Os EUA e seu papel atual

Uma das maiores injustiças cometidas pelas esquerdas mundiais é culpar o povo americano pela política imperialista republicana de cunho belicista. Fomos educados num país cuja cultura americana permeou nossas mentes desde a mais tenra infância; o jazz, o blues, o rock, a musica soul, enfim através da mídia aprendemos a admirar a cultura americana, que na realidade, sempre foi promovida pelo povo do EUA. A exploração dessa cultura como meio de imposição de uma doutrina de dominação é que tornou perverso o objetivo.

Desde há muito tempo a família Rockfeller já tinha descoberto como manipular o povo americano através da religião e do discurso protestante, o ensaio de dominação desenvolveu uma prática que a grande mídia acabou adotando como forma de manter o povo americano alienado, numa subserviência aos donos do capital e da economia norte americana, que representam apenas 1% da população. Sem contar que quem pontua os caminhos da política econômica são as 300 maiores empresas americanas que impõem um verdadeiro regime ditatorial a seus funcionários, fora do controle Estatal.

A maneira da aplicabilidade da democracia nos EUA nos leva a uma reflexão, as eleições não são obrigatórias, elas ocorrem na segunda semana de outubro, e quem quiser votar é descontado o dia de trabalho. Este eleitor não vota diretamente, com o intuito de eleger um Presidente, mas a um Colégio Eleitoral, que irá determinar os desígnios da nação. Os negros e latinos são cidadãos de segunda classe, as políticas de inclusão atualmente estão sendo descartadas, como as cotas para negros, alem disso, hoje nos EUA, 47 milhões de pessoas não tem sequer seguro saúde, e a ausência do Estado nessa área é completa.

Os republicanos manipulam dados eleitorais como o ocorrido na Florida com Bush, tudo com a finalidade de mascarar a democracia e sublinhar os fatores de manipulação do povo, fazendo do mesmo “fantoches” do consumo e dos donos do poder. Com efeito, os movimentos dos democratas, nas pessoas de Hillary e Obama, estão desmistificando traços dos republicanos que como mágicos iludem o povo em favor da minoria que controla toda a economia.

Temas como o belicismo republicano tem sido atacado por democratas como Bob Kennedy Jr. que condena publicamente a guerra de Bush contra o Iraque e se coloca frontalmente contra a instalação de mísseis dos EUA na Europa, “Os EUA não necessitam desse escudo antimíssil na República Tcheca e Polônia. Sua criação não tem nenhum sentido para nós”, afirmou ele em visita à Rússia na terça-feira, durante entrevista à agência de notícias Novosti. “Considero a guerra de Bush contra o Iraque a verdadeira catástrofe da nossa história contemporânea”, ressaltou, e foi mais longe “Se a Europa precisa, que construa esse sistema. Por que os EUA têm que gastar seu dinheiro nisso?”.

Podemos concluir que o povo americano em si é tão vítima da democracia relativa quanto o povo brasileiro, apenas temos uma vantagem em relação a eles, quem pode auxiliá-los é a política dos democratas, que na realidade são apenas mais amenos em certas pontuações, mas que não possuem correlação de forças suficiente para libertar o povo americano do domínio de poucos. A nós nos resta integrarmos a América Latina, e somarmos esforços na procura de alternativas e parcerias no nosso desenvolvimento, aproveitando o deslocamento dos recursos econômicos mundiais como os Fundos Soberanos, que nada mais são do que aplicação de parte das reservas internacionais em investimentos de maior risco e retorno, China, Cingapura, Emirados Árabes e Arábia Saudita já adotaram esta solução.

A China, por exemplo, aplica US$ 300 bilhões em ações, além de ter participações em bancos e em empresas pelo mundo. No Brasil, a discussão ainda deve avançar, contudo, não podemos desprezar as oportunidades de nos libertarmos daquilo que nos aprisiona desde a nossa infância, o domínio dos donos do poder nos EUA, e nos cercarmos apenas do jazz, do blues, do rock, que é a essência da expressão artística do povo americano.

Fernando Rizzolo