“Controle de tráfego aéreo dos EUA usa tecnologia dos anos 50 e rotas são insuficientes e perigosas”

Marion Blakey, diretora da Administração Federal de Aviação dos EUA:

“A tecnologia atual do sistema de controle de tráfego aéreo dos EUA é da década de 50 e o resultado são rotas insuficientes e perigosas”, declarou a responsável pela Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA), Marion Bla-key, sobre a situação do sistema aéreo norte-americano, informou a revista Times. “Estamos no limite”, acrescentou a administradora da agência do governo dos EUA que regula a aviação civil do país.

Os atrasos de vôos nos EUA irão bater recorde esse ano e a previsão é de piora para os anos seguintes, prevê a matéria. Há muitos fatores contribuindo para esse recorde de atrasos: mais passageiros, mais jatos regionais que levam menos passageiros, poucos controladores de vôo. Porém, a principal razão para os atrasos e os congestionamentos é o colapso no Sistema Nacional de Aviação (NAS), responsável pelos aeroportos e pelo controle do tráfego aéreo.

No mês de junho, os problemas no Sistema Nacional de Aviação causaram 32% de todos os atrasos nos vôos, de acordo com o Departamento de Transportes.

Para aliviar os problemas dos atrasos devido ao NAS e para prevenir o colapso do sistema, Blakey – cujo mandato termina em 13 de setembro – está pedindo ao Congresso recursos para modernizar o sistema de controle do trafego aéreo. Ela afirma que o atual sistema está ultrapassado e sobrecarregado e sofrerá um colapso em 2015 se nenhuma medida for tomada agora.

Ela informa que atualmente os aviões devem seguir rotas definidas pelos centros de controle estacionados no chão, porém, um vôo que cruza o país, por exemplo, passa por doze centros de controle cujos radares demoram até 36 segundos para receber uma correta leitura da posição da aeronave.

Blakey informa que os aviões voam a uma distancia segura, mas o país não possui número suficiente de controladores de vôo. “Temos uma defasagem de 1100 controladores”, confirma Doug Church, da Associação Nacional dos Controladores Aéreos. “Os controladores estão trabalhando acima do limite”, acrescenta.

R. CRUZ
Hora do Povo

Rizzolo:Essa é uma notícia interessante onde podemos concluir que a questão do tráfego aéreo é internacional, isso a mídia golpista não publica, até porque para eles tudo que é dos EUA é muito superior, é o padrão, é o exemplo. Como já disse o problema principal dos acidentes são o excesso de trabalho, o absurdo número de vôos, e aviões lotados. Tudo para encher as companhias aéreas de lucros astronômicos, e por trás uma retaguarda de ” agências reguladoras” criadas no governo FHC que servem para gerir e defender os interesses dessas empresas, uma vergonha descabida.

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Boa notícia para 46 milhões: Bolsa Família aumentou 18%

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Os beneficiários do Bolsa Família começaram a receber desde segunda-feira, o pagamento de agosto com um reajuste médio de 18%, o reajuste compensa a inflação (medida pelo INPC entre outubro de 2003 – época da criação do programa – e maio de 2007. O Ministério do Desenvolvimento Social e do Combate à Fome (MDS) apresentou nesta terça-feira (21) um estudo com o perfil das famílias atingidas: elas somam 45,8 milhões de pessoas, quase um quarto (24,1%) da população do país.

O estado com o maior número de atendidos pelo Bolsa Família é a Bahia, com 1,4 milhão de famílias (veja o mapa). Seguem-se Minas Gerais (1,09 milhão de famílias) e São Paulo (1,08 milhão). No total, segundo o estudo, são 10.956.436 de famílias atendidas, em todos os municípios do país.

Em números relativos, a primeira colocação fica com Piauí, com 53,2% da população no Bolsa Família. No outro extremo, Santa Catarina tem apenas 10,1% de sua população no Bolsa Família.

