Crise aérea não afeta aprovação de Lula, aponta Datafolha

Pesquisa do Datafolha publicada na Folha deste domingo, aponta que o acidente com o Airbus da TAM –que matou 199 pessoas no dia 17 de julho– e a crise aérea pela qual passa o país há mais de dez meses não afetaram a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo o levantamento feito nos dias 1º e 2 de agosto, 48% dos brasileiros consideram que o governo Lula continua ótimo ou bom, exatamente o mesmo índice registrado em março.

Os detalhes da pesquisa, como a variação por faixa de renda e escolaridade, além de outros perfis abordados, podem ser conferidos na edição deste domingo da Folha.

Crise aérea

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, confirmou neste sábado a demissão do presidente da Infraero (estatal que controla os aeroportos), brigadeiro José Carlos Pereira. O cargo será ocupado pelo atual presidente da AEB (Agência Espacial Brasileira), Sérgio Gaudenzi.

Em entrevista à Folha Online, Carlos Pereira afirmou que teve momentos “horríveis” durante sua passagem pela estatal, principalmente durante os acidentes da Gol, no ano passado, e da TAM. Ele disse, porém, que encara muito bem sua saída e que, com a crise aérea, “alguém deveria ser demitido”.

“O ministro [da Defesa, Nelson Jobim] não queria me demitir. Mas disse a ele, ‘tudo bem, alguém tem que ser demitido, a sociedade quer uma demissão’. Quem mais seria? a Aeronáutica? A Anac?”, afirmou o brigadeiro.

A Infraero é a estatal que cuida da infra-estrutura de 67 aeroportos, 84 unidades de apoio e 33 terminais de carga. Em 2006, arrecadou R$ 2 bilhões em taxas e concessão de espaços comerciais. Desde 2003, tem mais de 80 processos no Tribunal de Contas da União.

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Também neste sábado foi confirmado que a TAM vai demolir neste domingo o prédio da TAM Express atingido pelo Airbus da companhia no último dia 17 de julho. NO momento do acidente, funcionários da empresa trabalhavam no local.

Com relação às vítimas, o IML (Instituto Médico Legal) informou ter identificado neste sábado mais 12 pessoas. Com isso, subiu para 151 o número de nomes do acidente aéreo confirmados.
Fonte Folha online

Rizzolo: Para tristeza dos golpistas que alem de ter sido frustrante o ” Fora Lula ” com apenas 800 pessoas em São Paulo , agora lels tem que amargar a pesquisa em que a ” crise aérea ” fabricada não afetou a aprovação de Lula. Olha, a elite não é do ramo em termos de passeatas e mobilizações, ficam cansados, querem ir pra casa logo, ir pro Shopping Iguatemi, não adianta; agora o povo mesmo, o pobre o que sofre, esse sabe o que é ficar cansado de verdade após um dia de trabalho, de ser explorado pelo patrão, de viver nas favelas, no desalento, esse tem motivos de sobra, agora essa gente, essa elite, isso é uma piada , né, o dia em que a massa trabalhadora sofrida ficar zangada pra valer, aí à elite só vai restar uma saída, Cumbica.

O jornalista Fernando Damasceno no site do PC do B escreveu um artigo umuito interessante transcrevo na integra:

” O percentual é idêntico ao registrado em março e praticamente igual ao que Lula tinha no início de outubro de 2006 (49%). Os números mostram que, ao contrário do que insiste a mídia hegemônica e parte da elite brasileira, a população tem discernimento suficiente para não atribuir tragédias dessa natureza a eventuais problemas do governo.

Entre o mês de março e agora, a taxa de ruim/péssimo do governo apenas oscilou, de 14% para 15%. Em outubro passado era maior: 17%.

A reportagem da Folha de S.Paulo deste domingo (5) mostra o inconformismo do jornal diante dos números. Entre as explicações para a não-alteração da popularidade do presidente estão o fato de que a grande maioria dos brasileiros é pobre e a constatação de que apenas uma minoria viaja de avião (8%).

Além disso, a Folha entende que a boa situação do país a situação econômica do país e a cada vez maior eficiência do programa Bolsa Família “também ajudam a entender a manutenção da alta popularidade de Lula”. Apenas isso e nada mais que isso.

