Lula é bom no nordeste, quero saber no Brasil

Pesquisa Datafolha mostra que Lula ajuda a prefeitos a se elegerem no nordeste, já no sul e no sudeste acaba atrapalhando mais que ajudando. Não há dúvida que existe uma rejeição ao governo operário nas regiões acima mencionadas, mas também, por outro lado não é tão difícil compreender. Lula possui um ” dialeto próprio” de cunho nordestino, o que no Sul já não é tão aceito.

Ademais, o nível de escolaridade das pesoas nas regiões Sul e Sudeste é mais elevado, o que de certa maneira ” filtra” algumas colocações superficiais do presidente. Sempre dei meu apoio à Lula, contudo, como tenho dito, estou um tanto decepcionado face à sua postura com os pobres, com os desvalidos; hoje a política ” justiceira” de Lula é baseada na priorização da condição econômica brasileira na financeirização dos meios de produção, esse não é o Lula que deveria estar preocupado e priorizando os pobres.

Contudo, vamos ver como se portará em 2008, o governo petista, um ano difícil ao meu ver, e que será pontuado por um crescimento não tão acentuado como em 2007. Resta saber, se o ” justiceiro” continuará beneficiando os Bancos e as grandes empreiteiras em detrimento do coitado do trabalhador brasileiro. Vamos ver , e torcer para um Brasil mais inclusivo. Lula é bom no nordeste, mas quero um Lula bom para o Brasil. E tem mais, podem me chamar de ” judeu esquerdista ” à vontade ! Sou patriota, e penso no povo pobre brasileiro. Não recebo salário de ninguem para escrever no meu Blog, alem disso, nunca me candidatei a nada. Não aceito injustiça social , nem traição ao povo brasileiro, muito menos vindo daqueles que se “alçam da esquerda “, mas que na verdade, fazem o jogo torpe da direita brasileira. Quero ficar longe deles, viu !

Feliz 2008 !

Fernando Rizzolo

Criar um Anjo bom ?

Certa vez, há muito tempo, na Hebraica de São Paulo, asssiti uma palestra de um rabino de Israel cujo nome não me lembro. Estava como assim dizer, perambulando pelo clube, quando soube que um rabino especialista no assunto, iria falar sobre anjos. Anjos ? Sim anjos, ou melhor Arcanjos, que seriam teoricamente o ” chefe dos Anjos”. Anjos existem e são emissários de D´eus. Mas porque acordei com vontade de falar em anjos hoje? Pensei comigo, logo ao me levantar; logo descobri: dormi com o doce barulho do mar.

Mas você poderia pensar. O que tem a ver o mar com Anjos? No meu entender tudo, pois não há nada que mais leve à Deus do que a demonstrção de força da natureza, da tempestade, do mar, do vento, e da bondade divina. Os arcanjos como dizia o rabino, sempre nos visitam, e uma das informções mais intrigante nas afirmações do rabino, foi a de que: nós podemos criar anjos bons, ou ruins. Quando falamos mal de alguém, que em hebraico significa Lashon Hará, criamos uma anjo ruim, que se materializa como uma energia ruim, falar mal conduz a uma conexão espirital na qual uma energia ruim ” cria” uma entidade ” ruim que seria , em tese um anjo ruim.

Dos Arcanjos, existem alguns mais importantes como o Arcanjo Michael, Gabriel , Uriel e Raphael. Podemos imaginar que entre alguns blogueiros a prática de Lashon Hará , corre à solta ( risos..), mas de tudo isso , o importante é tentar descobrir mais a fundo, o porque eu acordei pensando em anjos e arcanjos. Talvez fosse o barulho do mar, ou talvez, quem saiba, algum Arcanjo me deu essa dica.

PRECE EM HEBRAICO PARA INVOCAÇÃO DOS ARCANJOS

Bom para Ano Novo, hein !

Obs. Já deu para perceber que Socialismo Judaico não exlui anjos ( risos..)

Fernando Rizzolo

Operação Condor e a punição, uma ficção jurídica

O governo italiano requer atávés de carta rogatória, a citação dos brasileiros envolvidos na Operação Condor. Com efeito, existe legitimidade no pedido, vez que os cidadão vítimas eram italianos. Até aí, a legitimidade do pedido é válida, contudo, existe um problemo jurídico- político interno que afeta parte da demanda, que é a Lei de Anistia. O governo alegará a requerida Lei, para embasar o não consentimento da extradição.

Muito embora, como já afirmei , o pedido é legítimo, não é salutar rever e novamente levar essa questão adiante. As indenizações em relação aos danos causados às vítimas, estão sendo pagas, o dano moral e material está sendo compensado, de forma que no meu entender, o governo constrangido não acatará o pedido. A democracia demonstrou que o povo sabe conduzir os desígnios de prosperidade da nação de forma pacífica, temos que nos preocupar em aprofundar a democracia participativa e deixar o passado para que a história julgue.

Obs. O calor do Guarujá, a praia, e os colaboradores do Blog, como o inglês Chivas Regal, tem me deixado sonolento, mas continuo escrevendo.

Fernando Rizzolo

A construção de um líder

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A filha do Faraó encontra Moisés no Nilo

Como de costume, todo Sábado procuro não escrever textos que não estejam relacionados com o Shabbat, e com o estudo da Tora. Sem ter a intenção de dar uma conotação pessoal religiosa ao que escrevo, me permito dirigir me a você, que acompanha minhas reflexões diariamente, e de uma forma humilde, compartilhar com o amigo(a) esses momentos de introspecção dos meus estudos no Shabbat, que se iniciam todas às sextas-feiras, quando me recolho duas horas antes da primeira estrela surgir no céu, numa Sinagoga ortodoxa que freqüento em São Paulo.

Como já disse anteriormente, tenho profundo respeito por todas as crenças, religiões, e acima de tudo sou um brasileiro patriota, amo meu país e o povo brasileiro, e tenho sim, uma grande satisfação espiritual em ao estudar a Parashá (Porção da Tora semanal) relacioná-la ao que vivemos nos dias atuais. Como é uma reflexão de estudo pessoal, baseada na introspecção, recomendo a todos que acompanhem no Antigo testamento (Torah ) os comentários aqui expostos, para que possamos ter uma semana de paz, e que através dos estudos judaicos, possamos compreender nossas vidas e encontrar formas de superar as adversidades na visão de Hashem (Deus), para que possamos construir um Brasil cada vez mais digno e com mais justiça social, que é a base do Judaísmo, do Cristianismo e de todas as religiões.

A Parashat desta semana que inicia o segundo livro da Torá, começa citando os nomes dos filhos de Yaacov enfatizando suas gerações por terem se conservado fiéis aos ensinamentos dos Patriarcas, apesar de habitarem no Egito, uma nação idólatra.

O faraó governa o Egito, esquecendo os benefícios que trouxe Yossef para o país, que o tornou rico e próspero. Leis cruéis que visavam o enfraquecimento do Povo de Israel através da aflição e sofrimento foram decretadas pelo seu impiedoso poder.

Duas parteiras judias, Shifrá e Puá negam-se a cumprir o plano do faraó de matar todo menino judeu recém-nascido, dispostas a sacrificar a própria vida. Foram recompensadas em sua descendência formada por cohanim, leviim e reis.

Nasce Moshê que é lançado por sua mãe nas águas do Rio Nilo para que sua vida fosse poupada. A filha do faraó, Batia, estende seu braço que alonga-se milagrosamente e salva o menino. Moshê sofre com o trabalho escravo do povo judeu e acaba matando um egípcio em um episódio onde este golpeava covardemente um judeu. Moshê foge para Midian e acaba conhecendo Yitrô e casa-se com sua filha, Tsipora.

D’us se revela para Moshê através do fogo na sarça ardente e lhe incumbe a missão de libertar o povo judeu do Egito. D’us promete a Moshê que estenderá Sua mão e ferirá o Egito e por haver ainda temor por parte de Moshê, D’us lhe mostra Seu poder através de milagres; transforma um bastão em cobra e novamente em bastão; a mão de Moshê fica com a doença de tsahará e torna a ficar sã, novamente.

Moshê, acompanhado de sua família, segue para o Egito a fim de salvar seu povo. Mas ao ver que tornou-se ainda maior a ira do faraó impondo mais intensamente sua crueldade sobre os judeus, Moshê clama a D’us que lhe responde que com mão forte ferirá todo o Egito.

Um dos fatos mais marcantes nessa Parashat é o papel das mulheres parteiras cujo nome era Shifrá e a outra Puá, elas resistiram e não obedereceram as ordens dos Faraó. Não há dúvida que num povo ou numa nação, as mulheres tem um papel essencial na formação ética. A pergunta que poderíamos fazer seria: Estaríamos nós, no Brasil, reconhecendo o papel da mulher na sociedade ? A fugura da mulher nessa Parashá é de suma importância, pois foi através delas que surgiu Moisés, que foi resgatado por uma outra mulher, a filha do Faraó, e que procurou quem o amamentasse, e o criou. Moisés é fruto do amor das mulheres pelos seus filhos, sejam eles de que etnia forem.

Outra questão desta Parashat, é a formação de um líder; Moises sempre foi uma pessoa indignada com as injustiças sofridas pelo povo judeu, muito embora criado com o Faraó , desde pequeno tinha em sua personalidade algo de libertador. Um líder geralmente vem do povo, e via de regra alguem pobre, que por indiganção, se lança em defesa dos oprimidos por amor ao seu povo. Temos um exemplo nos grandes líderes que do seio do povo vieram, como Gandhi, e até certo ponto o nosso presidente que foi pobre , veio do sertão e procura, à sua moda, é claro fazer justiça, como já disse mais um justiceiro que um socialista.

Moisés era uma figura cativante, tinha problemas com a dicção, mas falava com o coração, sua vida é marcada no ideal de libertação do povo judeu, libertação da escravidão decretada pelo Faraó. Quando pensamos em escravidão no Egito, temos que ter em mente quantos verdeiros Egitos existem dentro de nós mesmos. Temos que libertar os Egitos que habitam nossas vidas, e quantos os são, não é ? No Brasil temos que libertar o povo brasileiro da escravidão do servilismo, da subserviência, da exploração, e até agora os esboços de Moisés que surgiram, acabaram sempre sevindo mais aos Faraós do Brasil do que ao verdadeiro povo brasileiro.

