UGT realiza congresso de fundação em defesa da Previdência Social e dos direitos trabalhistas

ugt.jpg

“A bandeira de luta da UGT é a defesa dos excluídos e o fim do trabalho escravo que ainda existe em nosso país, por uma política de desenvolvimento econômico sustentado com mais emprego e renda. Outro ponto chave é a unidade do movimento sindical pela redução drástica dos juros que beneficiam a especulação financeira”, afirmou Ricardo Patah, eleito por unanimidade presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores), no encerramento do congresso de fundação da entidade.

O congresso – realizado entre os dias 19 e 21 de julho, no Centro de Convenções do Anhembi, em São Paulo – reuniu cerca de 3.000 delegados vindos de todo o país, registrando a filiação de 600 sindicatos no evento.

“A UGT nasce forte em todas as localidades do Brasil em defesa da Previdência Social e uma pátria livre e soberana”, ressaltou o sindicalista.

“Temos acompanhado os debates sobre uma possível reforma”, disse Patah completando: “Reafirmamos nossa posição contrária a qualquer tentativa de retirar direitos previdenciários. Lutamos por uma Previdência Social pública e universal, com inclusão e manutenção de direitos e de todas as conquistas que estão asseguradas na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e na Constituição Federal”.

Na qualidade de presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Ricardo Patah encabeçou uma chapa de unidade, formada por dirigentes das três centrais que se fundiram para formar a UGT – Central Geral dos Trabalhadores, Social Democracia Sindical e Central Autônoma dos Trabalhadores – além de contar com a participação de sindicalistas de entidades independentes.

“Os companheiros Antonio Carlos dos Reis, o Salim da CGT; Enilson Simões de Moura, o Alemão da SDS; e Laerte Teixeira da Costa, da CAT; promoveram a convergência que resultou neste novo momento do sindicalismo brasileiro”, ressaltou Patah.

Conforme destacou Patah, uma das plataformas da UGT é a prioridade à inclusão social, “buscando desenvolver as estruturas do Estado para fortalecer a educação e a qualificação dos trabalhadores, ampliando os investimentos com medidas como a desoneração da folha de pagamento”.

Na sua avaliação, “é inadmissível uma sociedade em que a quantidade dos excluídos ultrapassa a de incluídos, em que somente 130 mil pessoas detêm a metade do PIB, numa brutal concentração de renda nas mãos de poucos”.

O presidente da UGT sublinhou que a nova entidade já tem mais de 600 Sindicatos filiados, representando mais de 5 milhões de trabalhadores.

“Ainda temos um longo caminho a percorrer a partir de agora”, declarou Patah acrescentando que “o reconhecimento das centrais representa um ato fundamental do presidente Lula, Além disso, vamos ter uma forma de custeio para trabalhar e qualificar os representados. Defender a liberdade e autonomia sindicais, a organização no local de trabalho e o sistema sindical composto de sindicato, federação, confederação e central sindical, organizados livremente pelos trabalhadores”.

De acordo com Ricardo Patah, as mobilizações vão continuar firmas nas ruas do país, para “assegurar o veto do presidente Lula à emenda 3, que implementa a flexibilização desenfreada em toda atividade trabalhista sem haver qualquer tipo de fiscalização”.

“Assim”, complementou o presidentede da UGT, “as férias, o 13º salário, o descaso semanal remunerado, o convênio médico, o FGTS, a aposentadoria por tempo de serviço, vão tudo para o ralo, retrocedendo à lei da selva”.

Hora do Povo

Rizzolo: As bandeiras de luta da UGT tendo como presidente o sindicalista Ricardo Patah estão asseguradas, Patah alem de amigo e pessoa que prezo, tem a sensibilidade do sindicalista moderno e a preocupação com o desenvolvimento da classe trabalhadora, a prioridade à inclusão social e a indignação com a condição de desigualde social no país faz com que Ricardo Patah inicie um novo momento para o sindicalismo brasileiro ! Agora, o reconhecimento das centrais representa um ato fundamental do presidente Lula para que a luta sindical prospere nesse país, com o reconhecimento as entidades terão como custear o trabalho e qualificar os representados podendo ampliar a mobilização por um Brasil soberano e livre da especulação e dos interesses externos.

