Dirceu lança site em Brasília em resposta ‘ao linchamento político’

O ex-ministro José Dirceu reuniu, na última terça-feira, lideranças e autoridades do governo, como os ministros Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência), Matilde Ribeiro (Igualdade Racial), assessores especiais e o chefe-de-gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho, além de parlamentares, prefeitos, empresários, representantes dos movimentos sociais e a militância do PT, para o lançamento do seu site em que trata de sua defesa na denúncia do suposto “mensalão”.

José Dirceu apresentou o novo site como um aperfeiçoamento do seu blog, criado em agosto de 2006, como um espaço para discutir soluções para os problemas do país, o governo Lula e ser um canal de comunicação com a sociedade e a militância do PT.

“O blog e, agora, o site são, também, um instrumento de luta pela democratização dos meios de comunicação e uma resposta minha ao linchamento político, ao pré-julgamento, sem direito de defesa e sem o devido processo legal, a que fui submetido, onde o ônus da prova, até hoje, cabe a mim e não aos meus acusadores, particularmente a grande mídia”, assinalou.

O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para dia 22 o início da leitura do relatório do ministro Joaquim Barbosa, na ação proposta pela Procuradoria-Geral da República. Indagado sobre o assunto durante o lançamento, o ex-ministro disse que espera ter um julgamento justo. “Eu quero muito ser julgado, não quero prescrição nem arquivamento, para estabelecer a verdade. Já fui absolvido de tudo que me acusaram até hoje”, reiterou Dirceu.

A presença de cerca de 200 pessoas à festa de lançamento, realizada em um bar de Brasília, foi saudada pelo ex-ministro como mais uma manifestação de apreço de “centenas de amigos e amigas, companheiros e companheiras” de todos os setores da sociedade, “que me orgulha e me deu forças e apoio para minha luta, que é, no fundo, a luta em defesa do PT, de sua história e do projeto político que o presidente Lula lidera”.

Hora do Povo

Rizzolo: Nada mais justo e mais coerente do que um julgamento sem conteúdo político, o que aconteceu com Zé Dirceu foi um linchamento político onde não houve o princípio do contraditório, como ele mesmo diz ” “Eu quero muito ser julgado, não quero prescrição nem arquivamento, para estabelecer a verdade. Já fui absolvido de tudo que me acusaram até hoje”, os adversários políticos não gostam da apreciação jurisdicional, eles gostam de tribunal de exceção, essa é a vocação golpista dos seus desafetos.

Chávez e Kirchner irão construir usina para processamento de gás

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Argentina e Venezuela firmam Tratado de Segurança Energética

Através de acordos firmados, empresa energética argentina, Enarsa, atuará junto com a PDVSA na prospecção de hidrocarbonetos no Orinoco

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou em sua visita a Argentina que a “América do Sul tem tudo para se transformar num pólo de força mundial e contribuir assim para fazer um mundo pluripolar, esse é o caminho que nos trouxe a Buenos Aires”.

Néstor Kirchner acrescentou que os acordos que os dois chefes de Estado assinaram na terça-feira, dia 7, são passos fundamentais para fortalecer a aliança regional “com plena consciência política da integração, que é decisiva para garantir a nossa soberania”. Chávez confirmou a retomada das relações de seu país com o México, e advertiu que os Estados Unidos trabalham ativamente “para obstaculizar os avanços na unidade latino-americana, e nós não podemos cair nessa armadilha”.

Durante a reunião que realizaram na Casa Rosada, Kirchner e Chávez ressaltaram os fortes laços que os unem, e o presidente argentino também se referiu ao México, entendendo que seu par venezuelano coincidia com os esforços de aproximação com esse país, na construção, consolidação e ampliação do Mercado Comum do Sul (Mercosul) “independentemente das eventuais diferenças políticas que possam existir entre as nossas nações”. No mesmo dia, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, se encontrava na Cidade do México, acertando uma série de acordos comerciais e tecnológicos. A Venezuela e o México se distanciaram no final do mandato do ex-funcionário da Coca-Cola Vicente Fox na presidência do México.

BÔNUS

No encontro, os chefes de Estado assinaram um acordo através do qual Caracas adquiriu bônus da dívida externa argentina por um bilhão de dólares, que se somarão aos 4 bilhões e 300 milhões comprados nos últimos três anos pelo seu país. Haverá uma emissão imediata por 500 milhões que se completará no que resta do ano com duas emissões por 250 milhões mais. “É mais uma prova de que não precisamos dos organismos internacionais às ordens do império, como o FMI. Os incomodados dizem que a Venezuela lucra com a nossa operação. Claro que lucra, da mesma forma como a Argentina lucra. Só que de forma civilizada, solidária, conjunta, amiga. E não selvagem e predatória, com o resultado de terra arrasada na economia dos nossos países”, assinalou Hugo.

“Os argentinos acreditamos firmemente na consolidação do Mercosul e a contribuição da Venezuela é muito importante. Nós agradecemos os gestos desinteressados que você teve em momentos tremendamente difíceis que passou o nosso país. Foi a atitude de um irmão. Nós queremos colaborar com a experiência, com a tecnologia, com a garra do nosso povo para o crescimento da Venezuela. No setor agrário, na tecnologia industrial, com o que temos de melhor”, respondeu Néstor Kirchner.

