CHÁVEZ ADVERTE EUA SOBRE EVENTUAL AGRESSÃO A BOLÍVIA

CARACAS, 9 SET (ANSA) – O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, advertiu hoje que, no caso de uma eventual agressão dos Estados Unidos contra a Bolívia, poderá criar “dez Vietnãs” na América Latina, citando a estratégia do guerrilheiro Ernesto “Che” Guevara.

“Se o império atacar nossos povos, usando seus lacaios aqui na Venezuela e lá na Bolívia, se atacar com violência, saibam que nós não vamos ficar de braços cruzados”, alertou Chávez.

“Deus não quer, peçamos a Deus para que isso não ocorra. Se chegar a ocorrer, nós voltaríamos a gritar com Che Guevara, então deverá se criar dois, três, cinco e dez Vietnãs na América Latina”, ameaçou em companhia de seu colega boliviano Evo Morales, que visita a Venezuela.

Em seu programa de rádio e televisão “Alô Presidente”, Chávez acusou a “oligarquia” boliviana e Washington de “pretender derrubar o índio” Morales, sem descartar planos para seu assassinato.

“Eu torno responsável o presidente dos Estados Unidos do que possa vir a ocorrer com Evo Morales, porque sei que estão conspirando para tirá-lo do governo, inclusive para matá-lo”, afirmou.

Morales reconheceu que seu governo enfrenta problemas por divergências de “grupos” opositores em relação ao andamento do processo da Constituinte em seu país, mas disse que as maiorias “apostavam” em uma mudança com maior igualdade social.

Chávez garantiu que possui um plano contra um eventual “ataque contra a Bolívia” e advertiu Washington para não se “equivocar”.

Morales chegou no sábado a noite na Venezuela para promover acordos bilaterais dos dois governos nos setores energético e integração regional.

(ANSA)

Rizzolo: Particularmente eu não acho que os EUA iriam atacar a Bolívia ou promover um assassinato a Evo Morales, isso desmoralizaria o governo americano, e daria uma correlação de forças a Chavez, e com certeza não é o que EUA desejam no momento.

Talvez seja mais uma suposição de Chavez com intuito de reforçar uma união da América Latina em torno de um inimigo comum. Agora, isso não é impossível, mas entendo que do ponto de vista estratégico os EUA primeiro teriam resolver as questões do Oriente Médio, depois, talvez, se exauridas todas as tentativas, poderiam pensar nisso; por hora a direita boliviana sob os auspícios da CIA tentam desestabilizar Evo Morales sem dar um tiro se quer.

Lula atribui crise financeira à política econômica dos EUA

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou duramente nesta segunda-feira (10) o governo dos Estados Unidos devido à crise nos mercados financeiros que atingiu todo o mundo no mês de agosto, e afirmou que a instabilidade não afetará a solidez econômica do Brasil.

“É um problema da política econômica dos Estados Unidos, junto com a cobiça de alguns de seus fundos de investimento que quiseram comprar títulos de risco imaginando que estavam em um cassino”, disse Lula em Helsinque, na Finlândia, onde está em visita oficial.

“Tiveram perdas e não aceitaremos que coloquem sobre nossos ombros as perdas de um jogo do qual não participamos”, acrescentou.

Para o presidente, cabe ao governo dos EUA solucionar a crise “o mais rápido possível”, para que não tenha conseqüências negativas em ainda mais países. “No fim das contas, quem criou a lei de financiamento foi o governo americano e, portanto, quem vendeu facilidades, que assuma as dificuldades”, afirmou.

Lula disse que pediu ao presidente do Banco Central, Henrique Campos Meirelles, para enviar esta mensagem ao secretário do Tesouro americano, Henry Paulson. “Se não repartem o lucro, muito menos queremos que repartam as perdas”, advertiu.

Dinheiro fácil

Segundo Lula, o Brasil é um país “que não cresceu durante décadas, e agora não queremos perder esta oportunidade por culpa de apostadores que quiseram ganhar dinheiro fácil em vez de ganhá-lo trabalhando”.

O presidente aproveitou a entrevista coletiva para mandar uma mensagem de calma, e afirmou que a situação atual no Brasil é “tranqüila”, mas seu governo está em alerta “até que os Estados Unidos resolvam este problema”.

“É importante compreender que, neste momento, o Brasil tem uma solidez econômica que não teve durante muitas décadas”, disse.

Essa solidez é garantida pelas reservas federais, que Lula estimou em US$ 160 bilhões, e em uma balança comercial muito diversificada, na qual o comércio com os EUA representa apenas 18% do total. “Vamos continuar diversificando nossas exportações para evitar que uma crise em qualquer país possa causar dificuldades ao Brasil”, afirmou.

