O total de Investimento Estrangeiro Direto (IED) que ingressou no Brasil no ano passado foi de US$ 34,616 bilhões. Apenas em dezembro, o IED somou US$ 886 milhões. O total de investimentos estrangeiros em 2007 bateu o recorde de 2006, quando a marca chegou a US$ 18,782 bilhões.
O Banco Central, que divulgou os números nesta segunda-feira (28), previa que o total de investimento estrangeiro direto em 2007 fosse de US$ 35 bilhões. Já a conta corrente do balanço de pagamentos de 2007 fechou o ano com saldo positivo de US$ 3,555 bilhões, segundo os números do BC.
Em dezembro, porém, o saldo foi negativo em US$ 699 milhões. Em 2006, as transações financeiras do Brasil com o resto do mundo resultaram em um superávit da ordem de US$ 13,53 bilhões.
Com o aumento em 2007, esse capital que vem do exterior passa a ter uma importância maior para a economia nacional. Enquanto em 2006 o IED correspondeu a 1,75% do PIB (Produto Interno Bruto), no ano passado a proporção foi de 2,64% do PIB.
Os dados levam em conta recursos estrangeiros para o setor produtivo no país e ainda empréstimos intercompanhias, aqueles feitos pela matriz da multinacional para a subsidiária brasileira, abatidas as remessas feitas por conta de ganho com o capital investido.
Do total ingressado em dezembro, US$ 1,235 bilhão foi de participação no capital. Houve saída líquida de US$ 349 milhões nos empréstimos intercompanhias.
2008 começa diferente
O Banco Central (BC) informou que em janeiro, até esta segunda-feira, já foram registradas saídas líquidas no valor de US$ 1,8 bilhão de investimentos estrangeiros em ações e renda fixa.
O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, atribui o movimento à excessiva volatilidade das Bolsas de Balores em todo o mundo, resultado da incerteza proveniente da economia norte-americana. “Há perdas nas Bolsas do mundo inteiro, e é natural que ocorra aqui também” , disse.
O técnico do Banco Central disse ser difícil avaliar se a forte saída do investidor estrangeiro das ações prosseguirá, pois depende do comportamento das Bolsas internacionais frente ao atual ambiente de crise.
Lopes lembrou, porém, que do ponto de vista do investimento estrangeiro produtivo, 2008 começou de forma promissora para o Brasil, uma vez que já ingressaram US$ 4 bilhões em investimento externo direto (IED) até hoje, com a previsão de fechar o mês em US$ 4,5 bilhões.
Da redação, com agências
Rizzolo: As perdas são significativas em 2008, contudo, ao analisarmos a natureza dos investimentos, observamos que houve uma recuperação nos investimentos estrangeiros de cunho produtivo, já ingressaram US$ 4 bilhões em investimento externo direto (IED), esses recursos tem entrado pela perspectiva da economia brasileira, e não pela pura especulação financeira, haja vista, o fato da bolsa e renda fixa terem sofrido uma queda de US$1,8 bilhão muito em face também ao nervosismo externo.
Outro fator preponderante foi a redução do juro americano que faz com que com capital externo tenha mais ganho no Brasil, aumentando a atratividade do país. Por outro lado, a remessa de lucros para o exterior em 2007 foi de US$ 21,2 bilhões. Em 2006, havia sido de US$ 16,3 bilhões. O que representa uma escalada, aumentando sucessivamente de US$ 6,4 bilhões (2003) para US$ 8,2 bilhões (2004), US$ 10,6 bilhões (2005), US$ 16,3 bilhões (2006) e US$ 21,2 bilhões (2007). Leia o artigo acima onde procuro fazer uma análise mais detalhada sobre essa questão.
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