Depois, Chávez visitou a sede central do Instituto Nacional de Tecnologia Industrial da Argentina, INTI, para supervisionar o contrato da Corporação de Indústrias Intermediárias da Venezuela S.A, Corpi-vensa, para a construção e início do funcionamento de 56 empresas industriais em 21 setores que vão desde a fabricação de máquinas e equipamentos até produção de alimentos e vestuário.

Anunciou-se também o Tratado de Segurança Energética que tem como centro a construção de uma usina de reprocessamento de gás para a qual foram destinados 400 milhões de dólares. O gás natural pode ser transportado através de gasodutos ou pode ser liquidificado e transportado por navios. É o chamado gás liquefeito de petróleo, GLP. No lugar de destino, o combustível volta a ser gasificado para ser distribuído. A fábrica que se anunciou permitirá regasificar o fluido embarcado na Venezuela.

ORINOCO

“Sabemos que o mundo está entrando numa crise energética que tem provocado golpes por parte dos Estados Unidos, invasões e guerras, como a do Iraque, que revoltam todos os homens e mulheres de bem do mundo”, sublinhou Chávez, acrescentando que Washington considerava como própria a grande reserva da Faixa do rio Orinoco, que “agora será destinada a toda América, sem excluir aos Estados Unidos”.

“Temos a maior reserva de gás do continente. O gás que precisam o Brasil e a Argentina, está na Venezuela e na Bolívia. Nós não queremos dar energia barata, de graça aos Estados Unidos. Ela é chave para contribuir com a integração e o desenvolvimento. Rompemos acordos lesivos e, eu diria, produto do servilismo abjeto de governos anteriores, com as transnacionais do norte e isso nos custou um golpe de Estado e quase me custa a vida. Mas, só reforçou em nós a certeza de que estamos certos. Quando os cachorros latem , Sancho, é sinal de que estamos certos”, afirmou Chávez, ao lado de Kirchner e sua esposa, Cristina Fernández, candidata à presidente nas próximas eleições.

“Há dois anos chegou ao Rio da Prata o primeiro barco com petróleo de Venezuela”, indicou Chávez e enfatizou a importância do convenio para a exploração conjunta das empresas PDVSA da Venezuela, e Enarsa da Argentina na Faixa do Orinoco. “Há suficientes reservas para abastecer durante outros 200 anos a América Latina”, disse Chávez, que informou que seguirá enviando petróleo aos Estados Unidos, resgatando a relação com o povo desse país e ponderando que “é muito provável que o próximo governo americano se dê conta de que essa política de Bush é insustentável e mude a atitude para com a nossa região. Mas não somos ingênuos, nossa independência, nossa soberania depende de nós, da nossa união e integração”.

Cristina Fernández de Kirchner “já é presidenta. Até as pedras falam isso por aqui”, assegurou também Chávez, em referência à candidatura da esposa do presidente argentino, que é favorita para as eleições presidenciais de 28 de outubro próximo, e a quem agradeceu o apoio público que tem prestado a seu governo em diversas ocasiões, como em recentes visitas a Espanha e México. “A integração com a Venezuela é chave para a Argentina e para toda a nossa América”, devolveu Cristina.

SUSANA SANTOS
Hora do Povo

Rizzolo: Enquanto isso meia dúzia no Senado brasileiro , que fizeram um papel ridículo se entrometendo em questões que não lhe dizem respeito, como no caso da RCTV, fazem de tudo para que a Venezuela não tenha a mesma relação com o Brasil como tem com os demais países da América Latina e principalmente com a Argentina, Chavez explicou a transcendência do Tratado de Segurança Energética (TSE) assinado com o presidente Néstor Kirchner, que assegurará o fornecimento de combustível à Argentina, o Tratado prevê a formação da empresa estatal binacional Petrosuramérica, empresa que englobará as áreas de petróleo, gás, refino, petroquímica, desenvolvimento de infra-estrutura de transporte, entre outros, na Argentina. A empresa absorverá 10 milhões de m³ de gás por dia enviados pela Venezuela à Argentina a partir de 2009; Agora porque a resistência de alguns setores reacionários contra Chavez ? Por que isso ? Lógico que por trás disso existe o governo americano, que quer de toda forma boicotar a integração da América Latina , mas é claro que o Brasil não vai dar ouvidos aos golpistas, aos que querem que prevaleça a cartilha do ” Consesnso de Washington” onde em primeiro lugar está o lucro da transnacionais e depois se sobrar alguma coisa, uma migalha para o povo brasilerio. Não dou 40 dias pra isso tudo mudar em favor do Brasil e da Venezuela, vamos nos unir repensar a América Latina de dentro pra fora !

Venda da TVA para Telefónica rende R$ 1 bi ao Grupo Abril

Com anuência da Anatel, espanhola empalmou a TVA do Grupo Abril, dona da revista “Veja”

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aprovou em julho a compra de parte da TVA (Grupo Abril) pela Telefónica, anunciada em outubro do ano passado, por R$ 922 milhões. Foram transferidos 100% da TV por assinatura via microondas (MMDS), 49% das ações votantes de TV a cabo fora de São Paulo e 19,9% da operação de TV a cabo no estado. A Telefónica, com “valor de mercado” de US$ 104 bilhões, só não empalmou integralmente a TVA por restrições da Lei do Cabo, o que torna o Grupo Abril “laranja” da empresa espanhola.

