Governo quer incluir no PAC verba para transporte urbano

O governo federal quer incluir no Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) uma nova carteira de projetos de investimentos públicos, destinados a melhorar as condições de deslocamento de pessoas e veículos nas grandes e médias cidades brasileiras. A elaboração do “PAC da mobilidade urbana” já foi autorizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e deve ser concluída em pouco mais de 30 dias, disse o ministro das Cidades, Márcio Fortes.

O volume de recursos a ser aplicado ainda não está definido, pois vai depender dos projetos a serem eleitos como prioritários. A seleção será feita a partir das necessidades apontadas pelas prefeituras e pelo Conselho Nacional das Cidades.

O ministério entende que, para ser feito com justiça social e atingir, de fato, grandes contingentes populacionais, o esforço para melhorar as condições de mobilidade terá que se voltar, principalmente, à intensificação do uso de meios coletivos de transporte. Por isso, antecipou Fortes, um dos focos do novo braço do PAC será a construção ou demarcação de faixas e corredores exclusivos para ônibus, de forma a elevar a velocidade operacional desses veículos, reduzir custos e, assim, incentivar sua utilização. O programa também dará atenção especial a projetos de construção de ciclovias.

Ao tirar carros das ruas, o uso mais intensivo de coletivos e de veículos não-motorizados ajuda a evitar congestionamentos e a reduzir poluição, destacou Fortes. Ele lembrou uma pesquisa do Ipea, segundo a qual, só em 1998, os congestionamentos de trânsito provocaram perda de 240 milhões de horas de trabalho produtivo em dez capitais do país.

Tarifas e mobilidade

No caso dos ônibus, o estímulo ao uso tende a baratear ou pelo menos a conter tarifas, beneficiando justamente quem mais depende deles para se deslocar, explicou Fortes. Preocupa o ministério a drástica queda vista na demanda por ônibus urbanos nas grandes cidades a partir de meados da década de 90. Esse é mais um indicador de que o uso de carros aumentou justamente num período em que ficaram mais escassos os investimentos públicos em todas as esferas de governo, por causa de restrições fiscais. Portanto, dificilmente as cidades conseguiram se preparar o suficiente para esse aumento de fluxo, com obras de infra-estrutura de trânsito.

Dados da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos reforçam a preocupação do ministério. Tomando como referência os meses de outubro de cada ano de 1995 até 2005, a quantidade de pessoas transportadas pelo sistema de ônibus urbanos caiu 35% em nove capitais do país (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre, Salvador, Fortaleza, Curitiba e Goiânia), saindo de 470,7 milhões para 305,6 milhões. Em relação a 2003, quando o número foi de 291 milhões, os dados 2004 e de 2005 representaram alguma recuperação.

A mesma pesquisa aponta piora de um importante indicador de produtividade. A média diária de passageiros transportados por ônibus caiu mais de 50%, saindo de 631 para 410, ainda na comparação dos meses de outubro de 1995 e de 2005. Para o ministério, essa parte do diagnóstico também é sintoma de problema, pois, no atual modelo de tarifas, baseado no rateio dos custos pelo número de passageiros, implica elevação do preço do transporte.

O governo sabe que não conseguirá montar a carteira dos projetos do PAC da mobilidade urbana antes do prazo final, em 31 de agosto, de encaminhamento da proposta orçamentária da União para 2008 ao Congresso. Mas essa inclusão pode ser feita posteriormente, durante a tramitação.

Paralelamente, o governo vai trabalhar pela aprovação do projeto de lei federal que estabelece uma política de mobilidade urbana. No entendimento do ministro Márcio Fortes, aprovar esse marco regulatório é parte importante do ataque aos problemas que atrapalham um crescimento ordenado e sustentável das cidades brasileiras.