Avaliação inadequada

Entre os mais ricos, com renda familiar mensal acima de dez mínimos (R$ 3.500), a avaliação do presidente Lula despencou sete pontos entre março e agora. Mas entre os que ganham até cinco mínimos (R$ 1.750), ela oscilou positivamente dois pontos –dentro da margem de erro do levantamento.

É nesse nicho que o jornal dos Frias se agarra. O trecho abaixo é emblemático: “A variação mais significativa na avaliação de Lula ocorreu entre os brasileiros com renda familiar mensal acima dos dez salários mínimos (R$ 3.500), segmento no qual 39% costumam viajar de avião, taxa cinco vezes maior do que a verificada entre o total dos entrevistados. Comportamento semelhante ocorreu entre os pesquisados quando se leva em conta o grau de escolaridade”.

Para os Frias, somente essa parte da população (cerca de 7% dos brasileiros) é capaz de fazer uma avaliação adequada do governo. No total, o Datafolha ouviu 2.095 pessoas em 211 municípios em todas as regiões do país. Talvez o jornal devesse enviar para essas regiões mais do que pesquisadores, mas também alguns repórteres para descobrir que há um Brasil diferente daquele a que pertence a “população esclarecida” do país.”

Da redação site do Pc do B
Fernando Damasceno

Acho melhor a elite em coro cantar ” Deixa o homem trabalhar !” (risos..)

Reconstrução da República passa por regeneração da ‘alma partidária’

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É incontestável o momento de profunda decepção da nação com os seus mandatários e com um processo político que não se mostra capaz de exercer uma autêntica interlocução entre os cidadãos e os poderes constituídos. Talvez pior que a decepção sejam algumas evidências de indiferença e apatia.

Este é o terreno fértil em que costumam germinar movimentos que, contando com a “simpatia” da mídia, exploram oportunisticamente a descrença da população com “slogans” que nada acrescentam à democracia e à defesa da República.

Síndromes persecutórias dos governantes, que nesses movimentos acabam por enxergar propósitos golpistas, acabam por reverberá-los ainda mais, conformando uma briga política que também nada contribui com a nação.

Para qualificar a discussão em um momento em que se corre sério risco de empobrecê-la, o Correio conversou com um autêntico combatente pela democracia, o jurista Fábio Konder Comparato, professor da Escola de Direito da Universidade de São Paulo e diretor da Escola de Governo. Em entrevista exclusiva, Konder manifesta sua preocupação com as sérias ameaças ao futuro do Brasil, debate as suas propostas de “reconstrução” do Estado nacional – algumas delas já em trâmite nas Casas legislativas – e traça as linhas gerais de uma reforma política efetiva para nossa nação.

O professor ainda comenta o movimento “Cansei”, sendo atualmente promovido por empresários paulistanos e pela OAB/SP: segundo Comparato, trata-se de uma “iniciativa infeliz”.

Leia abaixo a entrevista.

***

Correio da Cidadania: Qual seriam os eixos de uma reforma política efetiva para o Brasil?

Fábio Konder Comparato: Em relação à reforma política, há três eixos principais. Primeiro, a ampliação e o aprofundamento dos mecanismos de democracia direta e participativa. Segundo, a reforma do sistema eleitoral para que o Congresso nacional seja efetivamente representativo do povo brasileiro, fazendo com que os eleitos respondam perante os eleitores pelo cumprimento de seus mandatos.

O terceiro eixo é a reestruturação do Estado brasileiro para que ele possa cumprir o mandamento constitucional de garantir o desenvolvimento nacional, como posto no artigo 3º, inciso 2º da Constituição Federal.

CC: Quais seriam os instrumentos primordiais para o aprofundamento da democracia participativa?

FKC: Há três deles, declarados no artigo 14 da Constituição: o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular. A iniciativa popular hoje existente é apenas legislativa, não a de emendas constitucionais; por isso, entre as propostas que estão sendo discutidas pelo conselho federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), está a sua ampliação também em relação às emendas constitucionais.

Nós pensamos também na legalização dos orçamentos participativos, que até agora se realizam à margem da lei. Outro ponto é a multiplicação das ouvidorias populares, não-vinculadas ao Poder Executivo.

