Amorim ainda crê no sucesso de Doha, mesmo com atraso

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, acredita que a Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) tem boas chances de ser bem sucedida. O chanceler evitou tecer comentários sobre as afirmativas do presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, que comentou que a rodada estaria morta caso não seja definida até novembro.

“Como ela (Rodada Doha) morreu muitas vezes, não nos impressionamos muitos com pressões deste tipo. Como disse o presidente da Comissão é muito importante fazer avanços até novembro, se possível até antes”, afirmou o ministro.

Amorim ponderou que os países devem fazer todos os esforços como se novembro fosse “uma prazo fatal” para finalizar os acordos, mas argumentou que se for necessário fazer alguns trabalhos posteriores isso não impedirá o sucesso da rodada.

“Estou convencido de que a rodada vai se concluir de maneira exitosa. Quando concluída, vai ter um resultado muito melhor do que o que poderia ter tido em Cancun, quando previu-se que se chegaria a uma conclusão pelo menos em relação às modalidades básicas”, disse Amorim, que fez referência ao encontro realização no México em 2006, quando os países não chegaram ao refinamento de conclusões imaginado.

O chanceler brasileiro concordou que muitas vezes o progresso das negociações no âmbito da Rodada Doha é lento, mas não significa que não haja progresso.
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Rizzolo:Vou transcrever um comentário que já anteriormente fiz sobre essa questão de Doha: “os EUA e a União Européia, são governos fracos, em final de mandato, sem apoio eleitoral em seus países. Uma Europa sem liderança e sem política comum, a não ser defender com unhas e dentes essa política fracassada de subsídios agrícolas. De nossa parte devemos tirar todas as lições, continuar negociando, mas cuidar do Brasil e do Mercosul, da integração da América do Sul, do nosso mercado interno, aprofundando nossa política de desenvolvimento e nossa política industrial e de inovação. Não dá para confiar e acreditar nas instituições internacionais como elas estão hoje e com a presente hegemonia norte-americana e européia, o que querem é subjugar os interesses de países como o Brasil e a Índia, e de sobra acusam nos acusam e à Índia de termos sido culpados pelo fracasso das negociações”.
Acrescentaria apenas desta feita que à parte essas questões já elencadas por Lula, não devemos esquecer que muito embora exista a “alegria do etanol” quando da vinda do Bush ao Brasil ele não ofereceu absolutamente nada em termos de diminuição da tarifa ele categoricamente não concorda com a reivindicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a redução imediata da tarifa norte-americana de importação do biocombustível brasileiro, que é de US$ 0,54 (cerca de R$ 1,13) por galão. Só para não esquecer que em primeiro lugar os interesses do império.

Charge de Duke para Super Notícia (MG)

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Lula: Brasil entrará no rol dos países que participam do G-8

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Ao analisar a economia brasileira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstra tanta confiança que se arrisca a dizer: “O Brasil será uma economia pujante nesses próximos 15 anos. Estou convencido de que o Brasil entrará no rol dos países que participam do G-8, do G-7. Temos potencial para isso”. A declaração foi dada na sexta-feira (31), em entrevista concedida por Lula a um grupo de repórteres dos 11 jornais regionais mais influentes do país.

O presidente também tratou dos abalos na economia americana, desencadeada pela crise do setor mobiliário, e reiterou que o Brasil está imune. Temas como crescimento econômico, salários, desigualdades regionais e questões tributárias também foram tratados na coletiva. Confira abaixo um resumo com os principais depoimentos de Lula.