Bira: “Dia 15 vamos a Brasília para enterrar a emenda da escravidão”

p4-bira1.jpg

O vice-presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Ubiraci Dantas de Oliveira, denunciou que “a emenda 3 significa acabar com todos os direitos dos trabalhadores”

No próximo dia 15 de agosto, o Dia Nacional de Luta, nós da CGTB e a CUT, em conjunto com as demais centrais sindicais, estamos organizando os trabalhadores para um ato em Brasília. A manifestação vai ser um corpo-a-corpo no Congresso Nacional pela manutenção do veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à emenda 3, que escraviza e retira direitos constitucionais dos trabalhadores brasileiros. A dita emenda substituía o contrato de trabalho pela criação de empresas de uma pessoa só, os chamados pjs, para fugir dos encargos trabalhistas e sociais”, afirmou Ubiraci Dantas do Oliveira (Bira), vice-presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), ao convocar a manifestação.

Para o sindicalista, “a emenda 3 representa a volta à escravidão, pois significa acabar com a carteira de trabalho assinada no Brasil, com a hora-extra, com o descanso semanal remunerado, com o 13º, com o FGTS, com a aposentadoria – ou seja, com todos os direitos que os trabalhadores têm hoje, assegurados pela CLT e pela Constituição Federal”.

“Com as nossas mobilizações, vamos pôr fim nessa invenção da rede Globo, da Fiesp e da OAB de São Paulo, de acabar com a carteira de trabalho que foi conquistada ao longo dos anos”, alertou Bira.

“Além de garantir o veto à emenda 3, a nossa mobilização é também pela defesa da Previdência Social pública. Essencial dizer que o orçamento da seguridade social – compreendida com a cobertura previdenciária, de saúde, assistência social e seguro-desemprego – já é superavitário. Tomando como base de sua arrecadação (o Cofins, CPMF, CSLL, PIS/Pasep)”, disse Bira.

Com isto, todos juntos somaram R$ 301,7 bilhões no ano passado. As despesas, R$ 229,4 bilhões. Um superávit, portanto, da ordem de R$ 72,3 bilhões. Nem mesmo a indigesta DRU (Desvinculação de Receitas da União), que tomou R$ 33,7 bilhões desse resultado, conseguiu jogar a Seguridade no vermelho.

Segundo o vice-presidente da CGTB, “os trabalhadores que deram a sua contribuição para a construção desta Nação, têm que ter uma aposentadoria justa. Não adianta as viúvas do Fernando Henrique continuar tentando satisfazer a ganância do capital financeiro internacional em detrimento das necessidades de quem deu o seu sangue suor pela soberania do Brasil. A nossa luta no Fórum Social da Previdência é para fazer a instituição avançar e se desenvolver. Retroceder com a retirada de direitos e conquistas, jamais”.

“É com a redução das taxas dos juros, do superávit primário – que estão sevando o sistema financeiro – que nós vamos retomar o crescimento econômico auto-sustentado, com os investimentos públicos destinados na produção. Assim, o Estado retoma o seu papel de indutor do progresso como determina o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) nos setores de saneamento, habitação, estradas, energia, portos e aeroportos, educação, construção civil. Assim é que vamos alavancar a geração de empregos e renda”, sublinhou.

Bira destacou ainda que “fruto da atual política, é que acabamos de sair do PAN – onde o governo fez os investimentos necessários – com aumento das conquistas de medalhas com grandes vitórias dos nossos atletas. Este é o resultado de um governo voltado aos interesses dos trabalhadores e do nosso país”.

