“Se quisermos acabar com a pobreza há que se dar o poder aos pobres”

Venezuela vota SÍ por Bolívar, por Chávez e pela democracia

“Vamos transferir cada dia mais poder ao povo, construir uma democracia profunda e sólida”, destacou o presidente da Venezuela

“Quando o povo venezuelano aprovar no próximo domingo, em referendo, a proposta de Reforma Constitucional votando pelo SIM, estará se colocando na primeira fileira para abrir, com a vontade do povo, com o amor do povo, com a consciência do povo, o grande caminho da Venezuela do século XXI: O caminho democrático verdadeiro, o caminho da igualdade verdadeira, o caminho que nos levará a cumprir com o sonho que Bolívar assinalava quando dizia que ‘ao povo venezuelano deve-se dar a maior soma de felicidade possível’”, afirmou o presidente Hugo Chávez, falando para milhares de pessoas que se reuniram no Estádio José Encarnación “Pachenco” Romero, em Maracaibo, no estado de Zulia, na reta final da campanha para aprovar a reforma de 69 dos 350 artigos da Constituição.

“Se quisermos acabar com a pobreza há que se dar poder aos pobres”, afirmou o presidente.

Manifestações, marchas, atos de preparação e convocação dos eleitores para garantir a vitória se realizaram em todo o país nos últimos dias. “Quando aprovarmos esta Reforma, estaremos aprovando um conjunto de instrumentos que são vitais para conseguir acertar o rumo da revolução para que não se desvie e, qual é a melhor forma para impedir que se desvie a revolução?”, questionou, para prosseguir: “Transferir cada dia mais poder ao povo. E quando falo em poder, me refiro ao poder real, concreto, não estou me referindo a uma abstração”, assinalou.

PODER AO POVO

Ele ressaltou que entregar poder ao povo “é construir uma democracia profunda e sólida, poder político, poder econômico. Poder político, para que o povo construa, desde as bases, instrumentos e espaços para a revolução democrática. Os conselhos comunais do poder popular para que fiquem na Constituição e mais ninguém venha a debilitá-los ou eliminá-los, para que não dependam nem do Presidente da República, nem dos ministros, nem dos governadores, nem dos prefeitos, mas que os conselhos comunais do Poder Popular dependam única e exclusivamente da vontade do povo”.

Esclarecendo as propostas, muitas delas distor-cidas pela oposição na tentativa de confundir a população, Chávez expressou que “propus que uma percentagem do orçamento nacional vá direto para os conselhos comunais, para as comunidades, para que vocês comecem a solucionar problemas que ainda existem lá, ameaçando o povo, afetando a vida do povo, e que os prefeitos não conseguiram solucionar, nem os governadores, nem o governo nacional”.

“Hoje como ontem volto a convocá-los”, conclamou o presidente sob coros e consignas a favor do SIM. “Há oito anos eu era candidato à presidência da República e naquele dezembro de 1998 a maioria dos venezuelanos acreditou em mim, e me escolheram pela primeira vez Presidente, para me fazer o último Presidente do século XX e o primeiro do século XXI no nosso país.

ELEIÇÕES

“Em 1999 convoquei um referendo nacional para lhes perguntar se estavam de acordo comigo ou não em eleger uma Assembléia Nacional Constituinte. A maioria do povo venezuelano voltou a confiar em mim, e disse: SIM Chávez.

“Depois, lhes perguntei se estavam de acordo com aprovar aquele projeto de Constituição, e de novo a maioria dos venezuelanos e venezuelanas voltou a confiar em mim, e disseram: SIM Chávez.

“Em 2000 fomos às eleições presidenciais e de novo, o povo venezuelano confiou em mim e me elegeu para um novo período, do ano 2000 até 2006.

“Em 2002 a oligarquia envenenada, pró-americana, lançou um golpe de Estado e me levaram prisioneiro, vocês disseram de novo: Chávez você é o Presidente e voltaram a me levar a Miraflores.

“Em 15 de agosto de 2004, quando a oligarquia e o imperialismo norte-americano lançaram de novo outra ofensiva para me tirar do governo, vocês falaram: ‘Uh, Ah, Chávez não se vá!’ E voltaram a me ratificar na presidência da República.

“Nas eleições do ano 2006 para a presidência da República, vocês não só voltaram a me escolher, agora com 63% dos votos, mas lhes expliquei durante a campanha que o 3 de dezembro não seria um ponto de chegada mas que seria um ponto de partida, ou seja, que a partir do 3 de dezembro de 2006, quando vocês me elegessem de novo, como me elegeram, começaria uma nova etapa, começaria um novo período de nossa história, e esse período eu disse a todos como se chamaria: Construção da via venezuelana para o socialismo”.

“Eu cumpro com a minha palavra, por isso logo depois que acabaram as eleições comecei a trabalhar no Projeto mais detalhado, para ir construindo o socialismo venezuelano. Aqui está. Agora o apresento a vocês”, ressaltou.

No final do ato, Chávez chamou a todos seus apoiadores a trabalhar para diminuir a abstenção, e “nocautear os inimigos, para que nunca mais essa traidora oligarquia, esses pró-americanos traidores transformem nossa querida pátria numa colônia dos EUA, nem de ninguém”.

“Quem votar pelo SIM está votando por Simon Bolívar!

Quem votar pelo SIM está votando pelo socialismo do século XXI!

Quem votar pelo SIM está votando por Chávez !”, concluiu, sob aplausos dos presentes ao estádio.

Hora do Povo

Rizzolo: As pesquisas indicam que ninguém sabe, na realidade, o resultado do referendo que aprovará ou não as as emenda constitucionais na Venezuela no dia 2 de dezembro ( domingo); como se trata de uma democracia, e que isso esteja bem claro, aos brasileiros que se dizem ” democratas” mas que não gostam de referendos, plebiscitos ou tudo que se relacione ao povo, o resultado seja qual for será respeitado.

A direita brasileira trabalha e conspira contra o desenvolvimento do povo brasileiro, haja vista, os ataques contra a democracia participativa, os convescotes para golpear o governo, o egoísmo em não compartilhar via CPMF o imposto anti sonegação, ou seja, recursos para implementação de projetos sociais. Enfim, tudo o que os chamados ” representantes eleitos ” dos dois maiores partidos elitistas, PSDB e DEM fizeram e estão ainda a fazer através da conspiração, vão na contramão do desenvolvimento do povo brasileiro. Acho isso uma tristeza num país pobre como o nosso, e o pior, esse pessoal se vale do fato do povo humilde ter outorgado o mandato na urna a eles, que agora rindo, desfecham o golpe contra o povo brasileiro, prestando vassalagem ao empresariado que visa o lucro e a sonegação. Observem que os que não querem a CPMF, e não gostam de impostos de difícil sonegação, são os que maldizem Chavez e o chamam de ditador. A que ponto chegamos, hein!

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FHC atrapalha mais do que ajuda

Com as recentes declarações do ex. presidente FHC sobre a condição intelectual do presidente Lula, afirmações de cunho preconceituoso que passa por uma exegese dos conceitos de cultura firmados pela elite brasileira, fruto de 400 anos de escravidão e mando, e apenas de 100 anos de liberdade, podemos enfim fazer uma reflexão até que ponto intervenções dessa natureza política servem ao desenvolvimento do Brasil, e na própria pluralidade das idéias e pontos de vista político.

O Brasil hoje necessita de pensadores políticos, precisamos encontrar meios de pensar um Brasil de inclusão, e não nos dispormos a desrespeitar um presidente que teve 58 milhões de votos; desqualifica-lo, é chancelar que o povo inculto, vota no inculto, o que não é verdade. Presidir um país passa muito mais por sensibilidade e tato social do que diploma universitário, o que também não desqualifica esse último o qual todos os brasileiros deveriam ter o direito de conclui-lo.

Um partido como o PSDB poderia e muito contribuir para pensar um Brasil melhor, mais humano, mais justo, mas ao que tudo indica, FHC não esta interessado em emprestar seu prestígio à sigla, colocando a numa situação delicada, empolgado pela sua vaidade pessoal. Não bastasse as investidas não patrióticas no boicote à CPMF, os demais fatos corroboram para o feitio de uma imagem de partido egoísta, de direita, e preconceituoso, fato lamentável, até porque dentro da agremiação partidária tucana, existem nomes brilhantes e que podem contribuir para a evolução e desenvolvimento do pensamento nacional.