Outra proposta é a multiplicação de ações populares, ou seja, ações judiciais que o cidadão, em nome próprio, pode propor para defender interesses comuns do povo. Nesse sentido, já existe um projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados, oriundo da OAB, que cria a ação popular em matéria de improbidade administrativa. Iremos discutir isso na próxima comissão de defesa da República e da democracia do conselho federal da OAB, partindo de uma proposta minha para a criação de uma ação popular criminal contra agentes públicos que hajam cometido delitos nessa qualidade.

CC: O senhor acredita que o Estado brasileiro não é eficaz o suficiente contra a improbidade?

FKC: O que acontece é que, hoje, só o Ministério Público ou o órgão público lesado podem propor uma ação de improbidade administrativa. Isto deixa de lado um bom número de casos em que, a nosso ver, cabe a denúncia.

Além disso, a ação popular tem um efeito pedagógico muito importante: o povo toma consciência que ele é soberano. A criação de ações populares faz com que o povo passe a acompanhar mais de perto a ação dos servidores do povo, que são todos aqueles, eleitos ou não, que exercem funções públicas.

CC: O que poderia ser feito em prol da legalização dos orçamentos participativos?

FKC: O que se pode fazer, e isto mesmo sem mudança constitucional, é as cidades, os municípios, os estados e a União federal, por lei, exigirem que, no processo de orçamento, haja uma consulta popular obrigatória. Ou seja, a decisão final é do Legislativo, mas o Poder não pode tomar essa decisão sem consultar o povo.

Quanto ao desbloqueio do plebiscito, do referendo e do reforço da iniciativa popular legislativa há também um projeto de lei oriundo da OAB, o PL 7418/2004, que até hoje não foi apreciado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados.

CC: O senhor acredita que o Senado irá aprovar os projetos relacionados ao referendo revogatório de mandatos de governantes, também conhecido como o recall?

FKC: A proposta que está em tramitação no Senado é uma proposta de Emenda Constitucional datada de 2005 e oferecida aos senadores Pedro Simon e Eduardo Suplicy pela OAB. Não tenho nenhuma certeza de que possa ser aprovada; estou é convencido de que todas essas iniciativas vão acabar sendo derrubadas no Congresso nacional, pois elas significam uma redução do poder dos parlamentares – e ninguém no mundo político abre mão de poder sem muita pressão.

É por isso que entendo que é a hora de se organizar um movimento amplo de reforma constitucional por meio de instituições que tenham prestígio e grande capilaridade nacional, como a OAB e a CNBB.

CC: Qual a sua opinião sobre o movimento “Cansei”, realizado pela OAB/SP e por empresários paulistanos?

FKC: Isso não tem nada a ver com a defesa da República e da democracia. Foi uma iniciativa muito infeliz da OAB/SP.

CC: O “Cansei”, apesar de ser considerado “apolítico”, tem como organizadores empresários ligados ao PSDB e um tom permanente de “Fora Lula”. Seria um indício golpista, como tem sido clamado por setores governistas, ou estão estes imaginando um irreal clima conspiratório?

FKC: Há aí uma briga de dentro do meio político, que não tem nenhum interesse para o povo e para o futuro da nação brasileira. O governo Lula está cheio de pecados, mas não é por isso que devemos ceder às pressões tucanas.

O importante é construir o futuro do país, e o Brasil tem cada vez mais o seu futuro ameaçado.

CC: Além das entidades já mencionadas, quais seriam os principais atores que precisariam se envolver nessa construção do futuro brasileiro?

FKC: Para algumas propostas, como a criação do Poder de Planejamento independente do Poder Executivo, com participação da sociedade civil, eu tenho fundada esperança de obter o apoio do meio industrial brasileiro, que foi o mais prejudicado pela hegemonia do capital financeiro.

Nesse sentido, venho mantendo conversa com organismos representativos da indústria. No Paraná, a federação das indústrias do estado tem uma posição muito lúcida, por meio de seu presidente, Rodrigo Rocha Loures, a quem rendo minhas homenagens.

CC: Há alguma indicação de apoio por parte da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo)?

FKC: Estamos tentando, agora, manter um contato mais assíduo, sobretudo com o setor de pequenas e médias indústrias.

CC: Qual a sua opinião sobre a mobilização social no Brasil, de uma maneira geral? Estamos vendo em 2007 uma ruptura com a inércia dos anos anteriores?

