A ética acima dos interesses políticos

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José revela sua identidade aos seus irmãos

Como de costume, todo Sábado procuro não escrever textos que não estejam relacionados com o Shabbat, e com o estudo da Tora. Sem ter a intenção de dar uma conotação pessoal religiosa ao que escrevo, me permito dirigir me a você, que acompanha minhas reflexões diariamente, e de uma forma humilde, compartilhar com o amigo(a) esses momentos de introspecção dos meus estudos no Shabbat, que se iniciam todas às sextas-feiras, quando me recolho duas horas antes da primeira estrela surgir no céu, numa Sinagoga ortodoxa que freqüento em São Paulo.

Como já disse anteriormente, tenho profundo respeito por todas as crenças, religiões, e acima de tudo sou um brasileiro patriota, amo meu país e o povo brasileiro, e tenho sim, uma grande satisfação espiritual em ao estudar a Parashá (Porção da Tora semanal) relacioná-la ao que vivemos nos dias atuais. Como é uma reflexão de estudo pessoal, baseada na introspecção, recomendo a todos que acompanhem no Antigo testamento (Torah ) os comentários aqui expostos, para que possamos ter uma semana de paz, e que através dos estudos judaicos, possamos compreender nossas vidas e encontrar formas de superar as adversidades na visão de Hashem (Deus), para que possamos construir um Brasil cada vez mais digno e com mais justiça social, que é a base do Judaísmo, do Cristianismo e de todas as religiões.

A Parashat desta semana chama-se Vayigash começa com a súplica ardorosa de Yehudá ao poderoso governante egípcio (Yossef ainda disfarçado) pela vida de Binyamin, alegando que Yaacov certamente morreria de dor se perdesse seu filho mais jovem. Yehudá se oferece para permanecer no Egito como escravo no lugar do irmão mais novo.

Yossef, incapaz de se segurar por mais tempo, revela sua identidade a seus atônitos irmãos, perdoando-os por vendê-lo como escravo tantos anos antes, declarando que enviá-lo ao Egito era parte do plano Divino de preparar a sobrevivência da escassez.

Yossef então os envia de volta para a Terra de Israel carregados de presentes pedindo que tragam Yaacov e sua família de volta ao Egito onde viverão na província de Goshen. Antes que Yaacov saia de casa, D’us aparece a ele reafirmando-lhe que Ele estará com eles e que ao final retornarão à Terra de Israel como uma grande nação. Após vinte e dois anos de separação, Yaacov finalmente se reúne com seu amado filho Yossef, e são levados ao encontro do Faraó.

A porção termina descrevendo como Yossef usou seus vastos poderes para amealhar quase toda a riqueza do Egito para o tesouro do Faraó.

Uma das questões mais intrigantes desta Parashá, é a capacidade de Yossef (José) de entender que a maldade feita pelos seus irmãos jogando-o no poço, e depois tendo-o vendido aos árabes, foi uma vontade divina para que ele chegasse aonde chegou, e graças à ajuda de Deus, providenciasse implementações e recursos visando acabar com a fome na região. Observem que o nobre fim prevaleceu sobre o meio maldoso, imposto pelos seus irmãos. Yossef compreendeu, que a missão social em preparar a sobrevivência da escassez, superou o sofrimento dele, e atribuiu a ação dos irmãos, como sendo instrumentos desse plano, não demonstrando revanche, ódio, nem disputa com os mesmos.

Temos esta semana, um clássico exemplo dessa questão revelada na postura da oposição ao governo. Como instrumentos da inveja, com os devidos ressentimentos da derrota nas eleições presidenciais, a direita brasileira, tentou e tenta boicotar todos os planos de ajustes sociais, planos esses, que beneficiam os pobres do nosso país. Ao contrário de José, que aceitou e perduou a humilhação imposta pelos seus irmãos, e que jamais deixou-se contaminar pela inveja, pelo ódio, a oposição fez, e continua fazendo tudo para conspirar contra o governo, baseado na revanche, no troco, prejudicando o povo brasileiro.Com certeza, se estivessem no lugar de José, teriam sim, se vingado e aniquilando todos os demais irmãos, num ato de ” vendeta”, pois para eles, o que vale é a desforra, não pensam como José num bem maior, no povo, nos alimentos para o povo.

Outra demonstração clara nessa Parashá, é sobre a questão ética, todos sabemos o tão importante que é para o povo judeu a ética, Yossef usou seus vastos poderes para amealhar quase toda a riqueza do Egito para o tesouro do Faraó, nunca se beneficiou ou prevaleceu sua condição em beneficiar sua família que regressou ao Egito, ou a si próprio, nunca transformou pessoas em escravos, mas as dirigiu quando da intensidade da fome as acometia, para outras regiões no Egito. Quantas vezes na vida precisamos nos portar como Yossef ? Quantas vezes temos que optar entre o ódio perseguindo nosso inimigo, ou perdoa-lo, cerrando fileira para alcançar um bem maior. Quantas vezes temos que perdoar nossos irmãos ? Isso foi o que José fez, pensou não no seu passado e no seu problema, mas sim, no que esse fato se desdobrou, beneficiando um povo, pensando nos seus irmãos. Infelizmente a oposição não se sensibilizou, aproveitou o poder de ser maioria no Senado, e acabou vingando a derrota eleitoral e o prestigio que o nosso presidente alcançou, ceifando em conjunto R$ 40 bilhões aos pobres do Brasil, por pura inveja, por não pensar nos pobres, e fazendo uso do momento de poder político no Senado para apunhalar o povo brasileiro.

Tenha um Sábado de Paz.

Fernando Rizzolo

Publicado em Política. 1 Comment »

Uma resposta to “A ética acima dos interesses políticos”

  1. Fred Dirickson Says:

    Caro Fernando

    O oposição não aproveitou de ser maioria.
    Aproveitou de ser matéria constitucional e precisar a maioria absoluta.
    Aproveitou que o governo não tem maioria absoluta embora tenha a maioria, como ficou provado.
    Este tipo de matéria é a única em que a oposição pode não deixar passar, mas nunca aprovar alguma coisa, nem por maioria simples.
    Temos que contar isto para mostrar que é uma vitória política insignificante, serve apenas para jornais fazerem notícias que nem repercutiram tanto assim, pois jornal não defende polêmica muito forte, cai a audiência e a venda.

    Saudações


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