Fernando Rizzolo

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Nicarágua e Rússia ampliarão a cooperação no setor militar

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Nicarágua e Rússia ampliarão a cooperação no setor militar, a qual até agora se limita à reparação de aeronaves e substituição de motores para tanques, adquiridos durante a governação do Frente Sandinista de Libertação Nacional da década de anos 80, informou na terça-feira um alto oficial do ministério da Defesa da Nicarágua.

“ Creio que vamos ampliar e se pode ampliar estes relações com os russos”, disse o chefe do Exército , o general, Omar Halleslevens, no âmbito de celebrações do Dia do Soldado da Pátria.

“ Nos mantivemos as relações com os russos todo o tempo, são históricas e eles mantêm aqui uma delegação permanente, uma missão militar”, disse. Halleslevens destacou que os russos fazem a reparação dos velhos helicópteros Mi-17 da Força Aérea e atualizam e reparam os motores dos tanques MB-21.

“Hoje estão aparecendo novas possibilidades , as discutimos nas reuniões de uma Comissão de Nicarágua encabeçada por Chanceler (Samuel Santos)”, disse.

Uma missão do Exército , chefiada por maior-general, Ramón Calderón Vindel, Chefe do Estado Maior do Exército, voltou recentemente da Rússia com umas propostas que devem ser examinadas.

A desaparecida União Soviética forneceu nos anos 80 um pouco mais de 2.000 mísseis terra-ar SAM7 ao governo sandinista. Governos posteriores mandaram a destruir cerca de 1.000 por os EUA ter tido o medo de caírem às mãos dos terroristas.

O Exército manifestou que e 400 é bastante para manter o balanço de forças na América Central, informa agência AP.

Por Lyuba Lulko
Pravda.Ru

Rizzolo: A Rússia é um grande fabricante de armamento, a nossa indústria bélica deve ser desenvolvida nos termos de cooperação como os da Nicarágua e Venezuela, uma vez que fora sucateada de propósito visando os interesses internacionais. Já tivemos uma Engesa, uma Avibrás atuantes no mercado internacional, temos potencial para desenvolvermos toda tecnologia militar. Do ponto de vista político, a Nicarágua na realidade esta reestruturando suas Forças Armadas, não acredito que esse propósito seja exatamente enfrentar os EUA. Temos que nos preocupar com o Brasil, a Nicarágua, bem como a Venezuela não são países de vocação imperialista, são na realidade países irmãos da nossa América Latina, aqueles que desejam nos separar e apostam na não integração, lançam teorias conspiratórias que servem apenas aos interesses dos agiotas republicanos, e não ao povo brasileiro.

Primeiro a rentabilidade, depois o povo ?

Fico impressionado com a insensibilidade da oposição em não pensar nos ganhos sociais já exaustivamente explicados, e elencados com a prorrogação da CPMF. A intenção em prejudicar as propostas sociais do governo, é maior do que os interesses do povo pobre brasileiro, que será beneficiado com um imposto de difícil sonegação com a CPMF. Brados isolados como o do Dr. Jatene, médico, patriota, cirurgião, e outros brasileiros patriotas, são poucos em público, ao oposto, empresários interessados no golpe, no lucro, no interesse, na rentabilidade, e que via de regra trocam a palavra desenvolvimento social por reforma tributária, vinculam a erradicação da miséria, com a conversa mole mal intencionada de que “primeiro a reforma tributária” senão o boicote conspiratório.

É vergonhoso a falta de solidariedade, de cristandade, e de incompreensão, pois sabem que sem arrecadação o pobre não terá um Estado digno. Agora eu me pergunto. Aonde estão os políticos cristãos ? Há quanto tempo não lêem a Bíblia, quer o Novo Testamento quanto o Antigo? Ora, se sabemos que há necessidade dos 40 bilhões de reais para vascularizarmos de cidadania o povo pobre, porque boicotarmos? Porque o PSDB e o DEM, sem o mínimo de remorso se reúnem, e numa foto risonha desdenhando conspiram contra um dinheiro que é do povo? Porque ? Será que teremos que isolar o Congresso Nacional e fazer justiça arrecadatoria elevando alíquotas , como IOF e Imposto de Exportação ?

Está na hora de abandonarmos o discurso técnico sobre a CPMF, até porque já fora exaurido os temas, temos que partir para o conceito moral, de compartilhar o lucro, de dividir com o pobre, de ser digno, de ser patriota e acreditar no mínimo em Deus e não apenas no ganhar explorando o outro que nada tem.

Fernando Rizzolo

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Apoio à Reforma Constitucional reúne multidões na Venezuela

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Com a presença de Hugo Chávez, foram realizadas em vários estados venezuelanos grandes manifestações de apoio ao SIM no Referendo sobre a Reforma Constitucional do próximo dia 2 de dezembro.

“Não haverá nada nem ninguém que nos detenha neste caminho. Poucos dias é o que resta para a vitória do SIM, vamos dar um banho de votos aos que pretendem desconhecer a vontade popular e desconhecer a revolução” assinalou ante milhares de pessoas no estádio Agustín Tovar, na cidade de Carolinas, no estado de Barinas. Conclamou a todos seus apoiadores a “não permitir que a oligarquia venezuelana breque a Revolução Bolivariana”.

“Não haverá contra-revolução, por mais televisão que tenha, por mais temores que pretendam semear na alma, que detenha a vontade do povo soberano, que detenha a vitória do SIM”, enfatizou o presidente.

Nas instalações do estádio José Encarnación “Pachencho” Romero, na cidade de Maracaibo, estado de Zulia, Chávez foi recebido por uma multidão em apoio ao Referendo de Reforma Constitucional.

Destacou que “se queremos acabar com a pobreza temos que entregar poder aos pobres, que foram durante tanto tempo vilipendiados, se queremos ajudar o povo temos que dar poder ao povo”.

Acompanharam Chávez, o vice-presidente Jorge Rodríguez, o governador Diosdado Cabello; os ministros Erika Farías, Rafael Ramírez; Pedro Morejón; Rodrigo Cabezas; o general da reserva Jorge Luis García Carneiro; assim como um grupo representativo de estudantes bolivarianos, entre outros.
Hora do Povo

Rizzolo: O importante na questão venezuelana, é que a democracia participativa está sendo exercitada, é claro, que os interesses internacionais, os defensores do neoliberalismo, não gostam e atacam o modelo socialista, que esta mais para uma social-democracia. O que não podemos aceitar, é a afirmação de que Chavez é um ditador, de que Chavez quer dominar a América Latina, de que Chavez se arma para enfrentar os seus vizinhos. Ora, para que isso ? A quem interessa essas difamações ? Não será coincidência que os mesmos que atacam Chavez, difamam Lula, chamando-o de analfabeto ? Percorri quase todas as favelas em Caracas , tive contato com o povo venezuelano, vi de perto o empenho e o trabalho social do governo Chavez, em atender multidões de pobres que nunca tiveram acesso a nada, ouvi programas de rádios atacando Chavez, vi enormes conglomerados apoiando e emperrando bandeiras vermelhas saudando o governo, tudo, mas tudo, num clima democrático, uns contra outros a favor. Agora o pleito irá decidir, e tenho certeza que será uma demonstração de democracia principalmente do ponto de vista didático aqueles que xingam Chavez a mando dos que os patrocinam.

Rizzolo fala sobre CPMF em site jurídico

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Nesse mês tive a oportunidade de ter sido convidado pelo site R2, a dar uma palestra de improviso, sobre a CPMF direcionada aos profissionais do Direito. Como o assunto CPMF é polêmico, e forçosamente passa pelo aspecto jurídico- político, gostaria de convidá-los a assisti-la.

Fernando Rizzolo

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Construção de Angra 3 será retomada no primeiro semestre de 2008, afirma Othon Pinheiro

O presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, afirmou que a construção da usina Angra 3 será retomada no primeiro semestre do próximo ano. “A gente tem fundadas esperanças de estar, no primeiro semestre do ano que vem, recomeçando fisicamente as obras. Sem dúvida isso vai ocorrer”, disse Othon ao encerrar, no Rio de Janeiro, o 1º Workshop sobre Geração Nuclear e a Matriz Energética Brasileira, promovido pela Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan).

De acordo com Othon – almirante reformado e criador do programa nuclear da Marinha – até o final de janeiro o Ministério de Minas e Energia deverá concluir o processo de revisão dos custos da obra, seguindo relatório de custos que está sendo elaborado por uma empresa de auditoria. “Logo depois que eles entregarem o relatório, nós vamos reiniciar as negociações de contrato”.

