Rússia tem capacidades de competir com os EUA?

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A organização NATO está seriamente inquieta de que, a Rússia trás sempre novas surpresas, e reagir do ponto de vista estratégico não consegue.

A modernização dos bombardeiros para os voos da aviação estratégica russa nas zonas de patrulha tradicional, de repente deixou o Pentágono em estado de choque, e deixou em pânico os paises da Europa.

Durante 15 anos as aviões russos ausentaram-se das aguas do oceano atlântico e fazia a Aliança sentir-se a supremacia completa que, agora é violado fortemente e considerável.

Os embaraços nestes últimos dias levantaram boatos sobre uma nova “Guerra Fria”, e muitas agencias escrevem que a Rússia vai retomar a prática de exercícios militares regulares a longa distância, tal como acontecia durante o período da Guerra Fria. O fim de um interregno de 15 anos é, segundo o Kremlin, uma resposta à ameaça de outras potências. E assim quer assustar a Europa com os seus bombardeiros.

A Federação Russa não teve tempo para defender-se dos boatos, quando outros rumores expandiram na Europa – A Rússia experimenta no Mar Báltico o seu novo submarino “Amur”. A Nato segue atentamente este processo, e quanto mais informações sobre o submarino mais assustado ficam os membros dele.

O submarino classe “Lada” o Amur , é a versão de exportação, é um submarino de ataque que tem como principais objectivos: vigilância, colocação de minas, operações especiais, ataque a vasos de guerra, sendo acima de tudo feito “por encomenda” baseado nas especificações do cliente. O Amur é caracterizado pelo seu extremo silencio sendo ainda mais eficaz neste campo que os também muito eficazes submarinos Kilo.

Ficha Técnica:
Comprimento: 66.8m
Largura: 7.1m
Velocidade Max submerso: 21nós
Tripulação: 35
Deslocamento: até 1750 toneladas
Autonomia: 11.200km
Profundidade Max: 300m
Operadores: Russia, 1 unidade em serviço 1 unidade encomendada

Os inspectores da NATO em particular, receiam que este submarino pode ser adquirido pelo país como Venezuela que, é contra a política dos Estados Unidos na América Latina. Os EUA têm a sensação duma responsabilidade global com a separação da União Soviética, e aos poucos expandindo o seu domínio e fronteiras, ordenando invadir outros países que não desejam seguir a política deles. Agora a Rússia começa a por fim a esta forma unilateral.

A Federação Russa não concorda com esta forma unilateral, ela tem capacidades de competir com os EUA no espaço aéreo e agora esta novamente sobrevoando o oceano atlântico. Qualquer um país que tiver uma ordem de lançar um míssil a Rússia, pode ter certeza que também está sob a sua pontaria.

Pravda.RU

Rizzolo: O AMUR é um submarino de ataque que tem como principais objectivos: vigilância, colocação de minas, operações especiais, ataque a vasos de guerra, sendo acima de tudo feito “por encomenda” baseado nas especificações do cliente. O Amur é caracterizado pelo seu extremo silencio sendo ainda mais eficaz neste campo que os também muito eficazes submarinos Kilo. O submarino possui uma nova cobertura absorvente de ondas de sonar bastante eficaz sobre todo o casco. A presença de um sistema AIP (Air Independent Propulsion) baseado em células de combustível de oxigénio-hidrogénio torna-o extremamente silencioso e permite uma autonomia submerso nunca antes atingida, teóricos falam em 45 dias o que é um facto incrível. Conheça também o KASHTAN-M (VIDEO) , um míssel antiaéreo, usado pela Marinha Russa.

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Congresso do PT, 12 teses e um dilema

Congresso do PT, 12 teses e um dilema

Sob o impacto do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF), o PT realizará o seu 3º Congresso Nacional de 31 a 2 de setembro, na capital paulista. Foram eleitos em todo o país 931 delegados. Destes, 332 vêm de São Paulo, principal base de apoio do ex-Campo Majoritário, que se rebatizou “Construindo um Novo Brasil” (CNB), o que já dá uma vaga amostra da correlação de forças. Segundo especulações da mídia, essa tendência, que reúne algumas das principais referências petistas (Lula, José Dirceu, Ricardo Berzoini e o grosso dos deputados, prefeitos e governadores), terá, sozinha, mais de 50% dos delegados.