Deus orientou Moisés na libertação do povo judeu, nos deu uma lição de que apenas com determinação e sofrimento é que vem a verdadeira libertação, e o lider, geralmente, vem do povo, do igual, não dos poderosos, não dos Faraós que impõe decretos injustos aos corações calejados de sofrimento. Eu diria que nessa Parashá existem duas figuras tem seu devido destaque: as mulheres, e o nosso líder maior , Moisés, aquele que conduziu o povo a se libertar. Agora precisamos nos nos inspiraramos em Moisés e de coração amar o povo brasileiro e libertá-lo, de plano dos falsos Moisés, e em seguida dos tiranos da exploração humana, ao mesmo tempo temos que nos preocupar com as condições das mulheres brasileiras, pobres, que na sua maioria criam de forma solitária seus filhos, e numa demonstração de amor vão em frente mesmo tendo um Estado mínimo muito aquem de sua dignidade.

Reflexão Judaica

Por que Moshê merecia converter-se no líder de Bnei Israel ?

Apesar de ter-se criado no Egito, Moshê se aproximou de seus irmãos e compartilhou de sua dor.
Quando viu que um escravo judeu era golpeado, quase assassinado pelo capataz egípcio, matou o egípcio para salvar seu irmão judeu, pois amava a todos de seu povo.

Mais tarde, Moshê viu um judeu a ponto de golpear outro; repreendeu o rashá (malvado), dizendo-lhe: “Como se atreve a golpear seu irmão?” Salvou-o, pois realmente se importava com cada um deles.

Ao chegar ao poço de Midian, Moshê viu que as filhas de Yitrô eram empurradas na água pelos pastores malvados. Essas moças foram resgatadas por Moshê que realmente se preocupava com todas as pessoas criadas por D’us.

E quando cuidou das ovelhas de Yitrô, um cordeiro sedento se aproximou em busca de água. Ao vê-lo, Moshê disse: “Sem dúvida, deves estar cansado”. Levou-o até o rebanho para pô-lo a salvo, pois realmente se preocupava com todas as criaturas de D’us.

D’us disse: “Moshê, porque te preocupas com todas as criaturas que fiz e tratas a todas tão bem, quero que sejas o pastor de meu povo, o líder do Povo de Israel.”

Fonte Beit Chabad

Shabbat Shalom

Fernando Rizzolo

O discurso de Lula e o ano de 2007

Foi difícil, mas depois de muito trânsito chego ao Guarujá, litoral de São Paulo; estarei por aqui alguns dias, do alto do prédio, ligo meu computador e como num filme de muitas cenas me passa o Brasil que vivemos no ano de 2007. Nos jornais, o discurso de Lula, leio a íntegra e concordo com muita coisa, o Brasil cresceu, um crescimento estima-se, quase 5% maior em relação à 2006, a esquerda já não pode mais falar sobre o FMI, o Brasil nada deve, nem tampouco ao Clube de Paris. Desde a posse de Lula em 2003, 20 milhões de brasileiros migraram das classes D e E da população para a C. É muita gente. Continuam pobres, mas já não são miseráveis. O brasileiro compra, nunca se vendeu tanto a chamada linha branca.

O discurso da direita, se desmoraliza, a argumentação de que o crescimento se deve a fatores externos, perde o fôlego com a crise do ” subprime” nos EUA. Não, o Brasil cresce independentemente de crises externas, e isso é muito salutar. Ainda diziam que Lula era um homem de sorte face à economia mundial, pura falácia, procurem outro argumento. Contudo, uma coisa não me agrada, aliás nada me agrada, nem o bem estar dos petistas vendidos, nem a incompetência da direita nas suas pueris argumentações vazias, e sem compromisso, o que me incomoda, é o fato de que Lula esta mais para um justiceiro do que para um socialista.

As alianças com o poder econômico, o colúio com o grande capital que ” sacou” através de Lula que a manipulação do pobre é valida quando se oferece uma Bolsa Família e consente-se os lucros abusivos dos bancos e do capital internacional. Descobriram que atraves do indispensável e urgencial, como o Bolsa Família, pode-se cooptar eleitores, para que se perpetue a miséria. O programa Bolsa Família é essencial, porem a segunada fase não virá, ou seja, o desenvolvimento da economia gerando 4 milhões de empregos por ano, isso esta nas mãos do Banco Central que é por aberração no Brasil ” autônomo e manipulado pelos banqueiros.

Temos que fazer uma reflexão, crescer assim em parceria com o capital é bom ? Estamos em direção à inclusão social de fato ? Nâo será tudo isso uma manobra eleitoreira, esvaziando a esquerda ? Tenho para mim, que estamos observando um crescimento artificial. A coluna vertebral do Estado continua enfraquecida, as privatizações tão combatidas estão em pauta no jogo de interesses com as grandes empreiteiras. A direita perde tempo com bobagens e não propõe nada, a ao ser a cartilha rasgada do neoliberalismo falido, e o governo Lula, tem por esteio os bancos, as empreiteiras e as multinacionais.

O empresário brasileiro acompanha o crescimento mas não ” abocanha” o principal, paga proporcionalmente mais tributto, sente mais a carga tributária, e é um tímido na sua própria casa, um mercado de 190 milhões de consumidores. As Forças Armadas sucateadas e esquecidas, o que se ve são apenas conjucturas, intenções, mas política pública de soberania , nada. É lógico, não interessa um Brasil soberano. Dom Cappio disse que Lula sobrevive sua popularidade com esmola. Não chegaria a tanto, mas que a Bolsa Família tornou-se instrumento de domínio dos banqueiros e dos poderosos, não resta a menor dúvida.

Para finalizar diria que a única certeza para o Brasil é um Estado forte, uma coluna vertebral de um Estado provedor aos pobres , inclusivo, e que pouca relação tenha com o capital e os interesses internacionais. E cuidado, não é um discurso antigo, retrógado, como dizem aqueles que querem perpetuar a miséria do povo brasileiro, é um discurso atualizadíssimo, vejamos a Europa, em que todos os países tem sim um Estado muito forte atendendo e suprindo as necessidades da população, basta ir lá e conferir. Mas como aqui é o quintal dos EUA, falar em Estado forte é feio né ? Falar em hospital Público é atraso, né ? Lula falou do Brasil, e disse que está tudo bem, e eu liguei o computador direto das Pitangueiras e disse que não está nada bom, até porque os pobres continuam desamparados, e mais uma vez, como disse Dom Cappio, Lula morreu, quem está no poder é Luis Inácio.

Fernando Rizzolo

O pobre vendedor e a Saúde Pública no Brasil

Não faz muito tempo que num jantar junto ao empresariado paulista, o Dr. Jatene colocou seu dedo em riste, e fazia ali uma manifestação pessoal contra o fim da CPMF, dizia ele em bom-tom, que os ricos precisavam aprender a pagar impostos; com muita propriedade sustentou a contribuição, como essencial à saúde pública no Brasil. Foi derrotado.

Pouco mais de um mês, somos surpreendidos com um incêndio num dos maiores hospitais públicos do Brasil, o Hospital das Clínicas em São Paulo. Vítima do incêndio, falece um pobre vendedor que estava internado com câncer, desde novembro; segundo informações, o vendedor foi submetido a uma cirurgia para a extração de um tumor no esôfago, e desde então estava em estado grave no pós-operatório do centro cirúrgico.

Esse incêndio, uma fatalidade, desnuda a condição da nossa saúde pública, dos nossos hospitais, da falta de estrutura, da falta de manutenção, do desrespeito ao cidadão simples que não tem a quem recorrer, a não ser ao Estado raquítico brasileiro, como diz o economista Pochmann da Unicamp. O HC é uma autarquia, portanto autônoma para gerir os recursos. Dirigida por ” Catedráticos” que se posicionam em ” departamentos ducados “, fazem o que bem entendem na gestão pública do orçamento, lá impera a política, e não a excelência na gestão. Dos R$ 16,9 milhões orçados pelo governo do Estado para obras de adequação, ampliação e aparelhamento do Hospital das Clínicas neste ano, 17,83% – R$ 3.013.281,00 – foram empenhados, de 1º de janeiro até 18 de dezembro. E R$ 2.667.806,00 (15,79%) foram realmente pagos aos prestadores de serviços ou em compra de materiais e equipamentos. Todo o circo político que envolve a administração do HC já fora denunciado pelo médico Waldemir Rezende em seu livro Estação Clinicas.

Quanto ao problema principal, que é a saúde pública brasileira, o fim da CPMF nada significa, para o nosso presidente. Promete ele, ” dar uma volta por cima ” e ainda afagando os poderosos, menti ao dizer que não aumentará impostos, nem tampouco criará novos tributos. Nos resta uma perguntar: Porque Lula não diz a verdade? Repor R$ 40 bilhões que seriam destinados à saúde, apenas cortando gastos? Isso não é verdade, a reforma tributária prevê minimizar a quantidade de impostos, mas não a arrecadação. Não podemos apenas contar com a calmaria do mercado, na evolução das condições econômicas que por si só aumentam a arrecadação, precisamos de um Estado forte, que disponibilize infra estrutura para o desenvolvimento de uma política digna de saúde pública no Brasil.

O Senado rejeitando a prorrogação da CPMF, barganhou o que pode, e não outorgou aquilo que o pobre mais precisa, recursos. Precisamos ir além das mesquinharias políticas de ocasião, e enfrentarmos o problema da saúde pública de frente. O governo repete qual mantra os mesmos sofismas, fazendo acreditar que apenas com ” ajustes e cortes” resolverá o problema causado pelo rombo da CPMF.

Lula não quer um enfrentamento com as elites, e dessa forma, faz uso de todas as milongas para devagar desmentir o que jamais deveria ter dito, que está tudo bem, e que tudo se resolverá, num afago àqueles que por interesses políticos nunca consternaram com as crueldades infligidas ao povo pobre, que só ao Estado pode se socorrer. O vendedor morreu, no dia de Natal, e muitos nessa noite, no Hospital das Clínicas, se desesperavam ao som das sirenes das ambulâncias, enquanto a elite e os Senadores, brindavam de forma emblemática a essência do cristianismo, numa Noite Feliz.