Com potência de geração de 10,9 milhões de megawatts/ano, a construção de Angra 3 proporcionará ao complexo nuclear localizado na cidade de Angra dos Reis (RJ) capacidade para abastecer 80% do consumo de energia de todo o estado do Rio de Janeiro. A nova usina deverá entrar em operação em 2014.

Mesmo após a revisão dos custos, a construção de Angra 3 não ficará muito além dos R$ 7,2 bilhões previstos anteriormente pela Eletronuclear, conforme estimativa de Othon Pinheiro da Silva.

ARGENTINA

O presidente da Eletronuclear considerou positivo o desenvolvimento de um programa nuclear conjunto entre o Brasil e a Argentina. “Em energia, não há por que não compartilhar”, declarou Othon. Durante o encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente eleita da Argentina, Cristina Kirchner, foi decidido a criação de uma comissão bilateral para discutir o assunto, que se reunirá em fevereiro. “Para atender a sazonalidade de cada local, a integração é interessante”, afirmou Othon, destacando que a Eletronuclear mantém intercâmbio com a estatal nuclear argentina Enarsa. O objetivo é transformar o intercâmbio técnico em um convênio já a partir do próximo ano.

Hora do Povo

Rizzolo: Quando se fala em energia nuclear não podemos nos esquecer que o Brasil possui a sexta maior reserva de urânio. Leia artigo meu sobre Energia Nuclear.

Soberania e Energia Nuclear

Muito se tem falado sobre a reestruturação das nossas Forças Armadas, os que não a desejam, assumem publicamente que a culpa da necessidade dos investimentos, está no fato do governo Venezuelano estar investindo maciçamente em armamento, e por esta razão devermos fazer o mesmo. Os democratas relativos, no fundo querem argumentar e ter na discussão um “ganho secundário duplo”; o primeiro seria chamar Chavez de ditador e belicista, tentando incutir na opinião pública, um terrorismo baseado na premissa de que Chavez se arma para se sobrepor ao Brasil, a segunda seria que se destruirmos o poder político de Chavez, tudo estaria resolvido, e nem mais pensaríamos em reequipar as Forças Armadas , deixando, como querem os anti patriotas, um Brasil desarmado, vulnerável, passivo, e dependente dos EUA, nos moldes da diretora-executiva do Instituto Venezuelano de Estudos Sociais e Políticos (Invesp), Francine Jácome, uma legítima representante dos interesses norte americanos.

Não é possível pensar num Brasil, com a extensão territorial que temos, com a quantidade de minérios, alimentos, florestas, sem uma Força Armada à sua altura. A Venezuelana jamais pensou em se armar visando conflitos com o Brasil, só um idiota, ou um oligofrênico poderia imaginar que existe pretensão imperialista no governo Chavez, na verdade, a Venezuela reestrutura suas Forças Armadas face ao abandono que o neoliberalismo impôs à defesa da soberania venezuelana, preparando terreno para uma eventual invasão norte americana, que não é nada improvável.

Precisamos deixar a hipocrisia de lado, e enfrentarmos nossa realidade como país, temos sim que ter uma atitude pró ativa, e abrir a discussão sem receio sobre a necessidade de desenvolver nosso submarino nuclear, de acordo com o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva , ex chefe do programa nuclear da Marinha, com a conquista da tecnologia para o enriquecimento do urânio, temos a possibilidade técnica da conclusão do submarino nuclear, que já se encontra em adiantada fase de construção – tanto o reator nuclear quanto o protótipo do submarino já foram realizados, faltando apenas a criação de laboratórios que permitam testar o reator em condições operacionais.

Para o almirante Othon, a política de investir em submarinos convencionais não é a mais apropriada aos interesses da defesa do país. Nas condições tecnológicas da guerra atual, somente submarinos nucleares poderiam garantir a defesa diante de inimigos do país que já possuem, há muito, belonaves desse tipo. Daí a sua formulação de que a construção do submarino nuclear é um “gesto de independência”. Ademais, face à nossa extensão temos que ter um submarino de propulsão nuclear por questões de autonomia, e isso tudo, nada tem a ver com a Venezuela, ou com Chavez, e sim a um desenvolvimento técnico nuclear visando nossa defesa e a nossa soberania.

Por que não poderíamos desenvolver a tecnologia nuclear num país com a nossa extensão, com um nível de vulnerabilidade tão alto ? O Brasil deveria abandonar o tratado de não-proliferação de armas nucleares (TNP), não é possivel imaginar um mundo seguro se apenas os EUA e países como Índia e Paquistão dominarem a tecnologia nuclear necessária para construir armas. Ficou patente o servilismo do ex presidente Fernando Henrique Cardoso aos EUA quando assinou o TNP, vez que a proliferação de armas nucleares poderia inibir o poder unilateral dos EUA, que impõem o o acordo para exercer seu poder unilateral, e amoral.

Compartilho da corajosa opinião do secretário de Política, Estratégia e Relações Internacionais do Ministério da Defesa, general de Exército José Benedito de Barros Moreira quando afirma da necessidade do Brasil desenvolver tecnologia para a Bomba Atômica, segundo ele, “Temos de ter no Brasil a possibilidade futura de, se o Estado assim entender, desenvolver um artefato nuclear. Não podemos ficar alheios à realidade do mundo “.

Temos que pensar na defesa da nossa soberania, e ter a noção de patriotismo e soberania como os nossos vizinhos da América Latina e parar de uma vez por todas de fazer valer os desígnios de Washington. Enfim como diz o general ” Vamos colocar um cadeado forte na nossa tranca “, e eu complementaria, chega de hipocrisia !

Fernando Rizzolo

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“Veja” manipula as opiniões de militares para defender tortura

Diz o boletim das estagiárias da CIA que “a cúpula do Exército autorizou os pesquisadores a entrar nos quartéis e questionar qualquer militar”, para responder um questionário no qual se encontra a seguinte pergunta: “O Congresso dos Estados Unidos estuda a aprovação de leis que permitem o uso de métodos não ortodoxos para obter informações cruciais. Desde que haja amparo legal, o senhor acha que se pode fazer uso de métodos não ortodoxos?”

A pergunta se baseia em duas premissas falsas, para obter um “sim” como resposta, de modo a poder apresentar a maioria dos militares brasileiros como partidários do emprego da tortura contra o “tráfico”, o “crime organizado” e “ameaças à segurança nacional”.

O Congresso dos EUA não só não estuda a aprovação de leis que permitam a tortura como tem denunciado de forma cada vez mais intensa o seu uso ilegal pela CIA e pelo poder Executivo.

Ademais, a suposta aprovação de uma lei pró-torturas nos EUA, que forneceria autorização expressa para que militares americanos, quando capturados, fossem igualmente torturados, não implicaria em qualquer mudança da Constituição brasileira diante da qual a tortura é crime hediondo, particularmente se exercida pelo Estado.

O Brasil, ainda que “Veja” não se conforme, é um país soberano e civilizado, razão pela qual mais dia menos dia não só os torturadores mas também os pregadores de tortura estarão devidamente atrás das grades. É só uma questão de tempo.

Jornal Hora do Povo

Rizzolo: Em primeiro lugar, nos dias de hoje, a grande maioria dos militares brasileiros, não pertencem à geração dos torturadores da ditadura militar que fora instalada no Brasil a partir de 1964, ditadura essa, já publicamente declarada por autoridades americanas, financiada na época pelo governo dos EUA. Em segundo lugar, insinuar que a intelectualidade militar brasileira, é a favor da tortura, como meio lícito de obtenção de provas, é um absurdo que depõe contra o espírito patriótico das nossas Forças Armadas. Os militares brasileiros, tenho certeza, estão hoje engajados em construir um Brasil melhor, mais justo e soberano, na defesa dos interesses do povo brasileiro, aliás uma tendência dos militares na América Latina, não é ?

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Ganhar sim, pagar impostos não

Os argumentos vazios sobre as inconveniências da CPMF, os gritos sobre a alta carga tributária brasileira, palavras de ordem contra a ineficiência, tudo isso faz parte do elenco argumentativo daqueles que não querem de forma alguma entender que imposto é transferência de renda ao mais pobre, e portanto, mais consumo, mais emprego, mais desenvolvimento, menos miséria.

Estudo do secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, entregue foi aos senadores, lança mão de um conceito novo de carga tributária, no qual exclui as transferências de renda. De acordo com os argumentos, descontadas as transferências, a receita líquida do governo federal ficou praticamente estável desde o início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, passando de 11,4% do PIB no final de 2002 para 11,3% nos 12 meses encerrados em setembro de 2007.

