Cerca de 20 mil sindicalistas, segundo os organizadores, participam nesta quarta-feira (15) do Dia Nacional de Mobilização da CUT. Caravanas de trabalhadores de todo país e do Distrito Federal “abraçaram” o Congresso Nacional em ato simbólico para defender sua pauta de reivindicações. O destaque principal é a defesa do veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Emenda 3, que a bancada patronal no Parlamento ameaça derrubar.
De acordo com o presidente nacional da CUT, Artur Henrique da Silva Santos, a pauta possui 13 itens e atinge os três Poderes. “No Legislativo, o principal ponto é a manutenção do veto do presidente à Emenda 3. No Executivo queremos a ratificação da convenção 151 da OIT [Organização Internacional do Trabalho] que garante a negociação coletiva no serviço público. No Judiciário, queremos acabar com o Interdito Proibitório, usado para restringir as greves em frente ao local de trabalho”, listou o presidente nacional da CUT.
Emenda 3, pró-PJ e trabalho escravo
A manifestação inclui trabalhadores de todo o país. A delegação de Pernambuco, por exemplo, deixou o seu estado na segunda-feira (13), em sete ônibus levando cerca de 350 sindicalistas.
O veto presidencial à Emenda 3, segundo o dirigente cutista, mostra que o governo tem políticas favoráveis aos trabalhadores. “A CUT vai aplaudir todas as decisões do governo que são boas aos trabalhadores e criticar aquelas que nos prejudiquem”, disse Arthur.
De tarde, as lideranças da CUT terão encontro com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, para conversar sobre a reforma agrária. Depois, os representantes dos trabalhadores se encontrarão com o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP).
O presidente da CUT disse que a intenção é pressionar os parlamentares a manter o veto do presidente Lula à Emenda 3. A emenda patronal impediria os fiscais do Trabalho de autuar empresas por contratações irregulares, como vínculo sem carteira assinada (a chamada PJ, Pessoa Jurídica) ou trabalho escravo.
Da redação, com agências
Site do PC do B
Rizzolo: Reunir 20.000 trabalhadores não é brincadeira, a passeata é por causas justas, temos que dar um basta a essa emenda safada ela agride o mais elementar, o mais primário, o mais primitivo direito que um trabalhador pode ter: simplesmente, o de ser reconhecido como trabalhador , como bem lembra o Presidente da Cut “os parlamentares e as empresas que defendem essa emenda safada querem mesmo é jogar no lixo todos os direitos básicos dos trabalhadores”, alem disso essa emenda representa uma grave violação à legislação trabalhista brasileira, que estabelece que o vínculo empregatício é estabelecido ao serem preenchidos os requisitos de “pessoalidade, habitualidade, subordinação e onerosidade”.
Agora é uma pena ver a OAB-SP que um dia foi a trincheira da defesa dos trabalhadores e dos perseguidos pela ditatura militar se aliançar com a Fiesp defendendo interesses patronais na destruição daquilo que e´o único patrimônio do trabalhador que são seus direitos básicos assegurados por lei. Pessoalmente como advogado, como membro da OAB, e com todo respeito que tenho pelo D´Urso, não sei como ele foi entrar nessa, realmente não sei. A manifestação de hoje, já é um corpo-a-corpo no Congresso Nacional pela manutenção do veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à emenda 3, que escraviza e retira direitos constitucionais dos trabalhadores brasileiros.