O valor da venda foi revelado com a publicação, no sítio da Anatel, do voto do conselheiro Plínio de Aguiar Jr, a seu pedido. O Conselho Diretor condicionou a anuência prévia à mudança do contrato de acionistas da TVA em São Paulo, para tirar o poder de veto da Telefónica, pelo menos oficialmente. No entanto, não houve o mesmo cuidado nas localidades fora de São Paulo, em que o número de ações adquirido chegou ao limite estabelecido de 49%. Isso foi o que motivou o voto contrário do conselheiro Plínio. Segundo ele, isso contraria o artigo 7º da Lei do Cabo, “uma vez que seu objetivo é assegurar que as decisões em concessionárias de TV a cabo sejam tomadas exclusivamente por brasileiros, o que não ocorrerá no presente caso, uma vez que as decisões da GTR estarão sujeitas à aprovação da Telesp, que é controlada por estrangeiros”.

A Telefónica é oficialmente espanhola, mas devidamente turbinada pelos fundos de pensão norte-americanos, que têm por trás bancos como Citigroup, JP Morgan-Chase, BankBoston. Já o Grupo Abril, criado por um norte-americano, repassou 30% do seu capital no ano passado para o conglomerado de mídia nazi-africâner Naspers, por US$ 422 milhões.

OBSCURIDADE

Em carta enviada a todos os senadores, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), questionou os motivos da nova investida da revista Veja, publicada pelo Grupo Abril, segundo a qual teria comprado ilegalmente uma rádio e um jornal. “Patriotismo? Compromisso ético com a lisura e o comportamento dos homens públicos? Ou, quem sabe, usar-me como cortina de fumaça para que, por suas sombras, acabe celebrada uma nebulosa transação de cerca de R$ 1 bilhão, envolvendo a venda de uma concessão de canal de televisão pelo Grupo Abril, proprietário da revista Veja, a uma empresa estrangeira?”.

Para Renan, “esse, sim, um assunto que verdadeiramente interessa à sociedade brasileira. Talvez fosse o caso de investigar o negócio bilionário que se deseja manter na obscuridade”.

A aprovação da Anatel apenas referenda o que já vinha ocorrendo na prática. Desde o início do ano – portanto, antes mesmo de anuência prévia -, Telefónica e TVA já ofereciam conjuntamente serviços aos usuários. “Isso já está acontecendo e a gente percebe inclusive pela propaganda comercial que está sendo feita. Você abre os jornais e vê as propagandas conjuntas, sendo oferecido ao consumidor que ele pode ter como provedor de internet o Speedy, da Telefónica, ou o Ajato, da TVA. A Telefónica já está oferecendo pacotes de TV por assinatura, o que mostra que a operação comercial já está em andamento”, afirmou em março, em entrevista ao HP, o diretor-executivo da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA), Alexandre Annenberg.

Em junho, falando sobre o processo Telefônica-TVA, o superintendente de Serviços de Comunicação de Massas da Anatel, Ara Apkar Minassian, já havia dados sinais da aprovação. Segundo ele, a Anatel só analisa a questão “regulatória”, ficando sob a competência do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o tema concentração. “Essas duas etapas são distintas e sempre são vistas em todos os processos. Toda aquisição ou fusão de empresas que tenham faturamento anual de R$ 400 milhões deve ser submetida ao órgão responsável pela concorrência”, disse.

O Cade, por seu turno, “não tem imposto grandes restrições aos atos de concentração na área de telecomunicações”, segundo sua presidente, Elizabeth Farina.

Em recente debate em São Paulo, sobre a concentração no setor, a diretora-superintendente da TVA, Leila Loria, constatou que “de fato, hoje, quando olhamos em volta, não há mais os concorrentes pequenos. Eles estão tentando sobreviver. Já houve esse processo de concentração e consolidação, nos últimos anos”. Sendo assim, buscou alguma palavra de apoio ao guarda-chuva dos açambarcadores do patrimônio público: “Queria defender um pouco a Anatel, já que todo mundo acha que sabe o que a Anatel deve fazer”.

VALDO ALBUQUERQUE
Hora do Povo

Rizzolo: A Telefónica é oficialmente espanhola, mas por trás existe os fundos de pensão norte-americanos, e ainda mais por trás bancos como Citigroup, JP Morgan-Chase, BankBoston. Já o Grupo Abril, criado por um norte-americano, tem como sócio o conglomerado de mídia nazi-africâner Naspers, o Grupo Abril vendeu 30% de seu capital por US$ 422 milhões, a essa modelo exemplar empresarial africano. Agora, só pra deixar um pouquinho mais elucidativo essa questão, é bom lembrar que sempre tem a mãozinha das ” agências reguladoras” que como disse regulam sabe lá o que, basta dizer que foram criadas no governo FHC; O Senador Wellington Salgado (PMDB-MG) solicitará uma audiência pública com os representantes dessas empresas na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), presidida por ele. O parlamentar afirmou que está procurando ser justo, tanto com o presidente do Senado, Renan Calheiros, como com os demais envolvidos. “Torço para que essa operação da Telefônica com a Editora Abril seja limpa, pois a Abril reflete a história do Brasil”, afirmou.