Conheça os bastidores do HC – Estação Clínicas

Fernando Rizzolo

Coréia Democrática denuncia planos militares dos Estados Unidos

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Pyongyang, 25 dez (PL) A Coréia Democrática denunciou hoje os planos agressivos dos Estados Unidos para lançar um ataque preventivo contra seu território, depois da aparência de dialogar com as autoridades do norte da península.

Um comentário do jornal Rodong Sinmún, órgão do Partido do Trabalho da Coréia (PTC), diz que esse diálogo, ao mesmo tempo que prepara o confronto, não é mais que uma opção militar para desarmar mentalmente à República Popular.

O rotativo recorda que recentemente a força aérea norte-americana realizou manobras na península numa operação coordenada, durante as quais despregaram aviões F A-18 e KC-130 com base no estrangeiro.

O propósito desses exercícios foi atacar objetivos terrestres, brindar apoio aéreo, travar combates aéreos e realizar ataques intensivos com o deslocamento de formações de aparelhos.

Rodong Sinmún opina que estes ensaios para lançar um ataque contra a República Popular Democrática da Coréia (RPDC) lançam a dúvida sobre se Washington realmente deseja o diálogo ou não.

Os dois países participam desde 2003 em Beijing nas conversas a seis bandas sobre a desnuclearização da península coreana, e servidores públicos de alto escalão de ambos governos sustentaram vários encontros bilaterais nos recentes meses.

É a intenção dos conservadores de linha dura dos Estados Unidos de pressionar à atual administração para suspender o diálogo com a RPDC e tensionar a situação para deixá-la mais complicada, estima o jornal.

O comentário adverte que Pyongyang está disposta a responder ao diálogo com o diálogo, mas também a contra arrestar a força com a força.

Prensa Latina

Rizzolo: Bom, isso é bem provável, toda esse cortejamento americano, tem em sua raízes, lançar bases à uma oposição republicana sedenta de sangue. Contudo, a Coréia do Norte não é o Iraque, a China continental não admitirá qualquer agressão a Pyongyang , e aí a coisa ficará preta. Segundo o presidente norte-americano George W. Bush, a Coréia do Norte faz parte de um “eixo do mal”. Para Bush, os três países que constituem esse eixo -Coréia do Norte, Irã e Iraque possuem armas de destruição em massa e patrocinam o terrorismo regional e mundial.

Quando Papai Noel chora…

Hoje, enquanto a maioria dos lares cristãos do Brasil reúnem seus familiares num almoço já tradicional, vasculhei os jornais para saber e avaliar o que é um Natal no Brasil na era Lula. Com todo o avanço, que sem dúvida houve, em relação à população pobre, uma notícia salta aos olhos de quem de forma desprevenida como eu, no meu Natal solitário, se depara com a triste constatação: Papai Noel chora.

Uma reportagem do jornal francês Le Fígaro, afirma que comida – e não os tradicionais brinquedos – ocupam o topo da lista de desejos das crianças brasileiras neste Natal. O artigo, publicado nesta terça-feira, relata a experiência da chamada Operação Papai Noel, em que os Correios expuseram em suas agências uma parte das dezenas de milhares de cartas enviadas todos os anos por crianças e endereçadas ao ‘bom velhinho’.

“A abertura das cartas revelou uma realidade bem mais triste: a maioria (das crianças) não pede brinquedos ao Papai Noel, mas alimentos. No Estado de Pernambuco, este é o caso de 60% das 11 mil cartas recebidas. As crianças desejam receber bolos, queijo, peru. Geralmente, querem apenas uma cesta básica.”

Num Brasil em que a elite política de forma egoísta, vira as costas e nega R$ 40 bilhões de reais à saúde, educação, e dignidade, existem crianças com fome, e que pedem não brinquedos, mas imaginem vocês, querem comida. Num Brasil injusto, onde a financeirização da economia é coroada com os lucros amorais dos bancos, banqueiros contam ainda com o apoio integral de um presidente eleito com os 58 milhões de votos, na sua maioria de excluídos, que nele acreditaram e depositaram suas esperanças. O mesmo presidente, que afirma também, estar ” pouco preocupado com a perda dos R$ 40 bilhões”, evitando confronto com os donos do capital.

De que adianta a explosão do consumo, de que serve um crescimento que deverá superar 5% neste ano, se ainda o sonho das crianças pobres é se alimentar ? Isso é justo? Enquanto Lula alerta D. Cappio a ter juízo, e insiste em beneficiar grandes empreiteiras, o sonho de um Brasil melhor se foi. Hoje Lula e o PT vergonhosamente contam com o apoio da esquerda brasileira, essa esquerda que eu abandonei, e que muitos abandonarão, a preferirem nada ser do que estar do lado daqueles que desprezam os pobres a custa de seus interesses. Não é ético um alinhamento nem com direita nem com essa esquerda, que infelizmente é oportunista.

Os poderosos contam com Lula e o PT e a esquerda brsaileira, que disputam o filão da elite dos banqueiros e das empreiteiras com o PSDB e o DEM. Não se fazem mais pessoas da estirpe de Dom Aluísio, hoje o grito de D. Cappio é calado por Lula, o dedo em riste do Dr. Jateno é vencido pela Fiesp, vivemos um momento ambíguo, de desenvolvimento e miséria, de disputa política e ética, de oportunistas e aproveitadores. Sabatella chora, e o Papai Noel não se conforma com os pedidos nas cartinhas. Tomo mais um gole de vinho no meu Natal solitário, olho o texto mais uma vez, e penso: Lula não acredita em Papai Noel.

Fernando Rizzolo

Natal, manual de sobrevivência

Como já desejei Feliz Natal a todos os amigos e aos inimigos, me dou o direito de como judeu, e assíduo “freqüentador convidado” das mais inúmeras ceias na casa de amigos, esposa, famílias de ex.- esposas, namoradas, vizinhos, porteiros, zeladores, a dar algumas dicas aos que como eu, vagam do dia 24 a 25 de dezembro no espectro familiar ” do outro “, ou na doce companhia da solidão. Na maioria das vezes, como no Natal estou na qualidade de um observador, visitante e convidado, sempe, em toda minha vida, observei à distância as brigas familiares, as ” trocas de gentilezas ” entre os mesmos, e o que ocorre na maioria das vezes no dia 26 de dezembro, é eu acabar me tornando um tipo de “ouvido amigo”, um apaziguador, aos que não saíram imunes às brigas, aos mal olhares dos parentes que não viam há tempo, às alfinetadas dos cunhados e cunhadas, enfim tudo aquilo que acontece nos Natais, de gente normal, e que não pertence ao seu universo familiar próprio, mas sim, de quem está com você, dos seus amigos, dos meus, ou dos leitores em geral.

Observo que existe uma ” síndrome pre´- natalina “, uma mistura de angústia, ansiedade e depressão nas pessoas, mas a pergunta é : Por que? Muito dizem que os problemas familiares nesse dia se exacerbam, o ter que ficar ao lado dos familiares por certo tempo, por obrigação, leva sempre as pessoas, a uma reflexão, que pode ser boa ou ruim. Mas como eu de Natal nada entendo, e a referência que tenho é a que me contam, posso agora elencar alguns programas para você amigo solitário, budista, judeu, brigado com a família, malcriado, desaforento, ou sem família, para que, enfim, possa preencher seu tempo da melhor forma.

O manual de sobrevivência também chamado ” Um judeu perdido no Natal ” (risos.), por mim escrito, é claro, é um pequeno elenco de ” dicas” para os acima qualificados. Então vamos lá.

Primeira lição:

Ao contrário daqueles que odeiam o Natal, entenda como uma ” balada familiar”, de uma família que não é a sua, curta, beba, e com certeza você será o mais alegre da festa.

Se você for de origem judaica, convidado, tenho certeza que será a pessoa mais tranquila da festa, beberá, conversará com todos, será abordado por alguns, mal olhado por outros, e provavelmente poderá ser visto como um ” ET”( risos..), estranharão sua paz e felicidade, até porque não tem ninguém da sua família participando. Assistiram aquele filme ” Parente é Serpente “? Vai que é bom .

Procure no dia 25 ir a um restaurante chinês, os chineses não são cristãos e os restaurantes estão abertos e o melhor, vazios. Quem iria no Natal em restaurante Chinês? Pode ir que está vazio.

Vá ao cinema, pois os cinemas não fecham estão passando filmes ótimos.

No dia 24 à noite, se não foi convidado a passar na casa de ninguém, vá a um Pub; com certeza você encontrará um enorme contingente dos acima qualificados, e o melhor: ficar só de vez enquanto faz bem. Existe uma diferença muito grande entre estar fisicamente só, e o sentimento de solidão. Muitas vezes na vida não precisamos justificar a nós mesmos porque estamos só, não precisamos nos sentir abandonados ou não amados porque estamos em determinados momentos sós. Isso é quase, na nossa sociedade um Tabu, a sociedade ocidental cobra sempre o ” estar a dois “, o que é uma simples convenção. Ficar só sem culpa é um treino. Vai por mim.

Correr ou caminhar, é uma boa opção para dia 25, ou devorar livros, se você tem o meu problema, olhos que ardem ao ler; dica: tenha um colírio ” Lacrima Plus ” ao lado, consolando os olhos, vai te dar conforto, e a leitura irá render mais.

Se você for sócio da Hebraica de São Paulo, vá ao Japonês, mas chegue cedo, porque a população é grande, e a fome é muita. Ou se quiser radicalizar, vá ao lado do Japonês e coma Casher ( risos..)

Enfim, quando você se ter der conta, o dia 25 acabou, você preencheu seu tempo, pode ter até conhecido gente nova, pode ter lido quase um livro interio, pode ter se ” entrolhado de sushi “, e com uma ” baita azia “; poderá também, ter corrido 8 km no Ibirapuera, ou no Parcão na minha querida POÁ, agora, não se esqueça ao chegar em casa, de entrar no Blog do Rizzolo, porque com certeza, eu percorri todos esses programas típicos de ” Um judeu perdido no Natal “, e as nossa experências terão valido à pena.