Crise Externa
“O Brasil vive uma situação que, em nenhum momento da nossa história, nós conseguimos viver. Um momento em que tem um conjunto de fatores, sobretudo no que diz respeito às políticas econômicas, combinando entre si, que permitem que a gente tenha uma crise como essa crise imobiliária americana, e o Brasil se mostra muito tranqüilo. Estamos convencidos de que, qualquer que seja a durabilidade dessa crise, ela não nos trará problemas. Aliás, é importante lembrar que, mesmo os analistas internacionais e o próprio presidente do FMI, que esteve comigo aqui, dizendo que se houver uma retração, como eles estão pensando, o que essa crise poderia implicar na economia brasileira seria na redução do PIB de 0,1%, ou seja, nada, praticamente. E isso se deve à robustez da economia brasileira. Nós monitoramos, todo santo dia, a entrada de dólares e a saída de dólares. Durante todo o período de crise, ter entrado mais dólares do que saído é uma coisa excepcional para os padrões brasileiros, em que qualquer susto na economia mundial, nós corríamos. Se vocês analisarem o que foi a crise asiática, o que foi a crise russa, vocês vão perceber que o FMI e os países mais ricos injetaram menos de US$ 200 bilhões na economia. Nesse caso, os Bancos Centrais europeu e americano já colocaram US$ 400 bilhões para ver se salvam os seus fundos de pensão, e a economia brasileira está tranqüila. E ela está tranqüila porque os empresários estão fazendo os investimentos, ela está tranqüila porque o emprego cresce de forma extraordinária no mercado brasileiro.”

Perspectivas
“Nós estamos nos preparando, porque eu estou convencido de que o Brasil será uma economia pujante nesses próximos 15 anos. Estou convencido de que o Brasil entrará no rol dos países que participam do G-8, do G-7, temos potencial para isso. Tem essa novidade extraordinária dos biocombustíveis que, na minha opinião, será inexorável. O mundo vai se subordinar aos biocombustíveis, é uma exigência do planeta, é uma exigência da humanidade que os carros sejam menos poluentes, que os combustíveis sejam menos poluentes,”

Crescimento econômico
“Nós estamos com um crescimento bom. Tenho dito ao longo desses últimos 12 meses que eu prefiro que a economia cresça 5% durante 15, 20, 10 anos, que seja um crescimento sustentável e que a gente não fique oscilando, um ano cresce 6, outro ano cresce 3. Eu acho que nós vamos ter um crescimento vigoroso, um crescimento que será um ciclo histórico neste país. Vocês viram o crescimento do comércio varejista no Brasil. É um crescimento chinês, o setor de máquinas agrícolas está crescendo, os bens de capital estão crescendo, e essa nossa tranqüilidade é porque não pararam os investimentos”.

Salários
“Os acordos salariais feitos entre trabalhadores e empresários têm melhorado muito. Mais de 86% dos acordos salariais estão sendo feitos acima da inflação, e 97% são feitos até a inflação, numa demonstração de que isso só acontece quando a economia está bem. Eu fui dirigente sindical durante muito tempo e tem uma coisa que a gente aprende nos cursos de sindicalismo: quando a economia vai mal, o trabalhador só perde. Quando a economia vai mal, o trabalhador não consegue fazer acordo com nenhuma vantagem. Vocês estão lembrados da famosa greve de 1980, em que a gente voltou a trabalhar depois de 41 dias, sem ganhar absolutamente nada porque as empresas estavam em crise – portanto, não tinham como dar reajuste?”.

Desigualdades regionais
“Eu estou convencido de que, no Brasil, nós precisamos caminhar de forma rápida para tornar a região Norte e a região Nordeste mais próximas do que são a região Sul e a região Sudeste. É preciso que a gente coloque a possibilidade da construção dos degraus de possibilidades sociais, de possibilidades de crescimento para que as duas regiões mais empobrecidas do país possam subir um degrau e conquistar a cidadania, e eu acho que isso vai acontecer. As pessoas, muitas vezes, ficam preocupadas porque o crescimento do Nordeste ou do Norte significa o não crescimento do Rio, de São Paulo ou de Minas Gerais. Pelo contrário, quanto mais crescer o Norte e o Nordeste, mais podem crescer São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, porque quanto mais consumidores a gente criar no Nordeste e no Norte do País, mais chance as empresas do Centro-Sul terão condições de produzir.