Por Altamiro Borges*

Os congressistas debaterão três pontos de pauta: O Brasil que queremos; socialismo petista: PT, concepção e funcionamento. Doze teses foram registradas. Destas, três contam com integrantes do campo majoritário: “Construindo um Novo Brasil”, “Novo rumo para o PT” e “Mensagem ao Partido”, que reúne uma dissidência desta corrente em aliança com a Democracia Socialista. Outros agrupamentos que sempre privilegiaram as alianças com o ex-campo majoritário também registraram suas teses. É o caso do Movimento PT, corrente do deputado Arlindo Chinaglia (SP), que inscreveu a tese “Por todos os sonhos, por todas as lutas”, agora com um matiz mais crítico.
Mais à esquerda no espectro partidário, a Articulação de Esquerda, mais influente e liderada por Valter Pomar, apresentou a tese “A esperança é vermelha”. O Trabalho, que recentemente sofreu grave cisão, surge com duas teses, uma encabeçada por Julio Turra e Markus Sokol e outra por Serge Goulart. A Tendência Marxista, que também sofreu um racha recente, apresentou a tese “Por um PT militante e socialista”. Há ainda outros grupos mais frágeis, como o encabeçado pelo ex-deputado carioca Wladimir Palmeira, que inscreveu a tese “Socialismo é luta”.

Ressurreição dos moderados

Pelas teses inscritas, pelo perfil dos delegados e pelas possibilidades de alianças, tudo indica que o ex-Campo Majoritário confirmará sua hegemonia neste congresso. Abalado pelas denúncias de corrupção que dizimaram o seu “núcleo duro”, ele mostrou invejável capacidade de recuperação. Em curto espaço de tempo, renasceu das cinzas para surpresa dos petistas mais críticos. Fruto da crise que abateu o PT, todas as 12 teses (com seus 900 mil caracteres) reafirmam o socialismo, apontam limitações no governo Lula e criticam as distorções partidárias. O tom mais à esquerda, entretanto, não deve gerar falsas expectativas. A correlação de forças não se alterou no partido.

Tanto na tese como no projeto de resolução, a CNB é a mais branda na análise crítica do governo Lula. Sobre o primeiro ponto de pauta, ela é taxativa: “O governo Lula caminha no rumo do país que queremos”. De forma acrítica, afirma que sua “política econômica privilegia o crescimento” e exagera nos elogios à estabilidade – que corre riscos devido aos recentes abalos financeiros no mundo. Contrariando declarações do próprio presidente, principal referência da corrente, garante que “o governo Lula é um governo de esquerda que constrói os fundamentos de uma verdadeira revolução democrática, essencial para caminharmos na direção de uma sociedade socialista”.

O socialismo defendido pela corrente “Construindo um novo Brasil”, entretanto, é cada vez mais parecido com as velhas visões da social-democracia européia. “A superação do capitalismo não se dará pela via da ruptura violenta e nem pela adoção de modelos já fracassados… O socialismo não deve ser confundido com estatização, mas entendido como socialização da política”, afirma. Na prática, propõe a expansão do mercado interno, que “dê dinamismo ao capitalismo brasileiro e promova outro tipo de reforma. A partir daí poderão surgir outros temas em discussão, aparentemente proibidos hoje, como a propriedade social e o caráter da empresa privada”.

Quanto ao partido, terceiro item da pauta, a CNB aponta os erros, mas sem assumir diretamente a sua responsabilidade ou tirar lições para o futuro. “Erramos na forma de consolidação da base de sustentação político-parlamentar”; “a governabilidade institucional foi a única que buscamos”; e houve “certa exclusividade para as tarefas governamentais e institucionais”. Ela também critica “o funcionamento de núcleos de poder paralelos à direção partidária” e a política de finanças, “sem o devido debate interno” e que colocou em risco a credibilidade do partido. Apesar disto, a tese prioriza a via institucional e dá poucas linhas para as relações com os movimentos sociais.

Um novo centro petista?

