Rússia tem capacidades de competir com os EUA?

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A organização NATO está seriamente inquieta de que, a Rússia trás sempre novas surpresas, e reagir do ponto de vista estratégico não consegue.

A modernização dos bombardeiros para os voos da aviação estratégica russa nas zonas de patrulha tradicional, de repente deixou o Pentágono em estado de choque, e deixou em pânico os paises da Europa.

Durante 15 anos as aviões russos ausentaram-se das aguas do oceano atlântico e fazia a Aliança sentir-se a supremacia completa que, agora é violado fortemente e considerável.

Os embaraços nestes últimos dias levantaram boatos sobre uma nova “Guerra Fria”, e muitas agencias escrevem que a Rússia vai retomar a prática de exercícios militares regulares a longa distância, tal como acontecia durante o período da Guerra Fria. O fim de um interregno de 15 anos é, segundo o Kremlin, uma resposta à ameaça de outras potências. E assim quer assustar a Europa com os seus bombardeiros.

A Federação Russa não teve tempo para defender-se dos boatos, quando outros rumores expandiram na Europa – A Rússia experimenta no Mar Báltico o seu novo submarino “Amur”. A Nato segue atentamente este processo, e quanto mais informações sobre o submarino mais assustado ficam os membros dele.

O submarino classe “Lada” o Amur , é a versão de exportação, é um submarino de ataque que tem como principais objectivos: vigilância, colocação de minas, operações especiais, ataque a vasos de guerra, sendo acima de tudo feito “por encomenda” baseado nas especificações do cliente. O Amur é caracterizado pelo seu extremo silencio sendo ainda mais eficaz neste campo que os também muito eficazes submarinos Kilo.

Ficha Técnica:
Comprimento: 66.8m
Largura: 7.1m
Velocidade Max submerso: 21nós
Tripulação: 35
Deslocamento: até 1750 toneladas
Autonomia: 11.200km
Profundidade Max: 300m
Operadores: Russia, 1 unidade em serviço 1 unidade encomendada

Os inspectores da NATO em particular, receiam que este submarino pode ser adquirido pelo país como Venezuela que, é contra a política dos Estados Unidos na América Latina. Os EUA têm a sensação duma responsabilidade global com a separação da União Soviética, e aos poucos expandindo o seu domínio e fronteiras, ordenando invadir outros países que não desejam seguir a política deles. Agora a Rússia começa a por fim a esta forma unilateral.

A Federação Russa não concorda com esta forma unilateral, ela tem capacidades de competir com os EUA no espaço aéreo e agora esta novamente sobrevoando o oceano atlântico. Qualquer um país que tiver uma ordem de lançar um míssil a Rússia, pode ter certeza que também está sob a sua pontaria.

Pravda.RU

Rizzolo: O AMUR é um submarino de ataque que tem como principais objectivos: vigilância, colocação de minas, operações especiais, ataque a vasos de guerra, sendo acima de tudo feito “por encomenda” baseado nas especificações do cliente. O Amur é caracterizado pelo seu extremo silencio sendo ainda mais eficaz neste campo que os também muito eficazes submarinos Kilo. O submarino possui uma nova cobertura absorvente de ondas de sonar bastante eficaz sobre todo o casco. A presença de um sistema AIP (Air Independent Propulsion) baseado em células de combustível de oxigénio-hidrogénio torna-o extremamente silencioso e permite uma autonomia submerso nunca antes atingida, teóricos falam em 45 dias o que é um facto incrível. Conheça também o KASHTAN-M (VIDEO) , um míssel antiaéreo, usado pela Marinha Russa.

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Congresso do PT, 12 teses e um dilema

Congresso do PT, 12 teses e um dilema

Sob o impacto do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF), o PT realizará o seu 3º Congresso Nacional de 31 a 2 de setembro, na capital paulista. Foram eleitos em todo o país 931 delegados. Destes, 332 vêm de São Paulo, principal base de apoio do ex-Campo Majoritário, que se rebatizou “Construindo um Novo Brasil” (CNB), o que já dá uma vaga amostra da correlação de forças. Segundo especulações da mídia, essa tendência, que reúne algumas das principais referências petistas (Lula, José Dirceu, Ricardo Berzoini e o grosso dos deputados, prefeitos e governadores), terá, sozinha, mais de 50% dos delegados.

Por Altamiro Borges*

Os congressistas debaterão três pontos de pauta: O Brasil que queremos; socialismo petista: PT, concepção e funcionamento. Doze teses foram registradas. Destas, três contam com integrantes do campo majoritário: “Construindo um Novo Brasil”, “Novo rumo para o PT” e “Mensagem ao Partido”, que reúne uma dissidência desta corrente em aliança com a Democracia Socialista. Outros agrupamentos que sempre privilegiaram as alianças com o ex-campo majoritário também registraram suas teses. É o caso do Movimento PT, corrente do deputado Arlindo Chinaglia (SP), que inscreveu a tese “Por todos os sonhos, por todas as lutas”, agora com um matiz mais crítico.
Mais à esquerda no espectro partidário, a Articulação de Esquerda, mais influente e liderada por Valter Pomar, apresentou a tese “A esperança é vermelha”. O Trabalho, que recentemente sofreu grave cisão, surge com duas teses, uma encabeçada por Julio Turra e Markus Sokol e outra por Serge Goulart. A Tendência Marxista, que também sofreu um racha recente, apresentou a tese “Por um PT militante e socialista”. Há ainda outros grupos mais frágeis, como o encabeçado pelo ex-deputado carioca Wladimir Palmeira, que inscreveu a tese “Socialismo é luta”.

Ressurreição dos moderados

Pelas teses inscritas, pelo perfil dos delegados e pelas possibilidades de alianças, tudo indica que o ex-Campo Majoritário confirmará sua hegemonia neste congresso. Abalado pelas denúncias de corrupção que dizimaram o seu “núcleo duro”, ele mostrou invejável capacidade de recuperação. Em curto espaço de tempo, renasceu das cinzas para surpresa dos petistas mais críticos. Fruto da crise que abateu o PT, todas as 12 teses (com seus 900 mil caracteres) reafirmam o socialismo, apontam limitações no governo Lula e criticam as distorções partidárias. O tom mais à esquerda, entretanto, não deve gerar falsas expectativas. A correlação de forças não se alterou no partido.

Tanto na tese como no projeto de resolução, a CNB é a mais branda na análise crítica do governo Lula. Sobre o primeiro ponto de pauta, ela é taxativa: “O governo Lula caminha no rumo do país que queremos”. De forma acrítica, afirma que sua “política econômica privilegia o crescimento” e exagera nos elogios à estabilidade – que corre riscos devido aos recentes abalos financeiros no mundo. Contrariando declarações do próprio presidente, principal referência da corrente, garante que “o governo Lula é um governo de esquerda que constrói os fundamentos de uma verdadeira revolução democrática, essencial para caminharmos na direção de uma sociedade socialista”.

O socialismo defendido pela corrente “Construindo um novo Brasil”, entretanto, é cada vez mais parecido com as velhas visões da social-democracia européia. “A superação do capitalismo não se dará pela via da ruptura violenta e nem pela adoção de modelos já fracassados… O socialismo não deve ser confundido com estatização, mas entendido como socialização da política”, afirma. Na prática, propõe a expansão do mercado interno, que “dê dinamismo ao capitalismo brasileiro e promova outro tipo de reforma. A partir daí poderão surgir outros temas em discussão, aparentemente proibidos hoje, como a propriedade social e o caráter da empresa privada”.

Quanto ao partido, terceiro item da pauta, a CNB aponta os erros, mas sem assumir diretamente a sua responsabilidade ou tirar lições para o futuro. “Erramos na forma de consolidação da base de sustentação político-parlamentar”; “a governabilidade institucional foi a única que buscamos”; e houve “certa exclusividade para as tarefas governamentais e institucionais”. Ela também critica “o funcionamento de núcleos de poder paralelos à direção partidária” e a política de finanças, “sem o devido debate interno” e que colocou em risco a credibilidade do partido. Apesar disto, a tese prioriza a via institucional e dá poucas linhas para as relações com os movimentos sociais.

Um novo centro petista?

A novidade deste 3º Congresso é a tese “Mensagem ao Partido”, que reuniu forças que sempre se digladiaram na história petista. Numa aliança arriscada, que dilui as diferenças entre concepções, a Democracia Socialista se juntou ao grupo do ministro Tarso Genro e a lideranças do ex-campo majoritário. A articulação foi fruto do descontentamento com os rumos do PT, em especial com as ações “alopradas” que quase derrubaram o governo Lula e destruíram o partido. Num primeiro momento, conseguiu a simpatia de governadores e deputados, como Marcelo Deda, Wellington Dias e “outros com quem jamais havia assinado documento conjunto”, registrou a Carta Maior.

Aparentemente, porém, esta iniciativa mais ampla refluiu na reta final do congresso, com a CNB confirmando o seu poder de atração ou neutralização. Seus mentores rejeitam as especulações da mídia, que fala numa adesão de 16% dos delegados, mas concordam que o ex-campo majoritário será maioria no congresso. Por outro lado, a aliança resultou em certa confusão programática. A parte mais ácida do documento é exatamente a que aborda as distorções do PT. De início, os seus redatores chegaram a defender uma “refundação” do partido, mas depois recuaram no texto final. Mesmo assim, as críticas aos desvios são duras e com endereço certo – o ex-campo majoritário.

Nos outros pontos, o texto é mais brando e confuso – talvez a única forma de se viabilizar uma aliança tão inesperada. Afirma que o PT está no “momento de atualização de sua visão sobre o socialismo” e prega que incorpore os “valores do republicanismo” – sem elucidar o que é isto. Diz apenas que o socialismo não deve ser estatista, “como acabou predominando nas culturas da social-democracia e das vertentes dominantes que resultaram da revolução russa… A resposta a este desafio passa pelos valores republicanos e pela noção central da esfera pública”. Ele chega a afirmar que “a construção de uma verdadeira república” faz parte da “construção do socialismo”.

Numa entrevista ao jornal Valor, o ministro Tarso Genro, que não comunga as mesmas idéias da Democracia Socialista, foi mais explícito na definição do republicanismo. Disse que o conceito de classe no estado burguês é “um ranço ideológico” e defendeu que “a democracia deve admitir a desigualdade social relativa, senão não será democracia”. Para ele, “as pessoas têm de ter o sentimento de pertencer às classes sociais porque assim elas participam de um diálogo de coesão. Isto é que dá estabilidade e força à democracia”. Não poderia ser mais explicito na defesa da sua visão social-democrata, sugerindo que esta aliança congressual optou por uma visão centrista!

O isolamento das esquerdas

Por último, as correntes mais à esquerda no espectro partidário – e aqui não vai nenhum juízo de valor – novamente apareceram divididas e também com muitas confusões teóricas e políticas. A Articulação de Esquerda, que goza de influência no interior do PT – foi a terceira mais votada no processo de eleição direta (PED) de 2005 – é dura nas críticas às distorções vividas pelo partido nos últimos anos. Aponta a ausência de um projeto estratégico como o responsável pelo processo de burocratização e institucionalização do PT. Critica a manutenção da política macroeconômica no governo Lula e defende o socialismo, sem qualquer fase transitória desenvolvimentista.