Expansão desde 2005 tende a cessar

O número de famílias atendidas pelo programa passou de 7,63 milhões, em setembro de 2005, para 11 milhões em março deste ano, ou seja, uma evolução de 44%. O número de pessoas atendidas cresceu um pouco mais, 48,7% no mesmo período. Em 2005 eles eram 30,6 milhões.

A secretária Nacional de Renda de Cidadania do MDS, Rosani Cunha, disse ao apresentar o estudo que a meta do Bolsa Família é atender não mais de 11,1 milhões de famílias. Uma vez que este número está próximo de ser atingido, a expansão tende a se interromper.

”A partir deste ano, estamos retirando algumas famílias e inserindo outras. Todos os meses, cerca de 50 mil famílias, ou mais, entram e saem do programa. Entra quem tem renda mais baixa, famílias com crianças que trabalhavam, aquelas com histórico de escravidão e população de quilombos e indígena. Saem as famílias que ultrapassaram o teto de renda (R$ 120 por mês), ou as duplicidades de cadastro”, explicou a secretária.

Dinheiro vai em primeiro lugar para alimentos

O estudo compara o Cadastro Único para Programas Sociais – base de dados usada pelo Bolsa Família – com as das famílias mais pobres do Brasil, identificadas pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). E conclui que há coincidência. ”O perfil demonstra que o programa está chegando às famílias mais pobres do país, mas também que precisamos integrar o Bolsa Família a outras políticas públicas”, afirmou Rosani Cunha.

A pesquisa mostra que os recursos são destinados principalmente à compra de alimentos, material escolar, medicamentos e vestuário. ”As famílias estão se alimentando melhor e reduzindo a desnutrição. O programa está permitindo que as famílias se alimentem mais e melhor”, disse a secretária. Quanto à situação educacional, mais de 80% das 11 milhões de pessoas responsáveis pelo recebimento do benefício estudaram até a 8ª série do Ensino Fundamental, e 16,2% se declararam analfabetas.

Os números do MDS confirmam as condições de precariedade das condições de vida da população atingida pelo programa. Apenas 36,4% delas têm acesso a saneamento básico; 64% têm água encanada; mas quase um quarto (23,3%) não possui sequer energia elétrica em casa, percentual que sobe para 29% na Região Norte.

Como se aplica o reajuste

O reajuste no Bolsa família eleva em R$ 126,7 milhões a transferência de renda realizada pelo programa. No total, ela passa a ser de R$ 819,7 milhões. Esta é a primeira recomposição dos valores dos benefícios desde que o Bolsa Família foi criado.

Com a recomposição do benefício, o menor valor passa de R$ 15,00 para R$ 18,00 e o máximo de R$ 95,00 para R$ 112,00. O valor médio nacional, que era de R$ 62,00, chega a R$ 74,00. A alteração foi estabelecida pelo Decreto n° 6.157, publicado no Diário Oficial da União de 17 de julho.

A atualização dos valores elevou o benefício básico de R$ 50,00 para R$ 58,00, e o variável de R$ 15,00 para R$ 18,00. O MDS prioriza as famílias extremamente pobres, ou seja, aquelas com renda mensal per capita de até R$ 60,00. Elas recebem o benefício básico mais o variável por filho de até 15 anos, limitado a três. Uma família nessa situação que tenha três filhos recebeu R$ 95,00 em julho e com o reajuste passou para R$ 112,00 em agosto.

As famílias consideradas pobres, mas não extremamente pobres (com renda mensal por integrante entre R$ 60,01 e R$ 120,00), recebem apenas o benefício variável, limitado a três. Uma família pobre com três crianças, por exemplo, passa de R$ 45,00 para R$ 54,00 com a correção.
Com MDS e agências
Site do PC do B

Rizzolo: Sempre defendo que a Bolsa Família, ao contrário do que a elite e os neoliberais gostam de dizer, é em situações econômicas em que ainda não se erradicou a miséria, o melhor sistema de transferência de renda, até porque vincula o participante a outros programas de inclusão familiar. Não há dúvida que num primeiro passo para se vencer a miséria é necessário implementar o que os neoliberais gostam de dizer o “assistencialismo”, não há como oferecer emprego a quem está subnutrido, exposto à falta de saneamento básico, com fome, e sem perspectiva, como sempre digo, a fome é frustrante, não é revolucionária, por isso precisamos como num pronto socorro de urgência, alimentarmos o pobre até para que ele tenha sim, num segundo momento a oportunidade de obter pelos empregos que o poder público através da iniciativa privada possa oferecer.