A novidade deste 3º Congresso é a tese “Mensagem ao Partido”, que reuniu forças que sempre se digladiaram na história petista. Numa aliança arriscada, que dilui as diferenças entre concepções, a Democracia Socialista se juntou ao grupo do ministro Tarso Genro e a lideranças do ex-campo majoritário. A articulação foi fruto do descontentamento com os rumos do PT, em especial com as ações “alopradas” que quase derrubaram o governo Lula e destruíram o partido. Num primeiro momento, conseguiu a simpatia de governadores e deputados, como Marcelo Deda, Wellington Dias e “outros com quem jamais havia assinado documento conjunto”, registrou a Carta Maior.

Aparentemente, porém, esta iniciativa mais ampla refluiu na reta final do congresso, com a CNB confirmando o seu poder de atração ou neutralização. Seus mentores rejeitam as especulações da mídia, que fala numa adesão de 16% dos delegados, mas concordam que o ex-campo majoritário será maioria no congresso. Por outro lado, a aliança resultou em certa confusão programática. A parte mais ácida do documento é exatamente a que aborda as distorções do PT. De início, os seus redatores chegaram a defender uma “refundação” do partido, mas depois recuaram no texto final. Mesmo assim, as críticas aos desvios são duras e com endereço certo – o ex-campo majoritário.

Nos outros pontos, o texto é mais brando e confuso – talvez a única forma de se viabilizar uma aliança tão inesperada. Afirma que o PT está no “momento de atualização de sua visão sobre o socialismo” e prega que incorpore os “valores do republicanismo” – sem elucidar o que é isto. Diz apenas que o socialismo não deve ser estatista, “como acabou predominando nas culturas da social-democracia e das vertentes dominantes que resultaram da revolução russa… A resposta a este desafio passa pelos valores republicanos e pela noção central da esfera pública”. Ele chega a afirmar que “a construção de uma verdadeira república” faz parte da “construção do socialismo”.

Numa entrevista ao jornal Valor, o ministro Tarso Genro, que não comunga as mesmas idéias da Democracia Socialista, foi mais explícito na definição do republicanismo. Disse que o conceito de classe no estado burguês é “um ranço ideológico” e defendeu que “a democracia deve admitir a desigualdade social relativa, senão não será democracia”. Para ele, “as pessoas têm de ter o sentimento de pertencer às classes sociais porque assim elas participam de um diálogo de coesão. Isto é que dá estabilidade e força à democracia”. Não poderia ser mais explicito na defesa da sua visão social-democrata, sugerindo que esta aliança congressual optou por uma visão centrista!

O isolamento das esquerdas

Por último, as correntes mais à esquerda no espectro partidário – e aqui não vai nenhum juízo de valor – novamente apareceram divididas e também com muitas confusões teóricas e políticas. A Articulação de Esquerda, que goza de influência no interior do PT – foi a terceira mais votada no processo de eleição direta (PED) de 2005 – é dura nas críticas às distorções vividas pelo partido nos últimos anos. Aponta a ausência de um projeto estratégico como o responsável pelo processo de burocratização e institucionalização do PT. Critica a manutenção da política macroeconômica no governo Lula e defende o socialismo, sem qualquer fase transitória desenvolvimentista.

Em entrevista à Carta Maior, Pomar fez questão de alfinetar a rival Democracia Socialista. “Não vamos fazer inflexão agora, porque o papel da Articulação de Esquerda é concentrar esforços na reconstituição da hegemonia socialista no PT, uma tarefa de médio prazo”. As demais correntes à esquerda, como O Trabalho e a TM, sequer nutrem esta expectativa otimista. Pomar insiste que a adversa correlação de forças neste congresso não se repetirá, necessariamente, no próximo PED. Mas tudo indica que não será nada fácil a vida das forças petistas mais à esquerda após o evento deste final de semana. A não ser que haja uma hecatombe decorrente do julgamento do STF.

* Jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB, editor da revista Debate Sindical e autor do livro As encruzilhadas do sindicalismo (Editora Anita Garibaldi).

Anexo:
As teses do ex-Campo Majoritário

“Concebemos o socialismo como um projeto de tomada de consciência e conseqüente construção de hegemonia. O socialismo petista é, sobretudo, um projeto político e cultural de emancipação das classes trabalhadoras e dos excluídos, uma conquista cotidiana que permite a efetivação de revoluções democráticas, de consolidação de valores republicanos e afirmação da cidadania”.