Da redação, com agências
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Rizzolo:Uma das maiores fraquezas do neoliberalismo e em especial o dos EUA, é exatamente a liturgia usada e o conteúdo das orações que rezam aqueles que tem como seu santo padroeiro Adam Smith. A ganância dos especuladores num Estado que se diz neoliberal, onde a “liberdade” de se fazer o que quer, sem controle do Estado, deixando com que especuladores profissionais reorganizem a economia de mercado, faz com que crises financeiras surjam advindas daqueles que fazem “dinheiro” sem o mínimo senso de responsabilidade, fruto como diz Lula, da “política econômica dos Estados Unidos, junto com a cobiça de alguns de seus fundos de investimento que quiseram comprar títulos de risco imaginando que estavam em um cassino”. Ora, vamos nós pagar por uma “rodada” num cassino, em que nem participamos do jogo ? Já não basto o “Cassino Brasil, com os juros estratosféricos, que convidam jogadores a fazerem” suas apostas aqui “agora temos que encarar as roletas de lá?”.

Muito bem colocada as palavras de Lula, o Brasil é um país pobre, e temos sim que fortalecer o mercado interno, a indústria nacional, diversificar as exportações, e diminuir o juro porque dessa forma estamos criando um mercado interno forte e blindando a economia, contra o neoliberalismo econômico apregoado por “croupiers” internacionais.

Alem do prejuízo moral que a população pobre americana sofre com os irresponsáveis especuladores que davam e ofereciam de forma irresponsável crédito á vontade pra “girara dinheiro” depois tiveram que correr e “tampar o rombo” para isso sim, acreditam no “Estado Máximo”. No caso, nem os magnatas de Wall Street e de outras praças, nem a mídia ou os “teóricos” neoliberais, consideraram tamanha montanha de dólares, euros e iens uma negação do seu “Estado mínimo”.

Agora, clamam, a hora é de “estado máximo”, de acordo com o conhecido lema, muito devidamente apropriados privada-mente os lucros, ao aparecerem os prejuízos, “socialismo” neles. Wall Street anda pululando de socialistas, nos últimos dias… Como se vê, o estado só deve ser “mínimo” quando se trata de cuidar da saúde do povo, garantir educação, saneamento básico, infra-estrutura e desenvolver as áreas estratégicas da economia. Aí, haja rigor fiscal, cortes dos “gastos” e tesoura nos programas sociais que é pra gentalha não ficar mal acostumada ““.

É lógico que essa operação que não passa de uma pirâmide é uma forma de amarrar o pobre trabalhador operário americano a uma dívida que ele não teria condições de pagar. Muitos desses devedores são latinos explorados até o último fio de cabelo. Agora, aqui isso vai ter um “ganho secundário”, o Meirelles deve estar eufórico, tem motivos de sobra para a manutenção do cassino Brasil, com a desculpa da crise dos mutuários americanos.

O próprio fato da inadimplência dos pobres americanos que não possuem casa própria, já é uma prova cabal, que até no império o neoliberalismo está se autodestruindo, já está em decomposição, e isso, é claro, é bom para os democratas como Hillary que já aproveita e sublinha um discurso menos republicano egoísta, tentando resolver o problema mutuário americano.

Observe que as camadas mais pobres tanto lá como aqui são as que mais se sacrificam para manter a doutrina do “Consenso de Washington” agora consolar o pobre assalariado americano que geralmente é negro ou latino de que “entre um e três milhões de pessoas podem perder suas moradias nos Estados Unidos”, não vai ser fácil.

Charge de Sinfronio para Diario do Nordeste

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Por que a CPI da TVA-Abril-Veja passou a ser necessária

A Veja que foi para as bancas neste final de semana volta à carga contra a criação da CPI da TVA, que vai investigar a venda da TVA (Grupo Abril, que edita a Veja) para a Telefônica. A Anatel, num primeiro momento, aprovou o negócio, mas impôs condições.

Por Antônio Mello (Blog do Mello)

A suspeita que originou a criação da CPI é a de que o negócio daria a uma empresa estrangeira o controle sobre um meio de comunicação, o que é proibido no Brasil. Segundo se suspeita, haveria um contrato de gaveta, onde o controle da TVA ficaria nas mãos da Telefônica (espanhola).

O desespero da Veja decorre de alguns fatores. Em primeiro lugar, os que defendem a criação da CPI conseguiram juntar assinaturas suficientes para protocolar o pedido — 181 assinaturas de deputados. Isso foi um duro golpe para a Abril, porque inesperado.

Por causa disso a Veja da semana passada partiu para o ataque, afirmando que a tentativa de instalação da CPI é uma vingança pessoal do senador Renan Calheiros, contrariado com as reportagens da revista, que o colocaram com a corda no pescoço.

Ilegal, e daí ? Lobistas da Abril tentam convencer deputados a retirar assinatura

Segundo o Portal Vermelho, a editora Abril espalhou lobistas pela Câmara na tentativa de virar os votos dos signatários da proposta da CPI. Isso é ilegal — repito, ilegal —, mas, no entanto, foi confirmado pelo assessor de imprensa do Grupo Abril:

A Editora Abril está em plena atividade para abortar a CPI da Abril-Telefônica. Nesta quarta-feira (5) — dia de maior movimentação de parlamentares na Câmara Federal —, um grupo percorria as dependências da Casa, pedindo aos 182 deputados que assinaram o pedido da CPI que assinem outro documento, com um contra-pedido.