FKC: Não tenho essa opinião. Entendo que estamos, agora, descobrindo o caráter profundamente oligárquico dos partidos políticos e dos sindicatos. Precisamos encontrar uma outra expressão de defesa dos direitos populares.

CC: Qual expressão seria essa?

FKC: De um modo geral, seria a reformulação – ou melhor, a regeneração – da alma partidária, para que o partido servisse de agente de liderança, esclarecimento e de formação do povo organizado, a fim de que ele possa exercer efetivamente, e não apenas de modo retórico, o poder soberano no Estado brasileiro.
Escrito por Mateus Alves e Valéria Nader
Fonte Site Correio da Cidadania

Rizzolo: O Prof. Fábio Konder Comparato, professor titular aposentado da Faculdade de Direito da USP, e presidente da Comissão de Defesa da República e da Democracia do Conselho Federal da OAB, é uma das figuras mais nobres da Advocacia, é um defensor da democracia participativa. Muitos representantes do povo – os políticos eleitos – não vêem com bons olhos a democracia participativa pois enxergam nela uma espécie de “usurpação” de seus poderes. Grande parcela da classe social mais abastada e melhor instruída também não simpatiza com essa idéia de democracia, por sentir certo desprezo pela opinião do povo pouco instruído e sem posses. Para essa classe social é mais cômodo investir e eleger os seus próprios pares que farão a defesa de seus interesses no âmbito parlamentar.

A iniciativa popular de propor o plebiscito é algo que devemos lutar pela sua implantação, a desculpa de que o ” povo não sabe votar, ou que o povo é ignorante ” , e que essas questões devem passar pelo legislativo é a retórica da elite que se alçam como ” democratas e liberais” que prestigiam apenas os parlamentares que eles manipulam e que a eles prestam vassalagem sugando assim o povo brasileiro, essa é que é a verdade, vamos cerrar fileira com a OAB Federal.

Fidel analisa papel da Otan pós-Guerra Fria

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Por sua importância dou prioridade a este tema, embora existam outros. Não vou negar que as prerrogativas do poder, seja real, relativo ou fictício, exercem influência sobre os seres humanos, porque todos foram educados dessa maneira desde os tempos mais remotos da espécie. Não foi em apenas um minuto que cheguei a o que hoje penso sobre o poder, mas acho que se trata de um pensamento conseqüente. A modesta contribuição de nossa Revolução deve-se ao fato de que nossas respostas às perguntas nunca involuiram, apesar do cru realismo que nos impôs o brutal bloqueio do império.
Por Fidel Castro

Na reflexão do passado 31 de julho, eu falava sobre o que significava para mim ter disposto de um ano para reunir informação e meditar profundamente acerca dos problemas vitais que ameaçam hoje mais do que nunca a nossa espécie.
No passado dia 24 de julho a agência russa Ria Novosti publicou a seguinte informação:

”Leonid Ivashov, coronel general, perito em matéria de defesa, exprimiu que a principal ferramenta da política estadunidense é o ditame econômico, financeiro, tecnológico e militar.

”Implantando-o os Estados Unidos tentam afiançar sua hegemonia mundial. A sua estratégia de segurança nacional indica explicitamente a necessidade de garantir o acesso sustentável, quer dizer, controlado, para as regiões chaves do planeta, as comunicações estratégicas e os recursos globais. Trata-se de uma estratégia consagrada em forma de lei, o que nos leva a concluir que aos Estados Unidos lhes esperam no futuro conflitos ainda mais fortes com a Rússia, a China e a Índia.

”Washington obstina-se em construir um sistema capaz de neutralizar o potencial nuclear de seus rivais estratégicos, Moscou e Pequim para conseguir um monopólio no âmbito militar. Os Estados Unidos querem instalar o seu escudo antimíssil não apenas na Europa, mas também em outras partes do mundo, para ver quanto está acontecendo na Rússia e na China. Também tentam incrementar o seu arsenal ofensivo a um ritmo que ultrapassa incluso o ritmo do período da Guerra Fria.