Em entrevista à Carta Maior, Pomar fez questão de alfinetar a rival Democracia Socialista. “Não vamos fazer inflexão agora, porque o papel da Articulação de Esquerda é concentrar esforços na reconstituição da hegemonia socialista no PT, uma tarefa de médio prazo”. As demais correntes à esquerda, como O Trabalho e a TM, sequer nutrem esta expectativa otimista. Pomar insiste que a adversa correlação de forças neste congresso não se repetirá, necessariamente, no próximo PED. Mas tudo indica que não será nada fácil a vida das forças petistas mais à esquerda após o evento deste final de semana. A não ser que haja uma hecatombe decorrente do julgamento do STF.

* Jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB, editor da revista Debate Sindical e autor do livro As encruzilhadas do sindicalismo (Editora Anita Garibaldi).

Anexo:
As teses do ex-Campo Majoritário

“Concebemos o socialismo como um projeto de tomada de consciência e conseqüente construção de hegemonia. O socialismo petista é, sobretudo, um projeto político e cultural de emancipação das classes trabalhadoras e dos excluídos, uma conquista cotidiana que permite a efetivação de revoluções democráticas, de consolidação de valores republicanos e afirmação da cidadania”.

“A superação [do capitalismo] não se dará pela via da ruptura violenta, nem pela adoção de modelos já fracassados. Nos países do chamado socialismo real, a luta anticapitalista foi afetada por um retumbante fracasso político. A política não foi socializada e não se criaram as condições para a autotransformação. Para o PT, a concepção de socialismo deve ser combinada com o conceito de revolução democrática e de socialização da política”.

“O socialismo não deve ser confundido com estatização, mas entendido como socialização da política. Essa noção deve ser cara ao PT, já que recupera a idéia da cidadania ativa, reconhece a democracia como espaço de explicitação de dissensos e propõe a ampliação da participação popular e controle social do Estado”.

“A militância petista no século 21 não deve se restringir à noção de luta de classes – ainda viva e estruturante para o socialismo –, mas deve estar preparada para enfrentar os problemas contemporâneos à luz dos valores socialistas que inspiraram a formação do nosso partido e tem norteado a atuação do governo Lula”.

“O governo Lula caminha no rumo e na direção deste país que nós queremos – praticando uma política econômica que privilegia o crescimento, mas comprometido com a distribuição de renda e da riqueza, com a recuperação do poder do Estado e da qualidade do serviço público e de um comportamento afirmativo do Brasil no mundo”.

“O governo Lula é um governo de esquerda; que constrói os fundamentos de uma verdadeira revolução democrática, essencial para caminharmos na direção de uma sociedade socialista”.

“A partir do governo Lula, vivemos uma revolução democrática que pretende mudar a sociedade pela conscientização da população; não por uma vanguarda política, mas pela ampliação da participação e pela construção da hegemonia”.

“O governo Lula é mais de esquerda do que foi caracterizado pela imprensa e, algumas vezes, por discursos de membros do próprio governo, revelando certa falta de compreensão sobre os avanços propostos e alcançados nesses quatro anos”.
“Temos de criar o mercado interno que, com a integração da América Latina, dê dinamismo ao capitalismo brasileiro e promova outro tipo de reforma. A partir daí poderão surgir outros temas em discussão, aparentemente proibidos hoje, como a propriedade social e o caráter da empresa privada. Cria-se uma perspectiva socialista, e não só de reformas dentro do capitalismo”.

“No Brasil que queremos, os partidos de esquerda devem estar juntos, empunhando as mesmas bandeiras e ocupando as mesmas trincheiras. Para isso, o PT deve buscar, junto ao PCdoB e ao PSB, compor o núcleo da coalizão do governo Lula, de maneira a contribuir para a consolidação de uma hegemonia de esquerda no país e para sedimentação dessa aliança estratégica para o projeto socialista”.

Site do PC do B

Rizzolo: Na verdade os conceitos do antigo “Campo Majoritário” agora denominado “Construindo um novo Brasil” permanecem pouco alterados, o conceito político do CNB é uma réplica da velha social-democracia européia; fica patente que não há outra forma de enxergar o Brasil no futuro com a implementação da superação do capitalismo a não ser via “socialização da política”, ou seja, a participação do Poder Popular é que na verdade Dara o tom à vertente da superação do capital, uma visão menos estatizante e mais política, onde o Estado se submeteria ao Poder Popular que daria sim a s diretrizes políticas e econômicas. A socialização da política é o conceito da participação do povo na democracia participativa, muito embora exista um caminho longo em face a democracia restrita em que vivemos, cujas tomadas políticas se dão em face a manipulação da população através da mídia deletéria.

Pontos como a integração da América Latina nos leva ao caminho da participação popular como na Venezuela e outros países vizinhos, e o principal no meu ponto de vista é o desenvolvimento de um mercado interno forte de cunho nacionalista, muito embora não se fala nisso ainda.

Por que a Rússia tirou a espada da bainha?

No dia 17 de agosto, 14 bombardeiros estratégicos tomaram os céus a partir de sete bases aéreas simultaneamente por toda a Rússia. Os aviões que decolaram estiveram no ar por 20 horas, com apoio, reabastecimento e interação com a Marinha. O presidente Vladímir Pútin prontamente anunciou que seu país reiniciou, de forma permanente a partir daquela sexta-feira, os vôos de patrulha de longa distância, os quais foram suspensos em 1992 em seguida à desintegração da União Soviética. Ele também fez um apelo às outras nações pedindo compreensão pela atitude.

Na verdade, os vôos de longa distância dos bombardeiros estratégicos da Força Aérea Militar (VVS, na sigla em russo), começaram muito antes. Quando os laços russo-britânicos se viram diante de um rompimento em meados de julho, devido a um incidente ligado à espionagem, dois bombardeiros Tupolev Tu-95 foram detectados em espaço aéreo internacional, na noite de 19 de julho, entre Stavanger, no sul da Noruega — onde a força aérea real britânica (RAF, na sigla em inglês) mantém instalações —, e a cidade escocesa de Aberdeen. Dois caças britânicos decolaram às pressas para interceptá-los.

No início de agosto, bombardeiros de longo alcance, com mísseis de cruzeiro, começaram a voar cada vez mais próximos de território americano, incluindo a região do Alasca, em missões de treinamento. Há duas semanas, bombardeiros russos foram vistos sobrevoando uma base militar americana pela primeira vez desde o fim da Guerra Fria. Voaram sobre a base aérea da ilha de Guam, e os pilotos dos dois países “trocaram sorrisos” durante a breve confrontação que tiveram nos céus.

Tal jogo de gato e rato, que era uma ocorrência comum durante a era da Guerra Fria, foi reiniciado depois de um hiato completo de 15 anos, e sua conotação e base estratégica ainda era intrigante e imponderada.

A Rússia reassumiu a patrulha de longa distância com seus bombardeiros e isso mostrou de alguma forma que as relações russo-americanas atingiram o seu nível mais baixo desde o fim da Guerra Fria. Em anos recentes, os laços bilaterais entre essas nações flutuaram entre altos e baixos. Particularmente, na questão de um sistema de defesa anti-mísseis, que envolveu interesses cruciais da Rússia, o presidente Pútin apostou em uma briga de dar o troco com os EUA. No meio de sua viagem aos EUA, ele fez um conjunto de propostas, sendo que o lado americano permaneceu indiferentre a elas.

Na verdade, a Rússia tem muito claras as verdadeiras intenções estratégicas dos EUA em instalar um sistema anti-mísseis na Europa Oriental. E a única coisa que a Rússia pode fazer, entretanto, é tomar medidas práticas de resposta a isso, ignorando as severas críticas que foram feitas em condenação a essa política.

Por essa razão, a Rússia disse abertamente que iria apontar suas armas nuclearas para os lugares onde será sediado o sistema de defesa anti-mísseis na Europa Oriental a partir de 15 de junho. Em julho, o país anunciu a suspensão unilateral de sua participação no Tratado de Forças Convencionais da Europa. Essas medidas em série de conteúdo estratégico tomadas recentemente pela Rússia significam uma forte resposta às imposições estratégicas feitas pelos EUA ao lado russo.

Fora das considerações em relação à situação de segurança interna e externa, a Rússia se preparou para resistir ao cerco estratégico feito pelo Ocidente, e voltar a revitalizar seu poderio militar tornou-se uma opção crucial. De volta ao início deste ano, Pútin assinou um decreto autorizando o plano de modernizar todo o equipamento militar das Forças Armadas russas, a um custo de US$ 200 bilhões, inclusive desenvolver bombardeiros estratégicos de nova geração, novos porta-aviões e aquisição de mísseis estratégicos de nova geração.

A recuperação da economia, com um “momentum” de acumulação, pavimentou o caminho para a Rússia retomar seu poderio militar. Como o segundo produtor de petróleo do planeta, ela agora saboreia uma posição importantíssima no mercado mundial do petróleo. Sua economia tem se reabilitado com rapidez, com as sustentadas elevações do preço do petróleo. Em uma época em que as nações ocidentais estão cada vez mais preocupadas sobre o futuro do suprimento de petróleo, o “cartão de energia” nas mãos da Rússa não só aumentou seu peso em oposição às nações Ocidentais como lhe deu um novo ânimo para modernizar e ampliar sua força militar em todos os sentidos.

No presente, não é difícil para as pessoas sentirem um “chiado” ou “engasgar” nas relações russo-americanas com a Rússia tomando uma postura militar dura. Ainda é muito cedo para concluir que o prefácio de uma “nova guerra fria” foi iniciado. Mesmo assim, é indubitável dizer que confronto e fricção estão cada vez mais em moda. Racionalmente, com o diálogo e as consultas mútuas permanecendo como aspectos principais, é impossível que as relações entre russos e americanos retornem àquelas da Guerra Fria e a situação internacional não pode ser colocada como da mesma maneira que era naquela época.

Por Wang Baofu, vice-diretor do Instituto de Estudos Estratégicos da Universidade de Defesa Nacional do Exército Popular de Libertação da China.

Fonte: Diário do Povo Online

Diário do Povo Online – China

Rizzolo: Não foi por falta de dialogo por parte da Rússia que a relação com os EUA tem se desgastado. Putin foi claro quando propôs que sistema antimíssil deveria ser elaborado em conjunto com a Rússia, contudo os EUA, deram de ombros, e disseram um grande “não”. Há duas semanas, bombardeiros russos foram vistos sobrevoando uma base militar americana pela primeira vez desde o fim da Guerra Fria. Não é possível que os EUA acreditem que os Russos vão passivamente aceitar a instalação de mísseis com o pretexto de “se defenderem de mísseis iranianos”, ora, esses mísseis nem existem. Vladimir Putin, em entrevista publicada na revista alemã Der Spiegel esclareceu que o sistema que os EUA estão implantando em torno da Rússia, “é claro que não é em si simplesmente um sistema de defesa contra mísseis. Quando estiver criado e instalado, funcionará no modo automático, conjugado a todo o potencial nuclear dos Estados Unidos. Haverá na Europa elementos do potencial nuclear dos Estados Unidos, o que modifica completamente toda a configuração da segurança internacional”. Como já disse os EUA acreditam que os Russos são imbecis e que vão se submeter a seus desígnios. Ledo engano.

