Entre a constatação da notável capacidade da Estatal Petrobras em avançar na descoberta de novas reservas no país, somos surpreendidos a cada dia mais como a importância da presença do Estado está se cristalizando nas sociedades em geral. Não há paradigma melhor do que opinião daqueles que vivenciaram a experiência socialista, e que hoje vislumbram a falta de ” segurança social”, que impera nos países que outrora erma marcos socialistas. Em pesquisa, com intuito de marcar a data da queda do Muro de Berlim, o Der Spiegel, divulgou neste sábado (10), uma análise política investigativa com mil alemães que cresceram nos dois lados do país dividido até 9 de novembro de 1989. A conclusão, para desespero do semanário alemão, é que, mesmo depois de 18 anos da queda do muro, 92% dos germânicos orientais, de 35 a 50 anos, ainda preferem o regime comunista ao capitalista. Já 60% dos jovens, de 14 a 24 anos que moram no Leste, lamentam que nada tenha restado do comunismo na sua pátria. Outra referência nesse sentido, é a manifestação com 50 mil pessoas pessoas em Moscou (Rússia), no último dia 7 de novembro, por ocasião das comemorações dos 90 anos da Revolução Russa, o que denota o quanto por a ainda existe o sentimento da presença do estado como protetor e gerador de desenvolvimento.
Na América Latina explodem as correntes de pensamento social onde rechaçam o conceito do estado mínimo, apregoado pelos amantes de Adam Smith que hoje estão falando sozinhos. Levantamento ” Estado /Ipsos” indica que 62% do eleitorado brasileiro é contra as privatizações; a percepção dos brasileiros é que as políticas conservadoras privatistas, pioraram os serviços prestados à população. Fica patente que, muito embora, o desmantelamento do Estado se processou num ritmo acelerado, face às influências imperialistas e à apregoações das mídias comprometidas, a população mundial ainda aprova um Estado forte e presente. Hoje, podemos conviver com um desenvolvimentismo atrelado a um socialismo sem o menor problema, países europeus com um Estado forte como a França e a Inglaterra jamais abrem mão das políticas públicas como na Saúde e educação, e outras áreas nobres do desenvolvimento social.
No Brasil, por influência daqueles que visam apenas o lucro, o Estado foi induzido a um sucateamento, visando seu ” raquitismo”, para que grupos tomassem de assalto, certos segmentos importantíssimos como a Saúde, que se tornou no Brasil ” bem de comércio”, ficando a população brasileira reféns dos famosos Planos de Saúde. Na educação, nem se fale, a Escola Pública tornou-se local onde transitam marginais que corrompem aqueles bem-intencionados estudantes pobres, a falta de professores salta aos olhos, e a conservação dos prédios é em geral precária, o que forçosamente leva à população, que tem recursos, ao ensino privado, onde por uma quantia absurda pode -se ter um ensino medíocre na maioria dos casos, deixando os estudantes pobres abandonados, vítimas ainda de uma política, da chamada ” ignorância continuada “.
A inclusão dos 45 milhões de brasileiros nos programas sociais leva aos jovens que estão vivenciando essa experiência a ter sim uma idéia de que o antigo modelo se bem aplicado, e longe das mãos daqueles que querem destrui-lo visando interesses próprios, funciona sim e muito bem, haja vista, o orgulho que temos de ostentarmos empresas como a Petrobras, que geram desenvolvimento e que por felicidade não caíram nas mãos dos privateiros, mas que eles tentaram, tentaram.
Fernando Rizzolo