Na realidade a carga tributária liquida é o que importa , ou seja, descontados todos os retornos diretos de impostos à sociedade, como o Bolsa-Família, aposentadorias e subsídios fiscais, entre outros – subiu de 17,9% do PIB em 2002 para 19,7% do PIB em 2007. O que implicaria que toda a arrecadação adicional obtida , foi sim devolvida para o setor privado na forma de transferência de renda. Não podemos ignorar que essa transferência de renda significou ao setor privado mais lucro , não houve maior arrecadação da sociedade, houve transferência de renda de um grupo para outro.

Contudo, ao que parece, existe um problema político empresarial , que envolve os mais primários instintos de egoísmo, e desprezo, pela população pobre, que necessita dos investimentos públicos vinculados com a receita da CPMF. Provavelmente por ser um imposto de difícil sonegação os defensores da CPMF não apreciam muito o tributo. Ademais, como pouco se importam com os pobres, acham a carga tributaria de 37 % do PIB elevadíssima, e se esquecem que na Inglaterra, um país onde nem há tanta necessidade de uma intervenção estatal é na ordem de 38 %.

Não há como pensarmos num Brasil justo. sem arrecadação, não mais podemos conceber um ” Estado Raquítico ” como afirma Márcio Pochmann. Com certeza existirá um plano B , sim, e aqueles que apenas numa visão egoista querem lucrar sem compartilhar, com afirmou o Dr. Jatene com o dedo em riste, terão que pagar de outras formas; o que não podemos aceitar é a manutenção do povo brasileiro na miséria, por interesses de uma minoria interessada em ganhar, sim, pagar impostos não.

Fernando Rizzolo

O reequipamento das Forças Armadas e a Venezuela

O mais interessante na discussão sobre o reequipamento das Forças Armadas no Brasil, é que setores conservadores na ânsia de desqualificar Chavez, e na orientação da teoria conspiratória, se apropriam de uma questão de soberania, que já deveria ter sido sanada há muito tempo pelos governos neoliberais, e descarregam a essência da necessidade na reestruturação das Forças Armadas na Venezuela. Ora, o que a Venezuela está fazendo, nada mais é do que já deveríamos ter feito, e não há, de forma alguma, nexo causal, como querem insinuar os conspiradores de plantão.

Pelos planos em reestudo nas três Forças no Brasil, o reaparelhamento pode ter investimentos de R$ 15,71 bilhões. Seriam R$ 3,61 bilhões para a Marinha, em 10 anos – R$ 1 bilhão só para o programa nuclear, montante a ratear ao longo dos próximos 8 anos. Outros R$ 6,7 bilhões para o Exército, em até 14 anos, e mais R$ 5,4 bilhões para a Aeronáutica, em um período um pouco menor, de 6 anos, por causa do grau de demanda tecnológica da Força e da exigência imposta pelo sucateamento atual.

A Venezuela como o Brasil, assim como os demais países da América Latina, devem estar do ponto de vista militar, à altura para uma eventual resposta imperialista quer ela americana, ou não. Quando digo imperialista me refiro a países como os EUA que de forma contumaz usam a força para implementar sua política externa. Afirmar que Chavez, pretende afrontar o Brasil, ou, intimidar países vizinhos, é no mínimo uma visão esquizofrênica de ganho secundário neoliberal.

O caráter pueril persecutório , desses profetas do belicismo, denota que estão sim a serviço daqueles que querem mobilizar a opinião pública, fazendo o jogo de Washington. Pura besteira, pura infantilidade. Precisamos reequipar nossas Forças Armadas na defesa da nossa soberania, sem acusar os nossos vizinhos e usa-los como pretexto, se hoje precisamos adequar nosso potencial bélico, é porque os neoliberais destruíram nosso parque industrial militar, que um dia já foi respeitado e grande fornecedor dos países árabes. Destruíram a pedido de quem?

Fernando Rizzolo

Mercosul e Israel podem ter acordo de livre-comércio em 2008

O primeiro acordo de livre comércio do Mercosul com um país de fora da América Latina pode ser com Israel, no começo de 2008. É o que tentarão fazer as delegações do bloco e do pequeno país do Oriente Médio, na rodada de negociações que começa nesta segunda-feira (26), em Genebra. “É um acordo próximo da conclusão, embora não se possa garantir que será firmado nessa rodada”, disse o diretor do Departamento de Negociações Internacionais do Itamaraty, Evandro Didonet.

Segundo participantes das discussões e integrantes do setor privado com interesse no acordo, há ainda obstáculos, como a resistência de Israel em dar tratamento preferencial para exportações do Paraguai e Uruguai, sócios menores do Mercosul, e dificuldades entre Israel e Argentina em torno do comércio de herbicidas para agricultura. Mas a disposição dos parceiros em firmar o acordo já revela, porém, que foi afastada a idéia de fazer o acordo com Israel seguir o mesmo ritmo das negociações com países árabes, um dos principais fatores de atraso nas discussões.

Até meados deste ano, os diplomatas dos países do Mercosul tentaram fazer avançar em conjunto os dois acordos, com Israel e com os árabes reunidos no Conselho de Cooperação do Golfo. A forte oposição da indústria petroquímica brasileira e a decisão dos árabes de priorizarem as negociações com a União Européia, mais avançadas, descolaram as duas negociações e a discussão com Israel está reduzida a poucos pontos e detalhes de texto, que podem ser resolvidos nesta rodada em Genebra – ainda que o Itamaraty não queira criar expectativas.

As negociações com Israel já motivaram protestos de organizações não-governamentais e partidos de esquerda, que acusam os governos do Mercosul de legitimar, com o acordo, a ação de Israel no Oriente Médio, com colônias em territórios reclamados pelos palestinos, que receberiam do governo israelense tratamento discriminatório.

A reafirmação do caráter pragmático das negociações e o empenho para não desagradar os parceiros no mundo árabe era a principal razão para evitar um acordo em separado. O setor privado brasileiro apóia as negociações, embora grande parte dos empresários, inclusive na direção da Federação das Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp), acredite que, se o acordo for alcançado ele terá um efeito mais simbólico que prático.

Relação com o Brasil

A balança comercial entre Brasil e Israel está em pouco mais de US$ 700 milhões, com forte superávit para os israelenses. O país tem importações da ordem de US$ 50 bilhões, porém, principalmente alimentos, pedras preciosas, petróleo, celulares, motores de automóveis e outros manufaturados. O Brasil exporta a Israel em torno de US$ 300 milhões anuais, principalmente carne congelada, tubos de cobre e produtos agrícolas, e compra cerca de US$ 400 milhões, principalmente insumos para agricultura.

As autoridades israelenses argumentam, com os acordos de cooperação econômica que firmaram com o Egito e um mais amplo com a Jordânia, que o tratado de livre comércio com o Mercosul não tem potencial de envenenar a relação entre o bloco e os países árabes. O acordo é negociado desde 2005, quando os países do bloco e Israel firmaram um acordo-quadro sobre comércio. Até hoje, porém, esse acordo-quadro não foi votado no Congresso brasileiro.

A perspectiva de concluir o acordo de livre comércio entre Mercosul e Israel ocorre na mesma semana em que o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, participa, como representante do Brasil, das negociações de paz entre israelenses e palestinos convocadas pelo governo dos EUA para a cidade de Annapolis – nas quais os brasileiros serão os únicos participantes da América Latina. Em uma demonstração de que os laços comerciais têm independência em relação à agenda política, Amorim deve reafirmar, em Annapolis, o apoio à devolução de territórios tomados por Israel aos palestinos, e oferecerá ajuda técnica e humanitária, como a prestada ao Haiti e Guiné Bissau por Brasil, Índia e África do Sul.

Fonte: Valor Econômico

Rizzolo: O acordo de livre comércio do Mercosul com Israel é extremamente vantajoso para ambas as partes. Israel possui tecnologia principalmente na área bélica, ademais, os problemas e conflitos entre os países árabes parece que estão caminhando para uma solução. Não é possível imaginar o povo palestino sem um Estado. No tocante a problemas com a esquerda, não acredito que possam haver, vez que só não entende quem não quer enxergar os esforços e boa vontade de Israel em resolve-los, prova disso são as negociações de paz entre israelenses e palestinos convocadas pelo governo dos EUA para a cidade de Annapolis – nas quais os brasileiros serão os únicos participantes da América Latina. Vamos torcer.

