Lula: “PIB cresce 5,4% por força do mercado interno”

“O crescimento da economia hoje é exatamente resultado do mercado de massas”, completou o presidente, destacando o aumento da renda, do crédito e do consumo das famílias brasileiras

A economia nacional cresceu 5,4% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, segundo divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa mostrou que o crescimento da economia vem sendo impulsionado pelo mercado interno com aumento do consumo das famílias, sustentado pela elevação da massa salarial real, pela oferta de crédito e pela redução dos juros. Os dados do IBGE dão conta de que o consumo das famílias cresceu 5,7% no segundo trimestre sobre o mesmo período do ano passado.

O resultado reflete os investimentos decorrentes do Programa de Aceleração da Economia (PAC). “Eu sonhei a vida inteira em fortalecer e criar um mercado de massas no Brasil. Todo economista de esquerda da década de 70, na década de 80 falava da necessidade de se criar um mercado de massas no Brasil, ou seja, que o povo pudesse comprar. Se você analisar o crescimento da economia brasileira hoje, você vai perceber que é exatamente resultado do mercado de massas”, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista a emissoras de rádio.

Lula destacou a ampliação do crédito, lembrando que “nós saímos de 300 bilhões de reais de crédito para mais de 800 bilhões de reais de crédito. Nós saímos de 2 bilhões, na agricultura familiar, para 12 bilhões na agricultura familiar. Nós saímos de um Banco do Nordeste que emprestou 300 milhões de reais, em 2000 e pouco, para emprestar 6 bilhões agora. Veja a carteira do BNDES com a massa salarial crescendo e com os acordos salariais todos feitos acima da inflação. Isso significa o quê? O povo está podendo comer mais, o povo está podendo comprar mais e isso vai fazendo com que mais gente adentre a classe média, e melhore a vida de todo mundo”.

CRESCIMENTO

Em doze meses encerrados em junho, a economia cresceu 4,8% na comparação com igual período do ano passado. No primeiro semestre deste ano, o PIB expandiu 4,9% sobre os primeiros seis meses de 2006. “O Brasil está no caminho de se transformar numa grande economia, o Brasil está no caminho de ter uma economia sólida e respeitada no mundo inteiro, o Brasil está a caminho de ser um país que possa, definitivamente, fazer parte do rol dos chamados países ricos. Nós temos possibilidade de ter um longo período de crescimento sustentável. Para isso, o mercado interno é extremamente importante. Não queremos abdicar ou diminuir o impacto do mercado externo, mas nós achamos que o mercado interno é a mola propulsora da sustentabilidade do modelo econômico e do crescimento econômico”, disse o presidente Lula.

Todos os setores da economia registraram crescimento, com destaque para a indústria com alta de 4,9% nos seis primeiros meses do ano, seguida do setor de serviços, que aumentou 4,7% e a agropecuária, com acréscimo de 0,2%. No segundo trimestre em comparação com o mesmo período de 2006, a indústria expandiu 6,8%; os serviços cresceram 4,8% e a agropecuária, 0,2%.

NOVO CICLO

“Eu chamo esse novo ciclo de social-desenvolvimentismo porque é um crescimento que ocorre concomitantemente ao aumento da renda da população, aumento do poder aquisitivo e fortalecimento do mercado de massa. É um novo tipo de crescimento que o Brasil nunca trilhou”, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Segundo a gerente de Contas Trimestrais do IBGE, Rebeca Palis “ao juntar juros menores, maior crédito e câmbio mais baixo você impulsiona os investimentos e leva a este crescimento da economia. A gente tinha uma economia baseada à bem pouco tempo nas exportações brasileiras, mas desde o primeiro trimestre de 2006 que estamos vendo uma inversão nas causas desta expansão. Hoje o crescimento está muito mais baseado na demanda interna, principalmente no consumo das famílias e nos investimentos – pois o setor externo atualmente já contribui negativamente para a formação do PIB”.

Como destacou o ministro da Fazenda, ao aumento do poder aquisitivo e o barateamento e a expansão do crédito “impulsiona o mercado consumidor brasileiro”. Guido Mantega chamou atenção para o aumento também verificado nos investimentos. “Estão crescendo especialmente os investimentos dos brasileiros que estão apostando no futuro do país”, disse o ministro. A pesquisa do IBGE mostrou também que em julho a produção nacional de bens de capital em cresceu 17%, e a importação de bens de capital vem crescendo a uma taxa de 30% ao ano. “Tem muita empresa comprando máquinas e equipamentos e fazendo investimentos no país”, afirmou Mantega.