Feliz Natal a todos vocês!

Natal é uma festa alegre e de reflexão , muita paz para vocês !

Fernando Rizzolo

O Bispo, Dom Aluísio, e a esquerda

Quem acompanha o meu Blog, os meus artigos em jornais, sabe que sempre defendi o governo Lula nas suas ações de inclusão aos pobres, e ao Bolsa Família, que ao meu entender, é essencial à população que vive abaixo da linha de pobreza, entendendo-o como um programa emergencial. É claro, que numa segunda fase, é necessário a implementação de políticas geradoras de emprego, e o abandono paulatino das práticas assistencialistas. O Brasil é um país pobre, vivemos a financeirização da economia, as políticas macroeconômicas visam prestigiar o capital, o lucro, e a especulação financeira face à independência do Banco Central, orgão capitaneado pelos banqueiros, e Lula, demonstra cada vez mais, sua incapacidade nos enfrentamentos com as elites e os donos do capital.

Do outro lado, os defensores de uma política produtiva, inclusiva, e que atenda o interesse da imensa população pobre, que hoje esta por volta de 45 milhões de pessoas. A Igreja Católica, parte dela, é claro, luta pelo direito à inclusão social, por programas pontuados pelo bem-estar daqueles que durante muitos anos foram esquecidos pelo Estado. O Bispo contra a transposição, relembrou a luta de Dom Aluísio Lorscheider no regime militar. Com a morte do arcebispo emérito de Aparecida, um dos maiores expoentes na luta a favor humildes, a sociedade e a Igreja Católica perdem um de seus maiores expoentes na luta contra a injustiça social, sem dúvida, Dom Aluísio deixa um legado de luta que deve servir de paradígma ao clero católico no Brasil.

Na luta em defesa aos excluídos, Lula surgiu como uma esperança nesse cenário político ao ser reeleito, mas sem nos que apercerbermos, surgiram as estranhas alianças com a burguesia, com os detentores do capital, passando o governo a compor, de forma velada, o alvo de sua política, trocando os pobres e desvalidos pelos interesses do agro negócios, dos grandes capitais, das grandes empreiteiras e, principalmente, o servilismo aos bancos, aliás, Brecht dizia não ver muita diferença entre fundar um banco e assaltar um.

Quando o bispo afirmou que o STF foi “subserviente” ao Executivo, ao liberar as obras, não disse nada de novo, houve por parte de Lula um desrespeito em não negociar a transposição do Rio São Francisco com os movimentos, com a Igreja, impondo seu desiderato em afagar o agro negócio e as empreiteiras de forma autoritária. Como é sabido por todos, maior parte da água (bem comum do povo brasileiro) servirá para a produção agrícola e industrial de exportação e apenas 4% dessa água serão destinados ao consumo humano. Não compactuo com a direita brasileira egoísta, e entendo que Lula não pode ser prestigiado pela esquerda, vez que age através dos mecanismos de subordinação ( patrimonialismo, clientelismo, manipulação dos poderes), traindo os 58 milhões de votos. Prestigia-lo pra que ?

A esquerda brasileira esta cada mais difusa, e sem direção, outro dia recebi um email de um leitor me perguntando qual era afinal minha posição política, se era comunista, socialista, social democrata ou anarquista, respondi a ele que não era nada daquilo, era sim ” Rizzolista” ( risos..). Sempre tive um posicionamento político de esquerda, já fui trotskista um dia (corrente morenista), vaguei pelo stalinismo, hoje compactuo com uma esquerda racional, de vanguarda, não barganhada, não vendida, não cooptada; uma esquerda moderna, com a vertente da democracia participativa, com uma visão realista dos atuais meios de produção, dos limites do Estado, e contra a perversidade privatista descontrolada, e acima de tudo sem ser raivosa. Nada disso existe. Enfim, estou sozinho, conto comigo mesmo, não é ?

Da forma em que Lula atua, desagrada parte da direita e da esquerda, que sem opção, propõe alta indulgência a seu governo, entendendo-o como de ” avanço”, o que é uma piada. Na melhor das hipóteses, seu governo é social desenvolvimentista, que também não quer dizer absolutamente nada. Não abro mão em defender os pobres, mas por inteiro, e no caso do Bispo, Lula portou-se mal, como disse o jurista Fábio Konder Comparato. “Qualquer modificação no escoamento dessas águas (do São Francisco) não pode ser decidida pelo presidente da República, mas sim pelo Congresso Nacional, com a sanção do presidente. Isso está escrito no artigo 48, inciso 5º da Constituição sobre a disposição de bens do domínio da União”. Como disse, acreditei no governo Lula; é claro que, no início do governo houve grandes avanços sociais, mas estão sendo corroídos pela dissipação ideológica,pelos interesses não do povo brasileiro, estou simplesmente me decepcionando. Como disse o bispo d. Cappio “Lula morreu. Estamos no governo Inácio da Silva”. Acho que ele tem razão.

Fernando Rizzolo

Decisão de Jacó, um exemplo de patriotismo

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Jacó abençoando os filhos de José

Como de costume, todo Sábado procuro não escrever textos que não estejam relacionados com o Shabbat, e com o estudo da Tora. Sem ter a intenção de dar uma conotação pessoal religiosa ao que escrevo, me permito dirigir me a você, que acompanha minhas reflexões diariamente, e de uma forma humilde, compartilhar com o amigo(a) esses momentos de introspecção dos meus estudos no Shabbat, que se iniciam todas às sextas-feiras, quando me recolho duas horas antes da primeira estrela surgir no céu, numa Sinagoga ortodoxa que freqüento em São Paulo.

Como já disse anteriormente, tenho profundo respeito por todas as crenças, religiões, e acima de tudo sou um brasileiro patriota, amo meu país e o povo brasileiro, e tenho sim, uma grande satisfação espiritual em ao estudar a Parashá (Porção da Tora semanal) relacioná-la ao que vivemos nos dias atuais. Como é uma reflexão de estudo pessoal, baseada na introspecção, recomendo a todos que acompanhem no Antigo testamento (Torah ) os comentários aqui expostos, para que possamos ter uma semana de paz, e que através dos estudos judaicos, possamos compreender nossas vidas e encontrar formas de superar as adversidades na visão de Hashem (Deus), para que possamos construir um Brasil cada vez mais digno e com mais justiça social, que é a base do Judaísmo, do Cristianismo e de todas as religiões.

A Parashat desta semana chama-se Vaychi, a Porção final do primeiro livro da Torá, descreve as últimas ações de Yaacov antes de sua morte no Egito. Ele faz Yossef jurar que o enterrará na Terra de Israel. Yaacov então dá aos dois filhos de Yossef, Menashe e Ephraim, uma bênção especial que lhes confere o elevado status de serem duas tribos separadas dentre os filhos de Israel.

Apesar do protesto de Yossef, Yaacov insiste em conceder a Ephraim, o mais jovem, o direito de primazia de ficar à direita durante a bênção, declarando que Ephraim seria mais notável. Yaacov então dá a cada um de seus outros filhos uma bênção individual, apropriada a seus particulares traços de caráter e suas missões. Yaacov morre com a idade de 147 anos, e é levado pelos filhos, acompanhado por um grande séquito da realeza egípcia à Terra de Israel, onde é enterrado em M’arat HaMachpelá, onde já se encontram sua esposa Lea, seus pais Yitschac e Rivca, e os avós Avraham e Sara.

Ao retornarem ao Egito, os irmãos de Yossef temem que ele finalmente buscará vingança, agora que o pai está morto. Yossef lhes assegura que não nutre sentimentos de vingança, declarando que o fato de ter sido vendido como escravo foi parte do plano Divino. A porção conclui com a morte de Yossef, e o povo judeu promete carregar seus ossos com eles para Israel, quando serão finalmente redimidos.

O que mais me impressiona nesta Parashá, é a identificação de Jacó com a terra de Israel, apesar de ter passado um período de exílio no Egito durante dezessete anos, por amor ao seu filho José. Quando sentia que estava prestes a morrer, fez com que José lhe garantisse que não fosse enterrado no Egito. Muito embora todos saibam que Israel sempre foi e será a pátria espiritual do povo judeu, Jacó nos dá uma lição de patriotismo.

Hoje no Brasil, a noção de amor à pátria ficou algo pouco relevante; nossos jovens mal sabem o Hino Nacional, os melhores cérebros, muitos deles formados em universidades públicas, custeados pelo povo brasileiro, se vão ao exterior visando interesses pessoais, atraídos pelo dinheiro, deixando nosso Brasil à mingua intelectual. Morrer para Jacó, era tão importante quanto nascer, e em sua lição de patriotismo e amor à terra de Israel, fez com que através de seu desejo de não ser enterrado no Egito, fosse dado um exemplo de noção de pátria aos demais.

O conceito de nação e pátria já existia no coração de Jacó. No Egito, Jacó era admirado como uma figura mágica, respeitado pelo povo egípcio, se fosse enterrado nessa terra, poderia ser idolatrado, esse era também seu temor. Alem disso, através de seu pedido, Jacó induziria o povo judeu a não se fixar em terra estrangeira, pois já havia uma tendência de emigração de seus descendentes, Jacó com este ato combateria o enraizar do povo no Egito.

Temos que pensar como Jacó, na nossa pátria, investir na educação patriótica dos jovens, e faze-los criar raízes e convence-los a ficar e construir o Brasil. Não podemos aceitar que culturas estrangeiras se imponham aos nossos jovens, desfazendo a noção de amor ao Brasil, a lição de Jacó é clara, com atos de patriotismo, o exemplo do amor à terra se sobrepõe, e induz o povo a se sentir parte de uma nação. O Brasil precisa disso, do exemplo de Jacó.

Com esta última Parashá, terminamos o primeiro livro do pentateuco chamado Genesis. Passaremos a estudar na próxima semana o Livro de Êxodo.

Tenha um Sábado de Paz !!