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O olhar por cima que seduz a elite

Foi com uma das afirmações como esta, “E nós faremos o possível e o impossível para que saibam falar bem a nossa língua. Queremos brasileiros melhor educados, e não brasileiros liderados por gente que despreza a educação, a começar pela própria “, que FHC demonstrou o potencial de sua vaidade. É inimaginável que um político que foi presidente da república de um partido de direita, já um tanto estigmatizado, demonstre a partir da pessoa dele, seu desprezo por aqueles que não tiveram a oportunidade em ter acesso à cultura, muito em face ao modelo neoliberal implantado por ele mesmo.

De quantas vezes precisaremos afirmar que não há como entender um Brasil deixando de incluir os excluídos de toda sorte, quantas vezes precisaremos fazer as pessoas entenderem, que a América Latina passa por um momento em que as populações que sempre foram marginalizadas economicamente, estão sendo paulatinamente integradas por pontuações políticas visando o acesso a saúde, alimentação, a cultura, ou seja, tudo aquilo que o neoliberalismo de FHC negou.

Acredito que o PSDB num contexto maior, tenta de todas as formas sugerir uma abordagem social mais próxima ao povo , ao popular; mas a vaidade, o diletantismo, o se sentir superior, que tanto impregnado se faz na elite brasileira, por vezes se sobrepõe ao bom senso político necessário, para que o PSDB possa se identificar com as pontuações sociais da nossa realidade, até para se aproximar das bases.

Essa arrogância elitista é a mesma que não reconhece a democracia participativa na Venezuela, é a mesma que não aceita o palpite do pobre, é a mesma que nas reuniões regadas a vinho no Figueira, xingam e desprezam o governo Lula, e que adoram o ” priíncipe FHC”, que comete erros de português sem o álibi operário que Lula possui. ( não é ” melhor educados “, e sim “mais bem educados” ).

Fernando Rizzolo

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Trabalhistas voltam ao poder na Austrália

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O Partido Trabalhista australiano de Kevin Rudd derrotou a coalizão Liberal-Nacional, de direita, do atual primeiro-ministro John Howard nas eleições legislativas deste sábado na Austrália, acabando com 11 anos de governo conservador no país.

Rudd, um ex-diplomata de 50 anos que fala fluentemente chinês, anunciou sua vitória diante de centenas de simpatizantes em sua cidade natal, Brisbane. Ele disse que começará a trabalhar imediatamente para “escrever uma nova página na história da nação”.

“O futuro é muito importante para nós não trabalharmos juntos, para abraçar os desafios do futuro e definir o destino de nossa nação”, disse ao lado da nova primeira-dama do país, Therese Rein, e dos filhos.

Em sua campanha, Rudd defendeu a retirada dos soldados australianos do Iraque, mas demonstrou após a divulgação dos resultados que não pretende entrar em crise com Washington. “Os Estados Unidos são amigos e aliados da Austrália”, disse.

Os resultados oficiais divulgados pela comissão eleitoral, após a apuração de 73% das urnas, mostram Kevin Rudd com 53,3% dos votos, contra 46,7% para o atual governo.

Howard, grande aliado de Bush na guerra do Iraque, admitiu ainda que tem grandes chances de perder em sua própria circunscrição, em Bennelong, perto de Sydney, o que representaria a humilhação suprema de perder a vaga que tem no Parlamento desde 1974.

Ele seria o primeiro chefe de Governo em 78 anos a perder a eleição como premier e a vaga no Parlamento ao mesmo tempo.

Os 13,5 milhões de eleitores australianos deram uma ampla vitória aos trabalhistas, que, caso se confirmem os números atuais, podem eleger 86 representantes no Parlamento de 150 cadeiras. Com isto controlarão o governo central e todos os oito estados e territórios administrativos. Atualmente os conservadores têm 86 representantes no Parlamento.

A popularidade de Howard caiu muito por causa de seu apoio incondicional aos Estados Unidos e sua decisão de manter, contra a opinião da população, as tropas australianas no Iraque.

Howard também perdeu terreno em outro dos principais temas da campanha eleitoral: a mudança climática. O problema é que, apesar de admitir agora a necessidade de reduzir as emissões de gases que provocam o efeito estufa, ele tende a minimizar a urgência.

“O aquecimento global é um problema sério, mas o fim do mundo não chegará amanhã”, afirmou recentemente. A Austrália, ao lado dos Estados Unidos, está na reduzida lista dos países que não assinaram o protocolo de Quioto.

Rudd prometeu que a sua primeira prioridade, se fosse eleito, seria assinar o Protocolo de Quioto, coisa que Howard, seguindo a “liderança” de Bush, sempre se recusou a fazer. Também prometeu retirar 550 soldados australianos com funções de combate do Iraque, deixando porém cerca de mil em funções principalmente de segurança. Howard pretendia manter todos no país pelo tempo que fosse necessário.

As questões de política interna que marcaram as eleições foram a nova legislação de trabalho do governo, muito criticada e que despertou forte oposição, e o aumento das taxas de juros, numa economia que atravessa uma grande fase de crescimento.

Com agências internacionais

Site do PC do B

Rizzolo: A observação de que o mundo não mais aceita políticas egoístas baseadas em preceitos neoliberais e autoritários, está cada vez mais se fazendo presente quer em países da América Latina, quer em países com tradições saxônicas O trabalhista Kevin Rudd , é um não alinhado à política republicana de Bush, e isso vem de encontro a uma nova tendência das esquerdas no mundo atual. É claro que não haverá confronto com os EUA, ou relações piores com o governo americano, mas na realidade é um vertente de pensamento que difere daquela que há 11 anos está no poder com visão conservadora.

Bush perde por todos os lados e isso fortalece os democratas nos EUA. Hoje os EUA vivem uma situação problemática quer do ponto de vista externo, na política internacional, como interno onde o abandono da população de baixa renda sofre o impacto das políticas mercadológicas ridículas que ainda apregoadas por alguns no Brasil. Ficou claro na campanha de Rudd sua intransigente defensa na retirada dos soldados australianos do Iraque, aliás, o número de militares que abandonam o Exército dos EUA aumentou em 80% desde a invasão do Iraque, em 2003. Essa taxa – que exército chama de “deserção” – é a mais alta desde 1980, e teve um crescimento de 42% desde o ano passado.

Nove de cada mil militares “desertaram” no ano de 2007. Em 2006 esta proporção foi de sete para mil. Neste ano foram registradas 4.698 deserções. O general chefe do Estado Maior, George Casey, reconheceu que o exército tem passado por uma situação limite. O cenário em que se encontra este quadro de deserções não poderia ser pior para os EUA, já que este, está passando pelo pior momento na guerra do Iraque, quando muitos militares têm que realizar longas e repetidas temporadas no Iraque e no Afeganistão. Talvez isso explique um pouco a vitóia de Rudd.

A luta na superação das dificuldades e o respeito às instituições

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Como de costume, todo Sábado procuro não escrever textos que não estejam relacionados com o Shabbat, e com o estudo da Tora. Sem querer dar uma conotação religiosa pessoal ao que escrevo, me permito dirigir me a você, que acompanha minhas reflexões diariamente, e de forma humilde, compartilhar com o amigo(a) esses momentos dos meus estudos no Shabbat, que se iniciam às sextas-feiras, quando me recolho duas horas antes da primeira estrela surgir na Sinagoga ortodoxa que freqüento em São Paulo.

Como já disse anteriormente, tenho profundo respeito por todas as religiões e acima de tudo sou um brasileiro patriota, amo meu país e o povo brasileiro, e tenho sim, uma grande satisfação espiritual em ao estudar a Parashá ( Porção da Tora semanal) relacioná-la ao que vivemos nos dias atuais. Como é uma reflexão de estudo pessoal, baseada na introspecção, recomendo a todos que acompanhem no Antigo testamento ( Tora) os comentários aqui expostos , para que possamos ter uma semana de paz, e que através dos estudos possamos compreender nossas vidas e encontrar formas na visão de Hashem ( Deus), para construirmos um Brasil cada vez mais digno e com mais justiça social, que é a base do Judaísmo e do Cristianismo.

A Parashá desta semana chama-se Vayishlach, e inicia-se com Yaacov (Jacó) e sua família retornando da casa de Laban (Labão) para a Terra de Israel, apenas para encontrar Esav (Esaú) marchando em sua direção com 400 homens, aparentemente prontos para a batalha. Após preparar a família para a guerra e rezar a Deus pedindo ajuda, Yaacov tenta aplacar a ira de seu irmão, enviando-lhe inúmeros e valiosos presentes.