O aumento na taxa de investimentos também foi destacado pela gerente do IBGE, com crescimento de 13% no segundo trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2006. “A formação bruta de capital fixo é o nosso grande destaque neste segundo trimestre. Há vários fatores hoje na economia que favorece este crescimento na taxa de investimentos: o dólar baixo vem levando ao incremento das importações de máquinas e equipamentos com reflexo direto na taxa de investimentos; a queda sistemática das taxas de juros no país; e o aumento do crédito para pessoa jurídica, cuja taxa cresceu 23%”, disse Rebeca Palis.

LUIZ ROCHA

Hora do Povo

Rizzolo: O aumento do PIB em 4,5 % em relação ao mesmo período do ano passado é um dado excelente, isso mostra que o mercado interno cresce. Só com um aumento do mercado interno é que teremos condições de blindarmos a nossa economia em face as irresponsabilidades dos agiotas internacionais que dominam os EUA; e para isso precisamos baixar os juros, o que geraria crescimento, e conseqüentemente aumentaria o mercado interno, como diz o economista Paulo Nogueira Baptista Jr, ” A estabilidade não deve se converter em estagnação. Ou seja, o que queremos é a estabilidade da moeda nacional, mas não a estabilidade dos níveis de produção e de emprego (e desculpe, leitor, a homenagem ao Conselheiro Acácio). A aceleração do crescimento não parece trazer grande risco para o controle da inflação. Ela não tem nada de excepcional. O Brasil está se recuperando de um longo período de crescimento econômico quase sempre medíocre, inferior à média mundial e bastante inferior ao de quase todos os principais emergentes (com exceção do México, outro país que tem se notabilizado por combinar estabilidade e estagnação). Ainda temos margens substanciais de capacidade produtiva não utilizada”

As taxas de desemprego e subemprego cederam, mas continuam elevadas; contudo precisamos lembrar que crescer demanda infra-estrutura, principalmente energia, e no nosso caso não há energia melhor e mais limpa do que a nuclear somos a sexta reserva de urânio no mundo, agora agüentar “grupos ecológicos” que estão a mando do governo americano, que não gosta que ninguém desenvolva nada do que é nuclear, e ainda se prestam de “inocente úteis”, não dá né? Para os EUA vender ecologia significa preservar seus interesses financeiros e manter as economias estagnadas. Vamos crescer com a energia nuclear, quanto a esses grupos, se juntarmos todos cabem numa Kombi.

Senado fulmina furor golpista e reafirma a sua independência

Senado não se dobra ao golpe da mídia marrom – 46 a 35

Pelo placar acima, os senadores repeliram o pedido de cassação do mandato do presidente da Casa

A sessão do Senado da última quarta-feira ficará na História de nosso país como um momento decisivo. Os nossos leitores, que acompanharam o desenrolar dos acontecimentos, sabem o essencial da questão: sem que houvesse provas, aliás, sem que houvesse prova alguma, certa espécie de mídia, acaudilhada pelo grupo que publica a “Veja”, tentou levar o presidente do Senado e do Congresso à execração – e, mais que isso, à execução – pública. Não é difícil perceber o que seria um Senado que colaborasse para que seu presidente fosse executado e exposto à execração pelo que há de mais corrupto, bandidesco e golpista no país.

O resultado, em que apenas 35 senadores dobraram-se a essa coação fascistóide – e 46 senadores (40 que votaram contra a cassação de Renan e 6 que se abstiveram) recusaram-na, faz com que o Senado do Brasil eleve sua independência a um novo patamar. Era a honra da instituição que estava em perigo – e o Senado, através de sua maioria, soube preservá-la e, certamente, ascendê-la.