Argentina inicia campanha por nacionalização do petróleo

Assinatura de 1 milhão de argentinos. É a partir desse número grandioso que setores da sociedade civil do país pretendem algo ainda mais impactante: nacionalizar o petróleo e o gás de seu território, e assim, retomar a soberania energética perdida com as privatizações neoliberais.

A campanha é promovida pela Federação de Trabalhadores da Energia da República Argentina (FeTERA), Auto-convocados pelo Petróleo e o Gás, Comissão pelo Centenário do Petróleo Argentino (Cocepa) e Movimento pela Recuperação da Energia Nacional Orientadora (Moreno). Organizações sindicais, sociais, de direitos humanos e pessoas de todo o país podem aderir ao movimento. Como parte dela, no próximo 1º de setembro, às 10 horas, será realizado o 2º Encontro Federal pela Recuperação do Petróleo e do Gás, no Anfiteatro da ATE Nacional, na cidade autônoma de Buenos Aires.

Os movimentos estão conscientes da necessidade de continuar na luta pela recuperação dos recursos naturais estratégicos e, por isso, “seguimos denunciando o aprofundamento da entrega do petróleo, através de leis que beneficiam os monopólios petroleiros experimentados na depredação e exibindo ao público os fios secretos de suas manobras, além de continuarmos levantando nossa voz na rua”, diz um dos documentos.

Durante o 1º Encontro Federal pela Recuperação do Petróleo e do Gás, realizado no ano passado, as organizações apresentaram pontos de luta: nacionalização integral do petróleo, do gás e de todos os recursos energéticos; reestatização da Repsol-YPF e Gás do Estado; anulação dos recentes convênios entre Enarsa e petroleiras; contra a prorrogação de contratos e anulação da licitação de áreas; suspensão imediata da exportação de gás e petróleo.

Fonte: Agência Adital
Rizzolo:Depois que as políticas entreguistas pilharam as economias da América Latina, os movimentos de recuperação e de nacionalização de setores como o petróleo é imprescindível. Já a Shell e a Esso anunciaram que provavelmente irão se retirar da Argentina. Por trás dos rumores da partida da Esso estão os confrontos que o governo do presidente Néstor Kirchner mantém com as companhias de combustíveis. A Argentina, afirmam analistas, teria se transformado em um lugar com várias incertezas para as companhias de combustível, que foram alvos de freqüentes pressões do governo atual. O temor é que as pressões poderiam continuar nos próximos quatro anos, caso a primeira-dama e senadora Cristina Fernández de Kirchner vença em outubro as eleições presidenciais, na realidade essas companhias sempre fizeram o que queriam no exterior sem dar maiores satisfações, a Shell, por exemplo, aumentou seu preço como medida de desafiar Kirchner. Querem ir embora? Pois vão, na minha opinião seria um favor.

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Segundo J. Barbosa, reverenciar autoridade é indício “o bastante” para crime de mando

Relator criou “prova mínima” para condenar sem provas

Se assim fosse, Cristo seria chefe de quadrilha

Barbosa admitiu que denúncia do procurador era frágil, mas embarcou nela assim mesmo

Algumas considerações feitas pelo ministro Joaquim Barbosa, designado para relator no STF da peça apresentada pelo procurador Souza contra José Dirceu e outros, são algo estranhas, seja do ponto de vista lógico – seja do ponto de vista especificamente jurídico.

Nos deteremos aqui na sua argumentação sobre o ex-ministro José Dirceu. Disse o ministro Barbosa: “Admito que há realmente uma prova mínima de que ele era o mentor e o comandante supremo da trama, em que outros personagens faziam o papel de meros auxiliares. E isso, a meu ver, merece ser investigado”.

O que o ministro denomina “prova mínima”? Por que essa necessidade de minimizar ele mesmo a prova que diz existir? Se existe prova, ela não é máxima nem mínima. É prova. Ou, dizendo de outra forma, ela é, simplesmente, uma prova, seja máxima, mínima ou média. No entanto, o ministro sentiu que era necessário qualificar de “mínima” àquilo que chama de prova. E, mais, diz que isso é algo que “admite”, ou seja, é forçado a admitir.

Por que essa admissão era tão importante em seu argumento pela aceitação da acusação a Dirceu por formação de quadrilha? O motivo nos parece óbvio: simplesmente porque ninguém é capaz de ver essa prova. Logo, se ninguém é capaz de ver, nem os ministros do Supremo, nem o próprio Barbosa, a razão dessa cegueira é porque ela é “mínima”. Assim, a falta de prova pode se transformar na existência de prova. Desde que “mínima”, a prova existe, apesar de ninguém vê-la. E, se ninguém a vê, é exatamente porque seu tamanho é mínimo.

Dirceu não estava na presidência do PT, não estava exercendo seu mandato de deputado e não existe um único documento nem um único testemunho – nem o de Roberto Jefferson, se nos atermos aos fatos e não à presepada – que o ligue a nada do que ocorreu ou, mesmo, do que foi inventado. Nem ao chamado “mensalão”, cuja existência não foi provada, nem às demarches de caixa 2 na eleição de 2004. Mesmo o procurador Souza foi incapaz de arguir alguma prova contra Dirceu.

ADJETIVOS

A argumentação de Barbosa é, portanto, parecida com a daqueles médicos que décadas atrás admitiram o diagnóstico de “deficiência cerebral mínima” para casos em que não conseguiam detectar uma deficiência cerebral… Porém, depois de minimizar a sua própria “prova”, diz também o ministro: “Está suficientemente demonstrado na denúncia que Dirceu seria o mentor, chefe incontestável do grupo, a pessoa a quem todos os demais prestavam deferência. Para mim, é o bastante”.

No primeiro trecho, o ministro afirma que “a prova é mínima”, tão “mínima” que ele, apesar dos adjetivos ofensivos a quem não foi condenado (“mentor”, “comandante supremo da trama”) nem mesmo diz que Dirceu tem que ser julgado, mas apenas “investigado” – como se ele não estivesse sendo investigado já há dois anos, diariamente, por CPIs, pela PF, pelo MP e pela mídia mais sem limites, sem que se ache nenhuma prova.

Portanto, nesse trecho, apesar dos adjetivos impróprios a um juiz – pois significam um julgamento antecipado, quando o mérito da questão ainda não está em pauta – o ministro não parece seguro da culpabilidade de Dirceu, tanto assim que pede que ele seja “investigado”, até porque “a prova é mínima”. Já no segundo trecho, Barbosa parece mais seguro de que Dirceu é culpado do que um carioca está seguro de que o Cristo Redentor fica em cima do Corcovado. Como resolver essa discrepância?

É mais fácil do que parece, amigo leitor. Reparemos que no último trecho Barbosa revelou qual a “prova mínima” que tem contra Dirceu: a “deferência” – ou, em outras transcrições, “reverência”, o que dá no mesmo – com que o ministro da Casa Civil era tratado pelas outras pessoas. Essa é a “prova mínima”. Tanto é ela, e só pode ser ela, que, em seguida, ele enfatiza: “para mim, é o bastante”. Ou seja, isso é tudo o que ele tem e fez com que concluísse que Dirceu era o “comandante supremo”, “mentor”, etc. Não são necessárias mais provas, nem ele as procurou ou acha necessário procurá-las. A inexistente prova “mínima” transformou-se, de repente, em prova absoluta. É o bastante, diz o ministro: a deferência com que Dirceu era tratado é a prova de que ele é culpado de formar uma quadrilha, de que ele pintou e bordou, de que fez tudo o que, precisamente, não está provado que fez.

RESPEITO

Deferência, segundo o Houaiss, é a “atitude de respeito e consideração, geralmente em relação a um superior ou a pessoa mais velha”. Se respeito, deferência ou reverência fossem prova do que diz o ministro, Jesus Cristo seria o “comandante supremo” de uma quadrilha. Dirceu era ministro da Casa Civil. Ou seja, uma autoridade governamental. É óbvio que as demais pessoas, inclusive as citadas no processo, o tratavam com deferência, com respeito, porque assim devem ser tratadas as autoridades. Ou será que elas devem ser tratadas com desrespeito, como a imprensa marrom as trata?

Se fosse bastante a deferência – adequada ao cargo e à pessoa – para condenar alguém como “mentor”, “chefe”, “comandante supremo” de uma quadrilha, estaríamos mal. E a deferência para com os ministros do Supremo, como ficaria? Seria adequado que todos seguissem o exemplo de certa mídia e tratassem os ministros como se fossem delinquentes em potencial ou em ação? É evidente que não: essa mídia delinquente é que não pode continuar a tratar o STF com esse desrespeito.

Mas, segundo Barbosa, não é preciso mais do que constatar a deferência com que Dirceu era tratado para condená-lo – e por antecipação, antes de ser julgado. Ou, nas suas próprias palavras: “para mim, é o bastante”. Não é preciso, a seu ver, mais do que isso.

Houve época – estamos nos referindo à República Velha, o período anterior à Revolução de 30 – em que a Justiça brasileira esteve submetida a interesses estranhos à sua finalidade. Foi nessa época que o patrono dos advogados, Ruy Barbosa, em um de seus artigos mais conhecidos, “O Justo e a Justiça Política”, escreveu: “Medo, venalidade, paixão partidária, respeito pessoal, subserviência, espírito conservador, interpretação restritiva, razão de Estado, interesse supremo, como quer que te chames, prevaricação judiciária, não escaparás ao ferrete de Pilatos! (….) não há salvação para o juiz covarde”.

Hoje, graças aos céus – e ao povo brasileiro – ficaram para trás os tempos em que a Justiça estava submetida ao poder político reacionário, em que era instrumento da opressão sobre o povo brasileiro. Certamente, a imprensa anti-brasileira e corrupta quer fazer hoje o papel que a oligarquia fez na República Velha. Mas isso não acontecerá, ou a Justiça passaria a ser o território da injustiça.

O ministro Joaquim Barbosa não teria sido proposto pelo presidente Lula para a investidura no tribunal máximo do país, se não tivesse qualidades de magistrado. Já Ruy, vítima da injustiça política, jamais foi ministro do Supremo Tribunal Federal. Mas as palavras que mencionamos serviram de guia para vários dos luminares dessa casa de Justiça – e continuarão servindo.

CARLOS LOPES

Hora do Povo

Rizzolo: Não há dúvida que, como já disse anteriormente a denúncia apresentada era “vazia ” do ponto de vista probatório, as acusações são genéricas, e na realidade, se fosse Zé Dirceu, uma pessoa comum, essa denúncia jamais seria recebida. Mas para justificá-la há necessidade de fundamentá-la e aí, vemos que a inclinação e a formulação da argumentação que daria embasamento ao recebimento da denúncia, faz com que J.Barbosa se apegue em questões como “prova mínima” e fator “deferência ” que poderíamos tipificar num abstrato ” temor referência” que é uma ficção jurídica uma tanto absurda no caso em pauta. O que foi apresentado são apenas declarações de terceiros e fatos não comprovados, episódios dos quais supostamente Zé Dirceu teria participado, mas nada de concreto.