Depois de a família cruzar o rio a fim de aguardar o encontro com Esav, Yaacov é deixado sozinho e entra noite adentro em confronto com um anjo disfarçado de homem. Embora Yaacov saia vitorioso, acaba ficando manco ao deslocar o quadril na luta. Unindo-se novamente à família, Yaacov encontra Esav, que o aceita com um recém-despertado amor fraterno, e insiste em escoltar Yaacov até seu destino.

Yaacov declara que não deseja incomodar Esav, e eles se separam. Uma nova crise ocorre quando a filha de Yaacov, Diná, é raptada e estuprada por Sechem, o príncipe de uma cidade do mesmo nome. Os filhos de Yaacov, ultrajados pela humilhação causada à irmã, engoda os habitantes da cidade a circuncidarem-se a si mesmos, assumindo que eles terão permissão de realizar casamentos mistos com a família de Yaacov.

Shimon e Levi (dois dos irmãos) dizimam então toda a cidade e salvam Diná. Yaacov retorna à Bet El, onde D’us lhe aparecera originalmente no sonho da escada (mencionado na porção da semana anterior) e lá constrói um altar. D’us abençoa Yaacov e lhe dá um nome adicional, Israel.

Logo depois, Rachel morre ao dar à luz a Binyamin (Benjamin), décimo segundo filho de Yaacov e segundo de Rachel, e Yaacov a sepulta em Bet Lechem. Finalmente, Yaacov volta para casa e se reúne a seu pai Yitschac. A Torá relata que Yitschac morreu aos 180 anos de idade, e a porção termina com uma demorada genealogia da família de Esav.

Primeiramente encontramos Jacó apreensivo em encontrar seu irmão Esaú pois não sabe qual seria sua reação, pois tinha informação que viria ele Esaú com 400 homens para destrui-lo. Jacó que sempre representou o bem se vê preocupado com uma suposta agressão do mal representado por Esaú. Após ter tomado todas a medidas de segurança , quando foi dormir completamente só “, um estranho apareceu lutou com ele até antes de romper a aurora. Quando o estranho viu que não podia vencê-lo, tocou a junção superior da coxa ( de Jacó). A junção do quadril de Jacó foi deslocada quando ele lutou com ( o estranho) ”

Essa passagem é uma das mais interessantes da Parasha. Quem era esse estranho ? De acordo com a tradição era ” Samael ” anjo guardião de Esaú e a encarnação do mal. Observem que de repende um espírito surgiu e o atacou. Mais adiante, quando o estranho percebeu que não podia vence-lo pediu a Jacó que o liberasse, pois a aurora estava rompendo, Jacó disse não. A não ser que você me abençoe ! O anjo mal perguntou então a Jacó ? Qual é o teu nome ? Disse ele não deixando o anjo ir embora, Jacó. Respondeu então o anjo ” Teu nome não será mais Jacó, mas Israel, pois tu me venceste.

Dessa passagem podemos observar que precisamos estar preparados para enfrentar na força, quando necessário, nossos inimigos, e muitos dos nossos inimigos só nos abençoam e nos respeitam quando sabem que podem perder a luta e reconhecendo nosso eventual poder de resposta . Observem o efeito surpresa do inimigo, na realidade Jacó foi surpreendido, faço uma relação muito próxima com a necessidade da proteção da nossa soberania, de estarmos preparados para enfrenatrar os ” estranhos ” que possam surgir nas nossas vidas e no nosso país. Sempre nos portamos uma nação de bem, como Jacó, já fomos o bastante enganados, como Jacó, e poderemos ser surpreendidos por ” anjos do mal ” como Jacó.

Outra questão dessa Parashá é o fato dos filhos de Jacó, Shimon e Levi (dois dos irmãos) dizimarem então toda a cidade e salvarem Diná. Quando Shimon e Levi atacam a cidade de Shechem e subjugam os habitantes para salvar sua irmã Diná, a Torá muda de tom para descrevê-los como sendo “os dois filhos de Yaacov” (Bereshit 34:25). Nesta altura certamente já estamos bem informados sobre a genealogia deles. Rashi comenta que ao repetir o óbvio, a Torá está destacando o fato de que, embora obviamente eles fossem filhos de Yaacov, não estavam agindo como tal, pois não procuraram seu conselho a respeito desta questão.

Se nos perguntassem qual a qualidade essencial para que alguém seja considerado “agindo como um filho”, nossa primeira idéia seria provavelmente honrando os pais ou cuidando de suas necessidades. Mas Rashi aparentemente está nos revelando algo diferente. Os fatores mais básicos para ser considerado como “um filho” é que busque o conselho de seus pais, o que não ocorreu, fizeram aquilo sem consultar seu pai, de forma ditatorial, sem respeitar a amplitude do conhecimento , e isso podemos inferir no comportamento daqueles tiranos que de muitas formas surgem; respeitar as instituições é respeitar o pai, e as instituições são reflexos dos anseios do povo, consultá-los se faz importante. Quem é o pai de uma nação ? Não seria o povo ? O popular ? Porque não consulta-los ? A torá é clara e condena despotismo de poucos, para isso nos baseamos na necessiade da democracia participativa, não podemos ser enganados como assim foi Jacó por Labão , explorando-o e enganado-o como vimos na Parasha´da semana passada , e o que vemos na política brasileira é que os representantes do povo se portam como Labão enganando o povo brasileiro, que é o pai da nação que tem sido vítima constante da democracia representativa perversa onde uma vez eleitos, os tais representantes se envolvem em corrupção, tirando o pouco que o povo brasilero tem, que na sua maioria é explorado e vive na miséria!

Um sábado de paz para você !

Fernando Rizzolo

FHC agora lembra do ”povo” e destila preconceito contra Lula

O presidente de honra do PSDB, Fernando Henrique Cardoso, desfiou um rosário de preconceitos e ódio revanchista ao discursar durante o 3º Congresso Nacional do PSDB, nesta sexta-feira, em Brasília. FHC defendeu a aproximação do partido com o povo, visando ganhar as eleições presidenciais de 2010, e, indiretamente, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva despreza a educação. O Planalto reagiu e acusou FHC de não agir como se espera de um ex-presidente. O jornalista Paulo Henrique Amorim bateu duro e viu racismo e preconceito social na fala de FHC.

Na opinião de FHC, ”a nova força” política do país organizada pelos tucanos só vai sair vencedora nas urnas se ”além da unidade for capaz de falar com o povo brasileiro”. FHC reconheceu, também, que o PSDB terá que fechar um discurso único para convencer os eleitores a migrarem para o partido.

Para agradar a platéia de miltantes tucanos anti-Lula, FHC baixou o nível e passou a destilar preconceito de classe e chegou a ofender pessoalmente o presidente Lula.

Segundo Fernando Henrique, o atual governo estigmatiza os tucanos como elite, mas formou uma ‘elitizinha própria’ que não se importa com a educação, inclusive com a própria. ”Uma elitizinha apressada se abotoou no poder, que fica todo tempo lançando estigmas. Eu sou um democrata e acredito no povo. Somos gente que estuda e trabalha, trabalha e estuda, que não se adere a praticas podres. É preciso ter coração e consciência. (…) Faremos o impossível para que os brasileiros falem a nossa língua e falem bem e não sejam liderados por alguém que despreza a educação, a começar pela”, afirmou FHC, numa clara referência ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, assim como a esmagadora maioria dos brasileiros, não possui diploma universitário.

Planalto não gostou do tom

A declaração de FHC irritou integrantes do Planalto. O novo ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, foi escolhido porta-voz do governo para falar sobre o assunto. ”Conhecendo a biografia do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, não acho essa uma declaração parecida com sua história nem que engrandece os brasileiros que o admiram”, afirmou Múcio, que assumiu ontem o ministério.

Múcio repetiu uma antiga declaração de Lula e afirmou que FHC não sabe se comportar como ex-presidente. ”Gosto muito do modelo americano: o ex-presidente não critica quem está na gestão. Acho [isso] elegante e ajuda o país.”

No final de setembro, Lula deu uma declaração parecida sobre FHC para a Record News. Na ocasião, Lula afirmou que perguntou ao ex-presidente norte-americano Bill Clinton sobre a relação dos democratas com a ação de George W.Bush no Iraque. ”Ele me disse que nos EUA os ex-presidentes não dão palpite em tomadas de posições de atuais presidentes. FHC não soube se comportar. Deu palpite o tempo inteiro”, disse ele na época.