DIFAMAÇÃO

Nesse sentido, ninguém mais que seu presidente, Renan Calheiros, teve um papel destacado. Era contra ele que as infâmias eram dirigidas. Porém, mais que ele, era o Senado que queriam submeter, pisotear – em suma, arrastá-lo na lama. Portanto, a defesa de Renan era ao mesmo tempo a defesa da Câmara Alta. A questão era se iríamos ter um Senado servil ao que há de mais antidemocrático, de mais antinacional e, em síntese, de mais apodrecido no país, ou se o Senado seria uma representação do povo que, através do voto, o constituiu. Foi isso o que se decidiu na tarde da quarta-feira.

O senador Renan, com sua recusa a se render, com sua altiva resposta a uma campanha sórdida, com seu “acuso” aos acusadores, mostrou que basta não se intimidar para obter a vitória contra a sanha golpista. Tem plena razão, em sua nota ao final da votação, ao dizer que “o resultado da votação de hoje é uma vitória da democracia”.

“Nesses mais de 100 dias”, diz o senador, “muitos de nós perdemos algo. Eu perdi mais. Abri mão de momentos de convivência com minha família e com os amigos. Mas confirmamos que é preciso acreditar nas instituições, fortalecê-las e não perder a confiança de que a verdade sempre prevalecerá”.

“Não guardo mágoa, nem ressentimentos. O único sentimento que me move é o do entendimento e do diálogo. Esse processo se encerra com a reafirmação do mútuo respeito e da serenidade que sempre caracterizaram a convivência política nesta Casa. Não tenham dúvidas. Saberei corresponder aos anseios da instituição e aproximá-la cada vez mais da sociedade brasileira”.

Desde o fim da ditadura o principal instrumento de dominação do país por seus inimigos – cartéis, monopólios, bancos imperialistas e oligarquias caquéticas – tem sido a sua mídia. Nesse ramo nada existe de comparável ao monopólio dos Civita, o chamado grupo Abril, cujo carro-chefe é a “Veja”. Não se trata de uma mídia submissa às matrizes de fora. Ou da mídia daquelas oligarquias reacionárias, ainda com saudades da época anterior à Lei Áurea. Trata-se de um grupo formado a partir do exterior, com a chegada, vindo de Washington, de um elemento de nome Victor Civita, tendo na mala um contrato para publicar aqui as revistas da Disney.

O pioneiro da publicidade nacional, Genival Rabelo – homenageado duas vezes pelo Senado, por iniciativa do senador Bernardo Cabral – já havia demonstrado em seus livros, sobretudo em “O Capital Estrangeiro na Imprensa Brasileira”, o caráter estrangeiro e ilegal do grupo Civita. Esse livro foi publicado em 1966 – portanto, há mais de 40 anos. Rabelo mostra como o monopólio estrangeiro da publicidade instalou-se em nosso país a partir da chegada de Civita, em 1950, e como o império de revistas do grupo foi turbinado pela descarga de publicidade das agências norte-americanas atuando aqui dentro. O mesmo, aliás, ocorreu na Argentina, onde, na mesma época, o irmão do Civita daqui, Cesar, chegou àquele país com os mesmos contratos na bagagem.

Logo, não é um fenômeno incompreensível a trajetória de crimes do grupo, seu desprezo pelas leis e instituições do país, sua completa falta de limites e escrúpulos, sua permanente tentativa de enlamear o que é nacional, popular, brasileiro – e sua permanente campanha de difamação e calúnia sobre qualquer personalidade que tenha alguma identidade com os valores que formam a nossa nação e o nosso povo.

Já abordamos as suas intentonas golpistas, em especial contra o governo do presidente Lula. No próprio episódio do senador Renan Calheiros, é evidente que o ataque a ele não foi motivado por nenhum pecado ou ilegalidade que tenha cometido. A caterva de “Veja” não se incomoda com pecados e ilegalidades reais. Não é por seus eventuais defeitos, mas por suas qualidades, que o presidente do Congresso foi vítima dessa catadupa de indignidades. O problema de Renan é o fato de ser aliado do presidente Lula.

Porém, além disso, há outra razão para essa cruzada. Porque, se a ditadura dos monopólios de mídia manifestou-se pela primeira vez sem rebuços nas eleições presidenciais de 1989, com suas “pesquisas” eleitorais, a partir de 1993 ela passou, frontalmente, a tentar quebrar a vértebra do Congresso, ou seja, submetê-lo.