Evidentemente que esse segundo momento depende da política econômica que deve ser desenvolvimentista e não alimentadora da ciranda financeira, que transformou atualmente o Brasil num grande cassino, com juros num patamar estratosférico. Se hoje não conseguimos em face à política econômica criar 4 milhões de empregos, melhor alimentarmos por hora pessoas pobres, famintas, desesperadas, em locais aonde a cidadania o emprego não existem.

Para os que se dizem cristãos, para os que se dizem democratas, para os que adoram o neoliberalismo, mas que não tem coração, continuarão a chamar a Bolsa Família de “assistencialismo” talvez por que nunca passaram fome, não sabem o que é um corpo debilitado, e não conseguem na frieza do olhar sentir a miséria que ronda seu semelhante, ou despreza a fome de 45 milhões de pessoas que socorrem à Bolsa Família.

Poder Popular passa a integrar a Carta Magna

No artigo 136, sobre o poder público Chávez propôs incorporar o poder popular, acrescentando: “O povo é depositário da soberania, a exerce diretamente através do Poder Popular. Este não nasce do sufrágio, nem de eleição alguma, mas nasce da condição dos grupos humanos, organizados como bases da população. O Poder Popular se expressa constituindo as comunidades, as comunas e o autogoverno das cidades”.

Ele se estabelece “através dos Conselhos Comunais, Conselhos de Trabalhadores, os Conselhos de Camponeses e os Conselhos Estudiantis e outras entidades que sejam assinaladas por lei”.

Junto com o Poder Popular o Estado criará uma rede de unidades de produção socialista um espaço fora do mercado capitalista “que tenha por objetivo satisfazer necessidades, irão surgindo novas formas de distribuição, de apropriação, de ingressos, irá nascendo uma nova cultura, é a moral socialista, o primeiro motor constituinte.

Exemplificou entre outras coisas com “a participação do Estado nos processos econômicos estimulando as distintas expressões da economia social” e “a participación dos trabalhadores e trabalhadoras na gestão das empresas públicas” e ainda estimula à criação “de organizacões cooperativas e empresas comunais”.

“O artigo 70 são os meios de participação e protagonismo, aqui temos: eleição de cargos públicos, referendo, agregando os conselhos de poder popular, ‘São meios de participação e protagonismo do povo em exercício direto de sua soberania e para a construção do socialismo a eleição de cargos públicos: o referendo, a consulta popular, a revogação do mandato, as iniciativas legislativas constitucionais e constituintes, a assembléia de cidadãos e cidadãs, Os conselhos do poder popular, ou seja: conselhos comunais, conselhos de trabalhadores, conselhos estudantis, conselhos camponeses, entre outros, a gestão democrática dos trabalhadores e trabalhadoras de qualquer empresa de propriedade social direta ou indireta.

“Estamos semeando o socialismo. Todos os que votaram pelo candidato Hugo Chávez votaram para ir rumo ao socialismo, é uma responsabilidade suprema a construção do socialismo bolivariano, o socialismo venezuelano, nosso socialismo, nosso modelo socialista.

“Algumas empresas de pesquisas tentam de orientar a opinião publica, então fazem perguntas como esta: que tipo de sistema de governo você prefere, democracia ou socialismo? Não, nosso povo não é tonto. Na medida em que este debate vai acontecendo e a realidade o for demonstrando, poderemos concluir que só no socialismo será possível a verdadeira democracia. No capitalismo a democracia não é possível.

“Nos Estados Unidos há democracia? Não, nos Estados Unidos funciona uma ditadura econômica, política, midiática, militar inclusive.

