“Esse indigno muro é uma afronta aos povos do mundo”, denunciou o presidente argentino ao discursar, dia 31, perante o Senado do México
Em visita oficial ao México, o presidente argentino, Néstor Kirchner, expressou na terça-feira, dia 31 de julho, seu repúdio à construção do “indigno muro” que o governo dos Estados Unidos decidiu construir na fronteira com o país, para impedir o ingresso de trabalhadores imigrantes.
Kirchner afirmou que a construção desse muro é “uma afronta contra todos os povos do mundo”, que fere “direitos essenciais do ser humano”. “Como militante político, não como presidente, e em nome da Nação Argentina, quero deixar claro o repúdio do meu povo, de quem vos fala e daqueles que me acompanham, à construção do indigno muro na fronteira entre a irmã nação mexicana e a nação dos Estados Unidos”, ressaltou.
Kirchner, em sua visita ao Senado, perante os parlamentares mexicanos, marcou, sob intensos aplausos, a sua posição de rejeição à construção de um muro de 1126 quilômetros, em vários trechos da fronteira com o México, idealizado pelo governo de George Bush. O projeto começou a tomar forma definitiva no final do ano passado, quando o Congresso norte-americano aprovou o financiamento da lei de segurança interna.
O governo de Felipe Calderón, já questionado pela fraude ocorrida na eleição presidencial, e com a sociedade mexicana revoltada com a barreira a ser instalada na sua fronteira exatamente por aqueles que se arvoram a dar aulas de ‘democracia’ para o mundo inteiro; foi forçado a se opor à medida.
CRISTINA
Nestor Kirchner, acompanhado pela sua esposa, Cristina Fernández, candidata à presidência do país, destacou que a Argentina condena a discriminação e o racismo e é “uma Nação comprometida com a integração”.
“Rogamos para que aqueles que estão construindo esse muro vergonhoso reconsiderem e entendam que o mundo tem que marchar por outros caminhos: o da paz, conciliação, convergência, o respeito à diversidade e às nações do mundo”, disse o mandatário argentino.
Advertiu que “por mais poder que se tenha, nunca se pode ir contra os direitos essenciais, próprios das Nações e dos seres humanos que as integram”.
INTEGRAÇÃO
O presidente Kirchner destacou que “somos uma nação e um governo comprometidos com a integração da nossa América do Sul. Acreditamos na Pátria grande. Trabalhamos forte para a aproximação do México, sua inserção na região latino-americana conjuntamente com todos os povos da América do Sul. Sei que vamos conseguí-lo e vamos escrever a etapa grande de nossa história com coragem, decisão e sem ter velhos preconceitos que tendem muitas vezes a castrar a possibilidade de construir alternativas que permitam materializar projetos progressistas, soberanos e libertários”
Kirchner agradeceu – como o tinha feito em seu primeiro dia de visita no encontro com Felipe Calderón – ao povo mexicano por ter “acolhido e aberto suas portas a milhares de exilados” durante o período da ditadura que infelicitou o país.
O presidente da Comissão Permanente do Senado, Manlio Beltrones, do PRI, disse que “sua presença no nosso país enaltece esta tradição libertária e progressista latino-americana. Acompanhamos e compreendemos o significado que para seu governo e para o povo argentino constitui o esforço pela recuperação econômica com independência e dignidade, sem prejuízo da democracia e a liberdade”.
“Nem a Argentina, nem o México podem aceitar que seu destino se decida fora de suas fronteiras. Por isso devemos avançar pelo caminho latino-americano, com visão progressista, nos libertando da dependência que retarda a nossa marcha”, concluiu.
SUSANA SANTOS
Hora do Povo
Rizzolo: Realmente esse muro é uma vergonha, na verdade denota o a essência do ” muro mental preconceituoso” enraizado na elite americana, esse mesmo muro mental é que tenta isolar os países da América Latina, é a superioridade econômica que procura de todas as formas não perder seu privilégio, utilizando-se de todos os meios. No caso em questão , o muro é uma forma emblemática de segregar o povo mexicano, não culpo o povo americano por isso até porque são vítimas da mídia controlada, e estão sob estado de dormência, são manipulados.
O piro muro é o muro que não se vê , que não se toca, mas está separando pessoas, gerando conflito, é o muro da indiferença, o muro que separa pessoas ricas e poderosas dos pobres e desvalidos e esse muro está sendo construído no Brasil por uma elite perversa , que de todo modo tenta derrubar um operário que sempre lutou para que não haja dois Brasis, o da opulência e da riqueza e outro da miséria, da falta de oportunidade, do abandono.