somente interesses mesquinhos, chicanas e, em geral, mentiras.

Há meses, qualquer coisa que acontece no ar é atribuída a uma “crise aérea”, crise esta que é na maior parte uma fabricação da mídia golpista, em especial da Globo. Desde o acidente com o Boeing da Gol que foi abalroado pelo Legacy, pilotado por dois irresponsáveis norte-americanos, que é assim. Resta saber por que antes o sistema aéreo brasileiro estava funcionando a contento e, de repente, não parece mais funcionar? O que mudou foi apenas o açulamento de controladores, companhias aéreas e usuários pela mídia, jogando uns contra outros, em especial contra a FAB.

Certamente, esse açulamento não se fez porque estavam querendo um melhor sistema. Fizeram-no exatamente para que o sistema entrasse em caos – e esse caos fosse atribuído ao governo e, particularmente, ao presidente. Assim, se um bem-te-vi atropelou um teco-teco (ou vice-versa), a culpa é de Lula, ainda que ele não seja dono do bem-te-vi nem do teco-teco.

Certamente, a Globo não foi a única a fazer isso. Mas, no caso do desastre da última terça-feira, foi a mais escandalosa e mais sem vergonha. Como sempre, teve logo a companhia de todos os débeis mentais que pululam no oportunismo político, no carreirismo midiático e, provavelmente, na zona do meretrício. Na Câmara, um deles, de perfil marcadamente asinino, gritava “assassinos”, porque teriam liberado “uma pista sem condições”, e pedia “cadeia”, supõe-se que para todo o governo, incluídas as três Forças Armadas. Resta saber quem ia executar tal ordem.

Outro, mais realista, pedia a renúncia do governo – ou seja, na falta de força para derrubar o governo, solicitava que o governo se auto-derrubasse. E apareceu até um inseto, dizendo-se “consultor político do PSDB”, para proclamar que a “imagem” do presidente estava “manchada” pela tragédia.

Na própria noite da tragédia, na terça-feira, a Globo já sabia de tudo. Não precisou de investigações, de pareceres técnicos, nem de ouvir o que estava gravado na caixa preta. Também não esperou para ver os vídeos do aeroporto de Congonhas que registraram a aterrissagem do Airbus. Para quê? A Globo já sabia de tudo. A culpa era da pista, da reforma feita pelo governo e do presidente. Com toda certeza. Sabia disso sem precisar de nenhuma informação, o que levou alguns a desconfiarem que o desastre havia sido obra da perigosa terrorista Miriam Leitão. Dedicada nos últimos tempos a observar a deliqüescente vida sexual do bagre dourada e outras imoralidades (“459 espécies de peixes”, disse ela, fascinada, em sua coluna, sobre a libidinagem que come solta no Rio Madeira), a conhecida especialista em tudo (tudo que os patrões querem que ela fale) emitiu seu parecer antes das 8 horas da manhã de quarta, quando as cinzas do desastre ainda não haviam, literalmente, esfriado. Talvez por ter passado tanto tempo vendo a pouca vergonha nos bordéis aquáticos da Amazônia, foi um parecer despudorado. O amigo leitor consegue adivinhar quem ela tinha certeza que era o culpado pela tragédia? Pois é.

VÍDEO

Esse mundo de nulidades e lacaios, de alexandres-garcias, miriams-leitões (leitões?) e cabeças-de-bagre, é a Globo. E embaixo tem alguns não piores, porém mais descarados na sofreguidão por escalar a posição dos que estão em cima: aqueles e aquelas repórteres querendo extrair a fórceps, ou, melhor, a martelo, declarações contra o governo das famílias em lágrimas, ou de profissionais assoberbados de trabalho e preocupação, ou de especialistas que querem descobrir a verdade e não ser usados numa politicagem golpista.

Na noite da quarta-feira, a própria Globo foi obrigada a mostrar o vídeo gravado pelo aeroporto de Congonhas – a essa hora ele já tinha se espalhado pela Internet – onde é evidente que o desastre nada teve a ver com a pista, ou com a falta de “grooving” (isto é, com a ausência de ranhuras na pista), ou com qualquer problema advindo da reforma que o governo realizou no aeroporto de Congonhas. O vídeo desmentia todo o conteúdo despejado pela Globo no Jornal Nacional poucos minutos antes. Como disse o presidente da Associação de Pilotos (APPA), com a velocidade com que o Airbus entrou na pista, não havia, exceto Deus, o que pudesse segurá-lo. Porque ele não reduziu a velocidade é, precisamente, o que tem de ser esclarecido.

CARLOS LOPES

Hora do Povo

Rizzolo: Como já disse anteriormente, não adianta os golpistas agora misturarem questões totalmente diversas como a dos controladores, com pista molhada, e apagão aéreo, falta de planejamento, esse golpe não funciona, a questão principal é o que eles não abordam, ou seja, o interesse das Companhias aéreas em insistir na diabólica condição geográfica desse aeroporto, não é problema de gestão como dizem, e sim um problema de “gestão financeira” das Companhias Aereas, esse que é a verdade. Agora querer misturar problemas é manobra diversionista.Como dizer que o ocorrido é ” irresponsabilidade e da falta de planejamento do Governo Lula com relação à segurança aérea do Brasil ”, isso sim é ser abutre e ganhar politicamente em cima da tragédia, observe que o ocorrido não tem nada a ver com planejamento, querem misturar para culpar Lula. Uma vergonha descabida !