Mas as suspeitas de irregularidades que pesam sobre a Abril são fortes. Não só a editora da família Civita como as grandes corporações de mídia em geral nunca foram alvo de investigações amplas no país. A investigação sobre a nebulosa venda da TVA para uma multinacional estrangeira pode ser o primeiro passo para se abrir a “caixa-preta” da mídia nacional. Uma beleza ! Vamos acabar com essa gente que está aí pra atrapalhar e entregar o Brasil de mão beijada !

Minoria quer tomar o Senado no grito

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Sem ter votos, bancada de “Veja” quer usurpar Senado

Querem que o presidente da Casa facilite a tarefa golpista deles renunciando ao cargo

A sessão do Senado de terça-feira teve um tom algo circense – que não foi dado pelos senadores em geral, que permaneceram tão sisudos como sempre, e como é adequado às suas republicanas funções.

Apenas, o senador Agripino, líder, ou coisa parecida, do ex-PFL, após o pronunciamento do presidente da Casa, Renan Calheiros, resolveu comunicar que seu partido irá boicotar as sessões do Senado enquanto seu presidente não se afastar. Seguiu-se o líder do PSDB, Artur Virgílio, mas é justo observar que este não se sentia muito a vontade no papel.

REAÇÃO

A propósito da reação de Renan (v. matéria nesta página), o colega de Agripino, Demóstenes Torres, proferiu a frase que recebeu o prêmio sutileza do ano: “Se grito resolvesse, porco não morria daquele jeito”. O senador Demóstenes gosta muito de metáforas suínas. Até para falar das crianças abandonadas ele citou uma comparação com os porcos. Também já usou como referência uma fábula sobre um porco. Trata-se de um sábio em coisas do mundo suíno.

Mas é inescapável o que ele disse. Renan, em nenhum momento, gritou. Essa é a parte da frase que somente serve para abafar o literal sentido golpista da última parte: o objetivo, segundo revelou Demóstenes, é liquidar Renan como se fosse um porco. Portanto, não interessa o que Renan fale ou prove – e muito menos se está provado ou não que ele seja culpado de alguma coisa. Como se sabe, os porcos não são passados na faca porque são culpados de alguma coisa, nem é necessário provar alguma coisa contra eles para passá-los na faca. Talvez o senador não saiba que passar homens na faca como se fossem porcos é uma das fantasias – as vezes mais que isso – favoritas do fascismo, desde Franco, no seu golpe contra a república espanhola.

Mas a ignorância não muda as coisas: o nome disso é golpe. Por isso, o líder do ex-partido da frente liberal, homem de estilo melífluo, ao contrário de seu truculento colega dos suínos, quer que Renan se afaste, a ponto de chantagear com a sabotagem dos trabalhos do Senado, direito que nenhum parlamentar tem, pois as coisas também não mudam porque se chamou de “obstrução” o que na verdade é um locaute. Se Renan é culpado, por que Agripino precisaria se desgastar tanto? Bastaria esperar as investigações e o julgamento pelo próprio Senado. Seria melhor para ele, líder da oposição. Se houver provas de culpa, sobretudo na correlação de forças atual do Senado, não há dúvida de que Renan seria afastado.

Mas o senador Agripino, candidato a presidente do Senado derrotado por Renan, quer que este se afaste agora, sem nenhuma culpa provada e sem nenhuma condenação. Por quê?

Precisamente, porque não há provas. Se houvesse, seria excelente para a oposição ir até o julgamento de Renan. Mas o que se quer é tomar o Senado de forma ilegítima. Em síntese, é aquilo que se chama “ganhar no berro” ou “tomar no grito”. Não por acaso o sofisticado Demóstenes usou a palavra “grito”, apesar do presidente do Senado não haver gritado. Ele sabe bem que é no grito que se está tentando tomar a Câmara Alta, método usado há longos anos por todos os golpistas, assim como atribuir as próprias ações aos adversários.

Trata-se de tornar o Senado um feudo da reação ao governo Lula, inclusive contra a vontade atual da maioria dos senadores. É sobre isso o chamado “caso Renan”. Essa é a essência da questão. Só não diremos que o resto é perfumaria, porque não é de perfume o odor que exala de tais manobras e intuitos. Mas a questão é essa. Por isso, Agripino, Demóstenes e mais alguns querem que Renan deixe a presidência sem que haja provas ou condenação – e antes de terminar a investigação ou de haver, se houver, julgamento. Todo golpe se apóia na intimidação do adversário. Talvez fosse justo dizer que todo golpe consiste na intimidação do adversário.

Resumindo: como não foi possível executar o golpe diretamente contra Lula, voltaram-se contra Renan. Depois…

Obviamente, não se trata de nenhum plano pessoal do senador Agripino – como demonstrou em sua resposta a Renan, ele odeia coisas “pessoais”, naturalmente porque há tempos não faz outra coisa senão ataques pessoais ao presidente do Senado. Mas ele considera que chamar de ladrão a quem não existe prova de que seja, e, mais ainda, pedir que este se antecipe e puna a si próprio como se ladrão o fosse, não tem nada de “pessoal”.