“São meios para a construção do socialismo, os Conselhos Populares, a gestão democrática dos trabalhadores e trabalhadoras de qualquer empresa de propriedade social, direta ou indireta, a autogestão comunal, as organizações financeiras e micro financeiras comunais, as cooperativas de propriedade comunal. Este é um conceito totalmente distinto, que nem sequer existiu no socialismo iugoslavo, por exemplo. Lá as cooperativas foram capitalistas, terminaram sendo capitalistas e concorrendo umas com outras, nas leis do mercado, crítica que fez corretamente o Che Guevara depois que passou pela Iugoslávia: “Bem, isto é capitalismo”. Uma cooperativa capitalista termina sendo igual, igual; um patrão, uns assalariados, e depois a mais-valia, o lucro e toda a produção se transforma em mercadoria. Capitalismo puro!

Por isso não nos enganamos, o cooperativismo não garante a marcha para o socialismo. Nada! Não garante, aliás, bem que pode confundir o povo, o coletivo, e nós mesmos muitas vezes. Por isso quis incluir aí esta figura das cooperativas de propriedade comunal.

“As poupanças comunais, as redes de produtores livres associados, o trabalho voluntário, as empresas comunitárias e demais formas associativas constituídas para desenvolver os valores da mútua cooperação e a solidariedade socialista. A lei estabelecerá as condições para o efetivo funcionamento dos meios de participação previstos neste artigo.

Hora do Povo

Rizzolo: Quando nos aprofundamos no sentido do que é a verdadeira democracia, observamos que a democracia participativa, aquela que está sendo implantada na Venezuela, é sim na sua essência a verdadeira democracia. Não há que se pensar em democracia manipulando o povo através de eleições em que os eleitos são na realidade representantes do capital, o povo, sim, o povo, deve através dos mecanismos como o Poder Popular fazer com que o papel do Estado se submeta e este último.

É a democracia pura, verdadeira, participativa. É evidente que aqueles que se alçam como “democratas” não gostam, gostam sim de manipular o povo através da mídia, do dinheiro, do financiamento privado das campanhas e o povo, bom o povo sempre fica como uma marionete, como nos EUA atualmente, um povo apático, alienado; porque esta receita de exclusão vem de lá, dos amantes da democracia relativa.

E ainda se consideram viver num pais livre, livre de que? Só se for dos negros e latinos que entopem as prisões americanas, por serem excluídos do sistema que os segrega. Belo exemplo de democracia, hein !

Pochmann assume Ipea e condena o “Estado raquítico”

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Pochmann defende recuperar o Estado para o desenvolvimento

Assim como “a garantia dos direitos do trabalho é condição necessária para que um país cresça com poder de distribuir os seus frutos”, avaliou

Ao tomar posse como novo presidente do Instituto de Pesquisas Aplicadas (Ipea), o economista Márcio Pochmann defendeu o fortalecimento do Estado como ferramenta para o desenvolvimento a fim de proporcionar políticas públicas que assegurem o bem-estar da população. A valorização do quadro de servidores públicos foi apontada para assegurar a construção de infra-estrutura e a expansão do atendimento educacional e de saúde.

“Temos um Estado raquítico”, afirmou durante a solenidade de posse, dia 14, em Brasília. Segundo ele, hoje os funcionários públicos representam apenas 8% dos trabalhadores brasileiros, quando em 1980 essa taxa era de 12%. “Nos países desenvolvidos varia de 18%, nos Estados Unidos, a 40%, nas nações escandinavas”.

O que dificulta, de acordo com o economista, a implementação de programas do governo, como o PAC. Pochmann disse que ainda existe falta de pessoal para gerenciar o programa.

“O desenvolvimento volta a bater à nossa porta, com o conjunto dos avanços proporcionados pelas inovações tecnológicas”, mas existência dessas tecnologias ainda não garante a melhoria da qualidade de vida da população.

