Os valores superam as diferenças

Quando Lula afirmou, ser apaixonado pela revolução cubana, e ter carinho especial pelo Fidel, expressou não só uma admiração por uma revolução romântica na época, mas por algo mais profundo. É plenamente compreensível admirar alguém que dedicou sua vida por um ideal de justiça social. Fidel Castro, muito embora, tenha fracassado em muitos pontos, tentou desesperadamente todos esses anos, desde a queda de Fulgêncio Batista, dar a Cuba uma vertente de equidade social, uma luta na tentativa de criar um Estado que fosse a coluna vertebral, gerando dignidade ao povo em termos de educação, saúde, e bem-estar.

É claro que o regime cubano não é democrático, é evidente que a sobrevivência fala mais alto do que mudanças políticas. Não é a democracia hoje, que resolveria o problema cubano. Por pura maldade, e falta de humanismo, os EUA promovem um embargo que se iniciou em 7 de Fevereiro de 1962. Foi convertido em lei em 1992 e em 1995. Em 1999, o presidente Bill Clinton ampliou este embargo comercial proibindo que as filiais estrangeiras de companhias estadunidenses de comercializar com Cuba, a valores superiores a 700 milhões de dólares anuais. Este insensato embargo, permanece uma questão extremamente controversa em todo o mundo, e é formalmente condenado pelas Nações Unidas.

Contudo, Cuba sobrevive, e os valores éticos, morais, que originaram o alicerce do socialismo no mundo, ainda estão presentes no espírito de Fidel Castro. Não questiono o regime cubano, mas não me posso furtar de reconhecer que nas palavras do velho Fidel existe ainda uma esperança para o mundo, talvez o mínimo de dignidade que restou dos sonhos de uma sociedade melhor.

Os que não admiram a justiça social, os valores da dignidade humana, o acusam de ditador, mas esquecem que Cuba jamais invadiu qualquer país, e jamais seria capaz de realizar as atrocidades que os EUA, sob a batuta dos republicanos, empreendem. Podem me chamar de sonhador, de romântico. Não concordo com a falta de liberdade em Cuba, mas concordo e compartilho o sonho que embriaga aqueles, que como Lula e Chavez, não desistem de lutar pelos humildes, e pelos que nada tem a não ser a própria vida.

Vamos construir uma nova Cuba, aliás, o que derrubou o socialismo foi a falta de capital. ( risos..)

Fernando Rizzolo

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Camiseta liga perseguição de judeus a fumantes e revolta alemães

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Uma camiseta que compara os judeus perseguidos pelos nazistas com os fumantes atuais provocou indignação na Alemanha.

A camiseta mostra uma estrela amarela, similar à que os judeus eram obrigados a usar durante o regime nazista na Alemanha. Na estrela está escrita a palavra Raucher (fumante, em alemão).

O produto foi criado pelo dono de uma agência de eventos que queria “protestar contra a discriminação dos fumantes” por causa das inúmeras proibições de se fumar na Alemanha.

A iniciativa do alemão Dennis Kramer provocou uma onda de protestos na Alemanha que levou ao fechamento de sua página na internet.

Ele oferecia as camisetas por um preço de 19,90 euros (cerca de R$ 50) e chegou a dizer que tinha vendido mil camisetas em poucos dias.

“Mau gosto”

O Conselho Judaico Alemão protestou dizendo que a idéia é “imbecil, insolente e nociva” e que essa instrumentalização do holocausto é um “escândalo”.

O site de leilões na internet ebay baniu todas as ofertas de camisetas semelhantes à criada por Kramer. Uma porta-voz disse que a idéia era “de muito mau gosto”.

O empresário pediu desculpas em sua página na internet e admitiu ter mentido quanto ao número de camisetas vendidas. “A verdade é que não vendemos nenhuma até agora”, revelou.

“Não queríamos ferir os sentimentos de ninguém, mas entendemos a razão dos protestos e nos desculpamos se insultamos alguém”, disse Kramer em seu site.

A partir deste ano, o fumo passou a ser proibido em restaurantes e prédios públicos em 11 Estados alemães.

Os cinco Estados restantes também vão tomar medidas semelhantes, no mais tardar até julho deste ano.