Nesse ano de 1993, usando um depravado, assassino premeditado da própria mulher, a “Veja” promoveu a campanha contra os membros da comissão de Orçamento e contra as principais lideranças da Câmara. As acusações nunca foram provadas, apesar de até hoje alguns bobocas as repetirem como se fossem óbvias verdades. O fato é que, mesmo não sendo provadas as acusações, foram cassadas algumas das principais lideranças do parlamento. Até mesmo Ibsen Pinheiro, um dos mais respeitados membros do Congresso, presidente da Câmara durante o impeachment de Collor, foi cassado através de uma fraude escandalosa, perpetrada pela direção de “Veja”, segundo testemunho do próprio repórter que assinou a matéria com a acusação a Ibsen.

ACHAQUE

Depois disso, o achaque sobre o Congresso tendeu a se transformar num estupro, principalmente sobre a Câmara. Alguém poderia conceber um presidente da Câmara obrigado a renunciar por causa de uma contribuição eleitoral de R$ 7.500,00 de um concessionário dos restaurantes da casa, sem que se tenha provado qualquer ilegalidade na contribuição, e sem que houvesse qualquer outra denúncia contra ele? Pois isso, ocorrido em setembro de 2005, dá a medida do estupro.

Verdade seja dita, o Senado sempre resistiu mais a esse achaque antidemocrático, golpista e, de resto, repugnante pela chantagem e pelo cinismo. A vitória de Renan no Senado é uma declaração de nossa Câmara Alta de que não se submete à ditadura dos monopólios de mídia, especialmente à sua banda mais degenerada, a quadrilha Civita. Trata-se, como alguns já disseram, de um fato histórico.

Hora do Povo

Rizzolo: O Senado agiu e votou com o costumeiro acerto, não podemos deixar que denuncias “vazias” desprovidas de provas concretas possam atingir de forma traiçoeira integrantes do Senado apenas porque interesses internacionais sendo aqui representados por setores da mídia acabem execrando inimigos politicos. O Brasil é um pais pobre e já tem sido suficientemente golpeado pela mídia elitista e golpista que não aceita um operário no poder. Desde o inicio, já na campanha, a mídia fez de tudo para derrotar Lula, não conseguiu, agora ataca de forma a difamar sem provas integrantes do Senado brasileiro, mas felizmente a resposta vem no bom senso dos Senadores que souberam distinguir questões de cunho jurídico e político. Renan foi execrado politicamente, só não deixou o Senado e foi absolvido porque não havia evidências concretas de crime baseado em provas. É uma pena que o Senado brasileiro perca tempo com denuncias de cunho estritamente político visando na verdade desestabilizar Lula que foi eleito com 58 milhões de voto, isso eles não engolem, e não vão engolir jamais.

Rússia testou a bomba de vácuo mais potente do mundo

1-1064m-1.jpg

A Rússia testou a bomba de vácuo mais potente do mundo, anunciou ontem o chefe adjunto do Estado-Maior das Forças Armadas russas, coronel-general Aleksandr Rukshin. A bomba tem o poder comparável a uma arma nuclear.

“Os resultados dos testes desta bomba confirmam que ela possui eficácia e capacidade destrutiva comparável a uma carga atômica”, disse o general ao “Canal 1” da televisão russa.

Rukshin disse que as bombas a vácuo, ao contrário das armas nucleares, não representam perigo para o meio ambiente, pois não provocam contaminação por radiação.

O “Canal 1” ( VIDEO )exibiu algumas imagens do teste da nova bomba a vácuo, nas quais foi possível ver seu lançamento, a partir de um bombardeiro Tupolev modelo Tu-160, e sua descida, atrelada a um pára-quedas.

Veja fotos

As bombas a vácuo pulverizam sobre ou na zona do impacto um combustível que se mistura com o oxigênio da atmosfera que, ao ser detonado, destrói tudo o que for vivo.

De acordo com a emissora, “tudo o que é vivo literalmente evapora. Após esta explosão, o solo lembra muito mais a superfície lunar, mas sem poluição química ou radioativa”.

Além disso, disse que “o Ministério da Defesa ressalta que a fabricação desta bomba não está relacionada a nenhum acordo militar internacional assinado pelo país, nem representa o lançamento de uma nova corrida armamentista”.