Fernando Rizzolo

Pequena História Judaica

Quando menos significa mais

Os dois homens estavam entre os poucos privilegiados a conseguirem uma audiência com o rei. O primeiro homem chegou ao palácio na hora aprazada, mas assim que entrou na ante-sala parou, atônito. Sendo ele próprio um homem de posses, tinha condições de avaliar a opulência que via à sua frente. Lá ficou por horas, deleitando-se com as maravilhas que intoxicavam a alma de um homem rico. Lá ficou por horas, e o rei… nunca chegou a ver o rei.

O segundo homem chegou também ao mesmo salão de entrada, mas não estava acostumado a tais riquezas. Seu gosto empobrecido não conseguiu apreciar aquilo que embasbacara seu companheiro mais sofisticado. Para grande desgosto do homem abastado, o pobre encaminhou-se diretamente para a porta do rei.

Fonte: Beit Chabad

Rússia não prevê aumentar o volume de fabricação dos mísseis “Topol M”

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Rússia não prevê incrementar o volume de fabricação dos mísseis “Topol M”( VIDEO), prejudicando a realização de programas sociais, informou o vice-primeiro-ministro do governo da Rússia , Serguei Ivanov.

“ Não precisamos de produzir 30 “ Topol-M” por ano. Pois, não estariam de sobra , mas em tal caso veríamos obrigados a reduzir programas sociais” , disse Ivanov , em discurso numa reunião desta sexta-feira (07) com os veteranos da Comissão Industrial Militar que está por cumprir 50 anos. Necessitamos de seis a sete sistemas de mísseis por ano”, disse Ivanov.

Mencionou entretanto que o país precisa alcançar a paridade nuclear com os Estados Unidos. “Os fracos não são amados nem ouvidos -são insultados; quando tivermos paridade eles falarão conosco de outro modo”, afirmou Ivanov.

O presidenciável russo falou ao Comissão sobre um belicoso conselho que teria recebido do ex-secretário da Defesa norte-americano Donald Rumsfeld, um dos principais articuladores da Doutrina Bush. “O mesmo Donald Rumsfeld, que passou a infância em Chicago, famosa pelos mafiosos, me disse: “eles ouvem melhor seus argumentos se, além de sorrir, você tiver um arma no bolso’.”
A paridade seria qualitativa e não quantitativa, segundo Ivanov.

Pravda. Ru

Por Lyuba Lulko

Rizzolo: O Topol é um míssil móvel de três estágios e uma única ogiva. Mede 29,5 metros de comprimento e 1,7 de diâmetro. Pesa mais de 1000 Kg e pode entregar a sua ogiva a um alcance máximo de 10,500 Km com uma precisão (CEP) de 900 metros. O fato de ser um míssil móvel aumenta sua taxa de sobrevivência e torna-o numa das armas mais temíveis do arsenal nuclear russo.

Este lançamento serviu com propósito de demonstrar ao mundo que a Rússia continua a ser uma potencia nuclear e que a operacionalidade das suas forças nucleares continua elevada, apesar do deficiente financiamento dos últimos anos, agora compensado com o incremento das verbas oriundas do aumento do preço do petróleo. Veja o Video no Texto

Tal pai, tal filho: Um tributo a Moshe e Yehudi Menuhin

Moshe Menuhin e seu filho Yehudi, o maior violinista do século passado, defenderam a igualdade e a justiça para os palestinos como premissa para a paz na região.

GRACE HALSELL*

Moshe Menuhin, um dos primeiros anti-sionistas, uma vez escreveu para mim, “judeus deveriam ser judeus – não nazistas”. Ele estava falando sobre a opressão israelense aos palestinos.

Sem dúvida Moshe Menuhin, com quem eu me correspondi por um período de 12 anos até sua morte, ficaria contente em saber que seu filho, um violinista famoso, tem a mesma firmeza ao se posicionar contra o sionismo. E de fato, Yehudi Menuhin tem, a meu ver, mostrado ainda mais coragem do que seu pai. Nesta era, o sionismo está infinitamente mais forte e mais perigoso do que quando Moshe Menuhin se expressou. E também, o pai foi um dos vários grandes filósofos liberais judeus anti-sionistas que alertaram contra o sionismo. Mas Yehudi Menuhin resiste virtualmente sozinho na sua causa anti-sionista, e isto é de fato verdade em seu terreno, a música.

Em 1971, eu tive a oportunidade de visitar Yehudi Menuhin depois de um concerto que ele deu com a orquestra sinfônica de Detroit. Eu fui até os bastidores com uma amiga. Dorothy Johnson, uma mulher rica e influente que apoiava a arte, principalmente a sinfônica de Detroit. Ela conheceu pessoalmente Yehudi Menuhin e sua esposa Diana, ex-atriz inglesa e dançarina de balé. Os dois, Menuhin e sua esposa foram acolhedores e gentis. Diana falava mais. Alta e atraente, ela foi aberta e franca se referindo ao poder dos sionistas para diminuir o número de concertos que o seu marido poderia dar. Diana Menuhin disse depois que isso ficou revelado, que Yehudi Menuhin sentiu haverem dois lados do conflito no Oriente Médio e que, especialmente depois de haver dado um concerto para beneficiar órfãos palestinos, seus agendamentos caíram dramaticamente.

Nessa época, eu achei difícil de entender como qualquer um cancelaria a performance do, talvez, maior violinista vivo porque ele não estaria dando a Israel seu apoio cego e total. Agora, ainda que um quarto de século mais tarde, eu percebo que, nos anos que se seguiram, pessoalmente não vi o nome de Menuhin listado como solista em qualquer sala de música dos Estados Unidos.

Menuhin, nascido em Nova Iorque, mudou-se para a Inglaterra se tornando um cidadão britânico em 1985. E a Inglaterra fez dele Lord Menuhin. Ele tem uma escola para músicos na Inglaterra e uma academia na suíça para jovens músicos talentosos, aos quais ele freqüentemente conduz, e ajudou a fundar uma série de festivais de música. Ele é detentor Prêmio da Paz Nehru e é embaixador da boa vontade pela UNESCO.

Yehudi Menuhin nasceu em 1916 de pais judeus russos que emigraram separadamente através da Palestina. Alarmado com o crescimento do sionismo militante, Moshe Menuhin deu voz ao sentimento de tantos judeus como Martin Buber, Judah L. Magnes, Albert Einstein e Hannah Arendt, todos os quais se identificaram como não sionistas mas como integrantes do judaísmo.

Moshe Menuhin expressou vários temas que o seu filho endossou de forma consistente:

Justiça para os árabes: “O ensinamento do judaísmo profético que eu recebi do meu avô” disse Moshe Menuhin, “não permite que eu me transforme em uma pessoa que odeia os árabes. Os judeus e árabes podem e devem se tornar bons vizinhos e colaborar conjuntamente em todos os sentidos. E assim que os árabes ganhem seu Estado político e liberdade (na Palestina) e, na medida em que o mundo se concentra cada vez mais na paz, justiça e ajuda mútua, as linhas de fronteira deixarão de ter qualquer significado”.

“Igualdade Absoluta”

Yehudi Menuhin, estava seguindo os passos do pai quando, dirigindo-se ao Knesset [parlamento israelense] na ocasião de recebimento da maior honraria israelense pelas suas realizações enquanto músico, declarou, em 1991: “Vocês devem amar se desejam ser amados, vocês devem confiar para serem confiáveis, servir para serem servidos”. Ele acrescentou que se os Palestinos possuírem um Estado separado ou se junto com os israelenses em um Estado Federado, uma coisa é certa: Entre palestinos e israelenses, “tem que haver reciprocidade absoluta, igualdade absoluta”.

Sem exclusividade: Logo cedo, Moshe Menuhin discursou contra a idéia de judeus exigindo Jerusalém como uma cidade exclusivamente judaica: “Os judeus no mundo nunca precisaram de Jerusalém para suas vidas espirituais”. Por 2000 anos, cada pai apontou a seu filho, “foi a diáspora que deu bens espirituais para aqueles poucos judeus que viveram em paz com os árabes na Palestina Árabe. Com a chegada da nova ordem mundial de natureza civilizada, tais demandas de influência sobre centros espirituais se tornaram arcaicas e fora de época. O melhor de todas as nações e raças pertence a toda a humanidade, e as fases negativas da evolução vai descartá-las como o lixo ‘espiritual’.”

Em uma entrevista de 1996, Yehudi Menuhin novamente ecoou os sentimentos de seu pai: “A idéia de Jerusalém como uma cidade exclusivamente judaica é impensável porque muitos grupos diferentes se sentem leais a ela, religiosa e politicamente, e todos que tentaram tratar Jerusalém como sua foram à ruína.”

Moshe Menuhin disse que deixou Israel por que viu que os sionistas estavam adorando não a Deus mas a seu próprio poder. E uma vez na América, disse que os judeus deste país deveriam antes de tudo ser americanos – não conferindo lealdade prioritariamente a uma terra estrangeira. Ele estava esperançoso de que isso passaria.

Em uma entrevista anterior neste ano, Yehudi Menuhin disse a um repórter da Reuters que se entristeceu pela renovação da guerra no Oriente Médio, “por que Israel precisa de amigos e a reação ao presente desencadeamento de matança indiscriminada não vai dar a Israel quaisquer amigos.”

Em uma bonita autobiografia, Viajem Inacabada, Yehudi Menuhin conta como ele começou a tocar violino quando tinha quatro anos de idade. O leitor pode imaginar um pequeno garoto com bermuda tendo a confiança de se apresentar diante de músicos distintos e de anunciar que eles deveriam lhe dar ouvidos. Ele estreou como violinista com apenas 7 anos de idade. Aos 13, já havia se apresentado em Paris, Londres, Nova Iorque e Berlim. Em Berlim, sua apresentação foi saudada pelo físico Albert Einstein.

Um repórter da Reuters, Roger Jeal escreveu, em Londres, que Yehudi Menuhin era, provavelmente, o músico mais bem pago do mundo “antes de estender sua atuação à condução e a lecionar.” Alguém poderia pensar se a mudança nas quantias que recebia – e na quantidade de concertos que tocava – não aconteceu porque ele cada vez mais acrescentava à apresentação de violino a fala sobre maior entendimento e justiça – não apenas para judeus – mas para toda a Humanidade.