O jornalista Gustavo José Batista do Amaral, assessor de imprensa do Grupo Abril, que participava da ação, admitiu a coleta, mas disse que não sabia dizer quantas assinaturas tinham conseguido porque havia várias pessoas abordando os parlamentares. Amaral também reconheceu que o Grupo Abril não podia realizar a operação.

21 deputados já tentaram retirar suas assinaturas. São eles: Arnon Bezerra, Gilmar Machado, Lincoln Portela, Marcelo Itagiba, Marcio Junqueira, Ricardo Izar, Antônio Roberto, Ratinho Junior, Elcione Barbalho, Walter Pinheiro, Eliseu Padilha, Darcísio Perondi, Jorge Khoury, Silvio Lopes, Raimundo Gomes de Matos, Barbosa Neto, Colbert Martins, Darcísio Perondi, Pedro Chaves, Professor Sétimo, Fátima Pelaes .

Os 13 últimos o fizeram entre os dias 3 e 5 de setembro, ou seja, entre segunda e quarta, logo após a edição de Veja da semana passada. Entre eles, dois deputados do PT. Um da Bahia, Walter Pinheiro, e outro de Minas, Gilmar Machado.

Mais curioso ainda é que oito deles solicitaram a retirada com requerimentos exatamente iguais: palavra por palavra, vírgula por vírgula, ponto por ponto. Como se estes já viessem preparados e eles só necessitassem assinar…

Veja usa linguagem de mafiosos para tentar desqualificar a CPI da TVA

O problema é que, para azar da Veja, retirar a assinatura não é fácil. Há um regimento na Câmara que diz que a assinatura só pode ser retirada com a anuência da maioria da bancada. A maioria dos pedidos de retirada já foi indeferida, exatamente por causa desse dispositivo.

Na edição deste final de semana, a Veja volta ao ataque. Num incrível ato falho chama a CPI da TVA (ou CPI da Abril, como querem outros) de CPI da Vendeta, utilizando-se do jargão dos mafiosos italianos.

Ela está tão apavorada com a criação da CPI que chega a fazer um apelo patético ao presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia, para que ele não aprove a instalação da CPI, nesta terça-feira, quando esta vier para a pauta. E digo que está apavorada e o apelo é patético porque Chinaglia já declarou publicamente o que pensa sobre essa CPI, fato que foi amplamente divulgado (ou será que a Veja não acredita na “grande imprensa”?):

– Não tenho alternativa. Tenho que cumprir o regimento e a Constituição. Me parece que há fato determinado e que as assinaturas conferem.

Vamos ver se o deputado Chinaglia não se curva diante das pressões.

Esta pode ser a primeira de uma série de CPIs

O que fica disso tudo é que, se, inicialmente, a criação da CPI da TVA parecia importante, agora, com todo o nervosismo que está criando no Grupo Abril, deixa de ser apenas importante e passa a ser uma CPI necessária.

A própria Veja, aliás, o próprio Grupo Abril deveria vir a público defender sua criação, já que afirma que o negócio é lícito, claro e limpo. Afinal, quem sempre defendeu a criação de CPIs sobre qualquer tema, por que é contra a instalação de uma agora, quando o Grupo Abril é o alvo?

Além do mais, não podemos esquecer que esta CPI da transação TVA-Telefônica é um dos focos de investigação. Se forem encontradas irregularidades, deve-se criar uma nova CPI para investigar a venda de parte da Abril para o grupo sul-africano Naspers, em que reportagem do jornal da Band apontou vários indícios de irregularidades.

Mas não é só isso. Deve-se partir para uma outra CPI. Esta para investigar a transação da Net – leia-se Organizações Globo – com a Telmex. A própria Veja da semana passada diz o porquê:

A associação da TVA com a Telefônica é análoga àquela entre NET e Telmex.
Sendo análogas, se surgirem problemas numa, investigue-se também a outra. Por isso a criação dessa CPI da TVA-Abril-Veja passou a ser necessária, fundamental.

Blog do Mello

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Rizzolo: Como diz o texto, esta CPI é extremamente necessária, e não se trata como diz no linguajar mafioso de “vendeta”, se trata sim de se apurar, averiguar, investigar; jamais podemos consentir que deputados representantes do povo se curvem tão facilmente a pedido do jornalista lobista Gustavo José Batista do Amaral, assessor de imprensa do Grupo Abril. Porque retiram suas assinaturas ? Quem são esses deputados que tanto medo tem da Revista Veja ? Porque a mobilização e o desespero da Veja? Se por ventura Chinaglia se curvar, se submeter, vai ser um duro golpe para o povo brasileiro e ficará patente a conivência e a subserviência da Camara a esse pessoal. Esses 21 deputados que tentaram retirar suas assinaturas devem uma explicação ao povo brasileiro. Porque o medo? Agora essa CPI tem que ser necessária, e não venham dizer que é vendeta ou relacioná-la ao caso Renan, o Renan já foi investigado, até o ultimo ” fio do cabelo “, agora é a vez dos delatores. Ou são eles impunes, estarão acima da Lei ?