Ainda segundo o “Canal 1”, a bomba russa contém menos explosivos que sua similar americana (7,1 toneladas contra 8,2), mas tem poder destrutivo quatro vezes maior e pode atingir uma área 20 vezes maior, além de criar uma temperatura duas vezes mais alta no epicentro da explosão.
Yuri Baliko, chefe de um centro de pesquisa do Ministério da Defesa russo, declarou que o explosivo da bomba é consideravelmente mais potente que o conhecido TNT por causa do uso de nanotecnologia em sua fabricação.

Por causa disso, a nova bomba exige menos precisão para atingir o alvo, o que por sua vez barateia consideravelmente sua produção, declarou Baliko.

“Esta bomba nos permite garantir a segurança do Estado e, ao mesmo tempo, combater o terrorismo internacional em qualquer situação e em qualquer região do mundo”, garantiu Rukshin.
As bombas a vácuo são especialmente eficazes em espaços fechados como bunkers, edifícios e cavernas, onde conseguem criar uma grande pressão e altíssimas temperatura.

A antiga URSS como a Rússia usaram bombas a vácuo para destruir refúgios subterrâneos inimigos em cavernas de montanha, a primeira durante a invasão ao Afeganistão e a segunda na guerra da Chechênia.

Pravda.Ru

Rizzolo: Na realidade a Bomba a Vácuo é a mais poderosa bomba já produzida no mundo, conhecida como ” O Pai das Bombas “, a nova bomba à Vácuo é o ultimo resultado de pesquisa da série de novos armamentos promovida pelo Presidente Putin. Talvez , com esses tipos de ” argumentações convincentes ” Putin consiga colocar os EUA no seu devido lugar, fazendo-a respeitar a Russia, vez que os EUA ” deu de braços ” à proposta russa sobre o escudo antimissel, desta forma enfim, poderá descobrir que seus desideratos imperialistas enfrentam obstaculos eficientes e barulhentos, como podemos inferir pelo Video acima.

OAB diz que absolvição de Renan pede reforma política “profunda”

da Folha Online

O presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Cezar Britto, divulgou nota na noite desta quarta-feira na qual ressalta que a absolvição do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) torna evidente a urgência de uma reforma política “profunda” no país.

Na avaliação de Britto, o ambiente da votação secreta “agride a ética, o bom senso e o mais elementar espírito democrático”.

“O espírito de corpo que presidiu essa sessão do Senado precisa ser definitivamente banido da vida pública brasileira”, disse Britto.

Leia a íntegra da nota da OAB:

“A absolvição do senador Renan Calheiros evidencia a urgência urgentíssima de uma reforma política profunda no país.

O resultado da votação, na contramão do clamor público, distancia ainda mais o Senado –instituição vital ao equilíbrio federativo– da sociedade que o provê e a que deveria representar.

Não apenas o resultado em si da votação, mas o ambiente que a cercou e seu absurdo teor secreto agridem a ética, o bom senso e o mais elementar espírito democrático.

Representantes do povo não podem, sob nenhuma hipótese, se esconder na hora de exercer a missão pública que lhes foi delegada. O espírito de corpo que presidiu essa sessão do Senado –e lhe conferiu contornos de ato clandestino– precisa ser definitivamente banido da vida pública brasileira.

Somente uma reforma política abrangente, que corrija distorções como essa da vida pública brasileira, poderá restabelecer a credibilidade e a confiança da sociedade em suas instituições.

Que esse triste episódio sirva para aprofundar, no meio político, essa reflexão. E que o corporativismo senatorial não insista em manter na presidência de uma das mais elevadas instituições republicanas alguém que se incompatibilizou com o cargo. Seria errar duas vezes. O país não merece isso”.

Rizzolo: Como Advogado e cidadão brasileiro discordo totalmente de forma fraternal do Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Britto. Em primeiro lugar, a afirmação que a “votação na contramão do clamor público” distancia o Senado do povo, não é verdade, ora, o Nobre colega Cezar Brito sabe que em direito o que se aprecia são as provas nos autos, as evidências de cunho técnico processual, e não o “Clamor Público”, a análise probatória é o que embasa a apreciação no julgamento.