O projeto estabelece princípios e diretrizes a serem observados pelos municípios que se candidatarem a verbas federais para investimentos em obras relacionadas à mobilidade. Um dos objetivos é fazer uso mais racional do transporte coletivo, evitando a superposição de linhas. O modelo tarifário também terá de mudar. A remuneração pelo custo estimado terá de ser substituída por um regime de preço-teto, com tarifas de remuneração fixadas no contrato resultante de concorrência pública.

Fonte: Valor Econômico

Rizzolo: O PAC da mobilidade urbana deve contemplar o transporte público estatal, hoje o que existe são empresas privadas que não investem em áreas que “não são lucrativas”, elas é que determinam se vale à pena transportar trabalhadores, ou não, prejudicando vilarejos, e áreas onde a população alem de ser pobre não é numerosa, e para a análise mercadológica dos exploradores, “não vale a pena constituir uma linha nessas áreas “. O Estado deve tutelar essas populações com empresas estatais de transporte, essa “besteira” de dizer que a empresa Estatal de transporte não funciona é o discurso dos mega empresários de ônibus. Vejam o que aconteceu no Chile com a privatização de empresas estatais de transporte urbano. O governo entregou ao setor privado a remodelação do caótico sistema de transporte coletivo da capital.

O Transantiago se inspira no Transmilênio de Bogotá: grandes unidades circulam por pistas separadas, com percursos troncais e secundários. Estreou em fevereiro e foi um caos. Faltam unidades porque os empresários não querem arriscar. Nos bairros mais pobres, onde é menos rentável, os ônibus não chegam ou o fazem com enormes lacunas. A população deve caminhar quilômetros para alcançar uma parada onde possa aguardar até uma hora a chegada do ônibus. Milhares perderam seus empregos por chegar tarde, E o metrô está tão congestionado que não dá vazão. Não podemos pensar em PAC do transporte urbano, ficando nas mãos de empresários de ônibus ou qualquer outro meio de transporte que antes de ver a funcionabilidade e os interesses da população trabalhadora que depende dos transportes veja lucro. Isso não !

Zotollo: Piauí decide se empresário será “persona non grata”

A Assembléia Legislativa do Piauí deve votar na próxima terça-feira (28) a proposta de decreto legislativo do deputado Wilson Brandão (PSB) que considera “persona non grata” no Estado o presidente da Philips para a América Latina, Paulo Zottolo.

O decreto, que já foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça do legislativo piauiense, foi apresentado por Brandão devido a uma entrevista concedida pelo presidente da Philips ao jornal “Valor Econômico” no dia 16 deste mês.

Na entrevista, Zottolo, um dos integrantes do movimento das elites golpistas, o Cansei, disse: “Não se pode pensar que o país é um Piauí, no sentido de que tanto faz quanto tanto fez. Se o Piauí deixar de existir, ninguém vai ficar chateado”.

A frase preconceituosa deixou revoltados os piauienses. O governador do estado, Wellington Dias (PT), divulgou nota rebatendo as declarações. “Lamentavelmente o presidente da Philips desconhece o Piauí”, afirmou o governador.

Zottolo tentou desfazer o erro, divulgando nota em que afirmava que a frase foi “mal colocada”, pedindo “desculpas à população do estado, aos seus governantes e a qualquer pessoa que tenha se sentido ofendida”, houve protestos de parlamentares não apenas do Piauí, mas de outros estados também.

A Assembléia Legislativa do Ceará aprovou uma moção de protesto contra o presidente da Philips. Na Câmara dos Deputados, a sessão de homenagem ao aniversário de 155 anos da capital Teresina, realizada no dia 21, virou um ato de desagravo ao estado por causa das declarações.
Site do PC do B

Rizzolo: A colocação do camarada Zottolo foi infeliz e preconceituosa, é bom antes que essas pessoas da elite golpista venham a promover esses “movimentos vazios”, pensem duas vezes antes de iniciá-lo. Pessoas com o João Dória, Zottolo, Hebe, Ana Maria Braga e outros, deveriam fazer uma reflexão ou um turismo acompanhadas de João Dória, que adora levar empresários para Camandatuba, a regiões com Vale do Jequitinhonha, sertão do Piauí, interior da Bahia, para ver a realidade brasileira, e conhecer de perto parte das 45 milhões de pessoas que vivem na miséria e que, se não fosse a Bolsa Família, morreriam de fome. Invés de se preocuparem com o Índice Vamos Derrubar o Lula (IDVL), termo cunhado pelo jornalista Paulo Henrique Amorim.