Porém, talvez haja um motivo mais profundo, além de cinismo ou medo de levar o troco, nessa afirmação do senador. Há algo que não é realmente pessoal. Repetir como papagaio a “Veja” ou a “Globo” não é algo próprio de uma pessoa. Qualquer gravador – ou qualquer papagaio propriamente dito – é capaz de tal façanha. Não estamos dizendo que o senador tenha inteligência comparável a de um gravador. Ou a de um papagaio. Mas que não fica bem exercer essa função, lá isso não fica mesmo.

CALOTE

A suposta denúncia de “Veja” contra Renan, como as anteriores, é uma bobagem. Entretanto, o problema maior é tratar-se de uma bobagem sem provas. Se o que a revista do Bob Civita levanta como “indícios” da participação de Renan em um grupo de comunicação fosse algo incriminador, boa parte dos membros do Congresso Nacional teriam que ser criminalizados e, convenhamos, injustamente. Só mentes do tipo meia-confecção, a la Heloísa Helena, é que podem levar a sério esse tipo de coisa. Aliás, nem ela – seu problema é mais o de não levar-se a sério, o que não deixa de ser coerente para quem não é sério.

É mais do que evidente qual o interesse de “Veja” em relação a Renan. Afinal, existe órgão mais golpista do que este na imprensa? E contra quem? Contra Lula, obviamente. Renan não teria interesse para esses golpistas, se não fosse seu apoio a Lula. Quanto ao senador Agripino, seria bom que tomasse cuidado com esse tipo espúrio de imprensa. Não fomos nós, nem Renan, que divulgamos suas dívidas e o acusamos de calotear o Banco do Nordeste do Brasil. Essa turma, realmente, é muito ingrata.

CARLOS LOPES

Hora do Povo

Rizzolo: Não há dúvida que Agripino, Demóstenes ( especialista em suínos ) e mais alguns querem que Renan deixe a presidência sem que haja provas ou condenação – e antes de terminar a investigação ou de haver, se houver, julgamento. O que eu vejo , na realidade, é um ataque direto golpista em cima de Lula, foi o apoio de Renan a Lula que provocou essa onda de acusações sem o mínimo de embassamento probatório; até porque como diz a matéria, ” Se o que a revista do Bob Civita levanta como “indícios” da participação de Renan em um grupo de comunicação fosse algo incriminador, boa parte dos membros do Congresso Nacional teriam que ser criminalizados e, convenhamos, injustamente “, vamos ser realistas, não enxerga quem não quer, a palavra certa é golpe. É claro que os ” metidos a trotskistas” trabalham a favor do império, não é possível que não de dão conta disso. Pra finalizar o camarada Agripino , fala muito mas uma coisa dá pra perceber que ele não gosta, né . Pagar dívida com Banco, digamos, não tem a vocação para pagar, segundo o artigo; mas pra falar e dar lição de moral, ele é bão ( como se diz no interior ) , o próprio perisdente disse sobreo caso Renan: “todos são inocentes até prova em contrário”

“Todo brasileiro, os 190 milhões, terão meu apoio, porque todos são inocentes até que se prove o contrário”, afirmou o presidente Lula, na quarta-feira, em entrevista realizada na Nicarágua, em defesa do senador Renan Calheiros. Lula disse também que está satisfeito com a atuação do presidente do Senado na condução das votações dos assuntos de maior interesse para o país.

“Recebi ontem o telefonema do ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, me contando que o Congresso Nacional tinha votado todas as coisas que tinham importância”, informou. “Eu liguei para o Renan para dar os parabéns e ele me contou que o processo de investigação estava em andamento na Suprema Corte”, disse.

Lula defendeu que este caso tenha um desfecho “o mais breve possível”.

”Cansei”: a OAB nacional não apoia o movimento da burguersia paulista

A decisão de não apoiar o protesto da direita, conhecido como ”Cansei”, tomada no dia 6 pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), reafirma a tradição democrática daquela entidade, que tem uma longa folha de serviços ao progresso social no país, acentuada pela luta contra a ditadura militar de 1964 e, depois, pelo Fora Collor, de 1992.

A decisão foi tomada em virtude da participação da OAB paulista na direção daquele movimento, juntamente com outras entidades representativas da grande burguesia paulista e brasileira, como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e TV (Abert) e outros grupos. E com apoio explítico de líderes do PSDB, embora todos declarem enfaticamente que aquele não é um movimento partidário, mas ”cívico”.

Ao enfileirar-se com a cúpula do sistema de poder (formada pela alta burguesia, capital financeiro, mídia conservadora e lideranças políticas da direita, como o tucanato), a OAB paulista distanciou-se das suas congêneres dos demais estados, numa atitude rechaçada prontamente pela OAB do Rio de Janeiro, que denunciou o conservadorismo político daquele movimento, classificando-o como ”golpista, estreito e que só conta com a participação de setores e personalidades das classes mais abastadas do estado de São Paulo”.

Desde sua aparição pública, o ”Cansei” mostrou-se uma repetição, pálida, da Marcha da Família com Deus pela Liberdade que, em março de 1964, levou a classe média às ruas em apoio ao golpe militar em andamento. Naquela época, a direita mobilizou milhares de pessoas contra a democracia e a ordem constitucional; hoje, só conseguiu, por enquanto, algumas centenas. Na manifestação do dia 4, a previam levar gente para a rua em onze estados. Conseguiram em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Curitiba, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul. E somente na capital paulista sensibilizaram um grupo de endinheirados, demonstrando a relativa musculatura do movimento ao levar para o Ibirapuera entre dois mil, segundo a maioria das fontes, a três mil pessoas, segundo cálculo da Folha de S. Paulo. Nos demais, ficou em torno de duzentos participantes, com destaque para Brasília, com a participação de 80 ”cansados” e Campo Grande (MS), com 10… Uma realidade numérica que acentua o caráter ”paulista” do movimento.