A verdade é que o STF se submeteu infelizmente a pressões da mídia, e isso o próprio o ministro Ricardo Lewandowski, do STF (Supremo Tribunal Federal), em conversa telefônica na noite de anteontem, reconheceu e reclamou de suposta interferência da imprensa no resultado do julgamento que decidiu pela abertura de ação penal contra os 40 acusados de envolvimento no mensalão. “A imprensa acuou o Supremo”, avaliou Lewandowski para um interlocutor de nome “Marcelo”. “Todo mundo votou com a faca no pescoço”.Ainda segundo ele, “a tendência era amaciar para o Dirceu”. Depois negou , e disse que não foi bem assim, que não disse bem isso. Ora, isso nos leva a pensar que, se for verdade, estamos diante de uma verdadeira ditadura midiática, seria impressionante o poder de intimidação dessa mídia golpista. Isso é democracia ? Um ministro do supremo desabafa que sofreu verdadeira “coação moral”, depois diz que não foi bem assim. Afinal, aonde estamos ? a que ponto chegamos, a que nível de insegurança jurídica estamos expostos.

Já disse várias vezes que temos que rever essas questões de concessões e abrirmos esse debate para a sociedade. Como Advogado jamais devemos constestar uma decisão judicial, contudo, a partir de declarações comos estas, a OAB deveria se manifestar.

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Teórico da tortura, ministro pede para deixar Bush antes que governo acabe

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Bush perde o ministro da tortura, do grampo e da fraude eleitoral

Gonzales foi o porta-voz de Bush para a propaganda de que a tortura era imprescindível ao Estado fascista pós 11/9, e de que o “presidente” podia torturar quem quisesse enquanto “comandante-em-chefe”

Em mais um lance do desmanche do governo Bush, seu ministro da Tortura, do Grampo e da fraude de eleições, Alberto Gonzales, anunciou sua renúncia. Há duas semanas, outro “baluarte” da “era Bush”, seu guru Karl Rove, havia fugido da Casa Branca, antes que saísse de camburão. Mais do que a típica fuga dos ratos quando o navio afunda, a renúncia do fiel Gonzales, além de tentar proteger a ele próprio, visa tentar afastar do chefe W. Bush o foco das investigações sobre quem mandou demitir nove promotores que não aceitaram fazer parte do esquema da fraude na reeleição de 2004. De acordo com o “Washington Post”, Bush costumava chamar a Gonzales de “mi abogado”.

Gonzales integrava o círculo mais íntimo de malfeitores reunidos por W. Bush, para quem exerceu o cargo de conselheiro jurídico quando este era governador do Texas. No cargo redigiu memorandos e mais memorandos pró pena de morte de negros e latinos e nunca recomendou clemência para um condenado que fosse. Iniciou-se como advogado num grande escritório de Houston, que atendia a Halliburton e a Enron; progrediu e até virou sócio. Ainda segundo o WP, “em 1996 ele ajudou o então governador do Texas Bush a evitar um julgamento em que este poderia ser forçado a revelar uma incriminação 20 anos antes por dirigir embriagado”. Foi depois nomeado secretário de Estado do Texas e, mais tarde, para a Suprema Corte do estado.

Levado para Washington após o golpe de estado sancionado pela Suprema Corte em 2000, em que o povo dos EUA e Albert Gore foram esbulhados, rapidamente ele se adaptou ao novo papel. Tornou-se, pelo menos oficialmente, o “teórico” da tortura, assinando como conselheiro jurídico da Casa Branca pareceres em que Bush se tornaria acima das Convenções de Guerra de Genebra e das leis internacionais, “reinterpretando-as”, e abrindo o caminho para o que depois se tornou escândalo em Abu Graib, Guantánamo, Bagram e em cada uma das prisões secretas mantidas pela CIA mundo afora.

DEMISSÕES

No segundo mandato de Bush, ele foi escalado para ministro da Justiça, em substituição a John Ashcroft, um dos mentores do “Ato (In) Patriótico”, que acabara se torrando com seu fervor pelo estado policial. Na nova função, Gonzales fez entusiásticas defesas do grampo, amplo e geral, movido por Bush contra a população norte-americana com a ajuda das grandes operadoras de telecomunicações e dos vôos secretos da CIA. Gonzales estava, ainda, metido em tudo o que fedia em Washington, como o Plamegate. Mas a operação que puxou o tapete sob seus pés foi a demissão de nove promotores – sete em um só dia. Uma pequena parte do enorme mecanismo de fraude eleitoral que manteve em 2004 W. Bush na Casa Branca.

Aguardando-o no esgoto dos desembarcados do governo de Bush, já estavam o ex-chefão do Pentágono, Donald “Vamos-Ser-Recebidos-com-Flores” Rumsfeld; o ex-operador-chefe de conspiratas do vice Cheney, Libby “Omertá” Lambreta; o sabotador da ONU John Bolton; o general Colin Powell; e o já citado Rove.

Um latino, Gonzales foi ministro de um governo caracterizado pela perseguição dos imigrantes – a maioria deles, latinos como Gonzales. Mas, acima de tudo, foi o porta-voz oficial do governo de W. Bush para a propaganda de que a tortura era imprescindível ao Estado policial criado a partir de 11 de Setembro, e de que o “presidente” podia torturar quem, como e quando quisesse enquanto “comandante-em-chefe”. Segundo os memorandos de Gonzales, o chefe Bush estaria acima do código penal, da constituição dos EUA e das leis internacionais, na sua condição de “comandante-em-chefe” durante a “guerra ao terror” que lançara.

Nos últimos cinqüenta anos, seguidos governos dos EUA haviam promovido, mandado ensinar e torturado em massa, sem jamais admitir isso oficialmente. Mas, brandindo o 11 de Setembro, o governo de W. Bush simplesmente tornou a tortura uma doutrina oficial dos EUA. Bastava uma declaração considerando alguém como “inimigo combatente” e pronto: podia ser seqüestrado, mantido sem acusação por anos, sem acesso à família e advogado, e torturado. Principalmente torturado, que é para isso que servem os campos de concentração e as prisões secretas montadas pela CIA e pelo Pentágono.

CONVENÇÕES

Gonzales foi uma das peças-chave na “redefinição” da tortura. Em um memorando de janeiro de 2002, Gonzales “concluiu” que a proteção do artigo III das Convenções de Genebra estava “obsoleta” e era “inadequada” para lidar com os “inimigos combatentes” capturados – como eles chamavam os resistentes afegãos. Cinicamente, o texto levantava argumentos pró e contra, como se tratasse efetivamente de um debate jurídico, até definir que W. Bush e a CIA podiam fazer o quisessem contra os seqüestrados. O “parecer” também concluía que o próprio Bush é que decidiria como é que os princípios das convenções de Genebra deveriam ser aplicados, além de considerar imprecisas as definições de Genebra condenando os “ultrajes à dignidade pessoal” e “tratamento desumano”.

Em agosto de 2002, atendendo à orientação recebida da Casa Branca, por intermédio de Gonzales, Jay Baybee, então como chefe do “Office of Legal Counsel” (correspondente à Advocacia Geral da União), emitiu um documento para autorizar que a gestapo de Bush cometesse o que antes era tido como “atos cruéis, desumanos e degradantes”, e isentando os torturadores de qualquer responsabilidade criminal. Segundo o documento, para “ser tortura” os atos praticados “têm de ser de uma natureza extrema” e o interrogador teria de ter “intenção de causar dano”.

O que estava em “consulta” era, como explicitava o memorando, “os padrões de conduta sob a Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos e Punições Cruéis, Desumanas e degradantes, tal como implementado nas seções 2340-2340-A do título 18 do Código Penal dos EUA”. “Certos atos podem ser cruéis, desumanos e degradantes, mas ainda assim não produzir dor e sofrimento para ser enquadrada na proibição contra a tortura da Seção 2340-A”, considerava a excrescência. Tortura, só com dor física “equivalente em intensidade à dor que acompanha sérios ferimentos físicos, falência de órgãos, parada de função corporal, ou mesmo morte” e, para que “a dor ou sofrimento mental chegue à tortura, deve causar dano psicológico significante, e de significativa duração, por exemplo, meses ou mesmo anos”.

“INCONSTITUCIONAL”

Talvez a mais esclarecedora passagem do citado memorando seja o parágrafo que diz que “a seção 2340-A [do Código Penal dos EUA] pode ser inconstitucional se aplicada a interrogatórios feitos de conformidade com os poderes do comandante-em-chefe” [isto é, Bush]. E, “nas atuais circunstâncias a proibição da seção 2340-A [isto é, a proibição da tortura] pode ser barrada porque representaria um infração da autoridade do presidente para conduzir a guerra. A necessidade de autodefesa pode justificar métodos de interrogatórios que podem violar a seção 2340-A”.

Antes da queda de Gonzales, boa parte de seus memorandos já havia ido para o lixo, graças à Resistência iraquiana, aos escândalos de Abu Graib e de Guantánamo e às mobilizações do povo norte-americano.

ANTONIO PIMENTA

Hora do Povo

Rizzolo: O camarada Gonzales, já vai tarde, como ministro participou ativamente de tudo que era mais espúrio na política racista e belicista de Bush, é claro, que ao perceber que a popularidade de Bush esta indo cada vez pior, e por estar envolvido também nas fraudes eleitorais, resolveu sair antes que o governo acabe. Um fervoroso defensor da tortura como medida de legitima contra a “guerra ao terrorismo”, desenvolveu aspectos “jurídicos” de interpretações nazistas para e legitimar atos de horror e desrespeito aos direito humanos. É impressionante a que ponto chegou os EUA, na realidade, é o desespero de uma política capitalista falida que vê na força o único meio de se manter e tentar prosperar a custa do desrespeito aos demais países que pretendem subjugar. Depois se dizem democratas. Uma verdadeira piada. É um verdadeiro Estado terrorista, como diz Noam Chomsky !

UGT propõe a Lula mudanças no FGTS

Central sindical vai apresentar ao presidente propostas de alteração no rendimento de juros ao trabalhador transformando a aplicação em recebíveis

O presidente da União Geral dos Trabalhadores – UGT, Ricardo Patah, solicitou audiência com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para apresentar propostas de mudanças na Lei 8.036/90 que regulamenta o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS. A audiência, que ainda será confirmada pelo Gabinete da Presidência, está sendo agendada para os próximos dias 3 ou 5 de setembro.

Para Patah, a sociedade merece uma explicação sobre o resultado da pesquisa realizada pelo Instituto FGTS Fácil, que revelou perdas ao patrimônio dos trabalhadores estimadas em R$ 46 bilhões. “O dinheiro do trabalhador deve ser administrado de outra forma, visto que atualmente a correção monetária do Fundo está abaixo da inflação. Não podemos aceitar a justificativa de que a correção das contas obedece ao disposto na Lei”, afirma o presidente da UGT.