“A superação [do capitalismo] não se dará pela via da ruptura violenta, nem pela adoção de modelos já fracassados. Nos países do chamado socialismo real, a luta anticapitalista foi afetada por um retumbante fracasso político. A política não foi socializada e não se criaram as condições para a autotransformação. Para o PT, a concepção de socialismo deve ser combinada com o conceito de revolução democrática e de socialização da política”.

“O socialismo não deve ser confundido com estatização, mas entendido como socialização da política. Essa noção deve ser cara ao PT, já que recupera a idéia da cidadania ativa, reconhece a democracia como espaço de explicitação de dissensos e propõe a ampliação da participação popular e controle social do Estado”.

“A militância petista no século 21 não deve se restringir à noção de luta de classes – ainda viva e estruturante para o socialismo –, mas deve estar preparada para enfrentar os problemas contemporâneos à luz dos valores socialistas que inspiraram a formação do nosso partido e tem norteado a atuação do governo Lula”.

“O governo Lula caminha no rumo e na direção deste país que nós queremos – praticando uma política econômica que privilegia o crescimento, mas comprometido com a distribuição de renda e da riqueza, com a recuperação do poder do Estado e da qualidade do serviço público e de um comportamento afirmativo do Brasil no mundo”.

“O governo Lula é um governo de esquerda; que constrói os fundamentos de uma verdadeira revolução democrática, essencial para caminharmos na direção de uma sociedade socialista”.

“A partir do governo Lula, vivemos uma revolução democrática que pretende mudar a sociedade pela conscientização da população; não por uma vanguarda política, mas pela ampliação da participação e pela construção da hegemonia”.

“O governo Lula é mais de esquerda do que foi caracterizado pela imprensa e, algumas vezes, por discursos de membros do próprio governo, revelando certa falta de compreensão sobre os avanços propostos e alcançados nesses quatro anos”.
“Temos de criar o mercado interno que, com a integração da América Latina, dê dinamismo ao capitalismo brasileiro e promova outro tipo de reforma. A partir daí poderão surgir outros temas em discussão, aparentemente proibidos hoje, como a propriedade social e o caráter da empresa privada. Cria-se uma perspectiva socialista, e não só de reformas dentro do capitalismo”.

“No Brasil que queremos, os partidos de esquerda devem estar juntos, empunhando as mesmas bandeiras e ocupando as mesmas trincheiras. Para isso, o PT deve buscar, junto ao PCdoB e ao PSB, compor o núcleo da coalizão do governo Lula, de maneira a contribuir para a consolidação de uma hegemonia de esquerda no país e para sedimentação dessa aliança estratégica para o projeto socialista”.

Site do PC do B

Rizzolo: Na verdade os conceitos do antigo “Campo Majoritário” agora denominado “Construindo um novo Brasil” permanecem pouco alterados, o conceito político do CNB é uma réplica da velha social-democracia européia; fica patente que não há outra forma de enxergar o Brasil no futuro com a implementação da superação do capitalismo a não ser via “socialização da política”, ou seja, a participação do Poder Popular é que na verdade Dara o tom à vertente da superação do capital, uma visão menos estatizante e mais política, onde o Estado se submeteria ao Poder Popular que daria sim a s diretrizes políticas e econômicas. A socialização da política é o conceito da participação do povo na democracia participativa, muito embora exista um caminho longo em face a democracia restrita em que vivemos, cujas tomadas políticas se dão em face a manipulação da população através da mídia deletéria.

Pontos como a integração da América Latina nos leva ao caminho da participação popular como na Venezuela e outros países vizinhos, e o principal no meu ponto de vista é o desenvolvimento de um mercado interno forte de cunho nacionalista, muito embora não se fala nisso ainda.

Por que a Rússia tirou a espada da bainha?

No dia 17 de agosto, 14 bombardeiros estratégicos tomaram os céus a partir de sete bases aéreas simultaneamente por toda a Rússia. Os aviões que decolaram estiveram no ar por 20 horas, com apoio, reabastecimento e interação com a Marinha. O presidente Vladímir Pútin prontamente anunciou que seu país reiniciou, de forma permanente a partir daquela sexta-feira, os vôos de patrulha de longa distância, os quais foram suspensos em 1992 em seguida à desintegração da União Soviética. Ele também fez um apelo às outras nações pedindo compreensão pela atitude.

