Regime Bush quebra recorde de pessoas presas

eua_preso.jpg

”Nos EUA de Bush, a nação que mais fala do tema dos direitos humanos para fins de propaganda, permanecem atualmente sob uma forma ou outra de supervisão carcerária, federal e estatal, mais de sete milhões de seus cidadãos, sem serem incluídos os cidadãos que cumprem penas em suas localidades.” Por Jean-Guy Allard, para o Granma Internacional.

Cory Booker, o prefeito da cidade de Newark, vizinha de Nova Iorque, acaba de denunciar o feito, verdaderaimente arrepiante, ao afirmar que, paralelamente ao desastre iraquiano, os EUA enfrentam hoje uma catástrofe interna de grande magnitude.

Na extensa análise da situação de sua cidade, escrita com uma sinceridade incomum entre os políticos americanos e publicada no jornal The Star-Ledger, o maior jornal de Nova Jersey, Booker assinala que, por outro lado, aparecem ”a cada dia mais pistolas, mais tecnologia, mais câmaras escaneando as ruas, enquanto mais despendem em cárceres, penitenciárias e casas correcionais para menores”.

”A forma que escolhemos para enfrentar o crime afasta nossa nação de seus ideais mais nobres e tem resultados completamente contrários ao que pretendemos ser”, acrescentou o prefeito aludindo principalmente ao fracasso da chamada Guerra contra os Entorpecentes.

”Na terra da liberdade, encerramos um número mais elevado de pessoas que qualquer outra nação: a população carcerária dos EUA aumentou em 91% nos últimos 15 anos”, escreve ao salientar o número exorbitante de cidadãos que se encontram, de uma maneira ou de outra, sob controle judicial.

”Os custos são, certamente, excessivos. A cidade de Newark gasta um quarto de seu orçamento na polícia, cortes e prisões”, declarou Broker.

”Um em cada três afro-americanos de 20 a 30 anos de idade está sob supervisão carcerária. Em Nova Jersey, 14 % de sua população é negra e mais de 60% da sua população carcerária é afro-americana”.

Os EUA são ”o pior país no mundo” quanto à reincidência, disse Booker.

”Depois de gastar bilhões em prisioneiros, são libertados e um em cada três voltam em menos de três anos”.

”Os ex-reclusos são excluidos de numerosos programas de assistência social. Perdem seu privilégio de dirigir um veículo, que lhes daria acesso ao emprego. Se o direito de dirigirem não é revogado, não podem obter uma carteira de motorista para dirigir veículos comerciais”.

Um aumento alarmante desde 2000

O último relatório do Escritório de Estatística do Departamento norte-americano da Justiça, recém-publicado, mostra o mais importante aumento da população carcerária desde 2000.

O governo de George W. Bush mantém, apenas em suas prisões federais 2,24 milhões de pessoas.

”Esta é a taxa de encarceramento mais elevada no mundo tanto de população carcerária total quanto da taxa de encarceramento per capita”, afirma o jornal.

Mais de 80 % dos réus são negros ou latinos, assinala a nota.

As despesas em prisioneiros triplicou em relação às que são destinadas ao ensino superior, frisou ao explicar que os contribuintes de Nova Jersey pagam anualmente US$ 1,3 bilhão para gastos carcerários.

Os dados assinalados por Booker e The Star-Ledger não são os únicos que assustam dentre os publicados pelo Escritório de Estatísticas do Departamento norte-americano da Justiça, dirigido por Alberto Gonzales, o assessor de Bush que se encarregou de justificar a tortura em Abu Ghraib e Guántanamo.

Eis outros dados:

3.524 presos condenados à pena capital( 1.372 são negros) estão à espera da morte em 36 cárceres estatais ou federais; em 1980, havia 692.
54 pessoas foram executadas em 2006, o dobro de 1980.
4.580 réus morreram nas celas, tanto nas prisões federais quanto locais.
Nas zonas indígenas, em 68 prisões há mais de 2 mil pessoas.
Os afro-americanos têm mais três vezes probabilidades de terminarem num cárcere do que os hispânicos e mais cinco vezes que os considerados como ”brancos”.
Mais de 140 mil veteranos do exército norte-americano cumprem penas nos cárceres federais ou estatais; 57% presos por crimes de violência.
Mais de 2 mil agressões sexuais são comprovadas anualmente, em mais de 40% está envolvido o pessoal das prisões;

E a lista não acabou.

Certamente, o governo de George W. Bush, muito propenso a atacar outras nações a respeito do tema dos direitos humanos, evita se gabar de um resultado tão catastrófico nos fóruns internacionais, onde, contudo, não perde uma só chance para ”satanizar” aqueles que se opõem às suas políticas imperiais.

Tudo isso, com a cumplicidade de grandes meios de comunicação, que omitem propositadamente mencionar aquelas realidades de uma nação, onde em nome da chamada guerra ao terrorismo, implementam-se a cada dia legislações que tiram um pouco mais os direitos dos cidadãos.

Granma

Rizzolo: Isso é a amostra cabal que o regime capitalista está falido e fadado ao insucesso, se lá é assim imaginem quando implementado em nações pobres; na realidade o governo dos EUA é ditatorialmente conduzido por 300 empresas privadas e por 4% da população mais rica do pais que detém o poder sobre a economia e sobre os meios de comunicação, que por sua vez, manipulam a opinião pública. Não há dúvida que a população negra e latina é a mais atingida por essa política neoliberal porque na realidade as oportunidades de empregos passam pela cor da pele. Os gastos militares, com invasões arbitrárias em outras nações, ao pretexto cínico de ” libertá-las ” conduz a catástrofe social onde hoje 45 milhões de americanos não possuem seguro saúde.

A bela democracia e nação referencia na defesa dos direitos humanos, é a que mais encarcera negros e latinos, é a que mais concede em sua anárquica economia créditos de forma irresponsável a pessoas pobres para compra da casa própria, é a que comanda e conduz políticas golpistas através da mídia de outros países, e principalmente pretende dominar o mundo pela força.

Como diz Noam Chomsky Chomsky “as atrocidades terroristas do 11 de setembro criaram o pretexto para que os Estados Unidos tomem controle dos recursos petrolíferos do Iraque. O Estado mais poderoso da história do mundo proclamou em alto e bom som que pretende dominar o mundo pela força. A guerra no Iraque vai ensinar algumas lições sobre o que o futuro reserva quando o império resolver lançar uma nova guerra”. e vai mais longe ” “Querem controlar o Oriente Médio como a região petrolífera mais importante do mundo, mas querem dominar regiões mais estáveis, como a América Latina e a África”, que podem ser futuros alvos de ataques, segundo o lingüista, se rejeitarem determinações dos EUA.