Comparação
“Eu estou convencido de que o momento é singular. Muitas vezes, as pessoas me falam: ‘Mas o Brasil já cresceu 7% no governo Juscelino’. Cresceu com uma inflação de 23%. O Brasil cresceu 14% em 1973, e o salário mínimo diminuiu. O importante é que tenha uma combinação perfeita entre o crescimento econômico e a política de distribuição de renda, para que você possa fazer valer o crescimento econômico. Ele tem que crescer para todos e todos precisam viver disso. Os dados do Pnud e os da Pnad mostram o quê? Que a quantidade de gente que deixou a linha da pobreza e passou para outra classe social é muito grande no Brasil. Se a gente for analisar o que aconteceu na época do ‘Milagre Brasileiro’, na década de 60 e 70, a gente pensa: por que o Brasil não atingiu a renda per capita européia? É porque na verdade o Brasil crescia, mas não tinha nenhuma distribuição de renda. Quando terminou o regime militar, a gente começou a perceber que o que resultou para nós foi o pagamento de uma dívida externa monstruosa, e passamos 20 anos para que isso fosse resolvido. Hoje, vejam que engraçado, não devemos nada ao FMI, não devemos nada ao Clube de Paris e, portanto, hoje não precisa vir nenhuma delegação dar palpite na nossa economia. Nós conquistamos o direito de decidir o nosso destino”.

Reforma tributária
“Em abril de 2003, eu e 27 governadores de estado fomos ao Congresso Nacional entregar uma proposta de reforma tributária que foi feita por todos nós, juntos. Acontece que reforma tributária é como time de futebol. Cada um tem o seu. Reforma tributária, cada segmento empresarial tem a sua, cada deputado tem a sua, cada senador tem a sua, cada ser humano tem a sua. O importante é tentar encontrar um ponto de equilíbrio e que a gente tenha uma política tributária que faça justiça igual a todos os estados brasileiros. Na guerra fiscal, quem tem menos chance, por mais que participe da guerra fiscal, são os estados do Nordeste e do Norte do País. Por quê? Porque são estados que têm menos consumidores ainda, não têm um mercado consumidor muito grande. Nós agora estamos, no Congresso Nacional, com uma proposta de reforma tributária. Será, eu acho, votada este ano. A nossa disposição é votá-la junto com a DRU (Desvinculação das Receitas da União) e com a CPMF. Há concordância entre muitos dos secretários da Fazenda”.

Carga tributária
“Quando as pessoas falam do aumento da carga tributária, é importante a gente lembrar o seguinte: a carga tributária pode aumentar se você aumentar tarifas, se você aumentar o imposto, e ela pode aumentar se você aumentar a eficiência da arrecadação ou se a economia crescer e as empresas tiverem mais lucro. Esse é um dado concreto. Quando as pessoas falam ‘a carga tributária foi 30, foi 34, foi 35% do PIB’, é preciso ver ao mesmo tempo o balanço das empresas, para a gente perceber que elas ganharam muito mais dinheiro. E se elas ganharam muito mais dinheiro, elas terão que pagar mais imposto. O dado concreto é que no nosso governo nós não aumentamos imposto, não aumentamos tarifa. Agora, estamos aumentando a arrecadação, criamos a Super Receita, vinculamos a Previdência à Receita Federal, para que a gente possa melhorar a arrecadação brasileira”.