”Após o colapso da União Soviética, a Otan perdeu o seu caráter defensivo, que tinha na altura em que foi fundada, no ano 1949, para se transformar em uma ferramenta poderosa e agressiva ao serviço da oligarquia mundial, desejosa de estabelecer o seu domínio a nível mundial. O novo conceito estratégico da Aliança, aprovado em abril de 1999, graças ao esforço dos Estados Unidos, inclui funções novíssimas e amplia o seu âmbito de responsabilidades ao mundo todo, sem se limitar ao Atlântico Norte. O atual secretário geral da Otan, Jaap de Hoop Scheffer, visita freqüentemente a Austrália, Nova Zelândia ou Japão. A Aliança começou a passar por cima do Direito Internacional e do Conselho de Segurança da ONU. Entretanto, os Estados Unidos promovem a expansão da Otan e se negam a ratificar o Tratado sobre as Forças Armadas Convencionais na Europa (FACE), atribuindo-se o direito de atuar à margem de determinadas limitações e configurar as tropas a seu bel-prazer.

”Os Estados Unidos fazem qualquer coisa para que a Rússia não seja uma jogadora autônoma. Os debates sobre a defesa antimíssil, o Irã e o Kosovo ainda não produziram fórmulas de compromisso.

”É importante que a Rússia consolide suas posições e recupere o seu potencial geopolítico. Nos inícios da década de 70, quando Moscou conseguiu a paridade nuclear com Washington, ele acabou por compreender que não lhe poderia ganhar no âmbito militar e aceitou negociar de igual para igual. Como resultado disso, foram assinados o Tratado de Defesa Antimíssil (DAM), em 1972, e os posteriores Acordos sobre a Limitação de Armas Estratégicas Ofensivas (SALT). A única coisa que os Estados Unidos respeitam é a força. Se eles se sentem em uma posição mais forte, jamais fazem concessões a ninguém.

”Para neutralizar os planos da hegemonia mundial, é preciso construir um pólo alternativo, e existe já um fundamento para fazê-lo: a Organização de Cooperação de Shangai (OCSH).

”Na verdade, parece um pouco incorreto falar da força estadunidense. Os Estados Unidos têm poderio militar, economia vigorosa e quantidade enorme de moeda forte que pode imprimir de maneira ilimitada, mas o poder geopolítico do país está pelo chão. Os Estados Unidos inspiram pouquíssima confiança política ao resto do mundo.
”Em 1999, a China e a Rússia colocaram perante a Assembléia Geral da ONU a necessidade de preservar o Tratado DAM de 1972. A favor da proposta votaram todos os países, salvo quatro: os Estados Unidos, Israel, a Albânia e Micronésia. O resultado confirma o total isolamento internacional dos Estados Unidos.

”Será impossível resolver sem a participação da Rússia a situação configurada no Oriente Médio, nos Bálcãs, na Península da Coréia ou noutras regiões do planeta. O anterior aplica-se também à China, que é capaz de encarar a pressão por parte dos Estados Unidos. A China goza de grande prestígio no mundo, tem uma economia poderosa e uma moeda forte.

”A OCSH deveria recrutar novos aliados e unir o potencial daqueles países que desejam e são capazes de implementar uma política autônoma. Primeiro, é preciso proclamar oficialmente a rejeição à hegemonia mundial por parte dos Estados Unidos. Segundo, a China e a Rússia deveriam denunciar perante o Conselho de Segurança da ONU a instalação do sistema DAM estadunidense, como ação que altera a arquitetura de segurança global e ameaça a toda a comunidade internacional. A China, a Índia e a Rússia poderiam formar uma frente única perante o ditame dos Estados Unidos. Também é possível colocar-se como tarefa a estabilização do sistema financeiro global.

No quadro da OCSH poderia formular-se uma filosofia novíssima, baseada na harmonia das civilizações e no uso racional dos recursos naturais. A maioria dos Estados, com certeza, apoiarão tais medidas, estou certo disso. Assim, ir-se-ia formando um novo pólo político, o pólo da paz. A missão da OCSH é criar um novo modelo de desenvolvimento para a civilização humana.”

”Ao império estadunidense poderia opor-se apenas uma aliança de civilizações: a russa, cuja órbita inclui à Comunidade de Estados Independentes (CEI); a chinesa, a hindu, a islâmica e a latino-americana. É um espaço imenso no qual poderíamos criar mercados mais eqüitativos, o nosso próprio sistema financeiro de caráter estável, a nossa engrenagem de segurança coletiva e a nossa filosofia, baseada na prioridade do desenvolvimento intelectual do homem perante a moderna civilização ocidental que aposta pelos bens materiais e mede o êxito com mansões, iates e restaurantes. A nossa missão é reorientar o mundo para a justiça e para o desenvolvimento intelectual e espiritual.”