BBC Brasil

Rizzolo: Realmente, essa instrumentalização do holocausto é abominável, uma comparação ridícula que só poderia vir de um comerciante ganacioso. O holocausto representa uma triste página da história do povo judeu, e jamais deveria ser comercialmente comparada aos cidadãos fumantes. Muito embora, o fumo mata através do pulmão a intolerância agride através da discriminação.

Virologista diz que País não tem sequer surto de febre amarela

O comportamento irresponsável e sensacionalista de boa parte da mídia tem feito com que surgimento de alguns poucos casos suspeitos de febre amarela causem uma corrida desnecessária aos postos de vacinação. Apenas no Distrito Federal, mais de 1 milhão de pessoas já tomaram a vacina. Em Goiás, foram cerca de 1,5 milhão de pessoas. Até mesmo na capital paulista, onde o risco de se contrair febre amarela é praticamente nulo, muitas pessoas desinformadas e afoitas têm lotado os postos de saúde em busca da vacina.

Segundo o virologista e pesquisador em febre amarela e dengue do Instituto Oswaldo Cruz, Hermann Schatzmayr, não se pode sequer considerar que haja um surto de febre amarela nestes locais, pois só existem três casos confirmados até o momento em todo o país.

Nos últimos 12 anos, o Brasil tem apresentado uma média de 15 a 40 casos de febre amarela por ano, todos relacionados a pessoas que entram em florestas e reservas ambientais sem vacina.

Os únicos períodos que fugiram desta média foram os anos de 2000 e 2003, que tiveram 85 e 64 casos registrados respectivamente. Nestes anos, houve surtos de 53 casos em Goiás e 58 em Minas Gerais.

De acordo com o virologista, só é correto chamar de epidemia uma situação em que ocorram o dobro de casos ou mais que a média habitual como no ano 2000 por exemplo.

Segundo Schatzmayr, o surto é uma espécie de epidemia localizada. Ainda segundo o pesquisador, as áreas endêmicas são aquelas que têm o vírus em circulação na natureza.

Como o vírus amarílico vive em macacos, estas áreas só deixariam de ser consideradas de risco caso deixassem de ter esse tipo de animal. O homem só é atingido pela doença quando entra na mata sem se vacinar. “Enquanto tiver macaco circulando, ele vai estar ali, o vírus vai se transferir de um animal para o outro e sem que o homem possa interferir”, diz o pesquisador.

O corte de árvores também facilita a contaminação humana porque os macacos fogem e os mosquitos que vivem dentro delas se desorientam e procuram outros animais para se alimentar.

“Tem a doença que é de gravidade leve, que o paciente sente dor, febre e moleza. A mediana que, além desses sintomas, apresenta alguma insuficiência renal, hepática ou cardíaca, mas que consegue controlar com facilidade. E a grave, na qual apresenta lesão renal, hepática e cardíaca grave e resulta facilmente em morte”, explica o virologista.

O tratamento é de suporte, ou seja, à base de soro e medicação para diminuir os sintomas, mas a recuperação depende apenas da imunidade de cada paciente.

Fonte: Agência Brasil

Rizzolo: Leia artigo publicado ontem

Pobres, sem saúde e assustados

Ainda me lembro quando a mídia pertencente a UDN (União dos Defensores do Neoliberalismo), uníssona, bradava com o fim da CPMF arregimentando a sociedade contra a contribuição que entendia eles, ” injusta”. De tudo fizeram em coro, para que R$ 40 bilhões de reais não fossem drenados para a saúde da população pobre, num Estado onde a saúde pública é ausente.

O desiderato foi alcançado. A prorrogação da CPMF foi derrocada, e os pobres mais uma vez ficaram no esquecimento. O governo, por sua vez, tenta recuperar o rombo causado pelos insensíveis, compensando as perdas com outros meios arrecadatórios. Mais uma vez a direita reage, e leva as medidas compensatórias à apreciação do provimento jurisdicional.