China anuncia proibição do etanol de milho

A China anunciou na terça-feira (17) que vai parar de produzir etanol à base de milho. Raízes como a batata doce, mandioca e sorgo substituirão o grão. As usinas produtoras do combustível terão um prazo de cinco anos para se adaptar.

A decisão de banir o etanol de milho foi tomada há poucas semanas, porque o uso do grão na produção do combustível fez a demanda e o preço do milho aumentar muito.

Apesar das safras recordes, o preço do milho sobe. Em 2006, o valor médio do quilo de milho cultivado na China chegou a 1,2 yuan (R$ 0,30), um aumento de 3% em relação ao ano anterior.

O milho ainda é a principal matéria prima do etanol. Até recentemente, 100% da produção o etanol vinha sendo feita de milho, segundo a agência de notícias Xinhua. Mas a província central de Henan já mudou 20% da sua produção para mandioca.

Por ter uma capacidade agrícola limitada e uma grande população, de 1,3 bilhão de pessoas, a China optou por dar prioridade ao uso do milho para a produção de alimentos.

Xiong Bilin, vice-diretor da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (CNDR), disse à mídia que a mudança de matéria prima na fabricação do álcool não vai ser cara nem complicada.

Atualmente, a China é o terceiro maior produtor mundial de etanol, atrás apenas do Brasil e dos Estados Unidos.

A China quer dobrar a sua capacidade de processar etanol dentro dos próximos três anos. O país espera pular de 1 milhão de toneladas para 2 milhões de toneladas ao ano até 2010. “Atingir nossa meta para 2010 não vai ser um problema”, acredita Xiong.

Segundo agências internacionais, a meta de dois milhões de toneladas foi revisada. Originalmente, a China ambicionava chegar a produzir 5 milhões de toneladas.

Xiong ressaltou que ainda assim o país está determinado a diminuir o consumo de combustíveis fósseis para economizar energia e combater o aquecimento global.

Em nove províncias a gasolina e o óleo diesel já são vendidos com uma mistura de 10% de álcool. No ano passado, esse consumo correspondeu a 1,3 milhões de toneladas de etanol.

“O país vai gradualmente substituir petróleo por etanol como principal combustível de sua indústria química”, explicou Xiong.

O governo está considerando oferecer 5% de reembolso fiscal para os produtores de etanol. Além de dar mais de mil yuans (R$ 250) em subsídios por tonelada processada.

De acordo com o jornal China Daily, a demanda anual de combustíveis da China é de mais de 50 milhões de litros. A maior parte dela ainda é suprida pelo petróleo.
Site do Pc do B

Rizzolo: No Brasil precisamos regulamentar a plantação de cana de açucar porque a sede de lucro dos investidores internacionais e nacionais não tem limite, muito embora temos área para o plantio temos que estabelecer regras, já há comentérios na Europa jornais europeus afirmaram na semana passada que a União Européia não quer o “etanol sujo” vindo do Brasil e que a plantação de cana-de-açúcar poderia invadir o território da Amazônia.

Pelo que podemos inferir até agora, os empresários brasileiros do grupo Etalnac, vão administrar as destilarias e entregar toda a produção de álcool para a Sempra, que exportará para os EUA e o Japão, em outras palavras,a burguesia brasileira se tornará “administradora” dos negócios imperialistas.

Neste ramo, se repetirá, em escala superior, o que aconteceu com a produção de soja no Mercosul, que foi totalmente dominado pelas grandes transnacionais do agronegócio como a Cargill, Bunge, Archer Daniels Midland, Louis Dreyfus, etc.

Temos que constituir uma empresa ou um órgão regulador da produção de etanol, uma “Etanolbras” que se aterá aos aspectos específicos dessa área que difere do petróleo, envolvendo questões ligadas à produção, transporte, comercialização, exportação, etc, que precisam ser controladas e reguladas pelo governo. Da mesma forma que a China, não podemos transformar áreas de plantação alimento em canavial, e não vai ser o Soros e sua turma que vai determinar isso.

Fortalecer ação do Estado e aprofundar combate à fome

Centenas de representantes de todo o Brasil apontaram os avanços da política de segurança alimentar implementada pelo governo Lula e aprovaram diretrizes para os próximos anos

Coordenar as políticas econômicas e sociais de modo a subordinar o crescimento econômico a prioridades sociais, fortalecer o Estado em sua capacidade de regulação, distribuir riqueza e prover direitos, preservar o ambiente e promover a integração soberana entre os povos e aprofundar a integração dos programas e ações de segurança alimentar e nutricional, rompendo a fragmentação setorial e incorporando as dinâmicas de desenvolvimento territorial. Estas foram as principais diretrizes aprovadas pelos participantes da III Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CNSAN).

O presidente Lula, que prestigiou a abertura da Conferência, anunciou o aumento de 18,25% para o benefício pago pelo Programa Bolsa Família e a ampliação do atendimento da alimentação escolar para estudantes do ensino médio. Lula fez elogios à atuação do ministro Patrus Ananias, à frente do Ministério do Desenvolvimento e Combate à Fome, e de Chico Menezes na presidência do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. “O Patrus, com esse jeitinho mineiro, e o Chico Menezes, que parece um mineirinho, sabem reivindicar e vêm conseguindo muitas coisas”, revelou o presidente. Aos conferencistas, o presidente Lula fez uma menção especial: “Nunca parem de reivindicar, pois no dia em que vocês pararem, nós, governantes, vamos pensar que já fizemos tudo”.