Paulo Henrique Amorim: FHC é racista

O jornalista Paulo Henrique Amorim, que nunca escondeu sua antipatia pelo tucanato, não deixou barato as declarações de FHC. Segundo Amorim, ”Fernando Henrique Cardoso é racista e tem preconceito social…”.

Veja abaixo a íntegra do comentário do jornalista, publicado no site Conversa Afiada:

O ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso chamou o Presidente Lula de analfabeto.

. Disse que o Presidente Lula não sabe falar a Língua Portuguesa.

. Como no Brasil, quem é analfabeto é pobre, negro e nordestino…

. E como, no Brasil, quem não sabe usar a Língua Portuguesa é o pobre, o negro e o nordestino, Fernando Henrique Cardoso é racista e tem preconceito social…

. Se ele exprime esses sentimentos, com tanta clareza, porque é um despeitado – como supõe o Ministro Tarso Genro – ou que percebe que vai entrar para a História como uma nota de pé de página do movimento neo-liberal na América Latina, isso pouco importa.

. Como o brigadeiro Eduardo Gomes, FHC é um “marmiteiro”: tem horror de pobre.

. Não importa que essa manifestação racista seja prejudicial aos tucanos nas próximas batalhas eleitorais.

. Na verdade, não é.

. Nas batalhas eleitorais, FHC é um zero à esquerda.

. FHC acaba de fazer o que Raymundo Faoro chamava de “viagem redonda”.

. FHC começou como intelectual marxista, que estudava o negro no Brasil Meridional, para encerrar a vida pública na extrema direita, berço provável de sua carreira.

. O Conversa Afiada encaminhou aos presidentes do PSDB Eduardo Azeredo, Tasso Jereissati e Sérgio Guerra, ao líder no Senado Arthur Virgílio e o líder na Câmara Antônio Carlos Pannunzio, ao ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin e aos candidatos à Presidência da República José Serra e Aécio Neves a seguinte pergunta:

O senhor subscreve a declaração de Fernando Henrique Cardoso, que chamou o Presidente Lula de analfabeto?

Em tempo: o racismo de FHC pode ter uma explicação. É tirar o foco da denúncia contra o mensalão tucano. É mais ou menos como arrancar o dedão do pé para se livrar de um espinho.

Site do PC do B

Rizzolo: Em várias oportunidades, já comentei como é impressionante a capacidade que tem o PSDB em não frear seus impulsos elitistas; quando se percebe que uma ala do PSDB procura cooptar parte da população mais simples, vem o FHC com sua pretensa intelectualidade, mais por vaidade que por ideologia, e coloca tudo a perder. Nem é necessário ao PT e aos partidos de esquerda muito esforço ao combate ideológico e ético, vez que a ideologia tucana é neoliberal atrasada, e no tocante à ética, envergonha a elite , haja vista , a corrupção embrionária tucana em que se servia o PSDB mineiro, sendo a origem e o laboratório de ensaio do eles apelidaram de mensalão. O que me causa espécie é que depois do escândalo do mensalão mineiro ( para não falar Tucano, como a imprensa evita ), das privatizações entreguistas, da pouca popularidade, do constrangimento imposto à elite, FHC ainda destila preconceito contra Lula.

Que sugestão qualquer cidadão brasileiro daria a membros do PSDB, para que o partido se lavasse de tanta contrariedade ? Depois de tudo que estamos vendo , só podemos chegar a uma conclusão, FHC é petista, vez que da forma inconveniente que age, entrega de bandeja o povo brasileiro à Lula, que está fazendo o Brasil crescer. Será que no fundo FHC não quer o terceiro mandato de Lula ? ( risos). Não é dessa forma que o PSDB vai crescer, viu !

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Reeleição indefinida na Venezuela repete o sistema francês

O sistema de reeleição presidencial se limitações, que o presidente Hugo Chávez quer fazer aprovar no referendo popular daqui a dez dias, vigora na França desde 4 de outubro de 1958 e foi mantido pelo referendo francês de 24 de junho de 2000. O bloco conservador oposicionista-midiático-bushiano, que clama contra a “ditadura” venezuelana, nunca tratou do caso francês.

Por Bernardo Joffily

O bombardeio do bloco contra a Venezuela bolivariana oculta o conteúdo do que será decidido no referendo de 2 de dezembro. Serão 39 emendas à Constituição, com inovações como a jornada de trabalho de seis horas diárias, ou a criminalização do latifúndio e dos monopólios, visando lançar as bases legais do “socialismo do século 21”. Porém o coro antichavista só vê a reeleição. E ao tratar do tema falseiam a realidade.

Lula: “É engraçado”…

Coube ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva dizer que “podem criticar o Chávez por qualquer outra coisa”, mas “por falta de democracia na Venezuela não é”. Lula lembrou à mídia a quantidade de eleições naquele país – nove nos últimos nove anos, a contar da primeira eleição de Chávez.

Quando Lula se queixou de que “é engraçado” não criticarem os três mandatos da britânica Margareth Thatcher, ou os 16 anos do governo Helmut Kohl na Alemanha, a imprensa retrucou na hora que são regimes parlamentaristas. Porém Lula citou também o presidente François Mitterrand, da França, que não é parlamentarista. E a mídia não se deu ao trabalho de informar aos brasileiros como é o sistema francês.

A honrosa exceção coube ao jornalista franco-espanhol Ignacio Ramonet, diretor do Le Monde Diplomatique. Entrevistado pela Folha de S.Paulo, durante recente visita ao Brasil, ele comentou, falando da Venezuela: “Ninguém se escandaliza no mundo porque em 2000 o então presidente [francês Jacques] Chirac fez um referendo para mudar a Constituição e permitir que o presidente da República pudesse ser reeleito indefinidamente, pondo fim à limitação a dois mandatos.”

Como é na França

Vejamos como evoluiu e como funciona a reeleição à francesa.

A República francesa de 1848, que criou pela primeira vez o cargo de presidente, estabelecia este tinha um mandato de quatro anos e “só é reelegível após um inervalo de quatro anos”. O veto à reeleição provocou, três anos mais tarde, o golpe conhecido como Dezoito Brumário de Luís Bonaparte.

A 3ª República, em 1875, estabelece o mandato de sete anos, por eleição indireta, e o direito de reeleição, sem limites. A 4º República só permite uma reeleição. Mas a 5ª República, fundada por Charles de Gaulle em 1958, estabelece a reeleição semidireta (após 1962, direta) e o presidente reelegível indefinidamente. De Gaulle se elege e reelege por este sistema.

Nos mandatos seguintes (Pompidou, d’Estaing, Mitterrand), o tema é fartamente debatido, no governo e na oposição. Discute-se o mandato de cinco ou sete anos, ou outras durações, sem reeleição, com uma reeleição ou sem limites de reeleição. No entanto, o status quo permanece. Mitterrand preside a França por dois mandatos de sete anos (1881-1995), e depois se retira para morrer de câncer na próstata sete meses mais tarde.

Em 24 de setembro de 2000 o então presidente Jacques Chirac submete ao referendo dos franceses uma nova proposta, vigente até hoje: o mandato é reduzido para cinco anos; a eleição permanece direta e com direito de reeleição sem limitações. A consulta tem a aprovação de 73,2%, mas uma forte abstenção, de 69,8% dos eleitores.

O Grande Satã de plantão

A mídia brasileira cobriu burocraticamente o referendo francês de 2000: falou da troca do “setenato” pelo “cinquenato” mas nem tocou no tema da reeleição sem limites. Esta só passou a ser vista como grave ameaça ditatorial quando foi proposta por Hugo Chávez, hoje promovido a Grande Satã de plantão pelo bloco conservador oposicionista-midiático-bushiano (uma pesquisa no Google News-Brasil, nesta quinta-feira, resultou em 3.396 entradas para “Hugo Chávez”, contra 1.679 para “George Bush” e 83 para “Osama Bin Laden”).

Há nesta obsessão demonizadora um elemento nativo, além do desejo de fazer aquilo que Washington deseja. O noticiário sobre as regras da presidência venezuelana aparece sempre combinado com a onda em torno do hipotético terceiro mandato de Lula. De nada adianta este reafirmar em todos tons que é contra, não aceita, não admite.

