Por Carmen Munari
SÃO PAULO (Reuters) – Sem usar camiseta, boné nem broche do PT, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado que o partido cometeu erros que serão apurados e que os acusados pelo mensalão que forem considerados culpados pela Justiça terão que pagar. Ainda assim, não negou companheirismo com os envolvidos no esquema e disse que entre todos os partidos, o PT é o mais ético.
“Quem errou estará subordinado às mesmas leis, às mesmas regras que os 190 milhões de habitantes deste país”, disse Lula em mensagem de uma hora ao 3o Congresso Nacional do PT.
“Na política não podemos perder a sensibilidade, o companheirsmo, quando a gente está vivendo um momento difícil”, completou, evitando o termo “solidariedade”.
Mesmo admitindo erros, ele elogiou o comportamento do partido ao afirmar que “é verdade que os erros existiram e precisam ser apurados, mas ninguém tem mais autoridade moral e ética do que o PT”.
Lula também sinalizou aos integrantes do partido que seu sucessor na Presidência não deve ser necessariamente do PT, manifestação que foi feita por muitos petistas de alto escalão na abertura do evento na véspera.
“Disse e reafirmo que passarei a faixa presidencial para meu sucessor no dia 1o de janeiro de 2011, lutarei no entanto para que o futuro presidente seja alguém identificado com nosso projeto, capaz de dar continuidade e profundidade à obra que nós iniciamos”, afirmou, acrescentando que tanto o PT como os aliados que formam a coalizão de governo têm nomes para a sucessão.
Folha on line
Rizzolo: Ao analisarmos a questão do ponto de vista ético, não há dúvida que nunca em nenhum governo a Polícia Federal, agiu tanto, e membros do próprio governo foram investigados e levados à apreciação do Judiciário em face à supostas condutas delitivas. Não há que se falar em falta ética e moral, como gostam os reacionários, vez que tudo é devidamente apurado. Já o mesmo não ocorre no PSDB onde as tentativas de apurações ou impedimentos de CPis ocorrem, contando com “especialistas” tucanos em fazer de tudo para nada ser apurado, talvez o legado de FHC que empurrava tudo pra baixo do tapete.
Não é possível que num contexto “apurativo” e “depurativo” do governo Lula onde tudo é devidamente apurado “doa a quem doer”, o PSDB, que representa a elite paulistana, na figura do governador Serra, se porte dessa forma usando de expedientes e manobras ardilosas, no sentido de orientar os parlamentares tucanos na Assembléia Legislativa de São Paulo a barrarem qualquer tentativa de investigação, principalmente a instalação de uma CPI. Em matéria de impedir instalação de CPIs, o PSDB já tem doutorado, haja vista que 70 CPIs não foram instaladas na gestão de Geraldo Alckmin e 10 mofam no governo José Serra. É aí falta ética e moral , sim.