Este ano, Yehudi Menuhin completou 80 anos. Eu o saúdo como um de meus grandes heróis. E me parece que o pai Moshe Menuhin teria muito orgulho de seu filho.

* Texto originalmente publicado pela revista Washington Report on Middle East Affairs
Hora do Povo

Rizzolo: A intelectualidade moderna judaica, entende que não há mais espaço para intolerância de ambas as partes. O fundamentalismo religioso árabe ou judaico é nocivo na construção de uma paz efetiva . Um Estado Palestino é essencial para o preenchimento dos espíritos de cooperação , igualdade, e justiça. Não podemos de forma alguma, esquecer as vitimas judaicas, fruto do anárquico fundamentalismo árabe, e tampouco podemos aceitar que o povo judeu seja massa de manobra dos EUA, instigando a luta por território, alimentando o poderio e a truculência militar israelense, com segundas intenções de cunho imperialista. A Ética judaica atual, caminha para o entendimento entre árabes e judeus. E tenho certeza que a paz reinará. Nada mais justo. Para finalizar, esse conceito pejorativo de ” sionismo” , tão usado pelas esquerdas, já esta ultrapassado. Hoje em Israel, o debate se foca na solução da questão, e não no acirramento acusatório entre as partes. Agora, que me perdoe o Moshe Menuhin, mas comparar judeus com nazistas, é uma comparação pouco lógica.

“Brigar com a Bolívia é sandice”, diz Dilma

“É uma sandice achar que o Brasil tem que brigar com a Bolívia”, afirmou a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, durante audiência pública realizada pela Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara dos Deputados. Segundo a ministra, a “questão geopolítica e o compromisso com a integração regional” são alguns dos motivos para que o Brasil continue fazendo acordos com o país vizinho.

A ministra afirmou que a Bolívia possui uma das maiores reservas de gás natural da América Latina. “A troco de quê o Brasil não vai investir e ajudar a explorar e desenvolver essas reservas?”, questionou Dilma, reiterando que o Brasil não tem motivos para deixar de investir na exploração do gás natural boliviano.

Dilma declarou que a questão da nacionalização das reservas de gás e petróleo na Bolívia, que fez com que as refinarias da Petrobrás fossem ocupadas pelo Exército é assunto “encerrado”. “Eles pagaram. Não temos mais o que queixar internacionalmente”, disse a ministra.

No dia 17, os presidentes Lula e Evo Morales assinaram um acordo que prevê investimentos de US$ 750 milhões a US$ 1 bilhão em novos campos de gás natural explorados pela Petrobrás na Bolívia. Os investimentos da estatal nos campos de San Antonio, San Alberto e Ingre aumentará a produção em 8 milhões de metros cúbicos de gás por dia. Ficou acertada também a retomada dos estudos sobre a construção de um pólo de gás-químico em parceria entre a Petrobrás e a estatal boliviana YPFB.

Hora do Povo

Rizzolo: Transcrevo um artigo meu publicado na Agência Estado relacionado com a questão acima.

O bom senso e a crise energética

por Fernando Rizzolo*

O reconhecimento, por parte do governo brasileiro, como um “ato de soberania” o fato de o governo boliviano decretar a nacionalização de gás e petróleo em maio de 2006, foi sim uma atitude sensata. Ao relembrarmos aquele episódio, em maio de 2006, podemos inferir que governar é acima de tudo um ato de bom senso e diplomacia, algo que nem todos políticos e empresários possuem. Diria que existiu na crise da nacionalização dos hidrocarbonetos por parte de Evo Morales, uma oportunidade para vivenciarmos até que ponto a política externa brasileira pode ser contaminada por rompantes ideológicos, ou na pior das hipóteses, qual é o grau de inteligência emocional dos nossos governantes.

Ainda me lembro, quando da notícia da decisão de nacionalização, a incerteza gerada em relação ao abastecimento de gás no Brasil, o que prontamente foi sanado pelas declarações de Morales; na verdade, a maior preocupação de Lula, era garantir que o fornecimento de gás não fosse interrompido, apesar de as unidades de produção da estatal brasileira naquele país estarem ocupadas pelo Exército, assim como as das outras empresas estrangeiras do setor de gás e petróleo. Não faltaram políticos com baixa “inteligência emocional” ou pouco simpáticos à nacionalização promovida, que exteriorizaram suas “indignações” tentando promover de forma velada, uma intriga entre o Brasil e governo da Bolívia, como que se pudesse ter com a crise algum “ganho ideológico secundário”.

Talvez baseados em princípios do livre mercado e da “ética”, na época da nacionalização, o presidente do PT, Ricardo Berzoini, afirmava que a Bolívia “desrespeitou contratos” e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ainda imaculado, pedia “reação dura contra aquele desvario”. Sem contar alguns segmentos do empresariado mais exacerbados como a Abdib (Associação Brasileira de Infra-Estrutura e Indústrias de Base) que via “claro desrespeito” aos contratos firmados com cerca de 20 empresas internacionais que exploravam petróleo gás no país vizinho. E ainda cobravam em “tom militaresco” “firmeza” e “ação pronta” do governo Lula.

Passada a tempestade, verificamos que as medidas diplomáticas tomadas na época pelo governo, baseadas no bom senso foram acertadas, muito embora, temos pela frente, face ao desenvolvimento da economia, uma crise energética que poderia, sim, ser mais bem administrada com antecedência, o fato é que, excluindo a demanda das térmicas, o consumo de gás cresceu 5,9% nos oito primeiros meses do ano, enquanto a oferta caiu 1,2%. A Petrobras já promovia uma espécie de “racionamento branco”, no entanto, a seca rigorosa dos últimos meses evidenciou o desequilíbrio entre oferta e demanda.

Não há dúvida, que se as usinas hidrelétricas tivessem água em suficiência para produzir energia, as termelétricas não precisariam terem sido acionadas pelo ONS, o Operador Nacional de Sistema, contudo, no momento em que foi necessário ampliar a produção das usinas termoelétricas, a Petrobras reduziu o fornecimento, por medida de cautela, mas sempre mantendo uma quantidade de gás acima do contratado com as distribuidoras.

A retomada das negociações com a Bolívia com a possibilidade de novos investimentos, com uma nova e produtiva fase nas relações bilaterais, nos leva a refletir o quanto é importante a compreensão e o respeito no reconhecimento das políticas sociais implementadas por nossos vizinhos. A América Latina passa por um período de novos valores, de construção social baseada na soberania dos povos, e não há outra foram de reorganizarmos nossa economia sem que mantenhamos essa visão de cooperação e de diplomacia econômica, visando os interesses recíprocos.

Com a descoberta do campo de Tupi, na Bacia de Santos, na região do que se chama de pré-sal, não resta dúvidas que nos colocaremos como país exportador de petróleo; contudo, teremos esse petróleo à disposição somente em 2013, além disso, como se trata de uma tecnologia de extração cara, o custo do processamento será ainda analisado. O que não podemos deixar de observar, é que muito embora a noticia seja boa, estamos vivendo já um problema de energia em curto prazo; como dito anteriormente, o fato de que em períodos de seca as termoelétricas são obrigatoriamente acionadas, gera uma demanda de gás excessiva, e hoje, o gás é nosso problema. O que descobrimos no Campo de Tupi, é petróleo leve, de boa qualidade, mas não é gás que necessitamos a curto prazo.

Não resta dúvida, que a falta de visão, e as disputas internas nos Ministérios, procrastinaram decisões que já deveriam estar em pauta há um bom tempo, até porque, não podemos falar em desenvolvimento sem energia, seja ela qual for. Encontros e comunicados entre o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, o ex-diretor de Gás e Energia da estatal, Ildo Sauer, e representantes do governo – os quais não passaram despercebidos dos meios de comunicação – já eram reveladores dessas preocupações.

O resto são projeções, ufanismos, e conjecturas. Numa análise mais profunda podemos observar que o nosso desenvolvimento econômico e social, esta sim atrelado às tão compreensíveis aspirações de desenvolvimento e soberania dos nossos vizinhos, e é no exercício do entendimento e da “inteligência emocional política “que os povos da América Latina irão avançar no desenvolvimento. A descoberta veio ao encontro de um problema mais urgente, abafar a crise de energia que tem sim fundo político e técnico na falta de planejamento por parte do governo, que em parte está sendo compensado pela expedita diplomacia.

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3G: “competição” da Anatel é entregar tudo para monopólio

Leilão para a terceira geração de telefonia celular entregou o setor para as mesmas operadoras que já monopolizavam as telecomunicações

O leilão da terceira geração (3G) da telefonia celular, promovido pela Anatel, foi um caso de polícia. Depois do leilão, o sr. Sardenberg, presidente da Anatel, disse que a competição entre as “operadoras de telefonia celular” irá possibilitar preços mais baixos. As operadoras que monopolizavam a telefonia celular antes do leilão eram a Vivo, Tim, Telemig (todas da Telefónica), a Claro (AT&T) e a Oi (Telemar). Quem ganhou o leilão? A Vivo, Tim, Telemig, Claro e a Oi. Portanto, a competição aumentou muito…

CARTEL

Em suma, o leilão entregou mais um setor da telefonia ao cartel que já dominava os outros. É essa a competição do sr. Sardenberg: mais monopólio, inclusive nos setores que ainda não existem, como é o caso da 3G. E com as “operadoras” desembolsando apenas 10% do valor estabelecido, que já é ridículo. O resto será pago em seis suaves prestações.

Certamente, ter alguma presença do capital externo não seria um grande problema. Mas não é essa a posição da Anatel, e sim a de entregar todo o setor, inclusive aqueles onde ainda há presença nacional, ou poderia haver, ao monopólio externo.

Diante disso, só poderia ser esse o resultado. Leilões para que os monopólios externos se apossem completamente de setores do país não são para aumentar a competição ou para fomentar o “mercado” ou para dar dinheiro ao Estado. São para monopolizar mais, ou seja, para entregar mais setores e ceder mais terreno aos monopólios que já existem – até porque, não existem outros. São sempre os mesmos.

Vejamos os “competidores” maravilhosos do leilão da Anatel.