Na verdade, os vôos de longa distância dos bombardeiros estratégicos da Força Aérea Militar (VVS, na sigla em russo), começaram muito antes. Quando os laços russo-britânicos se viram diante de um rompimento em meados de julho, devido a um incidente ligado à espionagem, dois bombardeiros Tupolev Tu-95 foram detectados em espaço aéreo internacional, na noite de 19 de julho, entre Stavanger, no sul da Noruega — onde a força aérea real britânica (RAF, na sigla em inglês) mantém instalações —, e a cidade escocesa de Aberdeen. Dois caças britânicos decolaram às pressas para interceptá-los.

No início de agosto, bombardeiros de longo alcance, com mísseis de cruzeiro, começaram a voar cada vez mais próximos de território americano, incluindo a região do Alasca, em missões de treinamento. Há duas semanas, bombardeiros russos foram vistos sobrevoando uma base militar americana pela primeira vez desde o fim da Guerra Fria. Voaram sobre a base aérea da ilha de Guam, e os pilotos dos dois países “trocaram sorrisos” durante a breve confrontação que tiveram nos céus.

Tal jogo de gato e rato, que era uma ocorrência comum durante a era da Guerra Fria, foi reiniciado depois de um hiato completo de 15 anos, e sua conotação e base estratégica ainda era intrigante e imponderada.

A Rússia reassumiu a patrulha de longa distância com seus bombardeiros e isso mostrou de alguma forma que as relações russo-americanas atingiram o seu nível mais baixo desde o fim da Guerra Fria. Em anos recentes, os laços bilaterais entre essas nações flutuaram entre altos e baixos. Particularmente, na questão de um sistema de defesa anti-mísseis, que envolveu interesses cruciais da Rússia, o presidente Pútin apostou em uma briga de dar o troco com os EUA. No meio de sua viagem aos EUA, ele fez um conjunto de propostas, sendo que o lado americano permaneceu indiferentre a elas.

Na verdade, a Rússia tem muito claras as verdadeiras intenções estratégicas dos EUA em instalar um sistema anti-mísseis na Europa Oriental. E a única coisa que a Rússia pode fazer, entretanto, é tomar medidas práticas de resposta a isso, ignorando as severas críticas que foram feitas em condenação a essa política.

Por essa razão, a Rússia disse abertamente que iria apontar suas armas nuclearas para os lugares onde será sediado o sistema de defesa anti-mísseis na Europa Oriental a partir de 15 de junho. Em julho, o país anunciu a suspensão unilateral de sua participação no Tratado de Forças Convencionais da Europa. Essas medidas em série de conteúdo estratégico tomadas recentemente pela Rússia significam uma forte resposta às imposições estratégicas feitas pelos EUA ao lado russo.

Fora das considerações em relação à situação de segurança interna e externa, a Rússia se preparou para resistir ao cerco estratégico feito pelo Ocidente, e voltar a revitalizar seu poderio militar tornou-se uma opção crucial. De volta ao início deste ano, Pútin assinou um decreto autorizando o plano de modernizar todo o equipamento militar das Forças Armadas russas, a um custo de US$ 200 bilhões, inclusive desenvolver bombardeiros estratégicos de nova geração, novos porta-aviões e aquisição de mísseis estratégicos de nova geração.

A recuperação da economia, com um “momentum” de acumulação, pavimentou o caminho para a Rússia retomar seu poderio militar. Como o segundo produtor de petróleo do planeta, ela agora saboreia uma posição importantíssima no mercado mundial do petróleo. Sua economia tem se reabilitado com rapidez, com as sustentadas elevações do preço do petróleo. Em uma época em que as nações ocidentais estão cada vez mais preocupadas sobre o futuro do suprimento de petróleo, o “cartão de energia” nas mãos da Rússa não só aumentou seu peso em oposição às nações Ocidentais como lhe deu um novo ânimo para modernizar e ampliar sua força militar em todos os sentidos.

No presente, não é difícil para as pessoas sentirem um “chiado” ou “engasgar” nas relações russo-americanas com a Rússia tomando uma postura militar dura. Ainda é muito cedo para concluir que o prefácio de uma “nova guerra fria” foi iniciado. Mesmo assim, é indubitável dizer que confronto e fricção estão cada vez mais em moda. Racionalmente, com o diálogo e as consultas mútuas permanecendo como aspectos principais, é impossível que as relações entre russos e americanos retornem àquelas da Guerra Fria e a situação internacional não pode ser colocada como da mesma maneira que era naquela época.