Até aqui as idéias essenciais do pensamento de Ivashov, transmitidas pela Ria Novosti.

Sabemos que o General Leonid Ivashov é Vice-presidente da Academia de Problemas Geopolíticos, foi Secretário do Conselho de Ministros de Defesa da Comunidade de Estados Independentes e Chefe do Departamento de Cooperação Militar do Ministério de Defesa da Federação de Rússia. No dia 11 de setembro de 2001, dia em que aconteceram os trágicos fatos de Nova York, que serviram de pretexto para definir as bases da política genocida dos Estados Unidos há quase 6 anos, o general Ivashov era Chefe do Estado Maior das Forças Armadas Russas. Um homem realmente bem informado. Vale a pena que o nosso povo conheça as suas opiniões.

É evidente a preocupação que sempre teve a Revolução cubana pela educação do povo. Julgando a minha própria experiência, cheguei rápido à idéia de que só a consciência podia prevalecer sobre os instintos que nos orientam. Os avanços tecnológicos falam hoje da possibilidade de manipular as funções das células do cérebro humano. Para que servirá todo isso em um mundo onde impera o valor comercial dos bens e dos serviços? Que autoridade o determinará? Por essa via e através do roubo desavergonhado de cérebros, fenômeno no qual devemos insistir muito, poderiam destruir o que mais vale do ser humano, que é a sua educação através da consciência.

Dos laboratórios pode sair um medicamento que salve vidas, algo socialmente muito valioso se esse produto pudesse estar à disposição de todos. Mas, dos laboratórios também estão nascendo todo tipo de armamentos que podem acabar com a vida humana.

A publicidade comercial e o consumismo são inconciliáveis com a sobrevivência da espécie. Façam-se todos os cálculos possíveis e veremos que os recursos naturais, o espaço, o clima, o tempo e o sistema, ao ritmo e na direção que levam, não podem dar um outro resultado.

Fidel Castro Ruz
3 de agosto de 2007

* Fonte: http://www.granma.cu/portugues/
Site do PC do B

Rizzolo: Em 2001 foi fundada a OCS (Organização de Cooperação de Shangai) sendo constituída por 6 nações da Ásia: Russia, China, Cazaquistão, Uzbequistão, Quirguistão e Tadjiquistão. Os principais objetivos desta organização de segurança são combater os problemas de fronteiras com os países da antiga União Soviética, combater o terrorismo islâmico e impedir o avanço da influência dos EUA na Ásia central criando uma “barreira geopolítica” .

Desde outubro de 2002 por 12 vezes a China fez treinamentos de guerra em parceria com seus países vizinhos. Em agosto e setembro de 2005, na região norte do mar da China, cerca de 10 mil militares da China e da Russia se uniram em um treinamento militar financiado com dinheiro chinês. Na realidade, a política expansionista americana leva à China e a Rússia a não cederem um milimetro as más intenções imperialistas americanas; fica patente que a partir do momento em que a Otan passou a ser um braço do desiderato expansionista americano não há porque não prosseguir no aprofundamento da Organização de Cooperação de Shangai. E é com esse espírito que a aliança de civilizações que Fidel aborda deve ser implementada onclusive na América Latina, onde as resistencias existem não por acaso.

Os povos, assim como a própria população americana deve observar a que caminhos a elite perversa americana pretende levar a humanidade, pelo que observamos o expansionismo militar americano só irá ser detido quando as alianças e o poderio das nações que ainda acreditam na humanidade tenham uma supremacia militar fazendo com que o temor pelo imprevisto militar por parte dos EUA façam-os recuar, como na época da guerra fria, porque o império só respeita a força.