O bloco conservador enxergou neste factóide a saída para seus apuros atuais. Com ele, mata dois coelhos de uma cajadada. Mantém o bombardeio contra o presidente bolivariano, que ousa desafiar o imperialismo, pregar o socialismo, e vencer todas as eleições. E ao mesmo tempo hostiliza Lula, numa situação em que o crescimento econômico brasileiro finalmente acelera e as taxas de aprovação popular do governo se recusam a cair.

Rizzolo: Quando insisto que há necessidade imperiosa de revisarmos o papel da mídia no Brasil, não é por acaso, podemos observar que salvo raras exceções, e aí me refiro mais ao caso das TVs no Brasil, que as mesmas insistem em promover um verdadeiro golpe midiático ao desqualificar o governo Chavez, e insinuar que Lula tem vocação autoritária, ao apoiar e ter a coragem de falar a verdade sobre os caminhos da política venezuelana. A mando dos EUA, ninguém nunca criticou o sistema francês, muito menos o chamou de regime ditatorial. No âmago da questão política que envolve os países da América Latina, em que o povo participa dos desígnios políticos, está a intenção por parte da mídia comprometida e uníssona na defesa do ” Consenso de Washington ” em engessar a democracia participativa, alcunhando-a de ditadora, simplesmente para que através de seus lacaios instrumentadores da representatividade ficta, enganem o povo, e calem suas bocas.

Porque na França ninguém nunca falou absolutamente nada ? Porque na América Latina xingam, desqualificam, e ainda mandam líderes eleitos democraticamente a calarem a boca ? E eu respondo, por um simples motivo , não querem de forma alguma o crivo popular nas decisões de suas negociatas, onde o lucro e o investimento deles são o que importa; a soberania, o desenvolvimento social, a participação popular , a justiça social, que se danem. Mas isso um dia acaba, e os países da América Latina, como peças de dominó, cairão uma após outra, na democracia participativa onde esta poderá até conviver com a representatividade, mas jamais será o povo novamente manipulado pelo poder midiático internacional.

Os que se levantam contra o povo

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Foi por 44 votos a 17, que a Câmara aprovou ontem o ingresso da Venezuela no Mercosul. Após cinco horas de discussão, a decisão foi tomada em reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. Agora, o Projeto segue para votação no plenário da Câmara e, em seguida, vai ao Senado. Os oposicionistas DEM (ex-PFL), PSDB e PPS votaram contra a adesão da Venezuela ao Mercosul, muito embora, sabendo da importância da Venezuela no contexto da América Latina, e tendo ciência no fato das exportações brasileiras para a Venezuela terem crescido mais de 650% no período 2003/2007, numa verdadeira demonstração de antipatriotismo.

Na realidade, o temor dos ” pseudo democratas ” está no fato de que o exercício pleno da democracia participativa na Venezuela, passe a ser adotado no Brasil, o temor tem suas raízes no voto de cabresto, na dominação da elite na democracia relativa, ou representativa, onde os representantes são via de regra ,representantes da elite, do capital, e jamais se importaram com o povo e suas demandas, haja vista, o perfil da oposição DEM (ex-PFL), PSDB e PPS.

Discípulos de José Sarney, alegam que na Venezuela, “o governo não respeita a oposição”, o que é uma mentira deslavada, vez que estive na Venezuela e constatei “in loco”, a liberdade que a oposição ocupa nos diversos meios de comunicação, nas ruas, nas favelas, nas universidades. Alegam também que o governo Chavez ” não assegura a liberdade de expressão nem tolera os sinais de crítica”, outra mentira plantada sem o menor fundamento, a crítica , como já disse anteriormente , é permeada por toda imprensa, por comentaristas das rádios, por políticos da oposição, por donas de casa, e até por motoristas de táxis em público, e todos tem o direito de falar e se expressar, à vontade. Agora a minha pergunta, até para que possamos fazer uma reflexão : Porque essa ânsia de desqualificar a democracia venezuelana ? A reposta é o medo do povo, o medo que se implante a mesma liberdade de ouvi-los via instrumentos populares, passando os interesses internacionais pelo crivo do povo brasileiro.

O que me intriga é a visão individualista, o personalismo, o egoísmo na defesa do capital, da exclusão, do desprezo pelo pobre; não é possível que insistam eles em não enxergar o direito do povo em se manifestar através dos instrumentos previstos no artigo 14 da nossa Carta Magna, como o Plebiscito, o Referendo e a Iniciativa Popular. Porque ceifar a opinião popular? Porque blindar os interesses da elite através dos ” guarda-costas” da democracia representativa ? Porque não conviver num regime misto de democracia representativa e participativa? Observem que as maiores resistências vêm dos redutos onde as familiocracias imperaram como na Bahia. Não aceitar a Venezuela por exercitar a essência da democracia, é um tapa na cara do povo, e isso os povos da América Latina não mais aceitam, nem tapa, nem tampouco cala a boca.

Fernando Rizzolo

Calar o povo sai caro

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Um dos aspectos mais interessantes que atualmente ocorre na América Latina, é a relação do capital com a política, as conveniências ideológicas face a uma postura de inclusão dos governos progressistas, com as dos detentores do capital. Não resta dúvida que, capital, lucro, rentabilidade, investimento internacional, dificilmente se coadunam com distribuição de renda, justiça social e participação popular. Contudo, uma verdade não pode ser contestada, não há como não mais incluir no desenvolvimento da América Latina a imensa população pobre, só no Brasil temos 45 milhões de excluídos que estão sendo de forma gradual, partícipes do desenvolvimento econômico graças aos projetos de inclusão como o Bolsa Família, e outros.

Mas o que mais aguça o pensamento reflexivo, é a forma pela qual os detentores do capital, acostumados a numa faixa de “conforto ideológico programado”, e respaldados pelos governos passados neoliberais, se acostumarem agora, com a nova realidade política onde o povo é o fator determinante e ator das políticas desenvolvimentistas; essa ” digestão ideológica”, essa condição do capital ser validado pela política, muitas vezes encontra resistência manifestada em verdadeiros ” surtos de autoritarismo” como o observado pelo rei Juan Carlos, e outros.

Ao analisarmos o caso da Espanha e de suas empresas cujo início maciço do desembarque em terras latino-americanas se deu no começo dos anos 90, aproveitando a onda neoliberal – caracterizada pela desregulamentação da economia a das privatizações do patrimônio público, verificamos que o capital espanhol ainda não sabe lidar com novas posturas ideológicas; Telefônica, Repsol, Endesa, Santander, BBVA, construtoras, firmas de hotelaria, grupos de comunicação, empresas de serviços, entre outros conglomerados, vêm se fixando na América Latina nas duas últimas décadas, apostando em governos neoliberais. Só para se ter uma idéia entre 1993 e 2000 destinaram investimentos brutos de 77 bilhões de euros, 50% do total espanhol no mundo”, segundo reportagem do El País.

Ou seja, a América Latina corresponde a 24% do capital movimentado pelas 35 maiores empresas da Espanha. Ora, não é possível que com investimentos desse porte, o governo espanhol ainda se acha no direito de ” calar a boca ” de governantes eleitos democraticamente. Ou pior, atuar de forma temerária na contramão das políticas governamentais como o fizeram na Argentina. O que vai ocorrer se continuarem na intromissão? Vão perder muito, mas muito dinheiro.

No Brasil, ocorre mais no âmbito político, representantes do capital, pouco habilidosos, que representam a direita ultrapassada, estarão prestes a perder seus empregos, quando se derem conta que o discurso ideológico apregoado corre na contramão dos interesses do povo, e por conseqüência contra os interesses do capital pois esse último sera cada vez mais validado pelo povo e pelos seus representantes legítimos, como por exemplo a adesão da Venezuela ao Mercosul, em artigo que ontem escrevi,”Antidemocratas prejudicam o desenvolvimento do Brasil”. relatava depoimento do Presidente da Câmara de Venezuelana Brasileira de Comércio e Indústria , onde afirmava o aumento das exportações brasileiras aquele país, e que a não entrada da Venezuela no Mercosul acabaria trazendo um enorme prejuízo econômico ao Brasil.

Não é difícil imaginar, que a grande saída para o desenvolvimento da América Latina, e em especial do Brasil, é ouvir menos os ideológicos do capital, e fazer sim do capital, instrumento de harmonia e desenvolvimento dos povos, num clima de justiça social onde não só o lucro prevalece, mas o ser humano como centro e sentido da rentabilidade, convertendo esse mecanismo de valia econômica em também lucro social. Agora, calar o povo cada vez vai ficar mais caro, viu!

Fernando Rizzolo