O economista disse que pretende conversar com os ministros para verificar as formas de o órgão auxiliar no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

TRABALHO

Márcio Pochmann criticou a corrente de economistas que compartilham de um “falso otimismo com a possibilidade de superação do atraso” econômico do Brasil sem antes eliminar o atraso nas condições de trabalho da população. “Acredito que a inclusão social sustentável é aquela que se dá por intermédio do trabalho”, disse, ao participar na mesma data, pela manhã, da Campanha pela Efetivação do Direito do Trabalho, da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra). “A garantia dos direitos do trabalho é condição necessária para que um país cresça com poder de distribuir os frutos do seu desenvolvimento”, completou.

Ele avalia que nos últimos 6 anos constata-se uma evolução positiva no nível de emprego, mas, “a cada dez trabalhadores, nove são com remuneração de até dois salários mínimos”, disse, ao criticar a flutuação de salários praticada pelas empresas. A carteira de trabalho é uma forma de garantia dos direitos para trabalhadores assalariados, mas é necessário pensar em políticas para resolver a questão do trabalho informal, como os ambulantes. “Nossa sociedade se transforma muito rapidamente. A gente tem que ser contemporâneo das nossas transformações”, apontou Pochmann, que é autor de um estudo sobre a terceirização nos contratos de trabalho. O economista é autor de A batalha do primeiro emprego e outros 26 livros focados na questão da inclusão social, desenvolvimento econômico e políticas de emprego.

Segundo Pochmann, “fortalecer o Ipea, potencializar a sua função básica de pensar o desenvolvimento nacional, e valorizar a inovação nos campos das políticas públicas matriciais e articuladas, são os nossos propósitos inalienáveis”.

Em entrevista à Agência Carta Maior, o economista apontou o futuro do instituto: “Nossa proposta é discutir o desenvolvimento do país, não só o crescimento econômico. Isso implica discutir educação, saúde, serviços, ciência e tecnologia, cultura, só para começar”.

JOSI SOUSA

Hora do Povo

Rizzolo: A questão do desenvolvimento do Estado, ou de um Estado Forte, soa como uma nota que destoa de tanta lavagem neoliberal que a mídia se esforçou em fazer durante o reinado dos discípulos de Washington. A aversão ao Estado, que economistas neoliberais propagaram foi tão grande que hoje, após descobrirmos que esse era o caminho errado temos que começar quase do zero reestruturando o que Pochmann chamou de “Estado raquítico”, na sua essência o Poder Público deve num país pobre como o nosso, ser o propagador de desenvolvimento e regulador da atividade econômica tendo como interesse o menos favorecido. O que ocorre hoje nas chamadas democracias restritas ou neoliberais, é que quem determina o ajuste são 400 maiores empresas multinacionais muitas delas nos EUA; são na realidade verdadeiras instituições tirânicas, totalitárias. Elas não tem que prestar qualquer esclarecimento ao público ou à sociedade.

São na realidade conglomerados predadores que abocanham empresas menores, ou no caso do Brasil, destroem a indústria local. Para se defender, o povo dispõe apenas do Estado, que na realidade não é um bom escudo até porque está comprometido e estritamente ligado aos predadores. Só através de um Estado forte, com uma democracia participativa com o povo participando dos meios de produção poderemos, sim, agir e ter um Estado saudável e em favor dos menos favorecidos.

Hugo Chávez: “Só no socialismo é possível a verdadeira democracia”

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Venezuela Bolivariana faz reforma da Constituição pelo socialismo

Reforma cria condições para ‘plano nacional estratégico da economia com base no interesse comum’. Institui o poder popular, nova legislação sobre propriedade, coloca BC sob controle do Estado, proíbe o latifúndio e o monopólio privado

“Apontarei os pontos chaves que considero devem ser reformados para abrir outra etapa neste processo de construção da Venezuela Bolivariana e Socialista”, afirmou o presidente Hugo Chávez, no dia 15 de agosto em sessão plenária da Assembléia Nacional, saudando milhares de pessoas que se reuniram nas ruas próximas ao prédio.