E o pior tudo , mas absolutamente tudo nos EUA atualmente leva a população americana através da mídia manipulada a se sentir insegura vez que em nome do ” terrorismo” os abusos nos direitos individuais dos próprios americanos sejam aviltados; a última novidade manipuladora é o projeto de lei é chamado abertamente de “programa espião” pela própria mídia dos EUA. Em nome da “guerra contra o terrorismo”, ele permite escutas de ligações telefônicas, além de interceptação de e-mails, de pessoas nos Estados Unidos que se comunicam com indivíduos no exterior. Programas de computados de última geração permitiriam a violação de trilhões de bytes de comunicações, convertendo a administração Bush em uma espécie de Big Brother tamanho gigante. Bela democracia, aquela que os golpistas brasileiros admiram e lutam para cada vez mais implementa-la no Brasil. Uma vergonha !

Com Serra, polícia de SP matou um por dia no 1º semestre

Nos primeiros seis meses do governo de José Serra (PSDB), a polícia paulista matou 201 pessoas, 1,11 por dia. Apesar de menores do que em 2006, quando houve reação policial à onda de violência promovida pelo PCC, os números são superiores a 2005 e revelam, segundo entidades, que a letalidade policial continua alta.

Também entre janeiro e junho deste ano, 15 policiais foram mortos, um agente por grupo de 13 civis. “Os números preocupam porque parece que a reação de 2006 continuou tendo reflexo no comportamento letal dos agentes neste ano”, afirmou o ouvidor da polícia, Antonio Funari.

Segundo estatísticas da Secretaria da Segurança Pública do primeiro semestre de 2007, 178 pessoas foram mortas pela Polícia Militar e 23 pela Polícia Civil. Os policiais envolvidos estavam de serviço ou de folga.

Em 2006, ano atípico nas estatísticas – em maio, houve a reação policial aos ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital) –, 341 civis foram mortos pela polícia no primeiro semestre, a maioria em supostos confrontos. Os números de mortos pela polícia em 2007, porém, são superiores a 2005. Naquele ano, 178 pessoas foram mortas pelas polícias Militar e Civil.

“O problema é que, mesmo descartando 2006, não houve diminuição da letalidade policial nos últimos anos”, afirmou Funari. Segundo ele, as estatísticas confirmam uma tendência já verificada pela Ouvidoria.

No primeiro trimestre de 2007, o número de denúncias de homicídios envolvendo policias encaminhadas à Ouvidoria quase dobrou em relação ao mesmo período do ano anterior -foram 91 contra 55 em 2006. O homicídio subiu de quinto para terceiro lugar no ranking das denúncias em 2007.

“A impunidade depois da reação da polícia aos atentados do PCC explica essa letalidade policial alta. Isso serve como carta branca para a polícia continuar matando”, afirmou Ariel de Castro Alves, secretário-geral do Condepe (Conselho Estadual da Defesa dos Direitos da Pessoa Humana).

Das 341 mortes no primeiro semestre de 2006, 92 ocorreram em maio e foram consideradas pelo governo à época como de integrantes do PCC e que teriam sido mortos quando cometiam ataques. Neste ano, o secretário da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, afirmou que ainda não há comprovação de que os 92 mortos agiam em nome do PCC. Em dezembro, quatro PMs da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) e um empresário viraram réus em um processo pelo seqüestro e morte de dois homens que estão na lista dos 92 suspeitos.

Fonte: Folha de S.Paulo

Rizzolo: Como membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB fui convidado e acompanhei um trabalho de divulgação das Ouvidorias da Polícia, pelo governo federal, fica patente que a truculência policial é diretamente proprocional à resposta dos agentes do delito, como no caso do PCC. Contudo, existe no bojo da discussão, no meu entender, algo que incita o policial que muitas vezes é usado como massa de manobra; explico; existe na mídia principalmente no rádio, um incitamento a uma postura radical da policia, alguns radialistas representando interesses políticos elitistas, fazem e promovem uma verdadeira ” caça às bruxas” fazendo com que o policial militar atue com rigor, esses radialistas que não são poucos, querem que a políca principalmente a militar faça uma ” higienização ” em favelas e em outros bairros pobres, e o policial acaba sim sendo massa de manobra e culpado por não atuar com rigor, ou culpado por com atuar prudência. Não podemos nos esquecer que o policial quer ele militar ou civil faz parte da sociedade e que também é explorado pela elite , que faz uso desse cidadão que por idealismo e morando muitas vezes ao lado do marginal sofre as influências da política elitista que não esta nem do lado dele muito menos do bandido. Agora com relação ao Serra é claro que a maioria desses ” radialistas ” são crias do PSDB. Ou de quem poderia ser ?