O governador de Minas Aécio Neves afirmou que o “Brasil não é a Venezuela” numa referência à democracia participativa que é exercida na sua plenitude naquele país onde o povo é consultado através dos instrumentos constitucionais como Plebiscito, Referendo, Consulta Popular. Numa demonstração de “pouca vocação a ouvir o povo” rechaçou qualquer tentativa do povo brasileiro opinar sobre um eventual terceiro mandato, disse ainda, que qualquer mudança constitucional “seria um desserviço ao povo”. Ora, essa postura antidemocrática, tem surgido de várias formas em declarações de políticos que apregoam a “democracia relativa”, aquela em que só os financiados por grupos internacionais, ou pela elite, podem decidir os destinos da nação brasileira, deixando o pobre, o humilde, aquele que gera riqueza, de lado, sendo manipulado pela imprensa, pelos ilusionistas da democracia fazendo com que a opinião popular seja abafada.
Todos sabem que tenho restrições ao governo Lula, até porque os 58 milhões de eleitores que depositaram suas esperanças no líder operário, foram literalmente enganados, houve sim, alguns avanços, projetos sociais foram implementados, contudo, o beneficiamento a grupos internacionais, banqueiros, e, principalmente o descaso com o pequeno e médio empresário nacional salta aos olhos. O governo Lula não é um governo voltado ao desenvolvimento empresariado nacional, a maior prova são as privatizações regadas à “óleo espanhol” deixando as empresas nacionais numa situação de desvantagem, não existe tampouco um projeto sólido de desenvolvimento do parque nacional bélico, o que há são apenas intenções, projetos que não saem do papel, e que são calados com aumentos aos militares. Isso é a base da defesa da nossa soberania? O Exercito não recebe verbas suficientes ao atendimento de suas necessidades há 30 anos. Jobim diz que a “sociedade tem que se envolver na discussão sobre a questão militar” quando o certo seria não discutir, mas agir, implementar, destinar verbas, e não ficar de certa forma procrastinando o reequipamento, levando questão de urgência para “discussão”.
A democracia participativa é a essência da democracia e deve ser exercitada, agora, o que não pode é o camarada Aécio negar o direito do povo ser ouvido. Se no Plebiscito, a população concordar com um terceiro mandato, quem é que, no Congresso, vai se opor à emenda para mudar a Constituição? Ah! mas os “democratas de araque” isso eles não querem, não é? Agora, aqui entre nós, se a vontade popular fosse expressada com a intenção de um terceiro mandato a Lula, temos que implementar algum instrumento que defenda o pobre eleitor de ser enganado de forma contumaz.
Fernando Rizzolo