Mensalão
“Tentaram estigmatizar isso nas eleições e não conseguiram, até porque o povo percebe, com muita clareza, que, se existisse na história do Brasil governos que antes de mim fizessem 10% do que eu faço para combater a corrupção, quem sabe nós não tivéssemos corrupção no Brasil. Segundo, é importante lembrar o que está acontecendo. Por enquanto você não tem ninguém culpado e você não tem ninguém inocentado. Houve um processo na Câmara, que foi para o Ministério Público, do Ministério Público foi para o Supremo Tribunal Federal. Até agora, a decisão do Supremo é de que aceitou o indiciamento para fazer investigação. Agora é que vai começar o processo. Eu não dou palpite sobre decisão do Supremo Tribunal. Cada acusado tem advogado e cada acusado vai se defender. Eu acho que isso é importante, e eu espero que valha para quem foi indiciado, que valha para vocês da imprensa e que valha para mim. Os que foram indiciados, agora é que vão ter o direito de começar a se defender, de juntar provas. O importante é o seguinte: o meu governo será julgado pelas obras que nós realizarmos neste país até 2010. É isso, no fundo, no fundo, o que o povo vai ver. Certamente que, como nós temos muitos partidos políticos, temos gente que é contra, gente que é a favor, como também é normal na democracia, você vai sempre ter gente tentando jogar nas costas do governo a responsabilidade por tudo o que acontece no País”.

Pressão sobre o STF
“Um ministro da Suprema Corte ou um procurador-geral da República, e eu digo por mim, que alguém trabalhe porque a imprensa pressionou, trabalhe porque alguém pressionou. A Suprema Corte é uma instância que precisa ser preservada por todos, porque ela é a última garantia que todos nós, 190 milhões de brasileiros, temos de que a democracia será exercida na sua plenitude. Então, eu não acredito, sinceramente, eu não acredito que 50 manchetes de jornais ou 50 reportagens de televisão possam fazer pressão para que um ministro da Suprema Corte vote. Se isso aconteceu, eu posso te dizer então, que é preciso repensar o comportamento do ser humano. Eu não acredito que as pessoas trabalhem assim, porque eu não trabalho assim, e eu não acredito que a Suprema Corte possa trabalhar por causa de pressão, até porque ninguém na Suprema Corte precisa de voto. Eles não disputam eleição, eles não têm que prestar contas ali, eles foram indicados pelo presidente da República, aprovados pelo Senado e só saem de lá quando se aposentarem aos 70 anos idade. Portanto, a pressão não tem nenhum sentido”.

PT
“Então, eu fico perguntando o seguinte: você quer autocrítica maior do que já foi feita pelo Partido dos Trabalhadores? Você quer mais castigo do que as pessoas que estão envolvidas terem os seus nomes estampados nos jornais todos os dias, sendo inocentes ou não? Está estampado lá, vão ter que provar que são inocentes. O PT deu a resposta, na verdade, foi no PED, quando o PT conseguiu, no auge da crise, colocar 320 mil pessoas para votar, e deu a resposta nas eleições de outubro do ano passado. Agora, o que nós temos? Temos que esperar que a Justiça ande com o processo, que as pessoas se defendam. Certamente, muitos serão inocentes e a minha tese é de que os culpados paguem, os inocentes sejam absolvidos e a normalidade política do País continue. Certamente, se não fosse o governo Lula, isso não aconteceria, porque as pessoas no Brasil tinham o hábito de não permitir investigação, de não ir a fundo nas coisas”.

Relação Institucional
“Governar não é uma ação entre amigos. Eu trato os governadores do meu partido igual eu trato os governadores do PSDB, igual eu trato os do PTB, igual eu trato os do PDT. Não tem distinção, não é uma relação entre amigos. Na minha relação entre amigos é que eu posso convidar um para ir à minha casa jantar, mas na hora em que eu tenho que tratar da relação com os entes federativos, aí o que conta são os interesses do povo brasileiro e não os interesses desse ou daquele governador”.