Ao conclamar os trabalhadores para a quarta mobilização nacional contra a emenda 3, no próximo dia 15, as centrais sindicais voltam às ruas e intensificam a pressão em defesa do veto do presidente Lula à medida, que é ilegal e inconstitucional, de inviabilizar a fiscalização trabalhista para assaltar os direitos históricos dos trabalhadores.

A emenda 3 agride o mais elementar, o mais primário, direito que um trabalhador pode ter: simplesmente, o de ser reconhecido como trabalhador. A emenda transforma o empregado da empresa em “pessoa jurídica”, o chamado “pj”, “empresa de uma pessoa só”, prestador de serviço sem registro em carteira e, portanto, sem acesso a nenhum direito.

Ou seja, em vez de relações trabalhistas, teríamos relações entre empresas, “prestadores de serviço”. O problema é que uma das “empresas” é composta por um único trabalhador, colocado à mercê da outra, a quem é dado o direito de ignorar os direitos do trabalhador, pela negação de sua existência, ou seja, pela farsa de considerá-lo uma “pessoa jurídica”.

Bira lembrou que nesta batalha “temos grandes aliados, como o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), mas também as entidades representativas da magistratura e do Ministério Público do Trabalho, a OAB nacional, entre outros, e o compromisso do ministro Luiz Marinho, da Previdência Social, e do ministro da Fazenda, Guido Mantega”.

ADEMAR COQUEIRO
Hora do Povo

Rizzolo: Vamos dar um basta a essa emenda safada ela agride o mais elementar, o mais primário, o mais primitivo direito que um trabalhador pode ter: simplesmente, o de ser reconhecido como trabalhador , como bem lembra o Presidente da Cut “os parlamentares e as empresas que defendem essa emenda safada querem mesmo é jogar no lixo todos os direitos básicos dos trabalhadores”, alem disso essa emenda representa uma grave violação à legislação trabalhista brasileira, que estabelece que o vínculo empregatício é estabelecido ao serem preenchidos os requisitos de “pessoalidade, habitualidade, subordinação e onerosidade”.

Agora é uma pena ver a OAB-SP que um dia foi a trincheira da defesa dos trabalhadores e dos perseguidos pela ditatura militar se aliançar com a Fiesp defendendo interesses patronais na destruição daquilo que e´o único patrimônio do trabalhador que são seus direitos básicos assegurados por lei. Pessoalmente como advogado, como membro da OAB, e com todo respeito que tenho pelo D´Urso, não sei como ele foi entrar nessa, realmente não sei. A manifestação do dia 15, vai ser um corpo-a-corpo no Congresso Nacional pela manutenção do veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à emenda 3, que escraviza e retira direitos constitucionais dos trabalhadores brasileiros.

Alencar defende revisão das agências: “Não deram certo”

p2-alencar.jpg

“Nós fomos eleitos e esse pessoal manda mais do que a gente, como é que pode?”

O vice-presidente José Alencar defendeu na segunda-feira a revisão do papel das agências, considerando que as mesmas “não deram certo”. “O problema da autonomia e da independência das agências tem de ser objeto de revisão. Nós vivemos um regime democrático e somos levados ao poder pela eleição, mas não temos o poder de autonomia das agências”, afirmou após reunião com representantes da Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro.

Segundo Alencar, “o presidente da República é eleito diretamente pelo povo. Um senador, um deputado, o prefeito, o governador, todos são eleitos. E não têm o poder de autonomia de uma dessas agências”.

As chamadas agências reguladoras foram criadas na gestão tucana para retirar do Estado o poder de definir as políticas para cada setor e favorecer o apetite voraz dos açambarcadores do patrimônio público. Cópias mal ajambradas das agências norte-americanas, Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Agência Nacional de Petróleo (ANP), Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), entre outras, mantém suas administrações por determinado tempo, sem que possam ser substituídas, mesmo que nos serviços públicos prevaleçam a escorcha sobre a população, com as tarifas abusivas de energia elétrica e de telefonia, por exemplo, ou que blocos petrolíferos sejam entregues ao capital estrangeiro.