Mas há outros aspectos a serem levados em conta. Um deles é a demonstração de descompostura e falta de educação e civilidade de uma classe dominante ressentida com Lula e os altos índices de aprovação e popularidade do governo e do presidente que as pesquisas de opinião apontam.

Mostrando os dentes em manifestações tipicamente fascistas, a raiva dos endinheirados é exibida em xingamentos contra Lula, Marta Suplicy e políticos que apoiam o governo, em escala e intensidade nunca vista em manifestações de massa no Brasil, e beirando o rés do chão em manifestações xulas e explícitas de autoritarismo que desmentem o caráter ”apolítico” que as lideranças burguesas proclamam, deixando no ar um forte odor de saudades da ditadura militar.

Outro aspecto é o foco disfarçado do movimento, que se apresenta como ”sem programa”, mas tem uma plataforma muito definida. Ela ficou clara na entrevista do empresário Paulo Zottolo, presidente da multinacional Philips do Brasil e um dos criadores do movimento, à Folha de S. Paulo, dia 2 de agosto. Ele define o ”Cansei” como um ”movimento de indignação” – indignação contra a permanência de Lula na presidência da República… E em defesa dos ricos e dos endinheirados: ”não preciso me sentir culpado porque sou rico”, afirmou.

O sonho dourado da burguesia é uma política ”técnica”, ”apolítica”, sem luta de classes – mas esta é um fenômeno objetivo, onde os protagonistas se opõe em defesa de interesses próprios cujo atendimento exige a redistribuição da renda e do poder.

O Brasil entrou em uma etapa nova com a eleição de Lula em 2002 e sua reeleição em 2006. Nesta fase, a oposição entre os que sempre mandaram no país e aqueles que buscam ampliar seu protagonismo social e político se acentua. Sem discurso para sensibilizar o povo e os trabalhadores – cuja identidade com o presidente transparece nos altos índices de aprovação que as pesquisas de opinião revelam – a direita ataca pelos flancos, indiretamente, num clamor ”chique” que envolve todos os problemas e exige uma ação do presidente inclusive em áreas que a lei, criada pelos tucanos e pela direita, destruiu os instrumentos de intervenção pública e impede a atuação do governo.

Nesta nostalgia do ”líder”, do ”salvador”, do ”fuhrer”, jogam tudo no colo do presidente e tentam desenhar um perfil de incompetência quando ele é impedido de agir justamente pela legislação que os próprios tucanos criaram. Este é o fundamento do fascismo de movimentos como o da elite paulista: a lei só existe para ser cumprida quando favorece aos seus interesses de classe. Quando conflita com eles, o sonho de uma saída baseada na força mostra garras e dentes. Mas não se traduz num programa direto, nem pode, pois revelaria ele é frágil, anti-democrático, defende interesses de classe e é, por isso, impopular. O máximo que conseguem alegar é a ”indignação” e o ”cansaço”.
Site do PC do B

Rizzolo: A OAB nacional não apoia o ” Cansei” tanto é que nem sequer Cezar Britto vai se dar ao trabalho de ir ou participar do movimento. E observem que todas as pontuações e intervenções de D´Urso são declarações de cunho da direita, imaginem a OAB nas mãos da direita ! Muitas vezes fico sózinho pensando o que foi que levou DÚrso a relacionar a OAB-SP palco de tradição de luta em favor dos desafortunados em legenda à defesa dos poderosos e de interesses que levariam à desestabilização de um governo eleito com 58 milhões de votos.

A resposta possivelmente está na utilização de uma instituição de tradição agora á serviço da elite nas mãos da direita, mas que por sorte está isolada, sozinha, pois podemos inferir que a popularidade de Lula continua inalterada, os Advogados paulistas constrangidos, a OAB Federal dando às costas para OAB-SP, o governo Federal monitorando o grupo, e a elite esvaziando o movimento; enfim podemos fazer uma leitura até positiva desse feito. Que A OAB-SP sempre estará e sera a guardião dos humildes e nunca dos poderosos , e sempre que um aventureiro de dentro ou de fora lançar mão, dando orientção diversa de sua vocação desde os idos de Rui Barbosa, estará no maior isolamento possível, porque a OAB-SP sempre foi e será a trincheira da injustiça social. Como diz Josias de Souza no Blog do Josias ” Os “cansados” advogados da seccional paulista da OAB foram abandonados à própria sorte pela direção nacional da entidade. Reunido nesta segunda-feira (6), em Brasília, o Conselho Federal da OAB decidiu não emprestar o prestígio da entidade ao movimento Cansei.

Para não deixar dúvidas de que virou a cara para o movimento, o conselho decidiu também que, embora convidado, o presidente da OAB nacional, Cezar Britto, não deve comparecer ao ato público organizado pelo “Cansei” para 17 de agosto.” Olha, para nós advogados paulistas o D´Urso deveria se preocupar com o pobre advogado humilde, aquele que luta para sobreviver. Agora nos colocar nessa situação constrangedora, prestigiando sua própria ideologia, é demais, né !