Da Redação, com informações de O Povo
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Rizzolo: Apenas duas questões gostaria de comentar, a primeira é que a carga tributária é pesada sim, e não é pelo fato dos melhores resultados das empresas em si, nem pelo fato que melhorou a arrecadação, o cerne da questão é que a carga tributária no Brasil é alta principalmente para a media e pequena empresa, essas sim é que sentem o peso da carga. Precisamos diminuir essa carga principalmente nesse segmento. A segunda questão é sobre a mídia, o Presidente sabe muito bem que houve pressão pelo Partido Midiático, no STF, sabe, mas não quer dizer, aliás, sem ter a pretensão de corrigir o Presidente Lula a quem sempre prestigio, uma pequena observação jurídica na afirmação de Lula que o “Supremo é de que aceitou o indiciamento para fazer investigação”, não é o indiciamento, e sim o recebimento da denuncia, oferecida pelo Ministério Público Federal, que dá inicio à Ação Penal, indiciamento se da na Polícia Judiciária em âmbito de inquérito. Mas isso são detalhes menos grave do que acreditar que a mídia golpista não tem força. No resto eu concordo em genero, número e grau com o Presidente, o Brasil vai muito bem, para a infelicidade daqueles que estão “cansados” e torcem pelo golpe.

Fator de contenção: os avanços na relação China-Rússia

Em artigo publicado no Avante! de 30 de Agosto de 2007, o analista político Luís Carapinha, membro do Comitê Central do Partido Comunista Português (PCP), analisa a relação entre Rússia e China. “Os dois países encerraram a antiga contenda fronteiriça, e suas relações são as melhores das últimas décadas. O fato inquieta os Estados Unidos, que não deixarão de explorar todo o leque de contradições e contrapesos, numa situação bem distinta da Guerra Fria”. Confira o texto.

Fator de contenção

Por Luís Carapinha

Realizou-se dia 16, em Bishkek, capital do Quirguistão, a cimeira anual de chefes de Estado da Organização de Cooperação de Xangai (OCX). A reunião do antigo Grupo de Xangai, formado em 1996 como organização de boa vizinhança e cooperação, que hoje integra a China, Rússia e quatro ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central – Irã, Índia e Paquistão possuem estatuto de observador -, acontece numa altura em que se adensam as incertezas e ameaças no plano internacional.

No Iraque, a resistência à ocupação levou ao pântano a sangrenta intervenção imperialista, colocando num impasse a estratégia e objetivos dos Estados Unidos consignados no megalomaníaco plano do Grande Oriente Médio. A situação encaminha-se pelo mesmo diapasão no Afeganistão. No Paquistão, o desgaste de Musharraf inquieta os Estados Unidos.

Ao mesmo tempo, a Casa Branca insiste na via militarista. Para 2008, o projeto de orçamento da Defesa, incluindo os fundos adicionais para a guerra, supera os 700 mil milhões de dólares, um novo recorde absoluto. À escala global, Washington avança com o projeto ofensivo do sistema antimíssil na Europa (com a Nato/UE) e região da Ásia-Pacífico (com o Japão).

Não se apresentando como um bloco militar, a OCX tem vindo paulatinamente a afirmar-se como força de contenção impossível de ignorar, perante a agenda expansionista do imperialismo na região euro-asiática e, em particular, na Ásia Central. É um fato sintomático, após a cimeira, a presença nos Urais dos seus chefes de Estado, no encerramento dos exercícios militares que pela primeira vez reuniram tropas dos seis países da OCX.

Pútin aproveitou a ocasião para anunciar o regresso das missões da aviação estratégica russa, abandonadas em 1992 após a desagregação da União Soviética – mas que os Estados Unidos sempre mantiveram.

“Possibilidades à luta emancipadora”

A diplomática “Declaração de Bishkek” não deixa de fazer referência ao “estrito respeito do direito internacional” e da carta das Nações Unidas, repudia o “unilateralismo” e a prática de “dois pesos e duas medidas” e propõe a elaboração de um acordo para impedir a colocação de armas no espaço, contrariando um objetivo que faz parte dos planos do sistema antimíssil dos Estados Unidos.

