Com as recentes declarações do ex. presidente FHC sobre a condição intelectual do presidente Lula, afirmações de cunho preconceituoso que passa por uma exegese dos conceitos de cultura firmados pela elite brasileira, fruto de 400 anos de escravidão e mando, e apenas de 100 anos de liberdade, podemos enfim fazer uma reflexão até que ponto intervenções dessa natureza política servem ao desenvolvimento do Brasil, e na própria pluralidade das idéias e pontos de vista político.
O Brasil hoje necessita de pensadores políticos, precisamos encontrar meios de pensar um Brasil de inclusão, e não nos dispormos a desrespeitar um presidente que teve 58 milhões de votos; desqualifica-lo, é chancelar que o povo inculto, vota no inculto, o que não é verdade. Presidir um país passa muito mais por sensibilidade e tato social do que diploma universitário, o que também não desqualifica esse último o qual todos os brasileiros deveriam ter o direito de conclui-lo.
Um partido como o PSDB poderia e muito contribuir para pensar um Brasil melhor, mais humano, mais justo, mas ao que tudo indica, FHC não esta interessado em emprestar seu prestígio à sigla, colocando a numa situação delicada, empolgado pela sua vaidade pessoal. Não bastasse as investidas não patrióticas no boicote à CPMF, os demais fatos corroboram para o feitio de uma imagem de partido egoísta, de direita, e preconceituoso, fato lamentável, até porque dentro da agremiação partidária tucana, existem nomes brilhantes e que podem contribuir para a evolução e desenvolvimento do pensamento nacional.
Fernando Rizzolo