A análise de forma não técnica, nos leva ao simplismo jurídico que exalta o julgamento político, deixando o senado brasileiro vulnerável a golpistas de plantão, como é o comportamento da mídia no Brasil que induz a população à condenação antecipada visando interesses próprios. Do ponto de vista jurídico, o clamor público não constitui, por si só, fator de legitimação nem para privação cautelar da liberdade, agora a OAB Federal não considerar esses fatores técnicos de cunho processual é fazer o jogo do Partido da Mídia.

Em segundo lugar, quanto à questão da sessão fechada, existe sim um regimento do Senado – que tem força de lei, aliás, é uma lei aprovada pela Casa – determina que as votações para cassação ou não de um senador sejam em sessão fechada. O objetivo desta prerrogativa é evitar a pressão indevida, a coação e chantagem, sobre os senadores. O que, de forma geral, é inteiramente justo. Basta ver o que ocorreu, até mesmo no STF, recentemente. Se no Supremo, presumível altar da Justiça, ministros votou “com a faca no pescoço”, pode-se imaginar o que não fariam sobre o Senado. Temos que, antes de condenar verificar se existe provas suficientes, fora isso estaremos fazendo o jogo da oposição, segundo o exemplo da mídia, que pretende falar em nome da “sociedade” mesmo depois de ver frustradas as suas últimas tentativas de mobilizar a opinião pública, como no csao do “Cansei”, baseada na exploração emocional da tragédia do Airbus da TAM no Aeroporto de Congonhas, que por sinal, foi um fracasso.

Wanderley Guilherme: imprensa virou partido político no país

A imprensa no Brasil é um partido político. É o que diz o cientista político Wanderley Guilherme dos Santos, em entrevista a Paulo Henrique Amorim, para o site Conversa Afiada. A imprensa se considera indestrutível porque resiste à democratização, à republicanização do Brasil.

Os militares brasileiros hoje se submetem mais à lei do que a imprensa. Para Wanderley Guilherme – que é professor titular aposentado de teoria política da UFRJ -, restou à imprensa brasileira ter a capacidade de gerar crises, instabilidade política.

No governo Lula, a imprensa pratica o ”quanto pior melhor”, que, antes, atribuía à esquerda: ela combate políticas que, sabe, são benéficas ao país, mas não tolera que sejam praticadas por um líder comprometido com as classes populares.

”Isso (o compromisso com as classes populares) é algo que irrita e, conseqüentemente, faz com que aumente a disposição da imprensa para acentuar tudo aquilo que venha a dificultar e comprometer o desempenho do governo”, continuou o professor.

Segue abaixo trechos da entrevista. Para lê-la na íntegra, clique aqui.

Aqui no Brasil, com esta importância política que os jornais e a Globo têm, como é que eles exercem este poder?
O modo tradicional de exercer o poder em países como o Brasil, e isso tem acontecido historicamente com freqüência, é a capacidade que a imprensa tem de mexer na estabilidade, ou seja, de criar crises, cuja origem é simplesmente uma mobilização do condicionamento da opinião pública.

O que a imprensa nos países da América Latina, e particularmente no Brasil, tem é a capacidade de criar instabilidades. É a capacidade que a imprensa tem de criar movimentação popular, de criar atitudes, opiniões, independentemente do que está acontecendo na realidade.

Isso é próprio de países latino-americanos, mas particularmente no Brasil, em que as empresas jornalísticas têm poder econômico e capacidade e disposição para a intervenção política. Então, a arma da imprensa no Brasil, o seu recurso diante dos governos: esta capacidade de criar instabilidade política.

Como é que o senhor vê o papel da mídia no governo Lula ?
Tem dois aspectos. O primeiro aspecto é fato de o governo Lula ser um governo inédito no Brasil. É realmente um governo cuja composição de classe, cuja composição social é diferente de todos os governos até agora. Isso não foi e dificilmente será bem digerido.

Agora, em acréscimo a isso é que, ao contrário do que se teria esperado ou gostariam que acontecesse, este é um governo que até agora tem se mantido fiel à sua orientação original, independentemente das discussões internas do grupo do PT.

A verdade é que as políticas do governo têm prioridades óbvias, que são as classes subalternas. Isso é algo que irrita e, conseqüentemente, faz com que aumente a disposição da imprensa para acentuar tudo aquilo que venha a dificultar e comprometer o desempenho do governo.