“Nós fomos eleitos e esse pessoal manda mais do que a gente, como é que pode?”, condenou o vice-presidente da República. “Um grupo de pessoas assume determinadas funções com autonomia em relação aos que foram eleitos”, criticou Alencar, ressaltando que as decisões “são eminentemente políticas”. Isso não significa, segundo ele, que o governo deve prescindir de assessoria técnica, mas de utilizá-la “a seu juízo”. “A decisão em todas as áreas não deve ser técnica, tem de ser política. A técnica deve assessorar, senão, por que democracia? Do contrário, você retira até responsabilidade de quem está eleito para resolver os problemas”.

Encontra-se em tramitação no Congresso o projeto de lei 3.337/04, que altera o funcionamento das agências, atualmente sob o guarda-chuva da lei 9.986/00, de FH. Há inclusive uma emenda ao projeto de lei em tramitação, de autoria do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para permitir a demissão de dirigentes das agências. “Se nós podemos tirar um presidente da República, como não podemos exonerar o presidente de uma agência?”, questiona o parlamentar.

JUROS DO BC

José Alencar defendeu também a redução de autonomia de órgãos como o Banco Central, principalmente em relação à definição das taxas de juros. Em sua avaliação, uma das causas para que a taxa Selic ainda permaneça elevada é a autonomia do BC, que existe na prática. Mesmo com a taxa declinante, Alencar considera que “os juros no Brasil são um absurdo, ainda falta muito para os juros caírem. A taxa começou em 25 por cento no governo e agora é menos de 12 por cento e ainda é um das mais altas do mundo”. “Só tem um país em que a taxa real é um pouco acima da nossa, que é a Turquia. Isso está errado”.

O vice-presidente disse que nos últimos quatro anos foram gastos cerca de R$ 600 bilhões com juros da dívida pública. “Se nós tivéssemos gasto a metade, ou seja, se nós tivéssemos praticado taxas nominais à metade do que praticamos, teríamos economizado R$ 300 bilhões. E mesmo assim, a taxa seria a mais alta do mundo. Isso foi um desperdício de recursos, dinheiro jogado pela janela”, sublinhou.

Hora do Povo

Rizzolo: Sempre disse que essas ” agencias reguladoras ” são braços do capital internacional e dos vende patrias “, foram instituidas no governo FHC e já na sua natureza jurídica não permite que seus membros sejam ” importunados” no seu desiderato de mandar e desmandar, como diz Alencar, “o presidente da República é eleito diretamente pelo povo. Um senador, um deputado, o prefeito, o governador, todos são eleitos. E não têm o poder de autonomia de uma dessas agências”. É um absurdo, temos que criar mecanismos para permitir a demissão de dirigentes das agências onde os diretores têm mandatos. Isso significa o esvaziamento da estrutura política do Estado e a transferência para órgãos pseudo-técnicos de funções que eram antes dos ministérios. Deixar essa gente decidir política não dá, né ?

Serra não explica o Metrô desabado e pontifica sobre desastre do Airbus

Tragédia do Metrô faz 200 dias e ninguém foi responsabilizado

No entanto, Serra fala pelos cotovelos sobre o acidente do avião da TAM. Cratera da Linha 4 do Metrô-SP engoliu casas, carros e pessoas

Quando esta edição chegar às bancas haverá 200 dias que ocorreu o desabamento da Linha 4 do Metrô de São Paulo. Uma coisa de filme americano: de repente, numa grande cidade, abriu-se uma cratera imensa, engolindo carros, casas e pessoas.