A UGT quer que seja repassada aos trabalhadores parte dos juros cobrados pela Caixa Econômica Federal nas linhas de crédito oferecidas à população com os recursos do Fundo de Garantia. Atualmente, como gestora do FGTS, a Caixa cobra do trabalhador, independentemente de ele ter ou não conta vinculada, juros de 8,16% ao ano nos financiamentos. Percentual muito acima do índice da TR registrado em 2006 de 2,0377%. Patah disse que vai levar ao presidente uma alternativa da UGT para o problema. A proposta é mudar a forma de aplicação, transformando a aplicação em recebíveis imobiliários garantidos pela Caixa. “A Caixa Econômica Federal deverá ser a avalista das operações e o Fundo participará dos empréstimos comprando os créditos. Com isso a taxa paga ao fundo será de empréstimo e não de captação, como hoje, que beneficia apenas a burocracia da Caixa”, disse Patah.

Outra proposta da UGT é a mudança no sistema de representação dos trabalhadores no Conselho Curador do FGTS. Atualmente o Conselho é formado por oito representantes do Governo Federal, quatro representantes dos trabalhadores e quatro representantes dos empregadores, o que segundo Patah contribui para que as decisões não beneficiem o trabalhador: “O problema é que a representação no Conselho não é paritária, apesar de o dinheiro ser do trabalhador. É justo que os trabalhadores tenham um peso maior nas decisões, e essa posição será levada ao presidente Lula”, concluiu.

Durante a audiência o presidente da UGT também deverá abordar assuntos como o regulamento de funcionamento

Site da UGT

Rizzolo: Num ambiente de consenso e unidade, as centrais sindicais — CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical, NCST (Nova Central Sindical dos Trabalhadores), UGT (União Geral dos Trabalhadores) e CGTB (Confederação Geral dos Trabalhadores do Brasil) — debateram a sua agenda com o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), nesse mês de agosto. Na oportunidade, entregaram a Chinaglia um documento que propõe uma “jornada pelo desenvolvimento, com distribuição de renda e valorização do trabalho”, quem tem como referência a AGENDA DOS TRABALHADORES PELO DESENVOLVIMENTO, documento que apresenta diretrizes, políticas e ações para promover mudanças substantivas na realidade atual, permitindo a integração positiva entre crescimento econômico e desenvolvimento. A Agenda está organizada em quatro âmbitos problemáticos: A desigualdade e concentração de renda; desemprego e mercado de trabalho; A capacidade do Estado em promover desenvolvimento; A democracia e a participação social. As mudanças sugeridas por Path no FGTS, são interessantes principalmente no que diz respeito a mudança no sistema de representação dos trabalhadores no Conselho Curador do FGTS.

Lula diz que reeleição foi resposta às acusações de corrupção

Brasília, 29 ago (EFE).- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira que a resposta à tentativa da oposição de vinculá-lo ao escândalo do mensalão foi a reeleição com 61% dos votos.

“Eles (a oposição) tentaram me atingir, e 61% do povo deu a resposta na eleição do ano passado”, declarou.

Depois de um ato realizado no Palácio do Planalto, Lula comentou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de processar 40 acusados de envolvimento com o esquema, que supostamente funcionou entre 2003 e 2005.

Lula disse que a aceitação das denúncias contra três ex-ministros de seu Governo não é mais que uma prova de que “as instituições estão funcionando” e de que “a democracia está solidificada”.

O presidente ressaltou que a decisão do STF “não condena nem absolve ninguém”, e negou que todo o Governo “esteja no banco dos réus”, como afirma a oposição.

Lula insistiu em que, agora que os processos estão abertos, é necessário deixar a Justiça atuar. “Quem tiver culpa, pagará o preço, e quem não tiver será inocentado”.

O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu é um dos processados e responderá por corrupção ativa e formação de quadrilha.

Além disso, serão julgados por corrupção o ex-presidente do PT José Genoino, o ex-secretário-geral do partido Sílvio Pereira e o ex-tesoureiro Delúbio Soares.
Folha online

Rizzolo: A dissociação da figura de Lula com os envolvidos no mensalão já existe há muito tempo, é claro que na época das eleições para preesidente as denúncias de corrupção já pairavam no ar, contudo ao povo, ao eleitor, que vê na figura de Lula a esperança , isso pouco importou e a resposta foi a reeleição. Na realidade a questão agora esta na apreciação do mérito das denúncias recebidas pelo STF, a sinceridade é a melhor arma contra a idéia da própria mídia golpista de explorar o assunto em detrimento à imagem de Lula. Isso pouco importa em face à dissociação da imagem feita a tempo.

OTAN, Afeganistão e ópio

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A OTAN está no Afeganistão há seis anos: diz que controla o país, que está a funcionar maravilhosamente. Logicamente, então, haverá uma ligação entre a OTAN e o gigantesco salto na produção de ópio? Será pela mesma razão que os terroristas do UÇK (que controlaram o tráfico de heroína na Europa através da Turquia) foram recebidos como heróis na Capitol Hill?

OTAN está no Afeganistão há seis anos. Será apesar desta presença, ou por causa dela, que a produção de ópio tem aumentado, de acordo com o relatório recente da ONU, para 8.400 toneladas por ano, um incremento de 34 por cento a escala nacional?

É curioso também que a imprensa ocidental agora justifica a campanha no Afeganistão, afirmando que parte do processo tem a ver com a redução no tráfico do ópio – quando foram precisamente os Taleban que tinham reduzido esse flagelo, e quando a produção tem aumentado tanto sob a égide da OTAN.

De acordo com o Director da Agência da ONU para Drogas e Crime, António Maria Costa, a situação no Afeganistão hoje é parecida com aquela da China há um século atrás.

Vemos agora o desastre espectacular da política da OTAN e seu mestre, Washington, no Afeganistão: depois de criar um monstro (os Mujaheddin, contra o governo progressista socialista, que depois de transformaram nos Taleban) e depois de substituí-lo com outro monstro, um governo composto por narco-traficantes e senhores de guerra, inteiramente desadequados como governantes, agora falam da “tolerância de corrupção” do Governo de Hamid Karzai.

E entretanto, toneladas de heroína inundam as ruas das cidades da Rússia, e do resto da Europa. Foi esse parte do Grande Plano?

Timothy BANCROFT-HINCHEY

PRAVDA.Ru

Rizzolo: Existem informações que o Afeganistão já não exporta ópio bruto, mas diretamente heroína, refinada é grave, sabemos que o governo do Mulá Omar, em novembro de 2000, época do cultivo da papoula, flor da qual é extraído o ópio, baniu seu plantio, o decreto de cunho religioso cortou a produção de ópio de 3.100 toneladas para “virtualmente nada” na primeira metade de 2001, é claro que o governo americano para “manter o sistema” faz uso desses mafiosos, que na realidade passam a ser lacaios de uma causa beligerante. A OTAN e sua presença há seis anos tem contribuido para essa produção em escala. Bela democracia e liberdade e grande plano , hein !

Os militares e os crimes da ditadura

A Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República lança nesta quarta-feira (29) o livro Direito à Memória e à Verdade. Com 500 páginas, relata 339 crimes de morte da ditadura militar (1964-1985), casos de tortura, estupro, degola, ocultação de cadáveres. Pela primeira vez, 12 anos depois da lei 9.140, uma publicação com a chancela do Estado assume a responsabilidade por eles. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, presenciará o lançamento, assim como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Os militares silenciam. Na mídia, colunistas mencionam reações de “irritação”, pois “a história foi contada apenas por uma das partes envolvidas” – os que resistiam à ditadura. Não esclarecem se as fontes que se irritam em off são da ativa ou da reserva.

Os fatos retratados no livro pertencem à história do Brasil. Uma outra geração militar, sem vínculo com os crimes da ditadura, compõe as Forças Armadas da atualidade. Seu pensamento estratégico, suas preocupações e desafios, até sua origem e laços sociais são outros. Tem uma posição patriótica de defesa do Brasil e da Amazônia e não alinhamento com grandes potências. Nâo vêem, e não têm, razões para carregar nas costas os cadáveres de uma ditadura de três ou quatro décadas atrás.

Em algum momento, os segmentos mais lúcidos dessa nova geração verde-oliva passarão do silêncio (que já é de alguma forma um avanço) para a proclamação de que nada têm a ver com a ditadura ou seus crimes, como têm demonstrado nos 22 anos pós-ditatoriais. Será uma prova de descortino patriótico. E será um gesto de entendimento com o Brasil.

Sim, pois o Brasil e os brasileiros, com as exceções desprezíveis de praxe, já chegaram a um veredito sobre os “anos de chumbo”. Distinguem com nitidez quem foram os heróis e quem os vilões, as vítimas e os carrascos. Neste país – ao contrario, felizmente, do que ocorre por exemplo no Chile, Argentina ou Uruguai – isso é matéria vencida. Do ponto de vista político, a defesa da ditadura está confinada a um representante, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), cuja solidão entre grotesca e ridícula ninguém leva a sério.

Os militares que perpetraram os crimes da ditadura, em nome do anticomunismo e da lógica da Guerra Fria, pertencem a um passado que cabe à História julgar. E que a História julgou.

Resta ao país a angústia de não saber até hoje onde ocultaram os restos de muitas das suas vítimas, e de não ter acesso à documentação até hoje escamoteada, referente à ação dos órgãos repressivos do regime militar. Aqui, a renitência embora passiva e inconfessa tem se mostrado tenaz – até porque são os homens que atuaram na repressão ditatorial que saberiam dizer onde ocultaram os cadáveres e onde estão os documentos. Mas também ela acabará vencida, ainda que tarde.

A cerimônia de quarta-feira no Palácio do Planalto é um passo neste sentido. Os brasileiros do século 21, militares e paisanos, têm mais o que fazer, e não é pouco. Seu interesse pelos anos tenebrosos de 1964-1985 reside em aprender com eles, para que nunca se repitam.
Site do PC do B

Rizzolo: A pretexto de alguns setores militares mais antigos sentirem certa “irritação” com os dados do livro Direito à Memória e à Verdade, não devemos considerar essas manifestações como sendo a da intelectualidade militar dos dias de hoje. O tempo passou e os jovens militares estão de frente a um outro Brasil, evidentemente, não é agradável rever uma parte negra da história do Brasil, contudo, ela esta aí, e acredito que os militares de hoje em dia entendem o que passou sem nenhuma culpa, até porque muitos nem tinham nascido. Vamos olhar para frente e a intelectualidade militar moderna precisa participar de forma democrática do desenvolvimento do país, isso é o que vale, o resto é passado, que tem que ser contado!

Brasil não deve copiar a Ásia, diz Conceição Tavares

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A relação centro/periferia mudou e o Brasil não é mais a periferia preferencial do capitalismo – agora esse papel é ocupado pela Ásia. Apesar disso, o futuro do Brasil não é se tornar asiático e os países centrais ainda têm interesse no país como o centro de custos mais importante da América Latina, destacou a economista Maria da Conceição Tavares, durante aula inaugural do curso de desenvolvimento econômico, promovido pelo Centro Internacional Celso Furtado.

Para ela, no entanto, o que vai definir se o Brasil se tornará uma “fortaleza de expansão dos Estados Unidos” é o que virá como resultado dos processos de desnacionalização e internacionalização das nossas empresas.