PAC

Para o vice-presidente da CGTB e membro do Consea, Ubiraci Dantas (Bira), a Conferência foi muito importante na luta que sociedade brasileira vem travando para que nenhum brasileiro passe fome. “Durante o governo Lula, conseguimos aprovar o Losan (Projeto de Lei Orgânica da Segurança Alimentar e Nutricional), garantir e ampliar os programas que garantam o alimento e a esperança para os trabalhadores que ainda vivem numa situação precária”. “Agora, o governo lançou o PAC, um mecanismo importante que resgata o papel do Estado como indutor do desenvolvimento”, ressaltou. Segundo Bira, “isso irá gerar mais empregos, irá promover o crescimento do país e ajudará a tirar milhões de brasileiros da pobreza e da falta de perspectivas”.

AVANÇOS

Além de apontar as prioridades para a política de combate à fome do governo federal, o documento final do encontro também ressalta uma série de avanços alcançados com o governo Lula. “Avanços têm sido conseguidos desde a realização da II CNSAN, em 2004, a começar pela incorporação política da segurança alimentar e nutricional e do direito humano à alimentação adequada na agenda pública no Brasil, com a recriação e consolidação dos CONSEA´s a partir de 2003, a própria realização das Conferências e a progressiva apropriação das diferentes dimensões de soberania e segurança alimentar e nutricional pelas redes, articulações, fóruns e movimentos sociais. Vários indicadores mostram ter havido redução na pobreza e nos índices de fome e desnutrição, com melhoria no acesso à alimentação, para o quê foram fundamentais as políticas sociais de transferência de renda e proteção social (Bolsa Família, BPC e previdência rural), a recuperação do emprego e do valor do salário mínimo, entre outros”, afirma o documento.

Para a assessora especial do Fome Zero, Adriana Aranha, “o resultado da conferência revela que o Programa tem cumprido o seu objetivo de mobilizar o País”.

Chico Menezes ressaltou também o fortalecimento da participação popular. “A gente constata nesse evento agora um momento de um marco de participação especial de construção de políticas públicas de segurança alimentar e nutricional”.

O evento, realizado no Centro de Convenções do município de Fortaleza (CE), de 03 a 06 de Julho, contou com a participação de cerca de 1.800 pessoas, sendo 1.333 delegados da sociedade civil e de governos (federal, estadual e municipal), 360 convidados nacionais e 70 convidados internacionais vindos de 23 países. O encontro consagrou um processo que envolveu mais de 70 mil pessoas que participaram de conferências preparatórias estaduais, sub-regionais e municipais nos 26 Estados e no Distrito Federal.

Hora do Povo

Rizzolo: A política de combate a fome é essencial e a Bolsa Família vem de encontro a essa necessidade, o anúncio do aumento de 18,25% para o benefício pago pelo Programa Bolsa Família e a ampliação do atendimento da alimentação escolar para estudantes do ensino médio, vem sublinhar a política do governo Lula de erradicação da fome. Muito dizem , principalmente os reacioários de direita, que a Bolsa Família é ” assistencialismo” tem aquela outra frase também que eles adoram ” precisamos ensinar o pobre a pescar “; não há nada mais maldoso do que isso na fase da miséria que o povo brasileiro se encontra; a Bolsa família é ato de urgência, é dar a oportunidade do pobre de se alimentar já, nesse instante, em termos de fome não dá pra esperar , é emergencial, agora numa fase posterior onde já se reformulou a questão da miséria e da fome, e geração de emprego e a inserção serão implementadas. Lembre- se que ” a fome é prostante, a fome não é revolucionária ” . Agora ” vai aprender a pescar ” mesmo morrendo de fome é uma tremenda maldade.

Exército inicia no Pan teste de radar Saber M-60 com tecnologia 100% nacional

O Exército iniciou nos Jogos Pan-Americanos os testes do radar Saber M-60. Desenvolvido com tecnologia 100% nacional, o equipamento foi construído em parceria entre o Centro Tecnológico do Exército e a empresa OrbiSat, com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Com alcance de 60 Km de raio, o Saber (Sistema de Acompanhamento de Alvos Aéreos Baseado em Emissão de Radiofreqüência) é capaz identificar aeronaves em baixa altitude e sem transponder.

“O radar de defesa antiaérea difere de um radar de controle de espaço aéreo porque identifica as aeronaves não-cooperativas [aquelas usadas com o objetivo de não serem identificadas]. Ainda que a aeronave vôe em baixa altitude, para se tornar ‘invisível’, [o radar] é capaz de detectar”, afirmou o engenheiro do Exército tenente-coronel Roberto Castelo Branco Jorge. De acordo com ele, “versões futuras” do Saber M-60 poderão também ser utilizadas para o controle geral do espaço aéreo nacional.

Segundo ele, o Saber M-60 “é adequado para fazer vigilância em áreas mesmo de difícil acesso como a Amazônia. A faixa de frequência do radar resiste a boa parte das interferências que existem na Amazônia”.

A tecnologia desenvolvida no Brasil já despertou interesse de países da África e da América Latina: “O fato de o radar ter sido feito para as condições brasileiras, o torna mais apto para países semelhantes ao nosso. Diversos países estão aguardando os resultados desses primeiros exercícios com o equipamento”.

Além de identificar com exatidão aeronaves em baixa altitude, as informações são processadas por um software, também desenvolvido pela Orbisat e pelo Centro Tecnológico do Exército, e transmitidas, em tempo real, a um Centro de Operações de Artilharia Antiaérea do Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA).