Mas de nada adianta os pobres ficarem vulneráveis em relação à Saúde Pública, se não há um agente conspirador. Ele surgiu, enfim. A Febre Amarela. A mídia preencheu seu espaço, de forma autocrática, alarmando a população quanto a um ” perigo eminente”; mostra em horário nobre, imensas filas de pobres assustados, com medo, temendo que a febre se alastre. Não bastou o Dr. Drauzio Varella dizer, ” calma”. O bombardeio midiático intenciona o pânico, o desepero, mimificando a crise a aérea, que desta feita, de certo modo, também voa, só que através dos mosquitos um deles já é nosso conhecido, o mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue. Nas matas, a febre amarela ocorre em macacos e os principais transmissores são os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes, que picam preferencialmente esses primatas.

A nova versão do ” apagão aéreo” toma cor, com a nova versão travestida de “epidemia”. Antes os aviões, agora os mosquitos. A pergunta seria: Até quando, os poderoso meios de comunicação irão conspirar contra um presidente operário que hoje visita Cuba? Que tipo de democracia vivemos, onde o poder da mídia é quem determina quem deve governar, afagando os representantes de seus interesses, ou boicotado governos ditos “governos populares” legitimamente eleitos? No Brasil, quem dá a concessão para governar é a mídia. Ela determina quem é o “competente”, e conduz o povo, em horário nobre, a “comprar” seus objetivos políticos, e suas propostas, prestigiando apenas aqueles que na sua essência, defendem os interesses dos poderosos.

A Febre Amarela passa a ser a nova versão do “apagão aéreo”, vem do ar, do vôo, e em rima se assemelha com o “Cansei”, até porque, quando infectado os desvalidos ficam prostrados, cansados, e em outras filas, não bastasse crueldades já infligidas; as filas dos Hospitais Públicos, sucateados pelos neoliberais. Assim então, o cenário do pânico se amoldura, anunciado a cada dia a morte de um primata, levando os pobres, sem saúde ao medo da morte, anunciada em horário nobre. Aliás, não há loteria que acabe com a pobreza de espírito.

Fernando Rizzolo

Questões de alta indagação do Pacheco

SISTEMA FINANCEIRO QUER GOVERNAR O BRASIL (OU) CAIU A MÁSCARA

Febraban prepara auto-regulação para o setor financeiro

Vejam a nota que o site “relatoriobancario.com.br” distribuiu para a imprensa, hoje:

A Agência Estado informa que a Febraban lançará até abril um código de auto-regulação bancária para padronizar procedimentos dos bancos. A entidade e seus associados estão há seis meses trabalhando no projeto.

O diretor de Relações Institucionais da Febraban, Mário Sérgio Fernandes de Vasconcelos, afirmou à Agência Estado que a auto-regulamentação tocará em tópicos polêmicos da relação entre clientes e bancos. “A idéia é criar um código genérico e, a partir daí, abrir vários eixos temáticos”, diz. Segundo ele, o código será uma mostra do potencial de autogestão dos bancos. “O sistema vai mostrar a capacidade de se auto-regular, preservando a iniciativa privada e a competição”, afirma. “Não é preciso que haja constante interferência. Nós sabemos respeitar nossos clientes, a sociedade e as leis”.

Ainda segundo a Agência, farão parte do código medidas como o roteiro para encerramento de contas correntes, anunciado em março do ano passado pela entidade, e as regras para padronização de tarifas bancárias, editadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em dezembro de 2007. O documento abordará ainda questões contratuais, operações com cartão de crédito e o funcionamento das ouvidorias nos bancos.

AGORA EU PERGUNTO:
1 – Será que as leis brasileiras e a Agência Reguladora do sistema Financeiro – o Banco Central – não são suficientes?

2 – Por que essa ameaça de que “o sistema vai mostrar a capacidade de se auto-regular, preservando a iniciativa privada e a competição”? Se todo mundo sabe que o “sistema” sempre funcionou como um cartel, tirando o máximo do povo e do governo? E vai mostrar a quem?