Na análise da economista, o Brasil está protegido contra uma turbulência forte e mesmo uma recessão dos Estados Unidos, devido ao que denominou “lado bom do conservadorismo do Banco Central”. Para Conceição, a única coisa boa que o Banco Central fez não foi elevar a taxa de juros, “mas subir as reservas e diminuir a dívida externa”.

Ela destacou, porém, que a economia brasileira ainda tem o passivo de curto prazo das empresas e não dispõe de controle de capitais para se proteger de uma fuga de capitais. Raciocina, no entanto, que se houver uma crise muito forte, os capitais não terão para onde fugir, apesar de terem, recentemente, corrido para os títulos americanos. “Se houver uma depressão mundial vamos todos para o ‘beleléu’, inclusive a China.”

Potencial brasileiro

Ao discorrer sobre a economia brasileira, Conceição considerou que em princípio, o potencial de crescimento do Brasil é hoje maior que o da maioria dos países da América Latina e África. “Agora, não é maior que o da Ásia, que ainda está no ciclo da industrialização pesada.” Entretanto, ela não vê nenhuma vantagem em comparar o país com os Tigres Asiáticos. “Espero que o país não vire um asiático na pobreza e que nossas metrópoles não se pareçam com as da Índia, que pode crescer o quanto quiser, mas suas grandes cidades continuarão sendo o inferno em vida.” A economista avalia que ser asiático, americano ou europeu não é uma característica que dure para sempre no mundo globalizado.

O Brasil entrou numa trajetória de crescimento a partir de 2006 e ela acredita que o país vive agora o desafio de continuar nesta estrada. Porém, para ser bem-sucedido no desenho de um modelo econômico sustentável, o governo Lula terá que recompor o tripé de desenvolvimento sustentado pela aliança do Estado, do capital estrangeiro e do capital nacional, que vigorou nos anos JK e Geisel.

Para ela, o grande desafio do país é acabar com o gargalo da infra-estrutura. “O PAC está rastejando, mas a ministra (da Casa Civil, Dilma Rousseff) demonstra uma grande paciência para restaurar o tripé do desenvolvimento desmantelado no governo Fernando Henrique Cardoso.

Papel do Estado

Na visão de Conceição Tavares, o problema mais complexo do país, na área da infra-estrutura, é o setor elétrico. “Foi a privatização mais porca de todas.” Para ela, ninguém está de acordo com o modelo elétrico do país. “A ministra Dilma acertou como pode este modelo, que era uma colcha de retalhos e acabou no apagão.”

A economista lembrou que o Brasil teve sua industrialização promovida por Getúlio Vargas, que em seus dois governos não recebeu nenhum apoio do capital estrangeiro. Na era JK foi desenvolvido o Plano de Metas e, nos anos 70 e 80, o país conseguiu se equilibrar por conta de uma administração da economia que visava salvar os bancos e as empresas tocada por Delfim Neto e Reis Velloso, o que garantiu que o parque industrial brasileiro não fosse arrasado, como aconteceu com a Argentina e o Chile na crise da dívida.

“O Estado brasileiro sempre foi forte”, lembrou Conceição Tavares. “Só tivemos neoliberalismo no governo Dutra, um período rápido na gestão Campos-Bulhões e, infelizmente nos oito anos do Fernando Henrique Cardoso, quando levamos uma desarrumação brutal do capitalismo, mas que não chegou a destruir nada significativo da nossa indústria, só nossos sonhos de um Brasil independente”, acrescentou.

Fonte: Valor Econômico
Site do PC do B

Rizzolo: Em alguns pontos dá pra concordar, principalmente na questão da energia, da infra-estrutura do setor elétrico, que está interligado ao aumento da produção industrial, contudo a análise de que foi bom “diminuir a divida externa”, não concordo, não sou economista, mas saldar a dívida da forma que está sendo feito, sacrificando o povo brasileiro para fazer superávit primário, e jamais questionar o valor real da dívida, nem pensar em audita-la, só pra conferir, aí eu não concordo, devemos pagar negociando ou não, mas devemos saber se estamos pagando aquilo que devemos. Não deveríamos auditar essa dívida? Vai pagando assim? Ademais o que fizemos é trocar o mito do fim da divida externa com a reciclagem da dívida interna. Admitindo-se uma taxa de juros de 14% ao ano, e um estoque de NDFs de US$ 70 bilhões, podemos estimar que os ganhos anuais dos estrangeiros seriam de quase US$ 10 bilhões, ou seja, cerca de 70% das atuais remessas de juros da dívida externa brasileira! Ora, está claro que a “dívida interna” não passa de uma reciclagem do clássico mecanismo da dívida externa.

Além dessas, há muitas possibilidades de outras operações financeiras realizadas diretamente por investidores e bancos estrangeiros que, diante da total liberalização financeira, podem adquirir títulos da dívida interna brasileira, ou aplicar em fundos de investimento no Brasil. Por isso, não se pode dizer que a dívida interna é uma dívida para com os brasileiros.
Enquanto o governo brasileiro divulga a falácia de que a dívida externa “acabou”, e que não há mais dependência ou vulnerabilidade externa, os investidores estrangeiros, por meio de operações virtuais, continuam colocando o governo de joelhos. Um bom exemplo disso é o que ocorreu em maio deste ano. Em resumo, falar a verdade nua e crua, ninguém fala, a parte do discurso que eu gostei foi a de que devemos prestigiar a indústria nacional, desmantelada desde o governo JK, o resto é ficar em cima do muro.

Charge de Bira para “A Charge Online”

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Site do PC do B

Multidão em Los Angeles condena a política de terror da Casa Branca contra os imigrantes

Milhares de manifestantes ocuparam as ruas da cidade de Los Angeles no sábado 25, em solidariedade à imigrante mexicana Elvira Arellano, deportada na semana passada e exigindo uma reforma da política migratória dos EUA que ponha fim à “política de terror” contra os imigrantes sem documentos.

A manifestação foi organizada pela coalizão “Todos somos Elvira e Saulito”, que é integrada por mais de 30 organizações e exigiu o fim das prisões e deportações, que qualificou como uma “política de terror” contra os imigrantes.

Elvira foi detida enquanto buscava refúgio em igrejas de Los Angeles, depois de ter permanecido refugiada com seu filho Saul, de 8 anos, nascidos nos EUA, na Igreja Metodista de Chicago para evitar a deportação. Após sua detenção, foi imediatamente deportada para Tijuana no México.

“Elvira e seu filho precisam de nós. Ela sofreu uma violenta e brutal deportação onde foram violadas normas internacionais”, afirmou Javier Rodríguez um dos dirigentes da coalizão.

Angélica Salas, dirigente da Coalizão pelos Direitos Humanos dos Imigrantes de Los Angeles, reconheceu o valor de Elvira ao enfrentar as leis migratórias injustas dos EUA.

Com a intenção de expor a problemática dos imigrantes nos EUA, o sacerdote Luis Angel Nieto apresentou a proposta de preparar um percurso de Elvira pela América Latina. “As pessoas têm que saber que não estamos vivendo no paraíso e ao mesmo tempo expor o simbolismo de Elvira, que é um ataque contra milhares de famílias que tem sido separadas”.

O imigrante Jesus Suárez del Villar, cujo filho era um imigrante ilegal e morreu na guerra do Iraque, denunciou que “quando querem que ingressem no exército para lutar contra inimigos que não te fizeram nada, não há nenhum entrave, mas quando há 3 milhões de pais não legalizados com filhos nascidos nos EUA, que são deportados”.

ANDRÉ SANTANA
Hora do Povo

Rizzolo: A política belicista e racista de Bush tem tido forte reação nos meios populares americanos e principalmente nos imigrantes ilegais. A desumanidade na tratativa, a violação dos direitos humanos na forma de captura desses imigrantes tem sido denunciada por organismos e movimentos de defesa nos EUA. Não bastasse a idéia do muro, a discrimanção com quase 3 milhões de pessoas que buscam uma oportunidade nos EUA deve ser rechaçada. Muitos que morrem em combate em invasões que não tem o cunho de legitimidade,como no Iraque, são latinos, filhos de imigrantes ilegais, ou imigrantes que se propõe a morrer muitas vezes para obter um green card. A história de Elvira e Salito é mais uma que entra para o triste elenco das atrocidades cometidas por esse Estado de caráter terrorista como bem diz o ativista americano Noam Chomsky.

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“Mídia tem por objetivo se sobrepor aos demais poderes”

Três títulos e uma sentença

No artigo publicado pela Agência Carta Maior, Gilson Caroni aponta que violação de missivas dos ministros do STF revela natureza autoritária do “jornalismo de ilações e invenções, obra de manipulação contextual e de acusação sem apuração” praticado pelos monopólios de mídia

GILSON CARONI FILHO*

A divulgação da correspondência eletrônica em que dois ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) aparecem trocando impressões sobre seus votos não é apenas anticonstitucional como definiu o ministro da Defesa, Nélson Jobim. Vai além. É muito mais que um procedimento “ilegal e chocante” como afirmou Cezar Brito, presidente da OAB. Revela a natureza do episódio que mobilizou a opinião pública entre 2005 e 2006 e, por tabela, desnuda o jornalismo como prática social autoritária.

O julgamento que decidirá se aceita ou não a denúncia do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, contra 40 acusados de envolvimento com o nunca comprovado esquema do “mensalão” tem, como ponto nevrálgico, a legitimação da narrativa jornalística construída em oficinas de poucas famílias.

XEQUE

Bem mais que as 14 mil páginas resultantes de investigação do Ministério Público e da Polícia Federal, estão em xeque a imprensa e seu poder de agenda. Voltam à ribalta os arrazoados de seus Torquemadas, repletos de incongruências, adjetivações fáceis e contorcionismos de estilo. Ressurge uma sucessão de relatos que nunca comportaram o princípio do contraditório. Em suma, o que os ministros da mais alta Corte do país têm em mãos é, acima de tudo, produto de um jornalismo de ilações e invenções, obra de manipulação contextual e de acusação sem apuração. Uma farsa que espera legitimação jurídica. Ou melhor, uma força que pretende legislar, submetendo o Judiciário aos mesmos constrangimentos impostos ao Executivo e ao Legislativo.

PARTIDO MÍDIA

Simplificação grosseira que dispensa provas concretas, o “mensalão” é axioma caro ao Partido Mídia. Como instância que tem por objetivo se sobrepor ao demais poderes, nada espera do STF que não seja a homologação de suas teses. Precisa de apoio logístico para prosseguir o trabalho, até agora sem sucesso, de erosão simbólica do governo Lula. Nem que para isso leve de roldão instituições caras ao Estado Democrático de Direito.

Lembremos que a violação da privacidade dos magistrados não deve ser vista como “um excesso”. Longe disso. É o desdobramento lógico de uma prática jornalística que, entre outras coisas, divulga, ao arrepio da lei, informações de inquérito sob segredo de justiça. Ou, como escreveu, recentemente, Ali Kamel, justificando o comportamento açodado da TV Globo na cobertura do acidente com o avião da TAM; “vai testando hipóteses, até montar um quebra-cabeças que está longe do fim”.

O que ele não explicou, nem poderia, é como a mídia formula as hipóteses para teste. Quem se der ao trabalho de ler jornais ou assistir ao noticiário televisivo nos dias do julgamento, verá como o furor acusatório não tem qualquer compromisso com justiça ou estabilidade institucional.

