Pochmann: “Juros altos freiam investimentos”

“Gastos com juros são gastos improdutivos”, afirma Márcio Pochmann

O economista Márcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), defendeu redução dos juros como forma de ampliar os investimentos dos setores produtivos. “No Brasil, há R$ 1 trilhão de recursos que estão sendo aplicados no sistema financeiro e não se transformam em investimentos. Os juros elevados são um importante fator. Se estou ganhando 8 % reais, que atividade econômica me daria isso?”, questionou Pochmann.

Sobre os impostos, Pochmann destacou que “o Brasil poderia reduzir sua carga tributária em cinco pontos percentuais, se cortasse gastos com os juros. Eu diria que são gastos improdutivos. É o gasto financeiro, que não gera emprego e forma uma sociedade extremamente desigual, uma polarização intensa entre ricos e pobres. Quem ganha até dois salários mínimos no Brasil, paga praticamente um salário em impostos; e quem ganha mais de 30 salários mínimos para um terço em impostos. Não há, por exemplo, imposto sobre herança e riqueza”.

Pochmann criticou a política de “redução do Estado nos anos 90” com a farra das privatizações, defendendo que o fortalecimento do Estado impulsiona o empresariado nacional. “No fruto do debate dos anos 90, criou-se uma falsa disjuntiva, que é: – mais estado significará menos setor privado. Na realidade, os dados mostram que a redução do Estado no setor empresarial reduziu o tamanho do setor privado nacional. Nos anos 90, nas privatizações, quem comprou as empresas estatais? Uma parte foram as empresas nacionais, mas grande parte foram estrangeiras. Se você pegar as 500 maiores empresas brasileiras, nos anos 90 menos de um terço eram estrangeiras. Hoje, são 50%. Perdeu-se governabilidade”, disse o economista.

Hora do Povo

Rizzolo: É claro que os juros altos desestimulam a aplicação na produção, não adianta promover programas de urgência como a Bolsa Família, sem na retaguarda criar ambiente para a formação de 4 milhões de empregos ao ano. Gerar empregos necessita investimentos na produção. E quem no Cassino Brasil pesa em investir a não ser na especulação ? Ganhos fantásticos de cunho financeiro, alimentam os lucros dos bancos, pervertem a economia, não criam um mercado interno forte, a nos jogam a uma vulnerabilidade a crises externas. Vultuosas remessas de lucros e dividendos ao exterior, maiores do que na época de FHC, sem ao menos o pagamento de imposto renda ao povo brasileiro, faz com que as transnacionais se deleitem sangrando um país pobre como o nosso. Até quando a esquerda brasileira vai chancelar tudo isso ? Lula seria um neoliberal, disfarçado ?

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