Comecemos pela Telefónica, um monopólio que somente é “de España” no nome. Além daquela batelada de fundos de pensão americanos, que servem para alavancar os picaretas que realmente mandam, o principal acionista da Telefónica é o JP Morgan-Chase, isto é, o banco dos Rockefellers e dos Morgans. O segundo é o BBVA, sigla que quer dizer “Banco Bilbao Vizcaya Argentaria”, mas que é hoje o maior banco regional do sul dos EUA, com sede no Texas. O terceiro é uma caixa de pensão de Barcelona, mas o quarto acionista da Telefónica é o Citigroup, maior banco dos EUA, fundado pelo irmão mais novo de John D. Rockefeller. Quanto ao quinto acionista, é o Capital Group, aquele mastodonte especulativo de Los Angeles, California, EUA, famoso pelas fraudes e golpes no chamado “mercado financeiro”.

PRÊMIO

Olhemos agora para a Claro. É engraçado que algumas pessoas, inclusive de boa vontade, considerem que ela pertence à Telmex, do sr. Carlos Slim. Acontece que a Telmex, antes estatal, não é de Slim. Este foi o intermediário entre a Southwestern Bell Corporation (SBC) e a quadrilha de Salinas de Gortari, na época presidente do México, hoje na marginalidade.

Como prêmio da intermediação, Slim tornou-se testa-de-ferro da SBC, ou seja, oficialmente, “sócio” na Telmex. Mas, o que é a Southwestern Bell Corporation? Simplesmente, o mais antigo dos nomes usados pela AT&T – há inúmeros outros. Mais do que engraçado, é cômico o sr. Slim ser apresentado como dono da AT&T da América Latina. Nem a Telmex é dele, mas da AT&T. Ou seja, não é ele que é o dono da AT&T, mas a AT&T que é dona dele. Foi assim que adquiriu a Embratel, até então nas mãos da MCI Worldcom, que, em falência, foi comprada pela Verizon, nome de fantasia da Bell Atlantic, outra das metamorfoses da AT&T, ligada aos Rockefellers – há inclusive uma “associação” oficial entre a AT&T e o Rockefeller Group Telecommunications.

Assim, o resultado do leilão da Anatel foi que duas companhias dos Rockefellers competirão ferozmente entre si. Não é nem coisa para inglês ver, é coisa de idiota mesmo. Quanto à Oi, espera o momento de ser engolida por uma delas – ou pelas duas.

É óbvio que não vai haver competição alguma. Muito menos os preços baixarem. Não é para isso que os monopólios existem.

Porém, há que se notar que, mesmo entre os monopólios, Sardenberg, tucano de velha cepa, resolveu beneficiar os piores, os mais predadores, os mais ladrões e os mais bandidos. Vejamos porquê.

Em julho deste ano a Telefónica recebeu a maior multa já imposta pela Comissão Européia (CE) na área de telecomunicações e a segunda (só a Microsoft, americana, é que conseguiu uma multa maior) da sua história: 151 milhões e 875 mil euros, por “prejudicar os consumidores espanhóis, os negócios hispânicos e a economia espanhola como um conjunto, e, por extensão a economia da Europa” (Neelie Koes, comissária da União Européia para a concorrência).

PREÇOS

O atentado à concorrência, ou seja, as práticas monopolistas, foram assim consideradas pela CE, que costuma ser bem leniente nessas questões: “O Executivo da Comunidade considerou que o ‘abuso’ da Telefónica, ‘por sua gravidade e duração’, mereciam uma ‘sanção severa’. (….) os consumidores espanhóis pagam pelo acesso à banda larga 20% mais que a média da UE, enquanto que seu índice de penetração é 20% inferior e seu crescimento é 30% mais baixo” (El Mundo, 04/07/2007 – grifo do original).

Entre os crimes da Telefónica capitulados pela CE estava o de derrubar a banda larga (ADSL) dos provedores que concorriam com o seu (o Terra) para quebrá-los. Ou seja, aproveitava-se do fato de ser um monopólio telefônico para criar um monopólio do seu provedor de Internet.

Antes disso, pelos preços extorsivos e ações desleais e ilegais contra concorrentes, a Telefónica já havia sido 10 vezes multada pela Justiça espanhola – a décima multa, mas não a última, foi de 57 milhões de euros (1,5% do faturamento da empresa na Espanha em 2004); dois anos antes, a mesma Telefónica havia recebido a maior multa da história da Comissão do Mercado de Telecomunicações da Espanha – 18 milhões de euros. E continua recebendo multas até hoje – só os processos novos de 2005 correspondiam a 793 milhões de euros (Europa Press, 18/11/2005).

Um dirigente de uma associação européia de internautas resumiu assim a postura da Telefónica: “ela prefere pagar as multas do que deixar de lucrar com as ilegalidades”.

Quanto à AT&T, não precisamos nos estender muito. Seu nome é tão sinônimo de monopólio e atentado à concorrência quanto o da Standard Oil. Quem se interessa por telecomunicações e ignora isso, simplesmente está na lua. Até o governo dos EUA e os republicanos acham isso, até porque o povo todo de lá sabe disso – e quer ver a AT&T pelas costas. Aliás, é por isso que ela opera com tantos nomes.

Foi a esses “competidores” que a Anatel entregou a terceira geração da telefonia celular. Nem mesmo um bandido mais civilizado entrou na roda. Então, leitor, o leilão da Anatel é ou não é um caso de polícia? Afinal, é a polícia que deve cuidar de bandidos.

CARLOS LOPES

Rizzolo: Ah! Mas esse leilão foi uma brinacadeira, não é ? Como diz o texto , as operadoras que monopolizavam a telefonia celular antes do leilão eram a Vivo, Tim, Telemig (todas da Telefónica), a Claro (AT&T) e a Oi (Telemar). Quem ganhou o leilão? A Vivo, Tim, Telemig, Claro e a Oi. Portanto, a competição aumentou muito. Essa questão do monopólio nessa área no Brasil esta ficando cada vez mais critica, o entreguismo é total, fica patente que não haverá a tão apregoada ” competição “. Só temos a lamentar .

Os pobres do Semi-Árido, perto de Deus e esquecidos por Lula

A transposição do Rio São Francisco de longe passou a ser uma questão que visa a população pobre ribeirinha e sertaneja, desde setembro, a ASA Brasil, não produz mais uma cisterna no Semi – Árido brasileiro. O Programa ” Um milhão de Cisterna ” (PIMC) foi interrompido por falta de repasse de recursos do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, o MDS, pressionado, por setores conservadores. Mas a questão central, é muito mais problemática, envolve a postura do governo Lula, servil aos poderosos, paliativa aos pobres, resignada e passiva aos interesses das empreiteiras, privatizando e concentrando nas mãos dos poucos de sempre as águas do Nordeste, dos grandes açudes, somadas às do rio São Francisco.

Não há como resolver o problema da água, se não priorizarmos a população pobre, e as cisternas, representa o caminho. Como afirma D. Demétrio Valentini, bispo de Jales e presidente da Cáritas brasileira, ” as cisternas não recolhem sós água, elas suscitam cidadania, elas acionam a participação. elas despertam capacidades, elas transformam as pessoas, elas motivam para a solidariedade, elas apostam no desenvolvimento do Semi-Árido”. Isso, é claro, não interessa aos donos das grandes monoculturas irrigadas, devoradoras de água, produtoras de frutas para exportação e de cana para fabricar etanol. É a eles e a alguns grupos industriais que a transposição se destina. Ao sertanejo, cada vez mais, oferecem a opção de se tornar bóia-fria.

O mais interessante da obra, é que a transposição não tem nada a ver com a seca. Tanto que os canais do eixo norte, por onde correriam 71% dos volumes transpostos, passariam longe dos sertões menos chuvosos e das áreas de mais elevado risco hídrico. E 87% dessas águas seriam para atividades econômicas altamente consumidoras de água, como a fruticultura irrigada, a criação de camarão e a siderurgia, voltadas para a exportação e com seríssimos impactos ambientais e sociais.

O mesmo tempo em que o governo se recusar a debater o assunto, a não ouvir os movimentos, a ignorar membros da Igreja Católica, e não negociar, afirma categoricamente aos empresários, e aos que golpearam a prorrogação da CPMF, que não os incomodará, aceitando passivamente, o rombo da CPMF, fazendo uso dos mecanismos de subordinação, propondo a não implementação de novos meios arrecadatórios, sinalizando que cumprirá à risca a receita neoliberal de ” cortar gastos “, enxugando o Estado, que já é mínimo, e ainda, para afagá-los de forma mais doce, promete uma reforma tributária “na forma e modelo que os golpistas determinam”. Essa atitute ao preterir os humildes, e não dialogar, conspurga os ideais pelos quais Lula fora eleito com 58 milhões de votos.

Para finalizar, há 14 ações que comprovam ilegalidades e irregularidades ainda não julgadas pelo Supremo Tribunal Federal. Mas o governo colocou o Exército para as obras iniciais, abusando do papel das Forças Armadas, militarizando a região. A decisão do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, de Brasília, em 10/12 deste ano, obrigando a suspensão das obras, é mais uma evidência disso. Mas parece que desta feita, com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de manter a transposição do rio São Francisco, o Judiciário também virou as costas aos humildes. E os pobres, esses cada vez mais esquecidos por Lula, tendo como seus anjos, cristãos abenegados como o bispo de Barra (BA), dom Luiz Flávio Cappio; ontem o governo sinalizou com a possibilidade de uma paralisação dos trabalhos por dois meses e a realização de debates públicos. É sempre bom lembrar o que consta no Livro de Jonas [Antigo Testamento],” Deus se arrepende e muda de opinião por causa do jejum do povo”. O jejum mexe com Deus.

Fernando Rizzolo

Mercosul e Israel uma parceria interessante

Estive a convite da FIESP e da Câmara Brasil – Israel de Comércio e Indústria para comemoração do primeiro Tratado de Livre Comércio (TLC) realizado com um país, fora do bloco econômico, e um país desenvolvido, Israel. A comemoração, na sede da Federação, contou com a presença do vice Primeiro-Ministro de Israel, Eliyahu Yashai. O acordo prevê a liberalização dos produtos em até 10 anos e abarca 95% do comércio do lado do Mercosul e 97% do lado de Israel. Na realidade, o Mercosul já tem TLC com Chile, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia e Venezuela, mas esse será o primeiro com um país fora da América Latina.