A pressão sobre os ministros começou na véspera. Os grandes jornais, sem exceção, colocaram o Supremo contra a parede. O editorial do Globo (22/08/2007) foi categórico: “não faltam subsídios para os magistrados fundamentarem sua decisão. Além do acervo da CPI dos Correios, novas provas foram anexadas pelo procurador Antônio Fernando de Souza para fundamentar a convicção de que entre o PT e políticos de legendas aliadas -PTB, PP, PL ( hoje, PR) e PMDB – funcionava a tal “ organização criminosa”. Perfeito. Com um texto desse calibre é necessário ler a denúncia? Ainda mais quando parte substancial dela proveio de artigos e colunas da mesma fonte.

Talvez tenha vindo do ministro Eros Grau, a declaração mais significativa sobre o papel da mídia no processo. Para o juiz “condenam-se pessoas mesmo antes da apuração dos fatos. Nunca me detive em indagações a respeito das causas dos linchamentos consumados em um tribunal dirigido sob a premissa de que todos são culpados até que se prove o contrário. Talvez seja assim porque muitos sentem necessidade de punir a si próprios por serem o que são”. E para não deixar dúvidas sobre o alvo de sua crítica, concluiu destacando que “a imprensa livre é indispensável à democracia, mas reporto-me a desvios cuja substancialidade não pode ser negada”.

SENTENÇA

Na edição de 24/08, o jornal carioca continua em marcha batida. A dobra superior da primeira página é um primor editorial. A manchete e demais títulos se articulam dentro da lógica férrea do que está em jogo: “Mensalão deve ter hoje os seus primeiros réus. Voto combinado provoca polêmica. Lula negocia vaga no STF com o PMDB”. Uma capa que deve ser debatida à exaustão em faculdades de jornalismo. Três títulos e uma sentença. Na página 10, o senador Pedro Simon, vestal das vestais, não deixa qualquer dúvida quanto à autonomia dos membros do STF: “na conversa entre eles, há observações preocupantes que sugerem combinação de votos. Em todo o caso o país está de olho neles”. O que o “franciscano” senador preferiu ignorar foi que sua exegese era baseada em troca de correspondência obtida por meios anticonstitucionais, ilegais e chocantes. Tudo muito peculiar.

*é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, e colaborador do Jornal do Brasil e do Observatório da Imprensa

Hora do Povo
Rizzolo:A pressão política para que a peça exordial ( denúncia ) fosse recebida pelo STJ, e seja dado o inicio da Ação Penal é uma coisa impressionante. A determinação da elite, da mídia comprometida com interesses internacionais, quer de qualquer forma transformar no que é técnico, no que é processual, em análise política, e julgamento político, e olha, a pressão foi tanta, que não há como conceber que não houve cocnotação política , para que o circo começasse, e os culpados comecem a exercer o contraditório, ou direito de defesa, contando a Procuradoria Geral da República com “ Assistentes de Acusação Midiáticos “. É claro que o ministro Eros Grau declarou-se surprrendido e mostrou irritação. ”Nunca vi isso antes nesse Tribunal. Nem a imprensa entrar e interceptar correspondência nem esse tipo de diálogo”, em outras palavras , nunca a imprensa foi tão atrevida e tão sedenda de vingança, desta feita utilizado o Judiciário como instrumento.

Acho essa atitude, uma intromissão descabida, uma verdadeira ditadura midiática, e uma prova que a democracia no Brasil, sempre passa pela família Marinho e outras, até no Judiciário a bisbilhotice, a título de “furo jornalístico” ocorre. É a mídia que pediu o “clamor público” na condenação antecipada. É, um dia temos que rever essas concessões, essas famílias, esses ducados mandando no Brasil e agora querendo se impor ao Judiciário, denota uma falta de respeito, e uma falta de segurança jurídica que não tem tamanho. O próprio Presidente da OAB Federal criticou a utilização de grampos ambientais em escritórios de advocacia, violando a lei do sigilo profissional. “Não será surpresa se, em breve, começarem a colocar grampos nos confessionários católicos para violar o segredo religioso da confissão”, diz o presidente da OAB. E conclui: “Não podemos cair num Estado de bisbilhotagem, cujo desdobramento inevitável é o Estado Policial, ambos incompatíveis não apenas com o Estado democrático de Direito, mas com os próprios fundamentos da civilização”, dou plena razão

Para Inácio Arruda, processos no STF não abalam o governo Lula

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O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) avaliou, nesta terça-feira (28), que as denúncias acatadas pelo Supremo Tribunal Federal contra petistas como José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoíno, são ”pesadas” e vão exigir ”um grande trabalho dos réus para provarem sua inocência”.

Todas as 40 pessoas denunciadas pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, de participar do suposto esquema de compra de votos em troca de apoio político conhecido como ”mensalão” irão responder processos penais. Entre eles estão o ex-chefe da Casa Civil José Dirceu, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, o ex-presidente do PT e atual deputado federal José Genoino e o ex-secretário-geral do partido Silvio Pereira.

O parlamentar não quis entrar no mérito das acusações, mas afirmou estar convicto de que esse quadro de processos abertos contra petistas de peso e que fizeram parte do governo federal como José Dirceu, por exemplo, não causará abalos à imagem nem ao governo do presidente Lula.

”Hoje isso está muito distante da imagem do governo, mas, de toda sorte, essas questões suscitadas toda hora mexem com figuras do governo e a periferia do governo fica, digamos assim, agitada. Acho que o próprio Lula, o governo do Lula… já está bem à frente de tudo isso. É com se tivesse largado tudo isso pra trás e tivesse cuidando de uma coisa muito mais importante pro País, que é a questão do desenvolvimento”, expôs Inácio.

Para o senador, na realidade ”o que mais incomoda a elite brasileira não são as denúncias formuladas contra o governo de Lula nem contra gente ligada a ele, mas o fato de que ele, um simples torneiro mecânico, vem conseguindo promover o desenvolvimento”. Conforme o parlamentar, agora, com as denúncias formuladas, caberá aos acusados apresentar defesa.

Mídia satisfeita

O jornalista Mino Carta, editor da revista CartaCapital, comentou que a decisão do STF satisfaz o desejo da mídia de acuar o governo. ”Até quando irá o processo não se sabe, mas o que já aconteceu levará os patrões da mídia a abrir garrafas de Don Perignon e Cristal. Eles podem, e, quem sabe, sirvam alguns flutes aos seus sabujos mais chegados. Será para eles uma noite muito alegre. De minha parte, tomaria, houvesse razões, champagne Salon. Tenho razões apenas para insistir em um ponto: continua muito difícil provar o mensalão, enquanto não seria, e provavelmente não será, acrescentar um capítulo à longa história conhecida como Caixa Dois, protagonizada há décadas por políticos e empresários”, diz Mino Carta.
Quem também usou a blogosfera para comentar a decisão do STF foi o ex-ministro José Dirceu, que agora terá que responder aos processo abertos contra ele no Supremo.

Em seu blog, Dirceu afirma que é importante compreender que todo esse processo é uma disputa política. ”Para além das denúncias e das acusações de caixa dois e do chamado mensalão, o que está em jogo não é apenas minha vida política e minha história, mas o projeto político que o PT e o presidente Lula representam. Os que desconhecem essa elementar realidade não aprenderam com a recente história do nosso país e não percebem as tentativas da oposição conservadora e da elite de inviabilizar o Governo Lula a todo custo”, diz .

”O conservadorismo brasileiro não absorveu e jamais aceitará que a agenda dos movimentos sociais traga para o Estado brasileiro a determinação política de corrigir assimetrias intoleráveis que o privilégio secular de uma minoria impõe à maioria dos homens, mulheres, jovens e crianças deste país.”, afirma Dirceu.
Site do PC do B

Rizzolo:Existem dois aspectos distintos dessa questão, o primeiro é o desconhecimento processual da população que a priori é levada através da mídia a pensar que os acusados já foram condenados; é difícil fazer entende ro leigo que o recebimento de uma da denúncia da Procuradoria da Geral da República, que é Ministério Público Federal, pelo STF, inicia-se um processo em que os acusados podem ser absolvidos. De patente má fé, a mídia explora esse desconhecimento processual e coloca os denunciados como já julgados, com sentença transitada em julgado. O próprio ministro do STF, Marco Aurélio Mello, em entrevista ao site Terra, sobre o recebimento da denúncia do procurador-geral da República: “Eu acredito que haverá um campo muito largo para a atuação dos representantes dos acusados, os advogados. E ontem nós concluímos uma apreciação a partir de simples indícios. Nós não assentamos a culpa de quem quer que seja, nós assentamos que haveria considerando os fatos narrados. Eles devem ser agora provados pelo Ministério Público. Havia materialidade quanto aos crimes e indícios da autoria. E foi o que nós proclamamos. Agora estará sob os ombros do Ministério Público a prova da procedência das imputações das acusações” .

Outro aspecto da questão á a imagem do Presidente Lula que de certa forma, também é claro com o apoio da mídia transforma os vínculos dos denunciados com o governo do PT, tudo, é claro com o intuito de desqualificar um governo que faz um desenvolvimento para o social.

O povo por mais distante que esteja dos entendimentos processuais acaba sendo vítima da imprensa que vê no oportunismo processual uma forma de golpe branco. Entendo que isso nos leva a uma reflexão maior sobre o verdadeiro papel da imprensa no Brasil, onde por trás de concessões se portam como partidos políticos de direita, porque a elite jamais aceitará ter perdido a eleição para um metalúrgico, e a esquerda deve ficar atenta para que o espaço político seja preservado frente a mídia deletéria.

Embaxador russo na Beilorússia assustou os EUA

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A Rússia pode dar uma resposta totalmente inesperada ao plano dos EUA do escudo anti-mísseis na Europa. O embaixador russo em Minsk, Alexandr Súrikov, mencionou ontem (27) que é possível que a Rússia coloque instalações “ que têm relação com armas nucleares” na Bielorrússia, em resposta a estes planos dos Estados Unidos .

Alguns especialistas russos têm dúvidas de que Moscou realize este possibilidade a curto prazo e dão a entender que o diplomata fez uma tentativa por sondar a opinião pública.

Esta terça-feira (28), segundo o jornal Izvestia, o diplomata declarou que foi um mal- entendido e que tinha falado só de uma própria versão da situação a desenvolver.

Segundo a opinão dos especialistasi o embaixador queria sondar a reação por parte do Ocidente e Bielorússia e que na realidade não há planos de instalar armas nucleares neste país.

“ Foi debatida a possibilidade de colocar na Bielorússia os sistemas “Iskander” (VIDEO), tendo em conta a recusa dos paises da Nato de ratificar a versão adaptada do Tratado sobre as Forças Armadas Convencionáis na Europa”, senalou Vladímir Yevséiev, do Instituto russo da Economia Mundial e Relações Internacionais.

“ Em princípio é possível instalar em estes sistemas as armas nucleares”. Segundo Yvséev a curto prazo “é pouco provavel” o fornecimento de “Iskander” (VIDEO) à Bielorússia, e ainda menos da plataforma móvel tipo Topol-M . Talvez, se trate de instalar lá os aeroportos com aviões que fariam as transferências de combustível em vôo para a aviação estratégica russa.

