O 0,1 tirado foi punição porque o deputado do PSDB de São Paulo teria errado algumas vírgulas e acentos em seu artigo.
Paulo Renato de Souza se descuidou, na segunda-feira, ao mandar uma mensagem eletrônica para um jornal com um artigo criticando a incorporação, pelo Banco do Brasil, do Banco de Santa Catarina (BESC). Ocorreu é que ele esqueceu de apagar a parte da mensagem que expôs a sua obediência ao presidente do Bradesco, Márcio Cypriano.
Ao mandar o e-mail, inadvertidamente, a mensagem trouxe uma correspondência eletrônica anterior, na qual o tucano pede aval ao presidente do Bradesco para a matéria. “Em anexo, vai o artigo revisto. Procurei colocá-lo dentro dos limites do espaço. Por favor, veja se está correto e se você concorda, ou tem alguma observação. Muito obrigado, Paulo Renato Souza”, diz a mensagem enviada ao Bradesco.
O artigo ia sair dois dias depois do presidente Lula ter criticado, em Santa Catarina, as privatizações dos tucanos, chamando-as de “quase doação”. A incorporação do BESC pelo Banco do Brasil, anunciada pelo governo na ocasião, colocou um ponto final no debate sobre a privatização do banco estadual. O governo recebeu, por isso, críticas severas do Bradesco. Exatamente como havia dito o Bradesco, seu artigo reclama da “ausência de um processo licitatório para definir os novos donos do BESC”. Indagado pelo portal Magazine se não ficava mal para um deputado se submeter dessa forma a um banqueiro, ele disse: “o problema de eu ter pedido a opinião dele não significa que eu fosse adotar a opinião dele”. Realmente, não parece mesmo que o banqueiro tenha sentido necessidade de mudar alguma coisa nos argumentos de Paulo Renato.
O deputado Geraldo Magela (PT-DF) disse que “ao submeter o artigo ao presidente do Bradesco, Paulo Renato mostra a ligação umbilical do PSDB com esse segmento”. Para o deputado Décio Lima (PT-SC), Paulo Renato deveria é explicar a privatização do Banespa e não criticar o Banco do Brasil e o BESC. “Esta história de privatizar o Banespa, ou melhor, dar o banco de presente, o Paulo Renato conhece muito bem. Ele poderia aproveitar o espaço no jornal (Folha de S. Paulo) e explicar ao povo de São Paulo como foi esse entreguismo”.
Hora do Povo
Rizzolo: O camarada Paulo Renato é acima de tudo, um distraído, não deve ser a primeira vez que “toma a benção” de banqueiros ao colocar seus escritos à apreciação do presidente do Bradesco, Márcio Cypriano. Na realidade como diz o texto, o banqueiro pouco mudou exceto algumas virgulas e acentos. O camarada Paulo Renato é na sua essência um “liberal” e “democrata” quando afirma em seu e-mail “veja se está correto e se você concorda, ou tem alguma observação”. Agora temos que reconhecer que o camarada Paulo Renato é bom “em dever de casa”, e em defender as causas dos banqueiros. Feio, hein!
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