Por Wang Baofu, vice-diretor do Instituto de Estudos Estratégicos da Universidade de Defesa Nacional do Exército Popular de Libertação da China.

Fonte: Diário do Povo Online

Diário do Povo Online – China

Rizzolo: Não foi por falta de dialogo por parte da Rússia que a relação com os EUA tem se desgastado. Putin foi claro quando propôs que sistema antimíssil deveria ser elaborado em conjunto com a Rússia, contudo os EUA, deram de ombros, e disseram um grande “não”. Há duas semanas, bombardeiros russos foram vistos sobrevoando uma base militar americana pela primeira vez desde o fim da Guerra Fria. Não é possível que os EUA acreditem que os Russos vão passivamente aceitar a instalação de mísseis com o pretexto de “se defenderem de mísseis iranianos”, ora, esses mísseis nem existem. Vladimir Putin, em entrevista publicada na revista alemã Der Spiegel esclareceu que o sistema que os EUA estão implantando em torno da Rússia, “é claro que não é em si simplesmente um sistema de defesa contra mísseis. Quando estiver criado e instalado, funcionará no modo automático, conjugado a todo o potencial nuclear dos Estados Unidos. Haverá na Europa elementos do potencial nuclear dos Estados Unidos, o que modifica completamente toda a configuração da segurança internacional”. Como já disse os EUA acreditam que os Russos são imbecis e que vão se submeter a seus desígnios. Ledo engano.

Argentina inicia campanha por nacionalização do petróleo

Assinatura de 1 milhão de argentinos. É a partir desse número grandioso que setores da sociedade civil do país pretendem algo ainda mais impactante: nacionalizar o petróleo e o gás de seu território, e assim, retomar a soberania energética perdida com as privatizações neoliberais.

A campanha é promovida pela Federação de Trabalhadores da Energia da República Argentina (FeTERA), Auto-convocados pelo Petróleo e o Gás, Comissão pelo Centenário do Petróleo Argentino (Cocepa) e Movimento pela Recuperação da Energia Nacional Orientadora (Moreno). Organizações sindicais, sociais, de direitos humanos e pessoas de todo o país podem aderir ao movimento. Como parte dela, no próximo 1º de setembro, às 10 horas, será realizado o 2º Encontro Federal pela Recuperação do Petróleo e do Gás, no Anfiteatro da ATE Nacional, na cidade autônoma de Buenos Aires.

Os movimentos estão conscientes da necessidade de continuar na luta pela recuperação dos recursos naturais estratégicos e, por isso, “seguimos denunciando o aprofundamento da entrega do petróleo, através de leis que beneficiam os monopólios petroleiros experimentados na depredação e exibindo ao público os fios secretos de suas manobras, além de continuarmos levantando nossa voz na rua”, diz um dos documentos.

Durante o 1º Encontro Federal pela Recuperação do Petróleo e do Gás, realizado no ano passado, as organizações apresentaram pontos de luta: nacionalização integral do petróleo, do gás e de todos os recursos energéticos; reestatização da Repsol-YPF e Gás do Estado; anulação dos recentes convênios entre Enarsa e petroleiras; contra a prorrogação de contratos e anulação da licitação de áreas; suspensão imediata da exportação de gás e petróleo.

Fonte: Agência Adital
Rizzolo:Depois que as políticas entreguistas pilharam as economias da América Latina, os movimentos de recuperação e de nacionalização de setores como o petróleo é imprescindível. Já a Shell e a Esso anunciaram que provavelmente irão se retirar da Argentina. Por trás dos rumores da partida da Esso estão os confrontos que o governo do presidente Néstor Kirchner mantém com as companhias de combustíveis. A Argentina, afirmam analistas, teria se transformado em um lugar com várias incertezas para as companhias de combustível, que foram alvos de freqüentes pressões do governo atual. O temor é que as pressões poderiam continuar nos próximos quatro anos, caso a primeira-dama e senadora Cristina Fernández de Kirchner vença em outubro as eleições presidenciais, na realidade essas companhias sempre fizeram o que queriam no exterior sem dar maiores satisfações, a Shell, por exemplo, aumentou seu preço como medida de desafiar Kirchner. Querem ir embora? Pois vão, na minha opinião seria um favor.

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