Em que outros episódios da Historia do Brasil a imprensa usou a arma da instabilidade?
No Brasil, tivemos em 1954, com a crise que resultou no suicídio de Vargas, em que tudo foi utilizado. Documentos falsos que foram apresentados como verdadeiros, testemunhos de estrangeiros que seriam associados a confusões internas…

Houve em 1955, na tentativa de impedir a posse de Juscelino Kubitschek. E em 1961, na crise de Jânio, na sucessão do Jânio. E em 1964.

Depois, durante o tempo do período autoritário, evidentemente, houve uma atuação explícita da imprensa. Não se falava a favor, mas também não se desafiava. Com o retorno da democracia, a imprensa interveio outra vez, na sucessão de Sarney, com todas as declarações e reportagens absolutamente falsas em relação ao candidato das forças populares, que já era Lula.

Isso se repetiu nas duas eleições de Fernando Henrique, mas mais moderadamente. Foi bastante incisiva durante a primeira campanha. Na segunda, a imprensa se comportou razoavelmente. Houve certas referências, mas nada escabroso.

Mas, os dois últimos anos foram inacreditáveis em matéria de criação de fatos sobre nada: foi inacreditável. Para 50 anos de vida política, é uma participação à altura dos partidos políticos e dos militares. Quer dizer, fazem parte da política brasileira os partidos, as Forças Armadas e a imprensa.

Destes episódios que o senhor listou, qual o sr. acha que é o mais emblemático?
Eu acho que dois episódios. Primeiro, a tentativa de impedir a posse de Juscelino Kubitschek. Por quê? Porque Juscelino não era intérprete ou representante de uma classe ascendente. Ele pertencia à elite política. Era um homem do PSD – Partido Social Democrata. Juscelino era um modernizador. Portanto, a tentativa de impedir a sua posse mostra o radicalismo e a intolerância das classes conservadoras brasileiras.

Quer dizer, naquele momento, não aceitava nem mesmo um dos seus membros, porque era um modernizador. Este episódio é bem emblemático. Não houve nada de dramático, de trágico ou suicídio, mas é um exemplo de até onde pode chegar a intolerância do conservadorismo brasileiro. É impressionante. Esse foi pra mim um episódio que define muito bem até onde o conservadorismo é capaz de violar os escrúpulos democráticos.

E o segundo?
É agora com Lula, porque a posse de Lula realmente revela uma nova etapa histórica no país. E revela o quanto o conservadorismo se dispõe a comprometer o futuro do país, pelo fato de o governo estar sendo exercido pelo intérprete de uma nova composição social.

Isto é, há um grupo parlamentar e há grupos privados – e neles se inclui a imprensa – dificultando a implementação de políticas que são reconhecidamente benéficas ao país, porque estão sendo formuladas e implementadas por um governo intérprete das classes populares. Isso é impressionante.

Quer dizer, no fundo, aquilo que os conservadores dizem que as forças populares – segundo eles, para a esquerda, quanto pior melhor -, na prática, quem pratica o quanto pior melhor são os conservadores.

Por que, na opinião do senhor, a mídia se considera inatacável, indestrutível?
Ela se considera indestrutível porque ela tem razões para isso. Ou seja, uma das instituições que até agora vem resistindo à democratização, à republicanização do país é a imprensa. Um país moderno e democrático é um país em que não existe instituição ou pessoa com privilégio de direitos, pessoa que não seja submetida à lei.

Na medida em que a democracia se implanta nos países, se reduz o número de instituições e grupos sociais que não se submete à lei. Todo mundo fica, de fato, igual diante da lei. Isso vem acontecendo gradativamente, vagarosamente, mas inapelavelmente no Brasil.

Na realidade, nós temos até que as Forças Armadas hoje, no Brasil, estão mais democraticamente enquadradas, mais juridicamente contidas do que a imprensa. Hoje, é muito mais difícil para um representante das Forças Armadas violar impunemente as leis do que a imprensa.
Site do PC do B

Rizzolo:A questão do descompasso da mídia em relação aos avanços democráticos na América Latina não é um problema exclusivo do Brasil. A desestabilização de governos populares é algo que surge como contraponto as medidas em que um Poder Popular ganha espaço político. A não aceitação de que propostas passem pela maioria pobre, faz da mobilização midiatica um verdadeiro partido político . Abrir uma grande discussão sobre concessões e o verdadeiro papel da mídia vem de encontro com outras pautas como a regulamentação de institutos como Plebiscito, Referendo, Consulta Popular onde é a essência da democracia participativa e não da democracia relativa como o Partido da Mídia deseja.