Hora do Povo

Rizzolo: Não há o que os cientistas brasileiros quando lhes é proporcionado desenvolvimento, não saibam empreeder, está aí mais uma prova no desenvolvimento do Saber M-60, que foi desenvolvido com tecnologia 100% nacional, o equipamento foi construído em parceria entre o Centro Tecnológico do Exército e a empresa OrbiSat, com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep ) , esse radar foi desenvolvido para as condições brasileiras e já despertou interesse de países da África e da América Latina, precisamos instalar uma enorma quantidade de equipamentos como esse radar na nossa A,azônia , até porque as informações vindas dele, são transmitidas, em tempo real, a um Centro de Operações de Artilharia Antiaérea do Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA). Parabéns ao Centro Tecnológico do Exército e toda equipe !

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Cargill mata operário e diz que foi suicídio

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“Diante das fartas demonstrações de barbárie, são necessárias ações e fiscalizações mais rigorosas, envolvendo os Ministérios da Saúde, do Trabalho e da Previdência numa força-tarefa para pôr fim aos desmandos desta multinacional, que precisa ser punida de forma exemplar”, afirmou Siderlei de Oliveira, presidente da Confederação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação (Contac)

“A Seara/Cargill tem adotado uma política anti-sindical, convertendo os trabalhadores em seus reféns e escravos. Tem espalhado por meio da superexploração e da intensidade do ritmo de trabalho, lesões e mutilações em todo o país. É hora das autoridades se mobilizarem e darem um basta, pois esta multinacional norte-americana já foi longe demais”, afirmou o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação (Contac/CUT) e coordenador do Instituto Nacional de Saúde no Trabalho (INST), Siderlei de Oliveira.

Para Siderlei, “diante de tantas e tão fartas demonstrações de barbárie da Cargill, que já comprovamos e denunciamos no Senado, na Câmara e nas Assembléias Legislativas, são necessárias ações e fiscalizações mais rigorosas, envolvendo os Ministérios do Trabalho, da Saúde e da Previdência numa verdadeira força-tarefa para pôr fim a esses desmandos”.

O sindicalista lembra o caso de Forquilhinha, no interior de Santa Catarina, onde a multinacional tem se utilizado “da coação e do assédio moral, chantageando os trabalhadores depois que uma decisão judicial pôs fim à barbárie dentro do frigorífico”. Entre os inúmeros e recorrentes problemas detectados pela Justiça estão as baixas temperaturas (menos de 10°) na sala de corte e o elevado número de trabalhadores doentes sem afastamento após o acidente de trabalho. Em Forquilhinha, a multinacional foi obrigada inclusive a custear uma complexa operação no cérebro de Valdirene João Gonçalves da Silva, uma das trabalhadoras mutiladas pela intensidade do ritmo de trabalho.

Em Jaraguá do Sul-SC, recorda o presidente do Sindicato, Sérgio Eccel, “a Cargill colocou lonas pretas em volta da empresa, som potente para impedir os informes do Sindicato durante a greve, policiais dentro dos ônibus e seguranças para impedir o livre trânsito dos trabalhadores, numa prática terrorista”.

Dirigente da União Internacional dos Trabalhadores da Alimentação (UITA), Gerardo Iglesias está no Brasil para fortalecer a campanha: “Temos problemas com a Cargill da Argentina aos Estados Unidos, pois ela adota uma prática monstruosa”.

Fonte Hora do Povo

Rizzolo:Não bastasse a espoliação que as multinacionais fazem no Brasil com volumosas remessas de lucro ao exterior ainda desrespeitam o trabalhador brasileiro, só em maio, o Banco Central registrou a entrada de US$ 501 milhões referentes ao chamado investimento direto estrangeiro, ao mesmo tempo em que as transnacionais instaladas no país enviaram US$ 2,632 bilhões para suas matrizes no exterior a título de lucros e dividendos. Esses dados são relativos à questão da produção, não englobando os capitais meramente especulativos, atraídos pelos juros altos, precisamos reavaliar o papel dessas multinacionais no país , e prestigiar sim o empresariado brasileiro, a industria brasileira, o capital nacional, a pergunta é a seguinte : Pra que precisamos dessa gente ? Não há nada que o Brasil não saiba produzir ou adquirir tecnologia no exterior. A indúdtria nacional foi sucateada, pisada, destruida, e o empresário nacional , é tímido fica constrangido de falar nisso, até porque muitas multinacionais são clientes desse pequeno empresário. Ma eu como não tenho nada com essa gente falo mesmo. Precisamos mudar isso !

”Abutres” da imprensa e da oposição fazem uso político do acidente

As chamas ainda ardiam no local do trágico acidente com o avião da TAM ocorrido nesta terça-feira (17) no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, quando jornalistas da grande imprensa e lideranças da oposição, agindo como abutres sobre carniça, vociferavam condenações sumárias ao governo federal a quem apontam como ”culpado” pelo acidente.

por Cláudio Gonzalez

Nenhum dado determiante foi apresentado até agora para que as causas do acidente sejam definidas, mesmo assim, jornais como a Folha de S. Paulo, telejornais de diversas emissoras e parlamentares da oposição se apressaram a jogar a culpa no governo federal numa clara e inconveniente tentativa de aproveitar a tragédia para fustigar o presidente Lula, a quem não conseguiram derrotar nas urnas, mesmo depois de várias tentativas frustradas.