“Ai está o povo nas ruas, ai está o povo respondendo a verdade, ante tanta mentira que circula pelo mundo: ‘A ditadura na Venezuela. A concentração de poderes na Venezuela’. Duvido eu que hoje haja, com todo o respeito a todos os países deste planeta, uma democracia tão viva e tão profunda como a que vivemos na Venezuela”, assinalou, sob intensos aplausos.

“Acusam-me de fazer planos para me eternizar no poder ou para concentrar os poderes, sabemos que não é assim. Sabemos que quem tinha concentrado o poder e se eternizado no poder, foram precisamente os oligarcas que trocavam de máscaras, punham presidentes, títeres. Durante anos, décadas e séculos sempre foi a oligarquia venezuelana a que deteve o poder na Venezuela. Isso começou a mudar! O poder é do povo, o poder é da nação, não dos oligarcas”, prosseguiu.

TERRITÓRIO

“O primeiro artigo que proponho reformar é o Artigo 11 de nossa Constituição, que se chama ‘Do território e demais espaços geográficos’. O território e sua organização político-territorial têm um peso sumamente grande na hora das mudanças revolucionárias. Por exemplo, nós temos o Mar Territorial que são doze milhas náuticas desde a linha da costa da maré mais baixa. Doze milhas náuticas, que são 22 quilômetros. A Venezuela tem direito de soberania para explorar recursos na água, no subsolo, no fundo marinho”, enfatizou, informando que apenas propõe acrescentar, ao final, o seguinte: “O Presidente da República poderá decretar regiões especiais militares com fins estratégicos e de defesa em qualquer parte do território e demais espaços geográficos da República, igualmente poderá decretar autoridades especiais em situações de contingência, desastres naturais, etc.”

Avançando, o presidente analisou o Artigo 16: “A unidade política primária da organização territorial nacional será a cidade, entendida como todo assentamento populacional dentro do município, e integrada por áreas ou extensões geográficas denominadas comunas”.

COMUNAS

“Estou seguro que vocês compreendem já que isto não tem a ver só com o território, mas com o povo e o poder popular, esta é a nova divisão política do poder popular. É a organização do povo, organização política sobre o território. ‘As comunas serão as células geohumanas do território, e estarão conformadas pelas comunidades’. Essas são as escalas: comunidades, comu-nas, cidades.

“Comunidades: Proponho que ela seja a unidade básica, ou o núcleo espacial básico e indivisível do Estado socialista venezuelano.

“Continuo, lendo o mesmo artigo 16: são três figuras novas, e passo a detalhar cada uma delas: ‘Os distritos funcionais serão criados conforme as características históricas, socioeconômicas e culturais do espaço geográfico correspondente, assim como com base às potencialidades econômicas que seja necessário desenvolver em benefício do país. A criação de um distrito funcional implica a elaboração e ativação de uma missão distrital’.

“Seja agrícola, de produção de gado, turística, ao decretar esse distrito funcional com base precisamente na sua história, na sua geografia, em seu potencial social, econômico, produtivo, etc., isso deve ir acompanhado de um projeto de desenvolvimento especial para essa zona distrital ou de distrito funcional, um plano estratégico funcional. O distrito poderá ser conformado por um ou mais municípios, sem prejuízo do Estado ao qual pertençam.”

PLANO ESTRATÉGICO

“A organização e funcionamento da Cidade Federal (este é outro conceito) se fará de conformidade com o que estabeleça a Lei respectiva, e implica a ativação de uma missão local, nessa cidade, com o seu correspondente plano estratégico de desenvolvimento.”

“As províncias federais se conformarão como unidades de agregação e coordenação de políticas territoriais, sociais e econômicas a escala regional, sempre em função dos planos estratégicos nacionais e o enfoque estratégico internacional do Estado venezuelano. As províncias federais (é a figura maior) se constituirão podendo agregar indistintamente Estados e municípios, sem que estes percam as atribuições que esta Constituição lhes confere, mas haverá uma soma, para efeitos de planos de desenvolvimento, de coordenação política territorial e de programas econômicos, planos sociais, etc. Mais adiante, em outro artigo, fica estabelecido que para essa figura o Presidente da República poderia designar um vice-presidente que seja como um enlace, que more na região, e trabalhe com os governadores, com os prefeitos. Creio que vamos romper as correntes da velha geografia conservadora, imperialista, colonialista.