Outro especialista , o adjundo do Secrtário Geral da União da Rússia e Beielorússia, Ivan Makuchok , declarou ao jornal “Kommersant” que a possibilidade de instalação dos mísseis russos pode ser considerada como séria. “ Devolver os mísseis aos antigos bases terrestres fixos é mais rápido que construir um radar na Europa, e será não a resposta , mas uma antecipação. Para Moscovo a Beilorússia é uma carta de triunfo em jogo com EUA”, disse.

Seja o que for, é a primeira vez que um representante oficial de Moscou menciona esta possibilidade, tendo o assunto sido abordado sempre com muita cautela, incluindo pelo presidente bielorruso, Alexandr Lukashenko, considerado pelos EUA «o último ditador da Europa».

Após o desmembramento da União Soviética, a Bielorrússia (assim como a Ucrânia e o Cazaquistão) ter renunciado às armas atómicas herdadas da URSS e se ter proclamado um Estado livre de armamento nuclear em 1996.

Por Lyuba Lulko
Pravda.Ru

Rizzolo: Não sei se foi mal entendido não o míssil Iskander, é um míssil móvel e foi construído para substituir o Scud desde que o Oka SS-23 Spider foi eliminado através do INF (Internacional Nuclear Forces Treaty). Os requisitos de operacionalidade do SS-26 Iskander são similares ao original SS-23. A maior dúvida em relação ao míssil é o seu alcance, que certamente será menor que 500km, ou seja, o limite estabelecido pelo INF Treaty, mas poderá ter um plus de 400 km. Esta geralmente instalado em uma base móvel com dois mísseis. Os alvos podem ser identificados não só por satélite e avião, mas também pela artilharia. Os alvos podem ser encontrados e rastreados através de fotos que seriam scaneadas por computador. Enfim um belo equipamento, que serviria para uma causa antiimperialista, não é ?

Os imprescindíveis

Em entrevista a um jornal paulista, o presidente Lula declarou que “quando um dirigente político começa a pensar que é imprescindível, que ele é insubstituível, começa a nascer um ditadorzinho”.

É verdade: quem se acha imprescindível, e não é, não passa de um ditadorzinho. Diferente é a situação de quem, numa determinada quadra da História, é realmente imprescindível, ou seja, aqueles cuja falta, num determinado momento, significa levar o país a um retrocesso. Nisso, o nosso presidente certamente concordará conosco, e com Brecht, que “Há aqueles que lutam um dia; e por isso são bons;/ Há aqueles que lutam muitos dias; e por isso são muito bons;/ Há aqueles que lutam anos; e são melhores ainda;/ Porém há aqueles que lutam toda a vida; esses são os imprescindíveis”.

Geralmente, esses últimos são os que têm maior dificuldade de conceber a própria grandeza, simplesmente porque não lutam para ser grandes, ou porque se consideram grandes. Lutam porque acham que é necessário lutar – e, exatamente por isso, são grandes.

Lula é um desses “que lutam toda a vida”. Por isso, não é espantoso que tenha uma estimativa modesta sobre o seu próprio papel.

Alguns fariseus da mídia colonizada quiseram jogar sobre o presidente Chávez, e sua proposta de acabar com as limitações à reeleição na Venezuela, a declaração de Lula – cuja posição é a de não concorrer a um terceiro mandato. O próprio Lula, na entrevista citada, esclareceu que não estava se referindo à democracia de outros países.

Realmente, não há nada mais autoritário e grotesco do que um candidato de si próprio. Completamente diferente é a situação quando é o povo que deseja reconduzir alguém a alguma função, especialmente à função suprema de presidente da República.

Em janeiro deste ano, escrevemos aqui que “a limitação à reeleição é uma limitação ao direito do povo escolher quem ele quiser para governá-lo. Não por acaso, jamais foi para ampliar a democracia que essa limitação foi imposta. Ao contrário, e com toda lógica, ela é uma forma de limitar a própria democracia, ou seja, reduzi-la”.

Com efeito, nos EUA, por exemplo, a limitação do número de mandatos do presidente somente foi instituída após a morte de Franklin Delano Roosevelt – que, contra a mídia, os cartéis e os monopólios financeiros, conquistara quatro mandatos populares consecutivos. No entanto, os governadores continuaram a ter quantos mandatos fossem eleitos e, naturalmente, os deputados e senadores.

Aliás, é peculiar, no Brasil, que os detentores de cargos legislativos possam ser eleitos quantas vezes as urnas os elegerem, enquanto os detentores de cargos executivos não o possam. Por que essa diferença? Certamente, não é pela possibilidade de uso da máquina administrativa para reeleger-se, pois é evidente que um deputado ou senador também poderá, com suas ligações políticas, fazer uso dessa máquina.

Seja como for, na França as reeleições presidenciais são ilimitadas e ninguém jamais disse – exceto quando De Gaulle era presidente e se chocava com a política imperialista ianque – que a França não é uma democracia. E nem é preciso falar dos chefes de governo em sistemas parlamentaristas, onde o primeiro-ministro é reeleito indefinidamente (o primeiro-ministro da Irlanda acaba de conquistar um terceiro mandato). Muito menos é necessário falar nos chefes de Estado vitalícios – reis, rainhas, ainda comuns na Europa. Nestes a reação não vê problemas.

Mas, por que essa preocupação em impedir que líderes populares possam ser reeleitos? Porque não é fácil para o povo condensar em um líder as suas aspirações a uma vida melhor e mais digna. Quando isto acontece – e não é sempre que acontece – mais difícil ainda é substituir esse líder, fruto de décadas de luta e história, por outro. É para isso que serve a limitação à reeleição. Para impedir os imprescindíveis de exercerem o papel para o qual foram preparados por uma vida inteira de luta.

Hora do Povo
Rizzolo:Realimente a mídia colonizada pretendeu através das declarações de Lula insinuar que o tal do “ditadorzinho” o qual ele se referiu era uma alusão a Chavez. Longe disso, Lula jamais utilizaria desse artifício, contudo o desejo de incutir desde já na população que uma reeleição deve ser tratada como um “pecado” leva a essas interpretações espúrias. E sempre assim, na França as reeleições presidenciais são ilimitadas e ninguém jamais disse – exceto quando De Gaulle era presidente e se chocava com a política imperialista ianque, claro que aí não interessava ao império; com efeito, foi com a morte de Franklin Delano Roosevelt que os reacionários americanos acabaram com as s reeleições, por que mesmo contra os interesses dos poderosos e da mídia manipuladora desde aquela época, conquistara quatro mandatos. Os |EUA sabem melhor do que ninguém manipular as democracias, mas em contrapartida os povos estão aprendendo a manipulá-la a seu favor, razão pela qual é a mais nobre das formas políticas.

Chávez desmonta hipocrisia da mídia sobre a reeleição

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“Reeleição presidencial existe há séculos na Europa”, destacou Chávez respondendo ao repórter do ‘Guardian’. “Recomendo-lhe uma reportagem sobre a Rainha da Inglaterra que continua sendo chefe de Estado em algumas das ilhas do Caribe”

“Na Europa estão montando um alvoroço porque aqui propomos que o povo decida sobre a reeleição presidencial contínua, figura que na Europa existe há séculos”, afirmou o presidente Hugo Chávez durante a transmissão do programa dominical de rádio e televisão Alô Presidente número 291, gravado na comunidade de Valle Seco, situada no município Guanta, do estado de Anzoátegui.

Em resposta à questão feita pelo jornalista Rori Carrol, do diário inglês ‘The Guardian’, na qual sugere o estabelecimento do mesmo critério para todos os cargos de eletivos, Chávez assinalou que “há muito cinismo na Europa, onde há seis monarquias hereditárias e dez regimes políticos com reeleição ilimitada de seus governantes: Alemanha, França, Itália, Portugal, Eslováquia, Chipre, Estônia, Eslovênia, Grécia e Letônia têm reeleição indefinida, e a estas alturas do século XXI ainda restam reis na Espanha, Suécia, Dinamarca, Países Baixos, Luxemburgo e no Reino Unido”.

DESRESPEITO

“Recomendo ao jornalista fazer uma reportagem sobre por que a rainha da Inglaterra continua sendo a chefe de Estado em algumas ilhas do Caribe”, prosseguiu.

Chávez ressaltou que, mostrando parcialidade e desrespeito à verdade, alguns setores se referem à proposta de reeleição contínua incluída do Projeto de Reforma Constitucional em debate no país, como a uma intenção sua de se perpetuar no poder. “Porque não fazem um referendo nas ilhas do Caribe anglófonas perguntando a seus habitantes se eles querem que a Rainha seja a chefe de Estado, se é que se quer falar de democracia na Inglaterra, do mesmo modo que em Aruba, as Antilhas holandesas. Temos fronteiras com reinos: a culta Europa e nós os bárbaros”, disse, sugerindo que “oxalá que na Europa consultassem os povos sobre seus sistemas políticos e econômicos; eles que têm reis e rainhas que ninguém elege e se perpetuam pelo seu caráter hereditário”.

DIREITO DO POVO

Chávez apresentou no dia 15 de agosto na plenária da Assembléia Nacional um projeto para reformar 33 dos 350 artigos da Constituição vigente desde 1999 que uma vez aprovada no legislativo deverá ser submetida a referendo, provavelmente em dezembro.

Ainda sobre a Grã Bretanha, o presidente disse que lá “os primeiros ministros podem ser reeleitos quantas vezes o povo quiser e estão preocupados porque aqui se propõe implementar um direito semelhante. Aliás, se aqui se quisesse mudar uma vírgula da Constituição ninguém o poderia fazer a não ser o povo em referendo nacional. É o povo quem manda aqui, tomara que na Europa fizessem assim, Oxalá consultassem o povo sobre os sistemas políticos e econômicos”.

SUSANA SANTOS

Hora do Povo

Rizzolo: Só que na Europa a democracia é “relativa” como nos EUA, não é uma democracia baseada no Poder Popular. Porque não fazem uma ampla consulta, um referendo para saber se o povo em algumas Ilhas do Caribe concorda com o fato da rainha continuar sendo a chefe de Estado ? O raciocínio é bem simples: O exercício pleno da democracia real, é a democracia participativa, baseada em plebiscito, referendo, consulta popular.

Essa é a pura democracia, ora, se através desses mecanismos legítimos, o povo decide aquilo que já de há muito tempo existe na Europa como reeleições ilimitadas, Porquê não na Venezuela? Será que lá não pode? Será que lá tem que subsistir a democracia relativa nos moldes dos EUA, onde o povo fica de fora e a mídia controla tudo ? Estaremos perdendo o sentido de democracia por causa dos EUA, que estão deixando e esquecendo a democracia na sua essência?

Agora a pergunta vc acha que no Brasil existe democracia participativa ou relativa? Eu acho e afirmo com certeza que os EUA e os interesses internacionais ainda impedem que o Brasil tenha uma real democracia participativa onde o Poder Popular ditam as regras do Pode Público. Mas vamos chegar lá.