O comunicado final saído da cimeira, a que também assistiu o presidente do Irã, apóia o desenvolvimento das relações da OCX com a Organização do Tratado de Defesa Coletiva (Rússia e seis outras ex-repúblicas soviéticas). E defende um maior envolvimento da OCX no Afeganistão, que a Rússia diz ser um narco-Estado, com o narcotráfico responsável por 50% do PIB. Tudo motivos de alarme para Washington e Londres.

Os observadores destacam o papel cimeiro da China na OCX e o aprofundamento da relação China-Rússia em múltiplas esferas, incluindo a energética e militar. Os dois países encerraram a antiga contenda fronteiriça, e suas relações são as melhores das últimas décadas. O fato inquieta os Estados Unidos que não deixarão de explorar todo o leque de contradições e contrapesos, numa situação bem distinta da Guerra Fria.

A restauração capitalista e concentração oligárquica é hoje uma realidade na generalidade do espaço pós-soviético. Na China, o impressionante ritmo de crescimento fez-se acompanhar pelo aumento acentuado das desigualdades. Mas a importância da “contenção” da superpotência imperialista e a rearrumação de forças em curso também abrem possibilidades à luta emancipadora de trabalhadores e povos – a força motriz que faz avançar a roda da História.

Jornal Avante!

Rizzolo:Em 2001 foi fundada a OCS (Organização de Cooperação de Xangai) sendo constituída por 6 nações da Ásia: Rússia, China, Cazaquistão, Uzbequistão, Quirguistão e Tadjiquistão. Os principais objetivos desta organização de segurança são combater os problemas de fronteiras com os países da antiga União Soviética, combater o terrorismo islâmico e impedir o avanço da influência dos EUA na Ásia central criando uma “barreira geopolítica”.
Desde outubro de 2002 por 12 vezes a China fez treinamentos de guerra em parceria com seus países vizinhos.

Em agosto e setembro de 2005, na região norte do mar da China, cerca de 10 mil militares da China e da Rússia se uniram em um treinamento militar financiado com dinheiro chinês. Na realidade, a política expansionista americana leva à China e a Rússia a não cederem um milímetro as más intenções imperialistas americanas; fica patente que a partir do momento em que a Otan passou a ser um braço do desiderato expansionista americano não há porque não prosseguir no aprofundamento da Organização de Cooperação de Xangai. E é com esse espírito que a aliança de civilizações que Fidel aborda deve ser implementada onclusive na América Latina, onde as resistências existem não por acaso.

Os povos, assim como a própria população americana deve observar a que caminhos a elite perversa americana pretende levar a humanidade, pelo que observamos o expansionismo militar americano só irá ser detido quando as alianças e o poderio das nações que ainda acreditam na humanidade tenham uma supremacia militar fazendo com que o temor pelo imprevisto militar por parte dos EUA façam-os recuar, como na época da guerra fria, porque o império só respeita a força.

E o pior tudo, mas absolutamente tudo nos EUA atualmente leva a população americana através da mídia manipulada a se sentir insegura vez que em nome do “terrorismo” os abusos nos direitos individuais dos próprios americanos sejam aviltados; a última novidade manipuladora é o projeto de lei é chamado abertamente de “programa espião” pela própria mídia dos EUA.

Em nome da “guerra contra o terrorismo”, permite-se escutas de ligações telefônicas, além de interceptação de e-mails, de pessoas nos Estados Unidos que se comunicam com indivíduos no exterior. Programas de computados de última geração permitiriam a violação de trilhões de bytes de comunicações, convertendo a administração Bush em uma espécie de Big Brother tamanho gigante. Quanto a Organização de Cooperação de Xangai, na realidade não se apresentam como um bloco militar, mas a OCX tem vindo paulatinamente a afirmar-se como força de contenção impossível de ignorar, perante a agenda expansionista do imperialismo na região euro-asiática e, em particular, na Ásia Central.

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