EXPLICAÇÃO

A cratera, evidentemente, nada teve a ver com as forças da natureza, exceto com o desrespeito a elas por uma súcia ávida de lucro às custas de colocar em risco a vida, os lares e os bens das pessoas. Até agora, sabe-se da incúria do governo tucano, do contrato de porteira fechada com as empreiteiras e com o grupo que iria explorar a Linha já privatizada de antemão. Vários especialistas apontaram a mudança ilegal e imprópria do método de construção, a falta de fiscalização e a incompetência nos procedimentos.

Porém, em 200 dias, ninguém foi responsabilizado, o governo de São Paulo manteve o contrato com as futuras concessionárias – que são também as construtoras – e não há notícia de que verbas públicas tenham sido bloqueadas porque a linha que era para transportar gente passou a tragá-las.

O governador José Serra, responsável último pela apuração e pela continuação desse estado de coisas, tem se mantido mais mudo do que o mordomo do Zorro. Até para aparecer no local da tragédia ele demorou. Relutou em se encontrar com parentes das vítimas. Por pouco o governo do Estado não desiste de procurar os corpos sepultados pelo desabamento. Depois, nenhuma satisfação foi dada à sociedade. Nenhuma satisfação foi dada aos que perderam suas casas, jogados em hotéis há sete meses.

Após a tragédia do avião da TAM, alguns aventaram a hipótese de que Serra não fala na cratera do Metrô porque sua especialidade é o transporte aéreo. Nós duvidamos. Afinal, como todo mundo sabe, Serra entende de tudo e de mais alguma coisa que ninguém entende.

Porém, verdade seja dita, desde que o avião da TAM atravessou a avenida Washington Luiz e chocou-se contra um prédio da própria empresa, Serra fala pelos cotovelos. Certamente, ele não acha que é responsável pela tragédia, nem que deve zelar para que a verdade prevaleça nas investigações. Ele também não acha que seus correligionários, que transformaram o setor aéreo numa cafua de arrivistas sequiosos por arrancar o couro do usuário, “agências” que atropelam o Estado & negocistas estrangeiros forçando a fechadura, sejam responsáveis pela calamidade.

Desde o desastre, ao qual acorreu tão pressuroso quanto se houvessem dado a ele um mandato de presidente, Serra declarou, entre outras coisas: 1) que o problema do acidente é o excesso de tráfego aéreo; 2) que o aeroporto de Congonhas devia ser fechado, pelo menos até o fim das investigações sobre o desastre; 3) que iria investigar se houve homicídio culposo no acidente; 4) que é contra a construção de mais um aeroporto em São Paulo; 5) que acha uma bobagem a abertura de capital da Infraero, porque não vai resolver problema nenhum.

Para não tomar demasiado tempo do leitor, ficamos por aqui. Não mencionamos, por exemplo, o parecer, que, segundo Serra, não existia, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) aprovando a pista – o parecer não existia, até que apareceu, precisamente porque existia.

Como somos gente sem preconceito, cabe perguntar: o que quer o Serra com essa mixórdia?

Analisemos esse samba do tucano doido: o problema é o excesso de tráfego aéreo. Realmente, se não houvesse tráfego aéreo, não haveria acidentes aéreos. Mas o que é “excesso” de tráfego aéreo? Onde está demonstrado que o nosso tráfego aéreo é “excessivo”? Pelo contrário. Serra sabe, porque já esteve lá, que nenhum aeroporto do país tem um tráfego aéreo tão intenso quanto o de qualquer das grandes cidades dos EUA ou da Europa.

Porém, se o aeroporto de Congonhas ficar fechado – há estimativas de que as investigações durarão alguns meses – isso somente aumentaria a concentração de tráfego aéreo nos outros aeroportos, portanto, segundo a própria teoria de Serra, a possibilidade de outros acidentes.

Mas, se o problema é o tráfego aéreo “excessivo”, por que ele é contra construir mais um aeroporto? Aliás, se o problema é o tráfego “excessivo”, ele vai investigar homicídio culposo de quem?

