Os que se levantam contra o povo

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Foi por 44 votos a 17, que a Câmara aprovou ontem o ingresso da Venezuela no Mercosul. Após cinco horas de discussão, a decisão foi tomada em reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. Agora, o Projeto segue para votação no plenário da Câmara e, em seguida, vai ao Senado. Os oposicionistas DEM (ex-PFL), PSDB e PPS votaram contra a adesão da Venezuela ao Mercosul, muito embora, sabendo da importância da Venezuela no contexto da América Latina, e tendo ciência no fato das exportações brasileiras para a Venezuela terem crescido mais de 650% no período 2003/2007, numa verdadeira demonstração de antipatriotismo.

Na realidade, o temor dos ” pseudo democratas ” está no fato de que o exercício pleno da democracia participativa na Venezuela, passe a ser adotado no Brasil, o temor tem suas raízes no voto de cabresto, na dominação da elite na democracia relativa, ou representativa, onde os representantes são via de regra ,representantes da elite, do capital, e jamais se importaram com o povo e suas demandas, haja vista, o perfil da oposição DEM (ex-PFL), PSDB e PPS.

Discípulos de José Sarney, alegam que na Venezuela, “o governo não respeita a oposição”, o que é uma mentira deslavada, vez que estive na Venezuela e constatei “in loco”, a liberdade que a oposição ocupa nos diversos meios de comunicação, nas ruas, nas favelas, nas universidades. Alegam também que o governo Chavez ” não assegura a liberdade de expressão nem tolera os sinais de crítica”, outra mentira plantada sem o menor fundamento, a crítica , como já disse anteriormente , é permeada por toda imprensa, por comentaristas das rádios, por políticos da oposição, por donas de casa, e até por motoristas de táxis em público, e todos tem o direito de falar e se expressar, à vontade. Agora a minha pergunta, até para que possamos fazer uma reflexão : Porque essa ânsia de desqualificar a democracia venezuelana ? A reposta é o medo do povo, o medo que se implante a mesma liberdade de ouvi-los via instrumentos populares, passando os interesses internacionais pelo crivo do povo brasileiro.

O que me intriga é a visão individualista, o personalismo, o egoísmo na defesa do capital, da exclusão, do desprezo pelo pobre; não é possível que insistam eles em não enxergar o direito do povo em se manifestar através dos instrumentos previstos no artigo 14 da nossa Carta Magna, como o Plebiscito, o Referendo e a Iniciativa Popular. Porque ceifar a opinião popular? Porque blindar os interesses da elite através dos ” guarda-costas” da democracia representativa ? Porque não conviver num regime misto de democracia representativa e participativa? Observem que as maiores resistências vêm dos redutos onde as familiocracias imperaram como na Bahia. Não aceitar a Venezuela por exercitar a essência da democracia, é um tapa na cara do povo, e isso os povos da América Latina não mais aceitam, nem tapa, nem tampouco cala a boca.

Fernando Rizzolo

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