PAC do Saneamento irá reduzir mortalidade infantil, diz Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira (27), em seu programa de rádio Café com o Presidente, que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Saneamento Básico vai reduzir a mortalidade infantil no país. “A gente vai poder ver no Brasil as crianças brincando na rua sem ter esgoto a céu aberto, a gente vai poder ver as pessoas abrindo uma torneira e tirando água potável para beber, para lavar roupa, para tomar banho”, disse.

O presidente lembrou que, ao todo, são R$ 40 bilhões de recursos do PAC divididos entre os 27 estados brasileiros, que vão beneficiar cidades com até 150 mil habitantes. “Envolve, na verdade, 394 municípios e vai atender o equivalente a 15 milhões de famílias, ou seja, 60 milhões de pessoas”, explicou.

Lula disse que a idéia é que até fevereiro do ano que vem as licitações estejam concluídas e que as obras já estejam em andamento. “É um dinheiro que vai resolver o problema do abastecimento de água, esgotamento sanitário, urbanização de favelas e remoção das palafitas, remoção das pessoas que moram em córregos, das pessoas que moram em encostas de morros”, disse. “Esse é o benefício que nós queremos fazer”, acrescentou.

Confira abaixo a íntegra do programa desta segunda:

Olá, você, em todo o Brasil. Começa o programa de rádio do presidente Lula. Tudo bem, presidente?

Tudo bem, Luiz.

Presidente, o senhor encerrou na última sexta-feira, a assinatura de protocolos de cooperação na área de saneamento e urbanização. É dinheiro do Programa de Aceleração do Crescimento que chega para melhorar a infra-estrutura das cidades. Essas obras vão acontecer em todo o país?

Luiz, na verdade o processo foi extraordinário, e eu acho que nós temos que valorizar o aprendizado que todos nós tivemos. Habitualmente, no Brasil, o governo anunciava dinheiro para saneamento básico e esse dinheiro nunca saía porque não tinha projetos executivos, porque não tinha acordos entre governos e municípios, não tinha um critério objetivo de fazer com que o dinheiro chegasse e acontecesse a obra. Nós então estabelecemos, do dia 22 de janeiro até agora, na última sexta-feira no Rio Grande do Sul, a assinatura de protocolos entre o governo do estado e os prefeitos, a começar das cidades da região metropolitana de todo o país e das cidades até 150 mil habitantes. E fizemos esse protocolo para que a gente tenha o compromisso e esse pacto dos entes federativos para fazer as coisas acontecerem. Então, é um dinheiro que vai resolver o problema do abastecimento de água, esgotamento sanitário, urbanização de favelas e remoção das palafitas, remoção das pessoas que moram em córregos, das pessoas que moram em encostas de morros, ou seja, eu trabalho com a idéia de que agora, até fevereiro do próximo ano, tenhamos todas as licitações e tenhamos todo o processo de obras em andamento, que é para melhorar a vida da sociedade brasileira.

Todos os estados vão ser contemplados pelo PAC do Saneamento. Agora, presidente, quanto esses estados vão receber de verba do programa?