Renan absolvido por 40 votos a 35, mas a guerra continua

capa_834.jpg

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi absolvido por 35 votos a 40 (e seis abstenções) na votação em plenário da tarde desta quarta-feira (12). Com isto foi arquivado o processo em que ele era acusado, com base em denúncia da revista Veja, de receber dinheiro de um lobista da construtora Mendes Júnior. Mas há outros dois processos contra Renan no Conselho de Ética da Casa, e a coalizão oposicionista-midiática promete uma guerra sem tréguas.

Por Bernardo Joffily

Os senadores oposicionistas que acabavam de sair do plenário , após a sessão de votação que foi secreta, deram as indicações de como pensam conduzir a crise. Primeiro, destacaram a existência de mais dois processos, que podem se transformar em três, ou mais, alimentados por novas denúncias na mídia. Segundo, responsabilizar o PT.

O último aspecto é atribuido ao trabalho dos senadores petistas Ideli Salvatti (SC) e Aloizio Mercadante (SP). Embora a votação tenha sido secreta, e mesmo parlamentares do DEM reconhecessem que Renan recebeu votos de seus correligionários, o partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com seus 12 senadores, foi escolhido como o responsável pelos 40 votos que absolveram Renan.

O presidente do Senado ganha fôlego com a votação. O oposicionista Alvaro Dias (PSDB-PR) admitia na TV Senado que, após o resultado de hoje, as outras acusações “perdem força”. No entanto, manteve a defesa de que os processos devem prosseguir.

Ele tem prometido prosseguir sua resistência, sem renunciar nem ao mandato e nem ao cargo, que implica também na presidência do Congresso Nacional. Em declaração na segunda-feira passada, ele atribuiu a resistência a uma questão de seu “caráter”, o que indica que não pretende esmorecer nem recuar.
Site do PC do B

Rizzolo: O Senado agiu e votou com o costumeiro acerto, não podemos deixar que denuncias “vazias” desprovidas de provas concretas possam atingir de forma traiçoeira integrantes do Senado apenas porque interesses internacionais sendo aqui representados por setores da mídia acabem execrando inimigos politicos. O Brasil é um pais pobre e já tem sido suficientemente golpeado pela mídia elitista e golpista que não aceita um operário no poder. Desde o inicio, já na campanha, a mídia fez de tudo para derrotar Lula, não conseguiu, agora ataca de forma a difamar sem provas integrantes do Senado brasileiro, mas felizmente a resposta vem no bom senso dos Senadores que souberam distinguir questões de cunho jurídico e político. Renan foi execrado politicamente, só não deixou o Senado e foi absolvido porque não havia evidências concretas de crime baseado em provas. É uma pena que o Senado brasileiro perca tempo com denuncias de cunho estritamente político visando na verdade desestabilizar Lula que foi eleito com 58 milhões de voto, isso eles não engolem, e não vão engolir jamais.

Abaixo declaração de Renan

NOTA À IMPRENSA

O resultado da votação de hoje é uma vitória da democracia, mas é também o momento de refletir sobre as perdas que esse processo político provocou.

Nesses mais de 100 dias, muitos de nós perdemos algo. Eu perdi mais. Abri mão de momentos de convivência com minha família e com os amigos.

Mas confirmamos que, mesmo com eventuais injustiças e excessos inerentes ao processo democrático, é preciso acreditar nas instituições, fortalecê-las e não perder a confiança de que a verdade sempre prevalecerá.

Não guardo mágoa, nem ressentimentos. O único sentimento que me move é o do entendimento e do diálogo. Esse processo se encerra com a reafirmação do mútuo respeito e da serenidade que sempre caracterizaram a convivência política nesta Casa.

A partir da decisão madura e soberana do Plenário do Senado, já comecei a procurar os líderes e presidentes de partidos para prosseguirmos na agenda legislativa que de fato interessa ao país, à população.

Não tenham dúvidas. Saberei corresponder aos anseios da instituição e aproximá-la cada vez mais da sociedade brasileira.

Senador Renan Calheiros
Presidente do Senado Federal