O negociador argentino Eduardo Sigal, subsecretário de Integração Econômica e Mercosul, detalhou que 70% dos bens negociados entre os países do Mercosul e Israel terão alíquotas de importação zero em um prazo de quatro anos. O livre comércio envolverá 85% de todos os bens em oito anos, chegando a 99% em um prazo de dez anos. No ano passado, o comércio entre o Mercosul e Israel somou cerca de US$ 1,1 bilhão, com os negócios entre o Brasil e Israel respondendo por 65% desse total.

A expectativa é de que o acordo permita um aumento significativo do comércio entre o bloco e Israel, país de seis milhões de habitantes e PIB de US$ 128 bilhões. Do ponto de vista tecnológico, esse acordo significa um grande avanço para os países pertencentes ao Mercosul. Por outro lado, as questões efervescentes que circundam os debates sobre a entrada da Venezuela no Bloco, continuarão em pauta, até porque, Chavez troca afagos com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, um “anti-semita de carteirinha”. O camarada Mahmoud Ahmadinejad, insiste na velha iconografia nazista, em dizer que o holocausto foi uma ” invenção judaica “, e classifica Israel em seus rompantes de nazi-fascista, como um “um tumor canceroso que deve ser erradicado”.

Com todo o avanço social que a Venezuela promove, e eu sou testemunho disso, é inaceitável essa parceria nefasta da Venezuela de Chavez com o Irã, haja vista, declarações como estas, que merecem o repúdio de todos. Acredito que a entrada da Venezuela é de extrema importância para a integração da América Latina, agora, Chavez precisa colaborar, não há esquerda que agüente e aceite, relações de parceria com presidentes dotados de ideologias fundamentalistas estranhas, de cunho nazista. Só entusiastas bisonhos, dotados de letargia intelectual inseridos na esquerda chavista, são capazes de levar Chavez a compactuar com o camarada Ahmadinejad.

O problema principal na questão Venezuelana, não esta na falta de democracia, como dizem nossos Nobre Senadores, ceifadores de recursos aos carentes do Brasil, mas sim, em relação às más companhias de Chaves, isso sim me preocupa, isso sim vai ser politicamente explorado por aqueles que não querem a integração da América Latina. Aliás um motivo bem melhor e com melhor correlação de forças do que o fechamento da RTCV, esta aí a dica para a Fiesp.

Fernando Rizzolo

Cientistas debatem energia nuclear e proteção ambiental

Othon Pinheiro: “Brasil está entre os sete países que detêm 77% da reserva mundial de urânio”

Nos dias 12 e 13 de dezembro, o Instituto de Física e Química de São Carlos (IFSC) em parceria com a Eletronuclear realizou a conferência “Proteção Ambiental e o Uso da Energia Nuclear”, reunindo diversos setores da sociedade em torno do debate da produção energética através da fonte nuclear.

A conferência, que ocorreu na USP de São Carlos, contou com a presença do almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, presidente da Eletrobrás Termonuclear (Eletronuclear) e criador do programa nuclear brasileiro. Durante sua palestra, o almirante falou das necessidades energéticas do Brasil e da importância que a energia nuclear tem na matriz energética brasileira. De acordo com o presidente, a posição do Brasil é favorável pelo fato de o país estar entre os sete países que detêm 77% das reservas de urânio do mundo. “O Brasil ocupa a 6ª posição, sendo que apenas 30% do território nacional foram prospectados. A partir desses números concluímos que o nosso país tem muito a produzir em energia nuclear, por isso é fundamental debatermos o manejo dos rejeitos”, destacou.

De acordo com o almirante, a geração nuclear no mundo deverá crescer entre 12% e 68% entre os anos de 2007 e 2030. Baseando-se em dados da Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN), o presidente declarou ainda que, hoje, a energia nuclear representa 16% da matriz energética mundial e 2% da matriz energética brasileira. Atualmente existem 370 GW instalados em 31 países, em um total de 443 usinas.

Para o professor José Eduardo Hornos, coordenador do acordo de cooperação entre o IFSC e a Eletronuclear, a conferência faz parte do “esforço da comunidade científica, empresas produtoras de energia da área nuclear e instituições controladoras, de discutir uma forma científica, clara e sem preconceito a questão da produção de energia no nosso país”. Em entrevista ao HP, José Eduardo destacou a importância da discussão em relação aos riscos dos reatores nucleares. “Essa questão foi discutida na conferência e ficou absolutamente claro que a opção brasileira de usar os reatores PWR (água pressurizada) é uma opção absolutamente segura porque a física desses reatores não permite que haja um incêndio, como houve em Chernobyl”. José Eduardo explicou que o PWR é projetado para ter características de auto-regulação. Isto é, se houver excesso na demanda de energia, o reator funciona como um freio automático contra aumentos repentinos de potência.

O professor destacou a questão dos rejeitos na produção de energia nuclear e a preocupação com o meio ambiente. “A energia nuclear é a fonte mais limpa e mais segura, e que vai garantir o abastecimento de energia elétrica para as gerações futuras do país.” E continuou, “os piores rejeitos que nós temos na produção de energia são os rejeitos que aparecem na utilização de combustíveis fósseis”. “No caso do uso de fontes de hidrocarbonetos e de petróleo, o rejeito é o CO2. E o CO2 você não controla, ele se espalha no meio ambiente em grandes quantidades. A indústria nuclear tem um controle absolutamente rigoroso. Os rejeitos são armazenados numa sala sob vigilância total”, explicou.

José Eduardo afirmou que o Brasil tem todas as condições para desenvolver a energia nuclear, e para isso, é necessário “aprender a conviver com os rejeitos, com a indústria nuclear, ter cuidado com as águas subterrâneas, com a fauna e com a flora, redobrar os cuidados com o meio ambiente, mas não de uma forma irracional, de uma forma anti-científica”. “Nós temos que ter entendimento científico do processo de produção de energia nuclear, do processo de produção de rejeitos e do processo de prevenção desses rejeitos que atingem o meio ambiente ou à população”, ressaltou.

O vice-prefeito e secretário de Desenvolvimento Sustentável, Ciência e Tecnologia de São Carlos, Emerson Leal, também participou da conferência, e destacou a importância do trabalho desenvolvido pelo grupo de estudos do professor Hornos, a fim de evitar danos ao meio ambiente. “Sabemos que a energia nuclear é a forma mais limpa de obtenção de energia, porém os rejeitos causam problemas ao meio ambiente, por isso o trabalho da equipe do professor Hornos desenvolvido em São Carlos é muito importante para o Brasil” declarou o vice-prefeito, que ao final de sua explanação, presenteou o almirante Othon Luiz Pinheiro com uma medalha alusiva à comemoração dos 150 anos da cidade de São Carlos.

Também participaram dos debates da conferência o presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear, Odair Gonçalves e o diretor do Instituto de Física de São Carlos, Glaucius Oliva.

Hora do Povo

Rizzolo: Leiam artigo meu sobre a questão nuclear brasileira

Palpiteiros internacionais não querem Brasil enriquecendo urânio

E impressionante a quantidade de palpiteiros que surgem se opondo ao desenvolvimento social e tecnológico brasileiro. Desta feita, surgiu no Brasil, o ex-inspetor da Organização das Nações Unidas (ONU) para armas nucleares, Hans Blix afirmando que “não faz sentido” para o Brasil ter um programa de enriquecimento de urânio. Passando uma imagem de pessoa contraditória, que ora afirma que não havia encontrado evidências de que o regime de Saddam Hussein possuía armas de destruição em massa, tem também um discurso de compreensão tecnológica. Como generoso que é, defende o uso de energia nuclear e diz não ver risco do desenvolvimento de uma arma nuclear na Venezuela. Apóia também, ainda num rompante maior de generosidade técnica, a ampliação do número de usinas nucleares no Brasil.

O que o diplomata sueco que hoje coordena um centro contra a proliferação de armas nucleares não quer, é que o Brasil desenvolva o projeto de enriquecimento de urânio. Dessa forma poderíamos construir armas atômicas, não é ? Isso não ! E aí, como diz o caipira, ” ele vira um bicho”. Ora, ele como um bom representante daqueles que não querem e não gostam de um Brasil soberano, disfarça e afirma estar preocupado com “o impacto de hidrelétricas e do etanol na floresta amazônica”, mas na verdade o que ele não quer é ver o Brasil dominando totalmente o ciclo de produção de energia nuclear que ocorrerá em 2010, quando o país então, não dependerá mais de outras nações para enriquecer urânio.

Com efeito, alem dos problemas da Amazônia, o camarada Blix provavelmente de forma velada, também esta preocupado com o fato do Governo investir R$ 1 bilhão nos próximos dois anos, no desenvolvimento do projeto nuclear brasileiro, sendo que para o próximo ano está previsto um primeiro investimento de R$ 130 milhões, como afirmou o comandante da Marinha, o almirante Júlio Soares de Moura Neto, e mais, segundo o almirante poderemos gaseificar o “yellow cake” a partir de 2014.

Não podemos deixar de desenvolver nosso potencial nuclear, o Brasil possui, hoje, a 6ª maior reserva geológica de urânio do mundo. Parte do povo brasileiro vive em miséria absoluta sobre uma das maiores jazidas de urânio, escondida sob a vegetação seca e os mandacarus da caatinga do sertão do Ceará. Ali está a jazida de Itataia, uma montanha cheia de pedras avermelhadas.Já surgem, além de palpiteiros, os privateiros, aqueles que querem ” de mansinho ” se apropriarem das enormes jazidas de urânio do país, querem sim acabar com o monopólio de exploração do urânio no país, cuja detentora é a INB (Industrias Nucleares do Brasil).

O Brasil pode estar dormindo, mas eu não, e tenho certeza que muitos, cidadãos, militares, engenheiros, advogados, patriotas como eu, também estão bem acordados, principalmente em relação às preocupações ecológicas do camarada Hans Blix.

Leia também: Soberania e Energia Nuclear

Fernando Rizzolo