Natal, manual de sobrevivência

Como já desejei Feliz Natal a todos os amigos e aos inimigos, me dou o direito de como judeu, e assíduo “freqüentador convidado” das mais inúmeras ceias na casa de amigos, esposa, famílias de ex.- esposas, namoradas, vizinhos, porteiros, zeladores, a dar algumas dicas aos que como eu, vagam do dia 24 a 25 de dezembro no espectro familiar ” do outro “, ou na doce companhia da solidão. Na maioria das vezes, como no Natal estou na qualidade de um observador, visitante e convidado, sempe, em toda minha vida, observei à distância as brigas familiares, as ” trocas de gentilezas ” entre os mesmos, e o que ocorre na maioria das vezes no dia 26 de dezembro, é eu acabar me tornando um tipo de “ouvido amigo”, um apaziguador, aos que não saíram imunes às brigas, aos mal olhares dos parentes que não viam há tempo, às alfinetadas dos cunhados e cunhadas, enfim tudo aquilo que acontece nos Natais, de gente normal, e que não pertence ao seu universo familiar próprio, mas sim, de quem está com você, dos seus amigos, dos meus, ou dos leitores em geral.

Observo que existe uma ” síndrome pre´- natalina “, uma mistura de angústia, ansiedade e depressão nas pessoas, mas a pergunta é : Por que? Muito dizem que os problemas familiares nesse dia se exacerbam, o ter que ficar ao lado dos familiares por certo tempo, por obrigação, leva sempre as pessoas, a uma reflexão, que pode ser boa ou ruim. Mas como eu de Natal nada entendo, e a referência que tenho é a que me contam, posso agora elencar alguns programas para você amigo solitário, budista, judeu, brigado com a família, malcriado, desaforento, ou sem família, para que, enfim, possa preencher seu tempo da melhor forma.

O manual de sobrevivência também chamado ” Um judeu perdido no Natal ” (risos.), por mim escrito, é claro, é um pequeno elenco de ” dicas” para os acima qualificados. Então vamos lá.

Primeira lição:

Ao contrário daqueles que odeiam o Natal, entenda como uma ” balada familiar”, de uma família que não é a sua, curta, beba, e com certeza você será o mais alegre da festa.

Se você for de origem judaica, convidado, tenho certeza que será a pessoa mais tranquila da festa, beberá, conversará com todos, será abordado por alguns, mal olhado por outros, e provavelmente poderá ser visto como um ” ET”( risos..), estranharão sua paz e felicidade, até porque não tem ninguém da sua família participando. Assistiram aquele filme ” Parente é Serpente “? Vai que é bom .

Procure no dia 25 ir a um restaurante chinês, os chineses não são cristãos e os restaurantes estão abertos e o melhor, vazios. Quem iria no Natal em restaurante Chinês? Pode ir que está vazio.

Vá ao cinema, pois os cinemas não fecham estão passando filmes ótimos.

No dia 24 à noite, se não foi convidado a passar na casa de ninguém, vá a um Pub; com certeza você encontrará um enorme contingente dos acima qualificados, e o melhor: ficar só de vez enquanto faz bem. Existe uma diferença muito grande entre estar fisicamente só, e o sentimento de solidão. Muitas vezes na vida não precisamos justificar a nós mesmos porque estamos só, não precisamos nos sentir abandonados ou não amados porque estamos em determinados momentos sós. Isso é quase, na nossa sociedade um Tabu, a sociedade ocidental cobra sempre o ” estar a dois “, o que é uma simples convenção. Ficar só sem culpa é um treino. Vai por mim.

Correr ou caminhar, é uma boa opção para dia 25, ou devorar livros, se você tem o meu problema, olhos que ardem ao ler; dica: tenha um colírio ” Lacrima Plus ” ao lado, consolando os olhos, vai te dar conforto, e a leitura irá render mais.

Se você for sócio da Hebraica de São Paulo, vá ao Japonês, mas chegue cedo, porque a população é grande, e a fome é muita. Ou se quiser radicalizar, vá ao lado do Japonês e coma Casher ( risos..)

Enfim, quando você se ter der conta, o dia 25 acabou, você preencheu seu tempo, pode ter até conhecido gente nova, pode ter lido quase um livro interio, pode ter se ” entrolhado de sushi “, e com uma ” baita azia “; poderá também, ter corrido 8 km no Ibirapuera, ou no Parcão na minha querida POÁ, agora, não se esqueça ao chegar em casa, de entrar no Blog do Rizzolo, porque com certeza, eu percorri todos esses programas típicos de ” Um judeu perdido no Natal “, e as nossa experências terão valido à pena.

Feliz Natal a todos vocês!

Natal é uma festa alegre e de reflexão , muita paz para vocês !

Fernando Rizzolo