Veja, são R$ 40 bilhões divididos entre os 27 estados, envolve na verdade 394 municípios e vai atender o equivalente a 15 milhões de famílias, ou seja, 60 milhões de pessoas. O grande problema do Brasil era que o Brasil tem uma cultura pequena de investimento em saneamento básico. Eu digo sempre, nos atos em que participo, que tem determinados tipos de políticos que historicamente não gostam de fazer saneamento básico porque você vai enterrar uma manilha e, portanto, você não pode fazer propaganda depois, não pode colocar uma placa comemorativa em cima de uma manilha. Mas o resultado de uma política dessa é que a gente vai poder ver no Brasil diminuir a mortalidade infantil, a gente vai poder ver no Brasil as crianças brincando na rua sem ter esgoto a céu aberto, a gente vai poder ver as pessoas abrindo uma torneira e tirando água potável para beber, para lavar roupa, para tomar banho. Esse é o benefício que nós queremos fazer. O que é importante, Luiz, é que tenha uma política combinada, ou seja, aonde nós formos trabalhar essa política de saneamento básico, junto tem que entrar o posto médico, junto tem que entrar escola, junto tem que se pensar na área de lazer, junto tem que entrar a política de segurança. Tudo isso é um jogo feito com vários ministérios participando para que a gente possa fazer uma melhoria substancial na vida do povo que mora em situações mais degradantes no Brasil.

Presidente, como a Funasa, Fundação Nacional de Saúde, está envolvida nesse programa?

Esse é outro programa importante que nós vamos anunciar no dia 19 de setembro de manhã. O PAC Funasa tem R$ 4 bilhões para investimento, R$ 280 milhões serão investidos para levar esgotamento sanitário e água tratada a 90% das comunidades indígenas, depois nós vamos ter R$ 180 milhões para levar esgotamento sanitário e água potável também nos quilombos já legalizados e depois nós vamos ter mais de R$ 3 bilhões que vão atender às cidades de até 50 mil habitantes e vamos priorizar as cidades por índice de mortalidade infantil, vamos priorizar as cidades do Norte por malária e as cidades do Nordeste e também a Região Sul do país que tenham doença de Chagas. Tudo isso faz parte do um grande projeto do PAC.

Presidente, o senhor comentou da sua juventude difícil, que morava em lugares onde não havia saneamento, e esse programa atende a cerca de 15 milhões de famílias, cerca de 60 milhões de pessoas. O que muda na vida dessas comunidades?

Olha, muda muito. Eu, quando conto meu exemplo, conto para levantar a auto-estima das pessoas. Para que as pessoas saibam que alguém que passou o que eles estão passando chegou a presidente da República. E só cheguei porque não fraquejei, só cheguei porque trabalhei, acreditei, lutei e cheguei. Então, o que eu digo para as pessoas: não há razão nenhuma para a gente desanimar. O que nós precisamos é estar organizados, cobrar, cada vez mais, do governo municipal, do governo estadual, do governo federal e que a gente vai construindo a coisa juntos. Eu vivi muitas enchentes, não foram poucas na minha vida e acho que tudo isso serviu de aprendizado para mim. Serviu de aprendizado e eu tento passar para as pessoas. E por isso eu tenho essa vontade, essa determinação de enfrentar, de uma vez por todas, a questão do saneamento básico no Brasil.

Presidente, muito obrigado e até semana que vem.
Obrigado a você, Luiz, e até a próxima semana.

Agência Brasil

Rizzolo: A verba de R$ 40 bilhões divididos entre os 27 estados, envolvendo na verdade 394 municípios , vai atender o equivalente a 15 milhões de famílias, ou seja, 60 milhões de pessoas, é um projeto arrojado, na verdade, o saneamento básico é um problema essencial de saúde pública, de nada adianta implementarmos construções de hospitais, formação de médicos e pessoas na área da saúde, se o que provoca as doenças não é atacado de forma incisiva. No Brasil a política de saneamento básico sempre foi preterida pelo Poder Público porque são obras que não aparecem, não podemos conceber que alem da miséria, as pessoas tenham que conviver com esgoto a céu aberto, sem o mínimo de higiene e dignidade. Sem contar que a falta de saneamento básico está sim diretamente relacionada à mortalidade infantil. E ainda tem gente da elite que diz estar “cansada”.

Charge do Pater p/ a Tribuna

Boa Segunda – feira !

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