Por último, por que Serra, agora, é contra a abertura do capital da Infraero? Que nós sejamos contra, nós que jamais achamos que a solução para qualquer problema fosse a entrega ou abertura da propriedade pública para os monopólios privados – processo também chamado de privatização -, tem lógica. Mas Serra e seus condiscípulos, Fernando Henrique, Alckmin e mais alguns sempre foram a favor da privatização. O governo de SP é tão privatista que até hospitais públicos são privatizados. Por que, então, a única abertura de capital que Serra é contra é a da Infraero?

COERÊNCIA

Formulando de outro modo a nossa pergunta inicial: que solução Serra tem para o problema aéreo, inclusive para o suposto problema que ele aponta? O governo Lula, bem ou mal, apresentou a sua. Serra é contra. Então, o que apresenta no lugar? Construir, com dinheiro federal, um trem-bala para Guarulhos? Isso pode resolver um problema de tráfego terrestre, mas os aviões continuam viajando pelo ar, tal como fazem desde os tempos do 14-bis. E o tráfego aéreo vai continuar aumentando nos próximos anos.

No entanto, Serra não se preocupa com esses pequenos problemas de lógica e coerência. Desde o primeiro dia, desde a noite do acidente, ele esteve colocando lenha no fogacho golpista. Esse é o verdadeiro problema. Ele não quer nada, ou seja, não quer resolver problema real algum. Apenas, não se conformou ainda em haver perdido as eleições para Lula. E pretende substituí-lo. Logo ele, um sujeito tão preparado, perder para esse nordestino que é a cara do zé-povinho… Cáspite! Só falta esses eleitores ignorantes escolherem qualquer poste que Lula indicar nas próximas eleições.

Esse é o problema de Serra. Que ele tente resolvê-lo da sua forma habitual, ou seja, aproveitando-se da marola golpista da mídia contra o presidente, sacando meia dúzia de afirmações sem pé e com a cabeça no poder a qualquer custo, não é mais do que poderíamos esperar dele.

CARLOS LOPES
Hora do Povo

Rizzolo: Já foi rídiculo o governo Lula eleito com maioria esmagadora aceitar que Jobim tão logo assumisse tivesse contatos e logo fosse visitar em São Paulo seu amigo Serra, alem disso, Serra como mestre em ” abafar casos ” como as CPIs engavetadas , agora se alça em dar palpites sobre a ” crise aérea”, disse que o problema era o excesso de tráfego aéreo mas está contra construir novo aeroporto, uma piada, né, esqecendo – se sim do Metrô desabado, isso ele não fala, isso até agora ninguem foi responsabilizado, fala pelos cotovelos, mas não dá solução nem para os problemas que ele criou, em 200 dias, ninguém foi responsabilizado, o governo de São Paulo manteve o contrato com as futuras concessionárias – que são também as construtoras – e não há notícia de que verbas públicas tenham sido bloqueadas porque a linha que era para transportar gente passou a tragá-las, é lógico, a privataria corre solta. Na realidade a maior preocupação dele não são os aviões, nem a cratera, mas sim articular golpes com a mídia e saber se esse nordestino ainda ” vai continuar na parada” atrapanhando os interesses da elite e do capital internacional que sua turma defende. No fundo o que ele pensa é ” Preciso ferrar com esse nordestino de qualquer jeito “. Enfim é melhor falar do avião da Tam do que da Cratera da Linha 4 do Metrô-SP que engoliu casas, carros e pessoas. Puro golpe , pura politicagem.

Superávit primário sobe a R$ 43 bi no semestre

O superávit primário do governo central acumulado nos seis primeiros meses do ano totalizou R$ 43,785 bilhões, ou 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo informou o Tesouro Nacional nesta segunda-feira (30). O aumento das receitas federais impulsionou o resultado fiscal no período. O montante destinado aos credores da dívida pública, é 13,4% superior ao do primeiro semestre de 2006, quando o superávit primário somou R$ 38,597 bilhões (3,49% do PIB).