Uma resposta ao artigo de Ali Kamel, o homem da TV Globo

Uma resposta ao artigo de Ali Kamel, o homem da TV Globo

“Ali Kamel, atual diretor executivo do jornalismo da Rede Globo, publica artigo no jornal carioca do grupo”, em que “se diz preocupado com os ataques que a ‘grande imprensa’ está sofrendo. Separei alguns trechos do artigo, para que o leitor possa fazer suas comparações. Duvido que ele fizesse o mesmo na democrática Globo ou no democrático jornal da família. Falaria sozinho.

Por Renato Rovai (Blog do Rovai)

Hoje (7/8), Ali Kamel, atual diretor executivo do jornalismo da Rede Globo, publica artigo no jornal carioca do grupo. O título: “A grande imprensa”. Ali Kamel também é autor do livro Não Somos Racistas. Curiosamente, na capa, as letras do título explodem num fundo branco, bem branquinho.

Nesse seu trabalho de “investigação intelectual” a tese de fundo é a de que as diferenças se resolvem com educação e saúde de qualidade para todos. Ou seja, segundo ele, quando brancos e negros tiverem as mesmas condições, não haverá desigualdade. Foram umas 200 páginas para provar tal tese. Faço-lhe duas perguntas:

1 – Por que os negros ganham correspondentes a 53% do salário dos brancos com o mesmo nível educacional?

2 -Por que a distância percentual entre o salário de brancos e negros aumenta quanto maior o nível escolar de ambos os grupos?

Como é autor de um livro sobre o tema, talvez esteja disposto ao debate. Há muita gente disposta, tenho certeza, mas se preferir fazê-lo comigo, aqui estamos. Não sou especialista, mas, sinceramente, você também não é.

Mas de comunicação Ali Kamel deve entender ou não seria diretor executivo do jornalismo da TV Globo. Como do tema também entendo um pouco, ao debate.

Ele se diz preocupado com os ataques que a “grande imprensa” está sofrendo. Separei alguns trechos do artigo, para que o leitor possa fazer suas comparações. Duvido que ele fizesse o mesmo na democrática Globo ou no democrático jornal da família. Falaria sozinho.

Diz Kamel: “A grande imprensa está sob ataque. Não do público, que continua considerando o jornalismo que aqui se produz como algo de extrema confiabilidade, conforme atestam pesquisas de opinião recentes. Os ataques vêm de setores autoritários e antidemocráticos, que, diante do noticiário, sentem-se ameaçados.”

Digo eu: Primeiro, a grande imprensa deixou de ser grande faz tempo. Só ela mesma e o pessoal que articula a comunicação no governo Lula é que acreditam nisso. Quanto à confiabilidade e a credibilidade dessa parte da mídia, piada. Se a população acreditasse na mídia comercial teria ido à rua derrubar Lula em 2006. Ela utilizou toda a sua “credibilidade e confiabilidade” para que isso se realizasse. Perdeu. Se quiser saber um pouco mais de credibilidade e confiabilidade na mídia comercial, pode ler Midiático Poder – O Caso Venezuela e a Guerrilha Informativa. Sou o autor do livro, mas as histórias são da mídia. Lá tem algumas a respeito da cobertura do Jornal Nacional e do Jornal da Globo no dia do golpe midiático-militar contra Hugo Chávez.

Diz Kamel: “Costumam seguir o seguinte padrão: mentem, atribuem à grande imprensa coisas que ela não fez e denunciam conspirações que não existem. Sempre num tom indignado, dourando a grita com defesas ‘apaixonadas’ da liberdade de expressão e do que chamam de democratização da mídia. Um disfarce.”

Digo eu: Apresente as teses mentirosas dessa mídia que tanto lhe incomoda e que lhe motivou a escrever tal artigo, que daqui listo as “conspirações” que você considera falsas. Por favor, usando documentos ou depoimentos que não sejam em off. Assim não vale. Jornalismo, Kamel, jornalismo. Quanto à tese de democratização da mídia, por acaso a preocupação se deve ao fato de as concessões da TV Globo vencerem em outubro? Se for, lhe digo, estaremos fazendo campanha, sim, para levar o Brasil ao primeiro mundo. Não é isso o que os senhores querem? Vamos fazer campanha para que a legislação das comunicações no Brasil adote padrão que não seja o das capitanias hereditárias e da barganha política. Isso é disfarce? Disfarce é o que vem a seguir.

Diz Kamel: “Às vezes, publicam livros, financiados por partidos, com estudos pseudocientíficos como os que tentam demonstrar que, em 2006, os jornais penderam pesadamente a favor de (Geraldo) Alckmin e contra Lula, no noticiário eleitoral. Tais estudos se esquecem apenas de contar que todo o noticiário sobre o mensalão e outros escândalos foi considerado prova de desequilíbrio contra Lula. Ora, se é assim, qual seria a alternativa para que o estudo apontasse equilíbrio? Não noticiar os escândalos? Mas isso sim seria perder o equilíbrio e a isenção.”