A julgar pelo frenesi com que a oposição e a imprensa anti-Lula articulam as acusações, não seria demais dizer que, veladamente, muitos deles estão ”comemorando” o acidente.

Alguns trechos de notas postadas em blogs de grandes portais e colunas de jornais impressos dão o tom da marcha acusatória inciada pela imprensa anti-Lula.

O jornalista Ricardo Noblat, cujo blog no portal Estadão passa por uma crise de credibilidade e de audiência, é um dos que mais demonstra apetite para ”surfar” na onda anti-lula pós acidente. Noblat chega a afirmar que ”Lula meteu-se em uma arapuca – mais uma.(…) O que resta a Lula é torcer para que a culpa pelo desastre seja debitada na conta do piloto. Ou na conta da empresa. E que uma vez esgotado o choro coletivo, que a maioria dos brasileiros siga sendo compreensiva com ele e com o seu governo. Porque na verdade o apagão áreo nada mais é do que o apagão de competência. Como o primeiro, o segundo governo Lula é medíocre em matéria de gestão. Como principal executivo do país, Lula é tão medíocre quanto os que o cercam.”

A jornalista Eliane Cantanhêde, em sua coluna no jornal Folha de S. Paulo, é mais cautelosa, mas vai na mesma linha. Para ela, ”O que explodiu não foi só o Airbus da TAM. Foi também o resquício de credibilidade que ainda sobrava do sistema de vôo no país e a capacidade de o governo, no seu conjunto de órgãos responsáveis, gerir a situação. O que há é o caos. Junto com a dor, a perplexidade e a sensação de que não tem mais conserto”.

No site Blog dos Blogs, a jornalista Helena Chagas também opta pela politização ao afirmar que ”ou o governo toma medidas drásticas – e, desta vez, quem sabe, substituindo toda a cúpula do Ministério da Defesa, Infraero, etc – ou corre o sério risco de ter sua popularidade seriamenmte arranhada. Lula pode acabar lembrado por ter sido o presidente do caos aéreo, alguém cujo mandato foi marcado pelos dois mais sérios desastres aéreos da história do país.”

Tales Farias, outro jornalista que escreve no Blog dos Blogs já anúncia logo no título de seu post, para não deixar dúvidas: ”O governo é culpado, sim!” E depois tergiversa dizendo que ”a imprensa está vivendo uma síndrome oposicionista sim, especialmente a cúpula dos mais fortes jornais, TVs e revistas do país. (…) Agora, a propósito deste acidente aéreo em Congonhas, com prováveis cerca de 200 mortos, não tem governismo nem oposicionismo. Independentemente de saber se a culpa foi das ranhuras da pista do aeroporto liberado às pressas, ou não, é evidente que isso tudo se insere no ambiente de caos no sistema aéreo que o país está vivendo”. E finaliza: ”o governo, o presidente Lula está agindo com uma incompetência desconcertante neste setor. Ou não está agindo…”

No afã de buscar respaldo para essas ilações, algumas agências foram até a Europa ouvir ”especialistas” no assunto que aceitassem reproduzir o discurso acusatório. A BBc Brasil, por exemplo, ouviu o presidente da Associação Européia de Cockpit (ECA, na sigla em inglês), uma entidade que reúne pilotos do continente. Segundo a BBC, ele disse nesta quarta-feira que o governo brasileiro ”deveria ter aprendido com a queda do avião da Gol, no ano passado, e adotado medidas para evitar o acidente com o Airbus da TAM em São Paulo”. Recentemente, esta mesma entidade criticou a justiça brasileira por ter indiciado os pilotos do Legacy pelo acidente com o avião da Gol.

As edições impressas dos principais jornais do país ainda não expunham, nesta quarta-feira, com toda a sua fúria a marcha acusatória, mas alguns deles, como o jornal ”O Globo”, já anunciava na manchete ”Nova tragédia põe em xeque a segurança área no Brasil”, o que virá pelos próximos dias. O Jornal do Brasil também seguiu esta linha na manchete intitulada ”A mais anunciada das tragédias”.

Vale registrar que, entre os blogueiros de maior prestígio, o jornalista Fernando Rodrigues (do UOL) é um dos poucos que tem mantido uma postura equilibrada na cobertura da tragédia. ”tudo fica secundário diante do acidente em Congonhas. É cedo para saber os efeitos políticos”, diz ele.

O ombudsman do portal IG, Mario Vitor Santos, também percebeu o tom acusatório do noticiário. E registrou: ”Qualquer solução (sobre o acidente) envolverá algo que os meios de comunicação, inclusive o iG, não têm demonstrado até agora. A capacidade de insistir num debate complicado, com muitos pontos de vista e trocas de acusações políticas. (…) Isso exige mudança de mentalidade: um jornalismo que não reaja apenas quando ocorrem tragédias. Vai exigir uma cobertura mais preocupada com os temas estruturais, mais profunda, que ouça, investigue e pese todos os aspectos da questão. E que tenha coragem de se posicionar com independência a partir de apurações que faça. É preciso um jornalismo menos declaratório”.

Oposição assanhada

A oposição ajuda a alimentar este tipo de noticiário denuncista. O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), sob o pretexto de se solidarizar com vítimas do acidente, usa seu conhecido destempero verbal para politizar a trajédia e fazer uma relação direta do acidente com o presidente Lula: ”o presidente Lula precisa agir e não falar(…) Ou seu período se marcará pelo sofrimento e pela dor de tantos brasileiros que poderiam estar vivos, lutando, sofrendo, sorrindo e construindo um Brasil mais justo (…) Meu sentimento é de dor e frustração. Essa crise passa por incompetência gerencial, corrupção e insinceridade. Para mim basta! O Brasil está desesperado, também!”, diz nota ”pessoal” assinada pelo senador oposicionista.