“Artigo 18: “Um dos problemas graves que têm nossas cidades são ‘os desequilíbrios econômicos, as assimetrias na dotação de serviços e infra-estrutura, assim como as condições de acesso físico e econômico de cada um dos componentes do citado sistema nacional de cidades. Todos os cidadãos e todas as cidadãs sem discriminação de gênero, idade, etnia orientação política e religiosa ou condição social desfrutarão e serão titulares do direito à cidade’.

PODER NACIONAL

“O poder nacional, por intermédio do Poder Executivo e com a colaboração e participação de todos os órgãos do poder público nacional, estadual e municipal, assim como do poder popular, suas comunidades, comunas, conselhos comunais e demais organizações sociais disporá tudo o que for necessário para a reestruturação urbana, viária, recuperação ambiental, conquista de níveis ótimos de segurança pessoal e pública, fortalecimento integral dos bairros, urbanizações, sistema de saúde, educação, esporte, diversões e cultura, recuperação total de seu centro e sítios históricos, construção de um sistema de pequenas e médias cidades satélites ao largo de seus eixos territoriais de expansão, e em geral conseguir a maior soma de humanização possível no berço de Bolívar, Caracas.

“O Estado promoverá o desenvolvimento de um modelo econômico produtivo, diversificado e independente, fundado nos valores humanísticos da cooperação, e da preponderância dos interesses comuns sobre os individuais, que garanta a satisfação das necessidades sociais e materiais do povo. A maior soma de estabilidade política e social e a maior soma de felicidade possível’, são as modificações que proponho para o artigo 112.”
Hora do Povo

Rizzolo:Ao analisarmos as questões referentes à visão neoliberal e conservadora sobre a democracia deparamos com uma lacuna onde os rompimentos da lógica democrática já estavam previstos pelos estudiosos da doutrina do Consenso de Washington, o próprio Williamson um dos pais do Consenso dizia ” que a partir do momento em que a Economia não mais estivesse apartada da política teríamos problemas com a democracia “. A idéia básica é separar os temas para que o neoliberalismo mesmo que perdesse continuasse a implementar suas políticas, como ocorreu no Brasil;o que Williamson não previa é que a derrocada da democracia não iria , como pensava , guinar para o autoritarismo, mas sim para a democracia participativa, popular e ampliada. A democracia restrita, das elites vem sendo golpeada pela participação popular que é na verdade o melhor antídoto para frear o avanço neoliberal já certificado e constatado pelos estudiosos , o que esta ocorrendo na América Latina é exatamente isso, a essência da democracia popular, não das elites, é a proposição e na elaboração de suas novas Constituições a Venezuela no momento está envolvida em disputa quanto à amplitude da democracia e da participação cidadã.

Os defensores da democracia restrita , esses não aceitam a essência da democracia, mas defendem uma democracia em que as elites, com seus meios de comunicação manipulem a intenção popular, acreditam que os movimentos populares legítimos, não são capazes e que ao mesmo tempo desafiam a ordem natural conservadora onde ” os governantes devem vir da elite, pois é da elite que surgem homens bons que sabem o que é bom para os pobres “.

As forças sociais legítimas e populares não se pautam pela lógica do mercado. Ela ao buscarem os interesses da maioria “ tem um claro interesse num Estado forte ” por que é nele que se socorrem em primeira instância “. Fica patente e quase impossível para um democrata discordar da essência dessa democracia exercida e legítima do povo Venezuelano. Quanto ao mandato renovável isso existe na França, é não vejo problema se democraticamente o povo determinar a renovação do mandato. Por que não ? Vc não é democrata ? Ou um democrata restrito ?
( risos..)

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