Pelos cálculos do Tesouro, o déficit do INSS somou R$ 20,783 bilhões (1,71% do PIB) e o desempenho de caixa do Banco Central ficou negativo em R$ 301,8 milhões. O superávit do próprio Tesouro Nacional atingiu R$ 64,87 bilhões.

Arrocho extrapola a meta

O superávit primário – que são os recursos apartados pelo governo federal para o pagamento de juros da dívida pública – inclui as contas di Tesouro Nacional, Previdência e Banco Central. De acordo com o Tesouro, o resultado decorre do aumento da receita total do governo central, que no semestre cresceu 13,1%, somando R$ 295,533 bilhões.

O resultado equivale a 24,33% do PIB. Em igual período de 2006, a arrecadação totalizou R$ 261,2 bilhões, equivalente a 23,61% do PIB.

O resultado do primeiro semestre é superior ao exigido pela meta de superávit primário do governo central para 2007, que é de R$ 53 bilhões em todo o ano. Resta, portanto, um esforço de R$ 9,22 bilhões para o segundo semestre deste ano para atingir a meta auto-imposta pelo governo.

As despesas do governo também subiram no semestre. De janeiro a junho, os gastos cresceram 12,74%, atingindo R$ 199,4 bilhões, o equivalente 16,41% do PIB. No mesmo intervalo de 2006, as despesas haviam somado R$ 176,864 bilhões, ou 15,99% do PIB. Somente as despesas com pessoal e encargos sociais subiram 12,8% no primeiro semestre (R$ 6,2 bilhões a mais), para R$ 54,744 bilhões.

Só em junho o governo central apurou superávit primário de R$ 5,298 bilhões. O resultado foi superior ao de maio, que apontou superávit de R$ 4,689 bilhões, em dado corrigido pelo Tesouro (o número anterior era de R$ 4,822 bilhões). Em junho de 2006, porém, as receitas do governo central superaram as despesas em R$ 6,072 bilhões.

Mais gastos com o salário mínimo

Ao descrever os números relativos ao primeiro semestre, o relatório do Tesouro Nacional observa que houve crescimento de 13,1% nas receitas. “As receitas vêm crescendo em função do desempenho da economia, da evolução do nível de preços e por conta do ingresso dos programas de parcelamento de débitos”, diz a nota do Tesouro. Informa ainda que as despesas do Tesouro cresceram 12,8%, com elevação em todos os itens, “com destaque para as despesas vinculadas ao salário mínimo”.

Amanhã (31), o Banco Central divulgará o resultado do setor público consolidado, que integra, além do governo central, as contas dos governos estaduais, municipais e das estatais.

Da redação, com agências
Site do PC do B

Rizzolo: Todos sabem que apoio em grande parte as diretrizes do governo Lula, contudo, minha ressalva se faz nessa ” economia ” que é um assalto chamada ” superavit primário “, ou seja, em um mês se gasta em juros quase tanto quanto se reserva para investir o ano inteiro, o governo “economizou” em abril R$ 23,5 bilhões , recorde histórico de economia para pagamento dos juros; é uma verdadeira sangria na economia, até quando vamos suportar isso ? Com esse dado, ou seja, R$ 43 bi no resultado do primeiro semestre temos um valor superior ao exigido pela meta de superávit primário do governo central para 2007. Uma vergonha hein ! Pra que ? Porque não criamos coragem e fazemos como a Argentina ? a resposta: Lula não tem correlação de forças. Concordo , em termos, o Brasil é um país muito pobre, temos que repensar essa dívida , negocia-la , reavalia-la agora ficar pagando isso não dá , né. Eu acho que não precisa ser Trotskista para entender esse número absurdo. Vamos esperar a famosa correlação de forças, até para termos esperança num Brasil melhor e menos subserviente à espoliação internacional. Chega de abaixar a cabeça ! Vamos negociar e crescer !