O DEM, por meio de nota oficial, também lamentou o acidente mas, ao contrário do PSDB, diz que perefere esperar um pouco para então atacar o governo por causa do acidente. Mas o site do partido mostra que a ”espera” será curta. A chamada principal do site remete a declarações do líder dos ex-pefelistas na Câmara dos Deputados, Onyx Lorenzoni (RS), que afirma que o acidente ”é a repetição da negligência, irresponsabilidade e da falta de planejamento do Governo Lula com relação à segurança aérea do Brasil”.

O PPS, mais uma vez, repetiu o DEM na forma e no discurso. O site do partido publicou um anota na qual afirma que ”o partido não se esquivará, em qualquer instante, de denunciar e cobrar punição para os responsáveis pela maior tragédia da aviação civil brasileira e ressalta que a crise da nossa infraestrutura aeroportuaria vem sendo tratada com descaso, autoritarismo e até com escárnio pelos orgãos diretamente responsáveis pelo setor, pelo Ministério da Defesa e inclusive, por ministros do governo e pelo próprio Presidente da República”.

Outro partido de oposição, o PSOL, até o momento foi o único a mostrar sobriedade no trato da questão. Em declaração à imprensa, o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP), membro da CPI dos Aeroportos, reconheceu que o acidente vai ter grande impacto emocional e político, mas ponderou: ”Os problemas em Congonhas existem há muito tempo. Derrapagens são comuns, mas não podemos tirar conclusões precipitadas. Temos que analisar as causas”, afirmou.

Ministério pede cautela

Diante da repercussão politizada da tragédia, o ministério da Defesa soltou nota na tarde de hoje informando que acompanha a dor dos parentes e amigos das vítimas do acidente com o vôo 3054, da TAM. Porém, o ministério enfatiza que o momento é de ”cautela” e que enquanto não houver um resultado concreto das investigações é melhor evitar ”julgamentos precipitados”.

”O momento é de cautela, e enquanto os resultados das investigações não forem concluídos, o melhor será manter a sobriedade e evitar julgamentos precipitados e ilações que prejudiquem a realização dos trabalhos e possam aumentar ainda mais a angústia das pessoas, já tão abaladas nesta tragédia”, diz a nota.

O comunicado diz ainda que as autoridades aeronáuticas já iniciaram os procedimento investigatórios para identificar as causas do acidente, ”cujos resultados devem ser divulgados tão logo haja convicção sobre os reais motivos da tragédia”.
Site do PC do B

Rizzolo:Não adianta os golpistas agora misturarem questões totalmente diversas como a dos controladores, com pista molhada, e apagão aéreo, falta de planejamento, esse golpe não funciona, a questão principal é o que eles não abordam, ou seja, o interesse das Companhias aéreas em insistir na diabólica condição geográfica desse aeroporto, não é problema de gestão como dizem, e sim um problema de “gestão financeira” das Companhias Aereas, esse que é a verdade. Agora querer misturar problemas é manobra diversionista.Como dizer que o ocorrido é ” irresponsabilidade e da falta de planejamento do Governo Lula com relação à segurança aérea do Brasil ”, isso sim é ser abutre e ganhar politicamente em cima da tragédia, observe que o ocorrido não tem nada a ver com planejamento, querem misturar para culpar Lula. Uma vergonha descabida !

CPI responsabiliza pilotos do Legacy pela destruição do Boeing com 154 pessoas

O relatório parcial da CPI da Câmara sobre o setor aéreo concluiu que os pilotos norte-americanos Jan Paul Paladino e Joseph Lepore são os principais responsáveis pelo acidente envolvendo o Boeing da Gol e o jato Legacy. “A grande questão é que o transponder foi desligado e ele é um instrumento de segurança da maior importância. Outro ponto é que o comandante da aeronave é o responsável pelo vôo. Precisa estar ligado a todas as situações”, ressalta o relator da CPI, deputado Marco Maia (PT/RS).

Durante a apresentação do relatório parcial, na última quinta-feira, o deputado apontou o desligamento do transponder/TCAS – equipamento anticolisão – como fator determinante do acidente. “Não tendo havido falha do equipamento nem desligamento voluntário, a ocorrência de um desligamento involuntário (somente percebido após a colisão) é prova eloqüente da incapacidade técnica dos condutores da aeronave”, observou. Segundo o relatório, por terem desligado o transponder, os pilotos “praticaram, mediante dolo eventual, o delito de atentado contra a segurança de transporte aéreo com destruição de aeronave e ocasionando mortes”.

INDICIAMENTO

O relator lamentou não ter ouvido os pilotos, mas destacou que o fato do transponder ter sido desligado é uma causa inquestionável do acidente. Marco Maia disse que pedirá o indiciamento dos dois pilotos do jato Legacy, além dos quatro controladores de vôo que operavam no dia do acidente que ocasionou a morte de 154 pessoas, em setembro passado.

Com relação aos controladores de vôo, o relator conclui que os três que trabalhavam no Cindacta de Brasília, Jomarcelo Fernandes dos Santos, Lucivando Tibúrcio de Alencar e Leandro José Santos de Barros, foram negligentes e praticaram “atentado contra a segurança de transporte aéreo, mediante culpa e em sua forma qualificada, devido à ocorrência de mortes”. No caso do controlador Felipe Santos dos Reis, que fica em São José dos Campos (SP), “não tomou as cautelas devidas e emitiu autorização de vôo em desconformidade com a norma de instrução do Comando da Aeronáutica”.
Hora do Povo

Rizzolo: Punição aos responsáveis na forma da Lei.