Digo eu: Coragem, Kamel, nome aos bois. Diga com todas as letras que está tratando do livro A Mídia e as Eleições de 2006, organizado pelo professor Venício A. Lima e no qual tenho um texto publicado. O livro é da Editora Fundação Perseu Abramo, vinculada ao PT. Curioso é que nunca li nada de Kamel tratando do Instituto FHC. Ou mesmo falando do financiamento do mesmo. Quanto ao argumento do “mensalão”, pergunto: na cobertura da TV Globo em Minas Gerais, por exemplo, o “jornalismo” fez questão de mostrar em que momento nasceu o Valerioduto? Isso foi explorado como deveria, ao menos em Minas Gerais? Venhamos, Kamel, venhamos.

Kamel diz: “Quanto mais variadas forem as fontes de recursos que sustentam um jornal, uma revista, um portal de internet ou uma emissora de rádio e televisão, mais livres e independentes serão esses veículos. O leitor pode fazer o teste. Veja os anunciantes da grande imprensa e verifique: a variedade é tanta que o veículo não depende, nem de longe, de ninguém isoladamente para sobreviver. E por isso é livre. E por isso é independente. O leitor poderá fazer outro teste. Procure algum veículo que se diga livre e independente e ao mesmo tempo se dedique costumeiramente a atacar a grande imprensa e a defender este ou qualquer governo. Veja os anunciantes. Eles serão poucos e a concentração, grande. Quase sempre, será propaganda governamental. Se o veículo for um portal de internet, verifique quem são os controladores: fundos de pensão de órgãos do governo.”

Digo: Ok, aceito o desafio. Kamel abre as contas da TV Globo, daqui abrimos a da revista Fórum, que tal? Não posso responder pelo iG, que me parece ser o portal que ele acusa, mas falta-lhe coragem para nomear. Não posso responder por CartaCapital ou outras publicações que costumam apontar o profundo pântano de mídia comercial brasileira. Posso adiantar-lhe que nunca fomos ao BNDES assaltar os cofres públicos, que não fizemos lobby por Proer da mídia e que não ganhamos concessões. Mas, permanece o desafio, contas na mesa.

Kamel ainda diz: “Portanto, livre mesmo, só a grande imprensa. Só ela tem os meios para investir em recursos humanos e tecnológicos capazes de torná-la apta a noticiar os fatos com rapidez, correção, isenção e pluralismo.”

Eu retruco: A verdade é que a tal “grande imprensa” já está se coçando porque meia-dúzia de veículos e alguns jornalistas livres e pouco afeitos a serem papagaios de patrões têm utilizado seus espaços para fazer o contraditório. E com isso tem conseguido garantir não só um pouco de diversidade informativa, como obtém furos como os de Raimundo Rodrigues, que desmascarou a armação daquele Jornal Nacional que não noticiou o acidente do avião da Gol, lembra Kamel? Ele está no livro que você chama de “comprado” pelo PT. Se quiser, releia-o.

E assim ele encerra seu artigo: “Já aqui, temos de conviver com essas bazófias. Porque aqui, ao contrário de lá [refere-se aos EUA], há quem queira que a informação esteja a reboque de projetos de poder.”

E eu pergunto: Kamel, quando você fala em informação a reboque de projetos de poder refere-se à posição da TV Globo na época da ditadura ou nos anos FHC?
Site do PC do B

Rizzolo: Existe um ditado em direito que diz ” Contra fatos, não há argumentos ” , esse camarada Kamel que tem é diretor executivo do jornalismo da Rede Globo, tenta defender o indefensável, nas suas pobres argumentações, até porque defender a Globo como democrática, defensora dos interesses dos pobres , participativa das lutas sociais, não é fácil; como advogado diria como disse anteriormente defender o indefensável não é tarefa fácil; não é possível que o camarada Kamel acredite no que ele mesmo diz, que livre mesmo é a grande empresa, que nunca apoiou Lula, que canchelou o golpe contra Higo Chaves e que sempre participou e compactuou dos interesses dos poderosos, não é possível que ele Kamel acredita que o povo atualmente compre a tese da mídia golpista, se fosse assim Lula teria perdido, teriam ido à rua derrubar Lula em 2006. E olha que a mídia utilizou toda a sua “credibilidade e confiabilidade” para que isso se realizasse. Perdeu feio;agora a verdade , mas a verdade mesmo, ele não fala, mas o pano de fundo disso se deve ao fato de as concessões da TV Globo vencerem em outubro, Ah! esse é o pulo do gato, não é ? Por que se até um Advogado como eu, que não tem financiamento ou apoio de ninguem, muito menos rabo preso com ninguem fala a verdade, imaginem o Brasil inteiro tendo oportunidade, de abrir a boca, imaginem.

Agora pra finalizar, o camarada Kamel diz que entende de problemas relacionados à realidade do negro brasileiro brasileiro, minimizando a questão do negro, deixando-a passar como todo neoliberal, pelo fato do dinheiro, da análise mercadológica, entende ele, que se o negro tiver tanto dinheiro quanto o branco está tudo resolvido. Isso provavelmente diz porque não é negro e não sente e não sabe o que é ser negro no Brasil , com isso ele desqualifica todo movimento negro que não se baseia nessa premissa. E no final dá como exemplo os EUA e sua mídia, totalmente dominada pela elite que transforma o povo americano totalmente alienado. Belo exemplo ! Noam Chomsky nele !