3 – Que negócio é esse de que “não é preciso que haja constante interferência”? Será que o “sistema” sentiu o golpe, com o aumento do imposto sobre a Contribuição Social sobre Lucro o Líquido (CSLL) e já está se preparando para reagir a outros que provavelmente virão? Aliás o “sistema” e seus assessores de imprensa instalados na mídia UDN(*) já está dizendo que não haverá redução na taxa selic este ano, porque a inflação está muito elevada. (Mais embaixo vou falar de inflação)

4 – E quem disse que o “sistema” sabe respeitar seus clientes, a sociedade, e as leis?
Já era tempo da Febraban ter um Código de Ética que padronize o relacionamento entre seus associados e, principalmente, o procedimento deles com os clientes – indistintamente.´Ética nunca é demais. Mas chamar isso de auto-regulação é deixar evidente que a AGÊNCIA REGULADORA do “sistema” – o Banco central – nunca funcionou como tal.

(*) UDN – União dos Defensores do Neoliberalismo

Escrito por M. Pacheco.

Rizzolo: M.Pacheco me envia com frequência alguns comentários seus, sempre com questões de ” Alta Indagação”, como se diz em Direito. Não o conheço, nunca nos falamos, sei que é carioca, sempre leio suas reflexões, que nos remetem a pensar na linguagem subliminar das notícias. Dá-lhe Pacheco ! !

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Economia em 2007: EUA e Rússia

Em junho de 2007 , se desatou nos Estados Unidos a crise da dívida secundária por pagar que abalou todo o mundo e amortizou o desenvolvimento económico global. . Ao mesmo tempo o preço de petróleo no mercado mundial estava muito distante da relação real entre oferta e demanda.

A instabilidade financeira e monetária causou uma excessiva especulação no mercado de petróleo e enormes riscos para os investidores.

Por outro lado , a Rússia conquistou no ano passado grandes êxitos no desenvolvimento económico, demonstrando a poderosa força de crescimento. O PIB russo registrou um aumento de 7,5-7,7 em 2007 e graças às grandes somas de investimentos estrangeiros , o montante dos investimentos totais aumentou 20% em comparação com o ano passado.

A produção industrial da Rússia aumentou 6,3-6,5% em respeito a 2006. A indústria manufactureira relacionada com os investimentos e o consumo se converteu na força vertebral no crescimento industrial. Os setores alimentício, petroquímico, de materiais de construção e de automóveis conseguiram notáveis êxitos. Uma das características da economia russa em 2007 foi a alta demanda de consumo sem paralelo histórico.

Porém , a demanda de artigos de consumo de longa vida centrou principalmente nas mercancias importadas e não de fabricação nacional. As companhias estrangeiras garantiram o aumento do consumo interno . Isto debilitou, por um lado , os resultados positivos do desenvolvimento económico da Rússia e , por outro, obstaculizou de maneira indireta o desenvolvimento das empresas nacionais.

Segundo as estatísticas , as importações russas subiram 35% em 2007, enquanto a exportação de petróleo que representava uma grande proporção , aumentou somente 15 %, mostrando um grave desequilíbrio entre ambos setores.

Do desenvolvimento económico da Rússia em 2007 se pode sacar uma série de conclusões interessantes , que podem ajudar- nos a conhecer as tendências do desenvolvimento a curto e médio prazo das economias da Rússia e do mundo.

A série de incidentes ocorridos nos EUA testemunham que o conceito de consumo, em primeiro lugar, formado nos últimos anos nos países desenvolvidos está experimentado uma mudança drástica.

Os créditos não podem criar milagre e não se deve deixar a população dispor de uma fortuna que não corresponde a seu ingresso.

Os países ocidentais , que modificam de maneira inevitável sua doutrina de consumo , servem de um bom exemplo para a Rússia , que acaba de entrar em um auge de consumo.

Por Lyuba Lulko
Pravda Ru.

Rizzolo: Um dos aspectos mais interessantes da crise dos ” subprimes”, é na verdade, a liberalidade de crédito, contrariando a teoria de que o “mercado se ajusta”, por si só. Isso não é verdade, a economia não pode ser liberada ao controle dos especuladores sem a mínima chancela do Estado. Os famosos conceitos de mercado nos mostram, que o perigo existe na medida em que a ganância dos banqueiros e especuladores se sobrepõe aos interesses do povo. A Rússia assiste à crise americana e deve , sim, observar as intervenções necessárias do Estado em momentos apropriados na economia.

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