”Os equívocos de José Dirceu”

Altamiro Borges:

O ex-presidente nacional do PT e ex-ministro do governo Lula, José Dirceu, está preocupado com os rumos políticos do PCdoB. Em mais um texto no seu blog, nesta semana, ele voltou a fazer comentários críticos sobre a postura tática dos comunistas. De forma pouco elegante, entretanto, ele cometeu novamente graves injustiças e imprecisões históricas. Bastante ambíguo, Dirceu trata o PCdoB como um aliado importante, prega a “repactuação” entre os dois partidos e afirma que ela é essencial para remontar o “núcleo de esquerda” do atual governo. Mas, ao mesmo tempo, o que prevalece no texto é a desqualificação de um aliado que desde 1989 atuou em relação ao presidente Lula e ao PT de forma leal, contribuindo com o melhor do seu esforço.

por Altamiro Borges*

Desta vez, Dirceu expressa seus temores exagerados com a decisão dos comunistas de participar do Bloco de Esquerda e de procurar construir nova alternativa sindical fora da CUT. No que se refere à questão partidária, transparece no texto a lógica hegemonista. Ele afirma que o fato do PCdoB deixar de priorizar as alianças com o PT “não que dizer muita coisa… O PCdoB foi muito mal votado e elegeu apenas 12 deputados, a maioria em coligações com o PT, e um senador, com total apoio do PT, sem o que não teria sido eleito”. De maneira grosseira e inverídica, ele ainda insinua que o motivo de tal “rompimento” (sendo que em nenhum momento o PCdoB se referiu a qualquer rompimento) é a reclamação por maior espaço no governo, “mas, se analisarmos os cargos ocupados pelo PCdoB, vamos ver que a legenda está devidamente representada”.

Intrigas e soberba

O texto parece querer estimular intrigas na base de apoio do governo Lula. De forma precipitada, José Dirceu vaticina que esta decisão “enfraquece ou quase impossibilita a aliança para 2010” e representaria o apoio “inevitável à candidatura de Ciro Gomes, contraposta ao PT… Isso sem falar na fragilidade do bloquinho PSB, PCdoB, PDT, PMN, PHS e PRB”. Ele também deturpa a posição do PCdoB e, no fundo, recrimina o partido por ter uma linha própria de apoio ao governo, ao dizer: “Na verdade, o PCdoB flerta com a política de apoiar o governo e fazer oposição à política econômica e disputar com o PT e a CUT”. Para José Dirceu, essa “decisão tão radical” não se justificaria, já que, nas coligações eleitorais, “o PCdoB sempre foi favorecido, e muito, mesmo em detrimento dos petistas”.Quanta generosidade!?

Dirceu está viciado na lógica eleitoreira. O PCdoB apóia Lula desde a eleição de 1989, quando muitos petistas nem acreditavam na sua viabilidade – conforme confissão pública do próprio presidente. Durante a grave crise de 2005-2006, quando muitos líderes petistas fugiram dos embates políticos – “nem queriam aparecer na foto ao meu lado”, desabafou o atual presidente –, os comunistas estiveram na linha de frente do enfrentamento à direita golpista. A sua lógica não foi eleitoral, mas sim política, tendo como objetivo maior evitar o retrocesso e garantir avanços na acumulação de forças dos setores populares. Este fato, inquestionável, foi motivo de reconhecimento e elogios de muitos petistas não sectários e nem exclusivistas.

Do ponto de vista meramente eleitoral, o PCdoB, que conseguiu eleger 13 deputados federais (e não 12) e um senador, pode até ter sofrido certo prejuízo ao se aliar preferencialmente a um partido satanizado por motivos éticos. Mas nem por isso vacilou em apoiar a reeleição de Lula e, como sempre, de muitos candidatos petistas aos governos estaduais e ao senado. Na prática e não há retórica, a militância comunista fez campanha, ajudou a eleger governadores e senadores do PT. A exemplo dos últimos 20 anos, o PCdoB divulgou o nome e o numero do PT, sem lançar candidatos majoritários, e suou a camisa em todas as campanhas presidenciais de Lula. Ao invés de ficar preso à matemática eleitoreira, o ex-presidente deste partido deveria, isto sim, valorizar o empenho da militância do PCdoB nas inúmeras campanhas majoritárias do PT e na batalha histórica de 2006, que serviram de exemplo para muitos sinceros petistas.

Incompreensão sobre as alianças

Já a formação do Bloco de Esquerda – e não do “bloquinho”, como a mídia e José Dirceu o desqualificam – foi uma necessidade política. Bem diferente do “blocão”, formado por PT e PMDB, por pura conveniência política de momento. Diante da opção petista de privilegiar a aliança com o PMDB “neolulista”, expressa na sorrateira eleição para a presidência da Câmara Federal, na qual lideres petistas tomaram uma posição unilateral para enfrentar ostensivamente a candidatura Aldo Rebelo, PCdoB, PSB, PDT, PMN, PHS e PRB resolveram somar forças para assinalar que ainda existia o campo de esquerda e insistir na importância do núcleo de esquerda na ampla frente de apoio ao presidente Lula. Não foi o PCdoB e os demais partidos que sabotaram o núcleo de esquerda, mas sim a lógica pragmática de setores dominantes do PT e a sua nítida pendência política ao centro-direita. Quanto ao “inevitável apoio à candidatura de Ciro Gomes”, é pura especulação e uma dose de intriga do ex-presidente do PT.

