“Convoco a todos os argentinos para que a partir deste 28 de outubro avancemos na construção não só de um modelo econômico e político, mas na reconstrução dos valores do trabalho, da saúde, da autonomia de pensamento, da moradia, da dignidade nacional, da família, em fim, de nossos mais prezados e importantes direitos”, disse a senadora Cristina Kirchner, candidata a presidente da Frente para a Vitória, nas eleições do próximo domingo.
Em ato na cidade de Bahía Blanca, Cristina lembrou a época “em que queriam nos fazer acreditar que era melhor copiar o que faziam em outros países em vez de nos incorporar ao mundo a partir de nosso projeto nacional. Estamos recuperando o tempo perdido. Nestor Kirchner veio pôr um ponto de inflexão para crescer com eficácia social e com soberania”.
Todos os observadores concordam que Cristina será eleita no primeiro turno.
APOIO
O apoio maciço da população às mudanças promovidas pelo governo de Kirchner e às propostas de aprofundamento, na próxima gestão, “das medidas nacionais que tirem definitivamente a Argentina do atraso deixaram a oposição nervosa na reta final do pleito”, assinalou a senadora.
Os candidatos oposicionistas, particularmente Elisa Carrió, do ARI, e Roberto Lavagna, do UNA, levantam uma suposta manipulação dos índices inflacionários na tentativa de desestabilizar a candidatura de Cristina Fernández de Kirchner. A taxa calculada pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos, INDEC, foi de 5,8% entre janeiro e setembro deste ano. Com o INDEC há uma insistente campanha da oposição.
Na segunda-feira, dia 22, funcionários do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, com ampla divulgação da mídia pro – imperialista, pediram mudanças em três áreas: “política antiinflacionária, a regularização do INDEC e a normalização progressiva das tarifas públicas”. “Parecem-nos muito engraçados os que se queixam da inflação e pedem que aumentemos as tarifas, porque esse é um mecanismo de imediata conseqüência inflacionária”, disse o chefe de ministros em declarações radiais, informando que o governo não mais se rege pelas receitas do FMI.
Para Cristina, devido ao crescimento econômico dos últimos quatro anos, “é mais que razoável a dinâmica de preços atual. Com a participação ativa da população estamos controlando a especulação dos maus empresários”.
Na segunda-feira, o INDEC divulgou o crescimento de 8,8% da atividade industrial em setembro em relação ao mesmo mês do ano passado, com um forte impulso do refino de petróleo, dado que também incomodou a oposição.
Os argentinos devem escolher a presidente e o vice-presidente do país, por um período de quatro anos, 24 senadores nacionais (de um total de 74 que formam a câmara alta) e 130 deputados nacionais (de um total de 257). Também serão eleitos 664 deputados e 107 senadores provinciais, centenas de prefeitos e vereadores, assim como 8 províncias elegerão nessa data seus governadores.
A lei eleitoral estabelece um segundo turno entre os dois candidatos mais votados se na primeira o vencedor não consegue 45% dos votos, ou se obtêm mais de 40% sem atingir mais de 10 pontos de diferença sobre o segundo colocado.
Hora do Povo
Rizzolo: Não há dúvida que Cristina Kirchner tem uma proposta de governo voltada aos interesses da população pobre e desassistida , vítimas ainda da política neoliberal. A disponibilidade de se concentrar esforços para que a Argentina tenha um Estado forte, promotor de avanços sociais, faz com a pauta das diretrizes da política a ser implementada por Cristina Kirchner venha de encontro ao ideal peronista.
Os lacaios dos impérios, não gostam, mandam “recados” via FMI, no tocante ao o tipo de governo que os amantes Adam Smith aspiram, o povo argentino, já é suficientemente politizado e sofrido para saber que “o mercado por si só” não dá conta das demandas sociais. Os dois representantes do capital internacional, os camaradas Elisa Carrió, do ARI, e Roberto Lavagna, do UNA, fazem de tudo para desqualificar o governo Kirchner, na esperança de que a derrota seja alcançada. Em 2003, o peronismo (movimento político criado pelo ex-presidente Juan Domingo Perón, há 62 anos) apresentou três candidatos separadamente: Kirchner, o ex-presidente Carlos Menem (1989-1990) e Adolfo Rodríguez Saá (irmão do atual candidato Alberto Rodríguez Saá). Eles tiveram, somados, mais de 60% dos votos nacionais. A revista americana Time chegou a apresentar Cristina como a “Hillary latina”.
Não há mais espaço para que políticas que visem apenas o lucro, a especulação, e aumentem a desiqualdade social sejam prestigiadas. Isso só ocorre infelizmente aqui, onde mais uma vez o povo brasileiro, incauto, acreditou num sonho chamado Lula, inclusive eu. Agora, até quando a esquerda vai ficar prestigiando o camarada ?
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