Na prática, o texto de Dirceu confirma uma histórica e crônica incompreensão sobre a política de alianças. Da sua negação total à atual opção pelo pragmatismo, que quase levou ao desastre o primeiro mandato do presidente Lula, prevalece uma visão exclusivista das alianças – que encara o aliado como um apêndice e não como parceiro. Além disso, o texto evidencia o temor pelo fortalecimento de forças políticas mais à esquerda, que não tenham como limite estratégico o governo Lula e que mantenham como perspectiva o socialismo.

O próprio Dirceu confessa esse medo ao enfatizar que “o PCdoB não tem nada que o torne mais esquerda que o PT”. Se está tão convicto disto, por que tal demarcação de campos? Por que a afirmação peremptória de que a tática do PCdoB representa “uma fuga do principal problema dos comunistas: a falta de votos”. Talvez isto explique o seu ativo apoio à draconiana cláusula de barreira, desmascarada por unanimidade pelo STF como antidemocrática e anti-constitucional.

Hegemonismo patente na CUT

Já no que tocante à questão sindical, José Dirceu confunde as bolas, talvez porque encare o sindicalismo como mera extensão partidária, no pior sentido do termo correia de transmissão. No caso do PCdoB, não há qualquer decisão de formar uma nova central. Há, sim, um grande descontentamento dos comunistas que atuam nesta frente com a atual situação da CUT e a busca de nova alternativa para fortalecer a unidade dos trabalhadores. Dirceu garante que “as acusações de aparelhamento da CUT pela Articulação são ridículas”. Será? Pergunte aos militantes mais sensatos de sua própria corrente, que comeram o pão que o diabo amassou no recente congresso da central e que são totalmente marginalizados na sua direção.

Dirceu nem precisa se dar ao trabalho de criticar os seus companheiros mais hegemonistas que aplicaram uma rasteira na CUT da Bahia, que usam métodos fraudulentos em eleições sindicais no Rio de Janeiro, que aplicam uma proporcionalidade desqualificada na executiva nacional da CUT ou que primam pela total falta de transparência no uso dos recursos das entidades filiadas à central. Esse hegemonismo já foi responsável pela exclusão de outras correntes do interior da central, que hoje não representa mais um pólo de unidade do sindicalismo. Vários alertas foram feitos neste sentido, mas ninguém deu ouvidos… nem o próprio José Dirceu, que circula bem no interior da central sindical e conhece suas polêmicas.

Quanto à ameaça velada com relação à UNE, “onde o PCdoB exerce hegemonia há décadas e, nem por isso, concordamos em criar outras entidades”, ela é sim ridícula. É só analisar a composição da nova direção desta entidade unitária dos estudantes, na qual a UJS, apesar de ser maioria no congresso (mais da metade dos delegados), não possui maioria na sua própria executiva e compartilha os cargos principais com as demais correntes do movimento estudantil.

Evitar a dispersão da esquerda

O ex-presidente do PT ainda exerce influência no interior deste partido e junto a sua militância sindical. No congresso da Confederação Nacional dos Metalúrgicos, em meados de junho, ele foi chamado para proferir uma palestra de forma eloqüente: “Convido para mesa o comandante José Dirceu”, apresentou Carlos Alberto Grana, presidente da CNM-CUT. No processo de preparação do 3º Congresso Nacional do PT, ele também está muito ativo no esforço de recompor o ex-campo majoritário – é “o presidente sombra do partido”, afirma um destacado dirigente petista, impressionado com sua desenvoltura. O seu blog na internet é hoje um instrumento indispensável de análise da conjuntura, muitas vezes com posições justas e avançadas das quais comungamos.

Seria muito proveitoso que o destacado “comandante” José Dirceu aproveitasse essa influência para, de fato, evitar que os “mortais de esquerda” se digladiem. Ao invés de querer desqualificar o PCdoB, a partir de uma lógica eleitoreira tacanha e de versões inverídicas e mesquinhas, o ex-presidente do PT contribuiria muito mais se ajudasse a recompor o núcleo de esquerda do governo Lula, conforme proposta expressa no Manifesto do Bloco de Esquerda. O rancoroso texto de Dirceu pode ser, infelizmente, “um prenúncio da dispersão da esquerda que possibilita a vitória dos nossos adversários” – como ele próprio alerta. Este, sem dúvida, não é o interesse do PCdoB, que já provou inúmeras vezes o seu empenho pelo sucesso do governo Lula e persiste na necessidade estratégica do avanço das forças populares e progressistas.

*Altamiro Borges é jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB, editor da revista Debate Sindical e autor do livro “As encruzilhadas do sindicalismo” (Editora Anita Garibaldi, 2ª edição).
Site do PC do B

Rizzolo: Na realidade como diz o texto, não foi o PCdoB e os demais partidos que sabotaram o núcleo de esquerda, mas sim a lógica pragmática de setores dominantes do PT e a sua nítida pendência política ao centro-direita, hoje o PT é um partido que não expressa a esquerda, agora desqualificar o PC do B , um partido que sempre esteve do lado do PT não acho nem um pouco saudável, é uma pena, parece uma coisa que passa por ingratidão, ficou feio viu, Zé !